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Era outro dia de sol em Londres. Walter passeava calmamente pelo castelo da Hellsing, não havia nenhum chamado ou mesmo notícias da aparição de um vampiro havia meses. A srta. Integra Hellsing estava novamente ao comando da organização, pois com muita insistência e um bom advogado, eles conseguiram continuar com seu trabalho após o incidente do Incognito. Ela havia sido presa como culpada por permitir que aquilo acontecesse, mas recebeu o perdão da Rainha e conseguiu continuar com as atividades da organização. Apesar de ainda existir, a organização estava totalmente desfalcada. Tudo que eles ainda tinham eram seus membros mais influentes em batalha e um pequeno batalhão de 100 homens. Celas Victoria estava escolhendo um vestido para a noite, pois Walter sugeriu que fizessem uma festa de agradecimento a todos que quiseram que a Hellsing continuasse. Relutantemente, Integra não queria aceitar, mas após muito refletir, consentiu. Uma sombra paira pelo quarto de Celas. "Mestre?" fala ela. "Escolha uma roupa simples, policial. O brilho desta noite deve vir todo sobre a srta. Integra..." diz Alucard, se retirando logo após. "Mestre... o que você está pensando... ?" Nesse mesmo momento, Walter invade o quarto de Integra trazendo vários vestidos de diversas cores, muitos modelos diferentes. Integra, que estava sentada em uma cadeira próxima, olha para Walter com indiferença. "Se está achando que eu usarei qualquer um desses vestidos, está muito enganado." diz ela. "A srta. Integra não tinha nenhum problema com vestidos antes de assumir o cargo da Hellsing. O que acha de abrir uma exceção desta vez?" insiste Walter. "A Hellsing é constantemente atacada por vampiros e outros demônios. Um líder não pode sair por aí de vestido ou saia. Assim eu não demonstraria nem um pouco de seriedade, ou mesmo, poderia ser considerada uma madame, algo que não me agrada." justifica Integra. "Hahaha! Integra... abra uma excessão esta noite. Depois do dia de hoje, você poderá fazer o que bem entender com seu visual, mas hoje, tente ficar mais feminina..." fala Alucard, de cabeça para baixo, encarando Integra. Ela olha seriamente para Alucard como se dissesse "não me diga o que fazer", mas ele devolvia sua rebeldia com um sorriso simples e um "hum!" característico. Na noite da festa, todos do conselho, seus familiares e umas pessoas influentes estavam brindando sua paz e a segurança que sentiam por ter uma organização que os protegesse das criaturas das trevas. Celas conversava com Walter, que não estava lá como mordomo daquela vez, e sim, como um dos membros mais importantes da organização. Eles reparam que todas as pessoas pararam de murmurar, ouvia-se claramente cada nota da música que tocava. Eles olharam para a escadaria e viram a srta. Integra Hellsing, descendo as escadas com um longo vestido de cetim negro, seus cabelos presos em um coque e sem seus óculos, que costumava usar sempre. "E o mestre me disse para não roubar a atenção da srta. Integra... não teria como fazê-lo, mesmo se quisesse." disse Celas, sorrindo. Todas as pessoas olhavam admiradas para Integra, mas além delas, outra pessoa olhava fixamente para ela. De um ponto sombrio no salão, escondido de todas as pessoas, Alucard admirava a beleza de Integra por trás de seus óculos. O jeito que ele estava sentado, silencioso, demonstrava quase como se ele esperasse alguma coisa. Celas percebe a presença de seu mestre no canto do salão e vai para perto dele. "Mestre, por acaso não irá se misturar com a multidão?" pergunta Celas. "Não, estou bem onde estou. Aguardo um momento apenas, policial." responde Alucard. Celas Victoria pensa com seus botões. Seria ela ousada o suficiente para esclarecer uma dúvida em sua mente, ou ficaria quieta e deixaria seu mestre em paz? Ela abriu a boca para perguntar a ele, mas sempre a fechava, com medo de ser castigada por sua ousadia. Alucard olha para ela com seriedade. Ela treme. "Não. Meu relacionamento com Integra não é o relacionamento de um casal humano. Integra é minha dona, eu sou um cachorro em suas mãos. Por ela ter me libertado, sou fiel a ela, mesmo que seus propósitos sejam totalmente diferentes dos de seu pai." diz Alucard sem mais nem menos. "Perdão, mestre. Não quis ser intrometida, mas é algo que me incomodava a muito tempo." explica Celas, aliviada. Faltavam apenas alguns minutos para meia-noite. Integra já havia conversado com muitos homens e suas esposas. Ela pegou sua taça de vinho e se dirigiu ao jardim, para sentar-se em um banco próximo. Ela suspira e olha para as estrelas. Alucard se aproxima. Integra se assusta um pouco, mas logo que enxerga seu subordinado, alivia-se e sorri. "O que faz aqui, Alucard?" pergunta