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Bioquímica de Cores e Aromas:
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O estudo da polinização de plantas florais pelos animais mostra a associação íntima entre as plantas e seus polinizadores. Darwin foi um dos primeiros biólogos a reconhecer os impressionantes recursos que tornam a polinização tão eficaz para as plantas, com adaptações admiráveis na estrutura e no comportamento de plantas e animais.
Insetos, pássaros e morcegos visitam as plantas para se alimentar de suas folhas ou de seus frutos e também de seu néctar e pólen. Nesse caso, em troca, eles possibilitam à planta seu processo de reprodução: a polinização, com a formação posterior de fruto e sementes. Nesta interação de benefício mútuo três fatores bioquímicos têm participação ativa: o cheiro e a cor das flores e o valor nutritivo do néctar e do pólen. O pólen é um elemento de alto valor proteico e energético e tem importância extrema para a planta, pois carrega sua herança genética. Na polinização, ele deve ser transferido dos estames aos estigmas das flores.
Insetos e outros polinizadores Se você observar, durante o dia, um jardim em um local de clima temperado, verá que a polinização é feita principalmente pelas ativas abelhas produtoras de mel (Apis mellifera) ou por mamangabas, com a ajuda de mais alguns insetos menores. Neste ambiente, polinizadores podem ser até crianças, chamadas para fazer esse serviço, devido à falta de insetos naturais suficientes. Porém, num ambiente tropical, existe uma quantidade bem maior de polinizadores ativos: beija-flores, borboletas em grande variedade, vespas, besouros. Algumas flores são polinizadas somente à noite, por morcegos e mariposas. Na África e na Austrália, a polinização pode ser feita por roedores, como os camundongos. Um observador extremamente arguto poderia ver também diferentes tipos de moscas e até pulgas como polinizadores. Alguns animais conseguem tirar néctar das plantas sem polinizá-la. São os conhecidos "ladrões" de néctar. Existe um pássaro que fura a flor e suga o néctar, sem passar pelos órgãos de polinização. As formigas, embora atuem também como polinizadores, são às vezes tão pequenas que entram e saem das flores sem tocar os órgãos reprodutivos. Plantas como as gramíneas não necessitam atrair insetos, uma vez que são polinizadas pelo vento, o que indica sua maior evolução.
O papel das cores florais; preferências de cor; a base química das cores As abelhas preferem o que para nós aparece como cor amarela ou azul. Elas são capazes também de perceber a região ultravioleta do espectro, que para nós é invisível. São muito sensíveis às flavonas e flavonóis, substâncias que absorvem no ultravioleta e estão presentes em quase todas as flores brancas. As abelhas são insensíveis ao vermelho, mas visitam flores vermelhas, guiadas pela presença de flavonas que absorvem luz ultravioleta. Os beija-flores são sensíveis apenas ao vermelho e sua preferência por flores de um vermelho vivo, como os Hibiscus, é conhecida. Em habitats especiais podem visitar também flores brancas. As outras classes de polinizadores mostra menor sensibilidade à cor das flores. Enquanto as borboletas são atraídas por flores de cor vibrante, as mariposas preferem as flores de cor vermelha, púrpura, branca ou rosa-claro e as vespas preferem cores monótonas, escuras e pardacentas. As moscas são atraídas por flores de cor escura, marron, púrpura ou verde. Finalmente, existem os besouros e os morcegos, que são visualmente inertes à cor e dependem de outro tipo de sinais para serem levados às flores. Existem 3 classes principais de substâncias químicas associadas geralmente às cores das flores: os flavonóides, os carotenóides e as clorofilas. (Ver tabela 1 e figura 2, como exemplo) Tabela 1
Fonte: Harborne, J.B.
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