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Mais uma manhã calma em Akihabara. As férias de primavera de 2012 haviam chegado naquele dia. Todos os estudantes queriam aproveitar o momento para sair com seus namorados, observar as cerejeiras, passear pelo parque e fazer pique-niques com os amigos. Dentre todas as pessoas, apenas uma estava triste naquela época. A medida que passava pelo parque, Ibari ficava mais triste, obsevando os casais de sua escola e outras. Sair na primavera era bom, mas quando se está longe de quem se ama, se torna algo insuportável. Agora que havia entrado no 1º ano do 2º grau, ela notava o quão solitária estava. Ela senta-se embaixo de uma cerejeira em flor. Lembra-se de uma vez que em sua escola recebeu um pequeno bilhete de um garoto. Dizia: "Me encontre depois da aula perto da sala de música". Ibari foi se encontrar com o menino, embora soubesse, quebraria seu coração. "Ibari, eu... gosto de você. E você?" falou o garoto, nervoso. "Eu gosto... de outra pessoa." Ela ficou ressentida pelo garoto, embora achasse que era melhor não engana-lo. Mas a pessoa que ela amava não podia ficar com ela naquele momento. Quando o garoto foi embora, ela encostou-se na parede e derramando lágrimas de saudade pelo seu querido. Abraçou-se, tudo que queria eram os braços de seu amado príncipe naquele momento. Fechou os olhos e sentiu o perfume das flores de cerejeira. Era doce. Doce como seus sentimentos para com o príncipe. Pensou que havia adormecido. Ouviu uma voz familiar chamar por ela. Uma lágrima correu pelo rosto de Ibari. A voz ficou mais forte, como se estivesse a sua frente. "Ibari! Ibari, acorde por favor... !" "Quem...?" perguntou Ibari. "Sou eu. Tsubame." respondeu-lhe a voz. Tsubame estava parada em frente a Ibari. Era noite. Ibari havia dormido tanto que anoiteceu. Não notou a passagem do tempo. Ibari se desculpou com Tsubame e foi embora para casa junto a menina. Ao chegar em casa, logo foi tomar um banho e dormir. Entretanto, não conseguiu pregar os olhos naquela noite. Ela imaginou que o motivo fora o fato de ter dormido a tarde inteira, mas algo mais a incomodava. Sentou-se na varanda de casa, esperando que por um milagre o príncipe aparecesse e enxugasse suas lágrimas com delicadeza. O príncipe apareceria numa luz tremulante e daria nela o abraço que tanto queria. Mas Ibari não sabia por que estava assim, o príncipe prometeu que esperaria por ela o tempo que levasse. Sentiu um perfume diferente no ar, uma luz branca surgiu com uma forma conhecida. Pétalas de flores de cerejeira envolveram Ibari e o vento a levou para o céu. Bateu no ser de luz, sentiu seu corpo abraçado por uma sensação de calor e conforto. Ibari olhou para o rosto do ser, sorriu de felicidade. Seu querido príncipe estava lá. Ele sorriu tranquilamente e aproximou seu rosto de de Ibari. Ela fechou os olhos e sentiu a respiração quente de seu querido... acordou. De manhã, praparou panquecas par o café de todos. Seus pais foram os primeiros a acordar, depois Tsubame, e por último, Densuki e Petit Angel. Todos comeram satisfeitos suas refeições. Conversaram animadamente durante o café, mas logo, todos se separaram. Tsubame decidiu ficar em casa para limpá-la junto com a mãe de Ibari. O pai dela foi trabalhar e ela saiu com Densuki. Durante toda a manhã, fitou as flores de cerejeira do parque. Densuki, embora um pequeno bebê patapi, conseguiu perceber a tristeza de Ibari. Ele virou-se em sua direção, sorrindo bonitinho e perguntou: "Ibari triste?" "Densuki... talvez você