VERSIONES 16

Año del Buey - Octubre/Noviembre de 1997


Director, editor y operador: Diego Martínez Lora.
Versiones se elabora desde la ciudad de Vila Nova de Gaia, Portugal


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No sol, a luz transmite, os vectores de um monopólio, de arco colorido, no plano vertical da vida, mais horizontal do passado vivido, no sul da cidade velha, pela velocidade do eléctrico, no trem das carruagens mais elevadas, da mente mais pródiga, do sentimento mais próspero, do ar milagroso do soberbo riso da natureza, quando suas folhas trespassam a luz verde. No seio do tronco de capa acastanhada pelo antigo musgo que a resgata, de cor plana, no árido de suas cristas, pelo fogo volumoso. No estanho polido da Gibéria amarga, recauchutada por uma penumbra doce, de penas brancas, abrilhantando a transparência do Norte, de diáfanos suavizantes, do oráculo mais intenso de pegas surpresas, do esbelto rio de Landim, que passara pela adega mais admirável dos vinhos de Mateus. Pela videira arrochada, pelo orvalho sulfatado e primaveril, ainda sentido e notado pelos trajes de lenços estampados.

***

O sol brilha, pelos ventos clandestinos das arestas passageiras, e sem tumores, de uma vida protagonizada pelos demais, fieis e infieis, filosofantes e rupestres, na arcada do sec. XX, pelos vintenos insatisfeitos ou saciados, no árido balão do sul português, sulfatando más intensões e desabitando almas refugiadas, para se contemplarem, nas perguntas de Sócrates.

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Efectivamente, na clausura da vida, são reivindicados os desejos sociais do eterno monumento da água, que flutua, nos rios dos oceanos.
Pelo pôr-do sol, das ondas passageiras de baixo nível, no plano de concentração maternal da mãe fluvial, onde o areal se expande por quiilómetros insolúveis, à imensidão de sonhar o dia de amanhã, no pensamento de hoje.

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A minha paz, é a tua alma,
No rio Douro, que balançamos,
No ser de ouro que és,
Quando dizemos que nos adoramos.

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No seio do saber, o sol e a chuva lamentam-se, no gesto de algo doce, que caira sobre uma seda finíssima, no linho rasgado de suaves redondos alvos e espessos de ternura, pela melancolia de um tenebroso dia, almofadado de giestas e flocos de neve, que suspiram ao amanhecer do primeiro mês, suando de frescura, pelos jardins cremosos e sonhos delicados.V


(*)Liliana Marques, pintora portuguesa. Mora na Maia, Norte do Portugal.




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