Integra. "Esperando." responde. "Esperando o que?" "A meia-noite." responde Alucard, mas Integra continua desconcertada. "Vou voltar para casa hoje." "Você não pode ir embora! Você deve ficar e trabalhar para a Hellsing!!" fala Integra rispidamente. "Nem você, nem ninguém vai me impedir. Minha dívida com você já está paga, não tenho mais que te obedecer. Entretanto..." diz Alucard calmamente. "Entretanto o que?" pergunta Integra. Alucard se vira para uma árvore e puxa sua arma de dentro da capa. Ele dá 3 tiros na escuridão, derrubando alguém da árvore. Eles ouvem aquela risada característica. Celas sente algo e um frio sobe por sua espinha. O Pe. Alexander Andersen levanta-se lentamente, recuperado dos disparos que recebeu no peito. Ambos riem um do outro. Alexander empunha suas espadas e avança em Alucard. O braço armado de Alucard cai. O sorriso desaparece do rosto do vampiro, Andersen corta sua cabeça com facilidade. "O que pensa que está fazendo, padre?!" berra Integra. "Esse demônio quer reconstruir seu império. O vaticano não permitirá que ele volte a reinar sublime sobre todos os vampiros." responde Andersen. "Que quer dizer?" pergunta Integra. "Fazem muitos anos desde que ele veio para a Inglaterra. Antes de morar aqui, esse diabo torturava todas as pessoas da Transilvânia na sua sede por sangue humano. Mas ele não estava sozinho. Ele tinha 3 noivas, as quais continuariam a sua linhagem." Alucard ía se reconstituindo aos poucos. "Após comprar um castelo aqui, do qual todos desconhecem o paradeiro, ele procurou outras mulheres para serem suas noivas." continua Andersen, "Mina e Lucy foram as escolhidas. Mas ele não contava com um homem, um caçador, aquele que o deteria naquela ocasião... Van Hellsing." Alucard se levanta sério. Alexander sorri. Integra observa cuidadosamente cada movimento dos dois e ouve cada palavra que eles dizem. "Huhuhu... Naquela vez, Van Hellsing conseguiu me deter, mas foi temporário. Ele conseguiu salvar Mina e matar Lucy, que eu tinha transformado em vampiro. E enquanto eu era caçado aqui na Inglaterra, sem a minha proteção, minhas noivas foram caçadas e mortas na Transilvânia. Eu dormi por muito tempo, mas logo despertei para me vingar. E poderia eu escolher melhor noiva do que a filha de Van Hellsing?" contava Alucard. Integra se assusta com a revelação. Alucard gargalha alto, Alexander fecha a cara, irritado com atitude de Alucard. O vampiro continua. "Eu persegui a família Hellsing por muito tempo. Na minha última investida, o nobre Hellsing me lacrou nas catacumbas dessa mansão, até que viesse sua filha, Integra, e me libertasse de minha prisão. Ela tinha coragem, disciplina e um sangue delicioso..." "O que está dizendo...?" pergunta Integra. "A meia-noite de hoje, eu levarei ao meu castelo minha nova noiva... juntos, nós governaremos eternamente sobre todos os vampiros!!" grita Alucard. "Quem...?" murmura Integra. "Integra Hellsing!!!" Alexander ataca Alucard, que se transforma naquele demônio que enfrentou Loki Seto. Alucard mal se movimenta, escapa do ataque de Andersen e o estraçalha totalmente, deixando inteiro dele apenas metade do rosto, com uma expressão de desespero. Integra cai no chão tremendo. Alucard volta a sua forma cotidiana e estende sua mão para ela. Ele tira seus óculos. "Não a forçarei a nada. Venha comigo se quiser. Passaremos a eternidade dançando uma valsa sem fim... seremos verdadeiramente felizes para sempre..." Integra fecha seus olhos, sorri e dá sua mão a Alucard. Ele puxa o corpo dela para junto dele e a abraça apertado. Uma das mãos dele segura o pescoço dela e a outra acaricia sua nuca. Ela fecha os olhos e ele aproxima sua boca do pescoço dela. Uma brisa sopra suave. Eles estavam sozinhos. Ele diz: "Aguente, irá doer um pouco." Ele morde o pescoço de Integra e em cada gota rubro e morna do sangue dela, ele sentia a distância entre eles diminuindo. Integra sente o mundo de uma maneira diferente, sua alma ía desaparecendo aos poucos. Ela sentia como se fosse uma marionete nas mãos de Alucard. "Integra, não quero que seja totalmente obediente a mim." fala Alucard "Faça uma escolha. Será uma marionete ou minha noiva?" Alucard mostra seu pulso, tinha um corte. Integra pensa um pouco e toca o braço de Alucard delicadamente, lambendo o sangue dele. Ele a põe nos braços e a leva embora. Celas Victoria apenas observa seu mestre levando a verdadeira escolhida com ele. Após esse dia, muitos comentaram o desaparecimento repentino da srta. Hellsing. Celas não deixa de pensar em como seu mestre mentiu sobre Integra, mas sabe que um dia ele voltará junto a Integra para reclamar o trono de sua descendência... mas, seria o de Drácula ou Hellsing?
Fim. |
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