Clique aqui para ouvirFLAUSINO tocando "Batuque"GRAVAÇÃO de 1924 |
||||||
FLAUSINO VALE
Flausino Rodrigues Vale, compositor e violinista mineiro, nasceu em Barbacena no dia 6 de janeiro de 1894. Viveu em Belo Horizonte a maior parte de sua vida, desde os 18 anos de idade até sua morte em 1954. Flausino Vale foi um violinista sui-generis, o "Paganini brasileiro", segundo Heitor Villa-Lobos. Em 1930, Villa-Lobos estava de volta da Europa e encontrou no Brasil uma crítica hostil à sua produção musical e ao que ele considerava correto sobre educação musical para o país. Os dois músicos se encontraram nessa ocasião e devem ter se deliciado mutuamente com as idéias originas que tinham sobre a música brasileira. Muitas das concepções de Villa-Lobos para sua obra instrumental tiveram origem em encontros dessa natureza, com compositores e instrumentistas que "andavam inventando coisas" pelo sertão a fora. Flausino era o que se pode chamar "um espírito universal": advogado atuante, jornalista, professor de História da Música, poeta e escritor. Colaborava com vários jornais do país como cronista musical, publicou poesia, obras teóricas sobre música e debates sobre questões brasileiras, a fauna e os índios, de quem ele era veemente defensor. Mas ele foi acima de tudo um compositor com idéias próprias. Autodidata e desbravador, aparentemente isolado do mundo numa Belo Horizonte dos anos 20, ele conhecia perfeitamente o repertório musical de todas as épocas. Dominava com facilidade as composições para violino de Bach, Beethoven, Paganini e dos compositores da escola franco-belga. Como um Guimarães Rosa da música instrumental, criou seu próprio vocabulário musical. Compôs, sem "fazer média" com o público, um discurso melódico e rítmico típico do sertão brasileiro. Ao contrário do que acontece hoje entre os adeptos da globalização cultural, a ligação de Flausino com a cultura européia veio fortalecer as potencialidades da música instrumental brasileira e não submetê-los a estereótipos de conservatórios. Compôs 26 prelúdios para violino cujos títulos revelam a autenticidade de sua inspiração: Batuque, Casamento na Roça, A Mocinha e o Papudo, A Porteira da Fazenda, Pai João, Viva São João, A Casinha Pequenina, Serenata Onírica, O Canto do Sabiá, e outros. Produziu música para canto, corais orfeônicos, partituras onomatopéicas, peças para pequenos conjuntos musicais e orquestras de cinema mudo. A importância da música de Flausino revela-se nas execuções públicas e gravações que fizeram de seus prelúdios concertistas internacionais. Jascha Heifetz editou o prelúdio "Ao Pé da Fogueira" nos Estados Unidos, executou e gravou esse prelúdio na década de 40. Clique aqui para ouvir um trecho de "Asas Inquietas"¯ (continua) |
Flausino e Heitor Villa-Lobos
CLIQUE AQUI PARA OUVIR ¯ "Ao Pé da Fogueira" (Arranjo para Quarteto por J. Maurício Guimarães)
Flausino aos 28 anos
|
Clique aqui para ouvirFLAUSINO tocando "Batuque"GRAVAÇÃO de 1924 |
||||||