não entenda... estou com saudades do príncipe." "Saudades dói?" "Dói o coração, como se ele estivesse sendo cortado em pedacinhos..." "Saudades tem cura?" perguntou inocentemente Desuki. "Tem. Se eu ficar o príncipe, estarei curada dessa saudade." respondeu Ibari, sorrindo para Densuki. "Ibari vê o príncipe e cura essa saudade!!" grita Densuki animado. "Mas assim, deixarei meus pais e meus amigos com saudades de mim..." Densuki desanima. Ibari suspira triste. Densuki tem uma coisa na mente. Ele escapa dos braços de Ibari e corre pela cidade. Ela o segue, com medo de que algo aconteça com ele. Densuki acaba chegando na casa de Ibari, onde Tsubame e a mãe de Ibari estão fazendo faxina. O travesso Densuki rouba a vassoura da mãe de Ibari e foge, fazendo-a seguí-lo. "Densuki, seu bobo! Me devolva isso!!" fala a mãe de Ibari, tirando a vassou das mãos de Densuki. "Ibari triste... com saudades." fala o pequeno. "Como? Saudades de que?" "Saudades do príncipe. Ibari quer ficar com o príncipe, mas não quer que pai, mãe e amigas fiquem com saudades dela..." "Entendo, Densuki. Obrigada." A mãe de Ibari explica a Tsubame que vai ter que sair por um momento. Ela procura Ibari, e a encontra sentada num banco da praça, descansando. Senta-se ao lado da filha lentamente, Ibari percebe. A mãe abraça Ibari com força e beija sua testa carinhosamente. "Mamãe? O que houve" "Ibari, uma mãe gosta de ter uma filha por perto, mas detesta quando por isso, sua filha está sofrendo..." "Co-como você sabe que eu estou triste?" "Intuição de mãe. Diga, querida, você quer ficar aqui e sofrer ou ir embora e ser feliz ao lado de quem você ama?" "Não sei..." Ibari olha nos olhos da mãe com tristeza, mas sabe que ela entende seus sentimentos. Ela chorou no colo da mãe um bom tempo, enquanto isso, sua mãe acariciava sua cabeça compreensiva. A mãe de Ibari sorriu e disse: "Hoje a noite, vá embora atrás de quem você ama." Ibari levou Densuki até o alto da sua escola naquela noite. Sentou-se no chão e ligou para Suzumi, Kamome, Tsugumi e Usura para dizer apenas "Adeus". Pegou no bolso uma pulseira de prata que Tsubame deu a ela antes de ir. Sorriu tristemente por dar adeus para suas amigas. Pegou Densuki e fitou o céu estrelado. "Densuki? Pode me transformar numa Diva para que eu possa ver o príncipe?" "Densuki não pode." Ibari olhou Densuki surpresa e chorou. Densuki olhou para Ibari como se não entendesse o motivo de tanta tristeza. Ele disse: "Densuki não quer Ibari Diva. Diva só fica com príncipe por um tempo. Densuki transforma Ibari em princesa..." Densuki brilhou intensamente. Uma luz branca envolveu Ibari, junto a muitas pétalas de cerejeira, como no seu sonho. Quando Ibari abriu seus olhos, estava vestida com um belíssimo vestido branco elegantemente detalhado de flores de cerejeiras que reluziam ao luar. Em suas costas, duas asas angelicais a levavam para onde se encontrava o Primobile. Chegou ao Primobile, seguiu diretamente ao quarto do príncipe Crânio. Ela desceu vagarosamente até chegar a cama onde o seu querido príncipe dormia. Deitou-se ao lado dele, tocando seu rosto terno adormecido de uma maneira que apenas Ibari poderia. Deu-lhe um beijo doce nos lábios. "Estive esperando..." disse o príncipe. "Pois não precisa mais, majestade..." O príncipe Crânio envolveu Ibari num abraço quentinho que ela esperava. Eles dormiram juntos, sonhando com os momentos de felicidade que se seguiriam dali em diante, agora que sua saudade não existia mais.
FIM |
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