"Caetité é uma cidade antiga onde o povo sentiu esse patriotismo desde cedo. na Guerra do Paraguai já foram caetiteenses para a guerra. Na Guerra da Independência, também foram muitas pessoas daqui. Ainda temos ali a Pedra do Conselho, que ali as mães iam se despedir dos seus filhos, para saber se voltariam um dia. Por isso esse cortejo vai até o cemitério na lembrança às mães que na Guerra do Paraguai e na Guerra da Independência iam lá se despedir de seus filhos. A festa emocionava muito, vibrava em todo coração Caetiteense. Era uma beleza se ver aquelas velhas com o ramo de café e fumo. Tinha uma velha, a que criou Zé Brito, ela fabricava o ano inteiro os ramos de café e fumo para vender. E todo mundo colocava no peito. Nas escolas os rapazes com a fita verde. As meninas, as mocinhas com a farda branca. A descida, à noite, era uma coisa maravilhosa. Começava lá aonde mora Clarismundo hoje, discursos de lá até o cemitério. Fogueiras nas ruas... O povo vibrava mesmo, sentia dentro o fogo do patriotismo (...) Tinha desfiles com retratos, homenagens, representação teatral, todas as coisas normais. Como a cidade era pequena o povo só pensava naquilo. Hoje o povo tem muita coisa no que pensar; então, vai perdendo aquele brilho, aquele entusiasmo, aquelas cavalhadas... Tudo isso era naquele tempo. hoje em dia é tudo correria porque o povo não tem tempo pra perder. Hoje as coisas mudaram. Ainda estão lutando aí para ver se salva alguma coisinha. A mudança do mundo é um fato. Daqui a 50 anos há de ter alguém que irá comentar aquilo que aconteceu e que está acontecendo hoje, assim como eu estou fazendo agora." (Monsenhor Osvaldo, 1996) |