Louvo o dinheiro - esse útil soberano.
Louvo esse ideal moderno mercantil.
Sim. Que nobre é o salário! Sim: Que engano
é declará-lo vão - julgá-lo vil!
Quem nos couraça neste prélio insano?
Quem forja o laço desta união civil?
Quem mais é a base do bem-fazer humano?
- O ouro, esse sol e seu clarão febril!
Negue-o burguês (que pr´a ganhá-lo sofre...)
Negue-o burguês (depois de cheio o cofre...)
Que importa a moral desse imbecil?!
Só tenho os pobres sonhos na sacola!
Mas louvo a sã riqueza - mãe da esmola
e filha do trabalho varonil!