Capa do Livro
RELEASE
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A FESTA DO DOIS DE JULHO EM CAETITÉ
  Segundo livro do Acadêmico Bartolomeu Mendes com a temática da história caetiteense, desta feita concentrada num só tema, "A Festa do Dois de Julho em Caetité" reúne depoimen-tos sobre o mais antigo evento cultural da cidade, analisando-os sob a ótica contextual e histórica.
   Sendo Caetité uma das únicas cidades a espontaneamente comemorar a data máxima da Independência Baiana (e, a rigor, do Brasil), o livro destaca-se já no seu início, eternizando a memória de duas figuras que, como o Autor, fizeram-se caetiteenses: "Seu" Lindoro e Ovídio Rochael.
   Percorrer as páginas desta obra remete o leitor aos momentos onde a data cívica embriaga-se das manifestações populares, fazendo-nos vislumbrar a comemoração ao longo do tempo, sua importância para a cidade e região.
   Lançado em julho de 2002, o livro ocupa já um dos lugares de destaque onde se busca o conhecimento e reconhecimento de nosso passado e presente, nesta miscelânia cultural única, que funde o "cívico ao popular".
EXCERTO:
  MONSENHOR OSVALDO (Padre Vavá), que além de ser um fiel guardião das almas do Cristo, é também um grande conhecedor da História de Caetité. Com mais de oitenta e seis anos, cheio de entusiasmo e espiritualidade, lega-nos também a sua visão sobre o Dois de Julho em Caetité:
Textos de Bartolomeu de Jesus Mendes - Academia Caetiteense de Letras - Caetité - 2003 - Todos os direitos pertencem ao Autor.
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do cívico ao popular
  "Caetité é uma cidade antiga onde o povo sentiu esse patriotismo desde cedo. na Guerra do Paraguai já foram caetiteenses para a guerra. Na Guerra da Independência, também foram muitas pessoas daqui.
   Ainda temos ali a Pedra do Conselho, que ali as mães iam se despedir dos seus filhos, para saber se voltariam um dia. Por isso esse cortejo vai até o cemitério na lembrança às mães que na Guerra do Paraguai e na Guerra da Independência iam lá se despedir de seus filhos.
   A festa emocionava muito, vibrava em todo coração Caetiteense. Era uma beleza se ver aquelas velhas com o ramo de café e fumo. Tinha uma velha, a que criou Zé Brito, ela fabricava o ano inteiro os ramos de café e fumo para vender. E todo mundo colocava no peito. Nas escolas os rapazes com a fita verde. As meninas, as mocinhas com a farda branca. A descida, à noite, era uma coisa maravilhosa. Começava lá aonde mora Clarismundo hoje, discursos de lá até o cemitério. Fogueiras nas ruas... O povo vibrava mesmo, sentia dentro o fogo do patriotismo (...) Tinha desfiles com retratos, homenagens, representação teatral, todas as coisas normais. Como a cidade era pequena o povo só pensava naquilo. Hoje o povo tem muita coisa no que pensar; então, vai perdendo aquele brilho, aquele entusiasmo, aquelas cavalhadas... Tudo isso era naquele tempo. hoje em dia é tudo correria porque o povo não tem tempo pra perder.
   Hoje as coisas mudaram. Ainda estão lutando aí para ver se salva alguma coisinha. A mudança do mundo é um fato. Daqui a 50 anos há de ter alguém que irá comentar aquilo que aconteceu e que está acontecendo hoje, assim como eu estou fazendo agora."
(Monsenhor Osvaldo, 1996)