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Clique aqui para ouvirFLAUSINO tocando "Batuque"GRAVAÇÃO de 1924

Composições de Flausino Vale

FLAUSINO VALE

Flausino Rodrigues Vale (1894-1954)

Compositor, Violinista, Humanista e Poeta

Flausino Rodrigues Vale nasceu em Barbacena, Minas Gerais, no dia 6 de janeiro de 1894. Era o filho primogênito de Francisco Hermenegildo Rodrigues Vale e de Augusta Campos Vale. Hermenegildo era clarinetista e Da. Augusta cantava muito bem e tocava piano. Dos dez filhos do casal, três aprenderam o violino e outros dois optaram pelo piano.

Flausino iniciou seus estudos musicais com Camilo de Castro e começou a aprender violino com dez anos de idade - "precisamente no dia 20 de fevereiro de 1904", - com um tio materno, João Augusto Campos que lhe transmitiu a técnica da escola franco-belga do violino. (Augusto fora aluno de Manuel Joaquim de Macedo, o maior virtuose brasileiro do violino do século XIX que, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro e estudado na Europa, viveu grande parte de sua vida em Juiz de Fora e Barbacena. Macedo foi um dos "spallas" do Convent Garden de Londres e discípulo de Joachim, Vieuxtemps, Leonard e Bériot).

Mas Flausino quis deixar de lado todos os métodos acadêmicos e criar uma forma sua de tocar e compor para o instrumento.

Clique aqui para ouvir a introdução de "Batuque"¯

Mudou-se para Belo Horizonte em junho de 1912, aos dezoito anos, para terminar seus estudos na nova capital do Estado. A princípio ganhou a vida tocando em cinemas, casamentos e festas.

Orquestra do "cinema-mudo", Belo Horizonte, 1923. Flausino, sentado, à direita. João Zacharias, clarineta; Targino da Matta, violoncelo; Henrique Dias, flauta; Vespasiano dos Santos piano; José Machado, contrabaixo.

Flausino integrou várias orquestras de cinema mudo, principalmente a do Cine Odeon de Belo Horizonte, integrada por João Zacharias, clarineta; Targino da Matta, violoncelo; Henrique Dias, flauta; Vespasiano dos Santos piano e José Machado, contrabaixo.

Inicialmente cursou a escola de engenharia, durante dois anos, mas abandonou o curso para matricular-se na Faculdade de Direito de Minas Gerais, onde bacharelou-se bacharelando-se em 1923.

Dedicou-se a fundo à profissão de advogado, tendo-a exercido até alguns anos antes de falecer.

Em 1928 casou-se com Abigail Alves Terra e dessa união nasceram três filhos nos quais colocou nomes indígenas: Guatémoc, Huascar e Arakén.

Mais tarde assumiu a cadeira de História da Música no Conservatório Mineiro de Música, hoje transformado na Escola de Música da UFMG.

Participou, como solista, das orquestras de rádio e por mais de dez anos foi "spalla" da orquestra da Sociedade Mineira de Concertos Sinfônicos.

Flausino possuía sua própria maneira de tocar violino. Por isso nunca se deu bem em orquestras nem se sujeitava ao domínio de maestros. Preferia tocar sozinho e realizar recitais particulares, dizendo: "a Música é a arte de se combinarem os sons e se descombinarem os músicos..."

Deu vários recitais, sempre apreciado pelas platéias. Tocava com entusiasmo pondo toda a alma na interpretação, os movimentos exagerados com o sangue lhe subindo ao rosto. Os dedos saltavam sobre as cordas e o arco parecia voar nos trechos mais difíceis.

Nos "cantabili", balançava o corpo e inclinava a cabeça sobre o instrumento, como um cigano. Para Flausino o violino era um instrumento autônomo. Suas transcrições são repletas de cordas-duplas, harmônicos, e pizzicatti com a mão esquerda à maneira de acompanhamento.

Foi solista em dois concertos com a Sociedade Mineira de Concertos Sinfônicos, num dos quais, executou o célebre Concerto em Mi menor de Mendelssohn.

Mas ele sempre evitava as grandes audiências e ficava mais satisfeito num grupo de poucas pessoas. Aí, então, exibia sua técnica apurada. Executava de preferência suas composições, seus arranjos e suas transcrições. (continua)

CONTINUARè

 

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