Notas
sobre o mutualismo étnico e a esfera do trabalho (Rio Grande do
Sul, séc XIX) - 86 kb
Apresentado em uma primeira versão
no V Encontro Estadual de História (ANPUH-RS), em jul. de 2000.
Discuto aqui a possibilidade de incorporarmos as sociedades de socorros
mútuos organizadas segundo critérios étnicos ao estudo
das associações de trabalhadores.
A
pequena política operária e a grande política estadual
(Rio Grande do Sul, 1890-1925) - 32 kb
Apresentado durante o IV BRASA, em Washington,
nov. 1997. Discuto o impacto da bipolaridade pólítica no
Rio Grande do Sul na conformação do movimento operário.
Quem
construiu o calçamento da Rua da Praia? - 151 kb
Este texto, escrito em 1995, tenta explicar
a conduta violenta de canteiros e calceteiros (trabalhadores das pedreiras
e calçamento) durante greves por meio do orgulho do ofício
(associado também à masculinidade) e do closed shop.
Estratégias privadas e públicas das sociedades de socorros mútuos - 3 Mb e uns quebrados
Este é um arquivo pdf com minha tese, defendida em 2004, cujo resumo é o seguinte:
A tese aborda as condições necessárias para o desenvolvimento de estratégias públicas
pelas sociedades de socorros mútuos. Definindo as associações como formas de
organização que implementam estratégias privadas, o trabalho focaliza as condições
econômicas, sociais e políticas prévias e necessárias para a implementação de
estratégias públicas. Ao invés de uma abordagem teórica, a investigação toma como
universo empírico o Rio Grande do Sul, no período compreendido entre 1854 e 1940, e
lança mão de comparações nacionais e internacionais para generalizar algumas
afirmações. Neste estudo, é central a identificação de tensões entre os interesses
materiais e espirituais. O padrão dos associados estaria tipicamente interessado nos
benefícios materiais oferecidos pelas sociedades de socorros mútuos, ao passo que as
lideranças estariam nos recursos espirituais e/ou políticos. A abordagem permite explicar
as razões pelas quais a bibliografia geralmente está interessada nos recursos espirituais:
o volume das fontes qualitativas preservadas sobre essa dimensão tende a ser maior. A
abordagem toma as fontes qualitativas e/ou discursivas como anômalas, mas necessárias
para o desenvolvimento de estratégias públicas, porque a reciprocidade econômica não é
suficiente: o sentimento de lealdade entre os membros é necessário para a manutenção
da atividade de securitização e eventual comportamento político. Contudo, o sentimento
de lealdade não é suficiente para o desenvolvimento de estratégias públicas, porque o
Estado pode (ou não) ser permeável à representação de interesses pelas sociedades de
socorros mútuos. Como a tese demonstra, a permeabilidade é maior, quanto menor for a
jurisdição, de modo que as estratégias públicas são mais freqüentes em níveis local e
regional, e assim seriam, mesmo que entidades nacionais existissem em maior profusão.
As três partes da tese focalizam, respectivamente, nas condições econômicas, sociais e
políticas. Na Primeira Parte, o centro é a distribuição, classificação e socorros oferecidos;
na Segunda Parte, a comparação entre fechamentos étnicos e de classe e o controle de
comportamentos entre os membros; na Terceira Parte, o central é a versatilidade das
associações na escolha de aliados políticos. A tese conclui que só se podem explicar as
estratégias públicas pelas das sociedades de socorros mútuos quando combinados os
três níveis de análise. A montagem lenta e hesitante da previdência estatal no Brasil após
1923 negou às sociedades de socorros mútuos um papel claro na atividade de
securitização, tampouco o status social ou político para participar desse processo de
montagem.
Palavras-chaves: sociedades de socorros mútuos; previdência; trabalho e etnia