Nome popular: African fat-tailed gecko, fat-tail gecko, lagartixa de cauda gorda, lagartixa de duas cabeças.

Nome científico: Hemitheconyx caudicinctus

Família: Geckonidae

Subfamília: Eublepharinae

Distribuição geográfica: África, da Nigéria até o Senegal.

Ambiente: Savanas, regiões semi-áridas e desérticas.

Tamanho: De 18 a 25 cm.

Longevidade: Entre 10 a 20 anos, mas em média, 15 anos.

Manuseio: Estes geckos aceitam manuseio, mais deve-se tomar cuidado com a sua bela e frágil cauda que pode quebrar-se com facilidade. Não se deve manusear exageradamente destes animais para não deixá-los estressados.

Hábitos: São terrestres e noturnos.

Terrário: Terrário com tampa de tela para ventilação, com no mínimo 60 x 40 x 40 (comprimento, largura, altura) é suficiente para acomodar um macho e 3 fêmeas. Devem-se alternar períodos de luz e sombra e os banhos de sol diários são importantes para a manutenção da saúde. Como decoração use pedras redondas sem pontas, galhos, troncos, cavernas úmidas, plantas artificiais etc., é necessário prover "esconderijos" para os animais mais tímidos. Como substrato, pode-se usar, barks, litter, cascalho de rio natural, areia refinada, musgo de cipestre, ou mesmo areia própria para répteis como a Fine reptile sand e Crushed oyster shell, da Zoomed e são encontrados nas melhores lojas especializadas, mas o preços destas areias é um pouco elevado. Nunca use areia grossa, porque estes geckos ingerem grãos de areia para auxiliar em sua digestão e areia grossa pode dar problemas digestivos nestes animais.
Uma vasilha com água fresca deve estar sempre a disposição dos animais e ela deve ser colocada ao lado oposto ao da fonte de calor.

Temperatura: Entre 26° e 32°C. Estes animais tem preferência por ambientes quentes e secos, com temperaturas altas. Para manter a temperatura ideal pode-se usar rochas aquecidas, placas aquecidas (com cuidado pois as placas podem provocar queimaduras nos animais), lâmpadas com emissão de calor como lâmpadas infravermelhas, ou lâmpadas de cerâmica, etc.

Umidade: Entre 40% a 60% é o ideal. Borrifar o terrário todos dia para manter um certo grau de umidade e na fase de troca de pele ajudar os animais.

Iluminação: Por se tratar de animais noturnos, não é necessário o uso de iluminação artificial, a não ser se for para aquecimento.

Alimentação: Grilos, baratas, larvas de tenébrios, superworms, neonatos de camundongos (que devem ser oferecidos somente uma vez a cada duas semanas e só devem ser oferecidos aos animais de grandes dimensões), etc,. Suplementos de vitaminas e cálcio são necessários para o bom desenvolvimento e manutenção do esqueleto e devem ser oferecidos principalmente para os animais em desenvolvimento e fêmeas na fase de produção dos ovos.
Assim como os leopards geckos, os fat tailed geckos também ingerem grãos, de areia para auxiliarem em sua digestão.

Dimorfismos sexuais: Os machos são maiores que as fêmeas, a cabeça dos machos são maiores e mais largas do que das fêmeas, os poros pré-anais são visíveis nos machos. O hemipênis é visível, na forma de bulbos situados na base da cauda.

Reprodução: Um macho pode fecundar várias fêmeas na mesma estação de acasalamento. O casal se posiciona lado a lado, justapõem os corpos e os espermatozóides são depositados na entrada da cloaca da fêmea. No período anterior ao acasalamento, uma redução da temperatura, obrigando os animais a reduzir o metabolismo, seguido de uma elevação gradual, acompanhada do oferecimento de uma quantidade maior de alimentos, favorece a reprodução destes animais em cativeiro.

Postura: A fêmea deposita 2 ovos por vez. A eclosão ocorre entre 50 e 60 dias, mas pode demorar até 3 meses, dependendo das condições climáticas. O sexo dos filhotes é determinado pela temperatura ambiente, sendo que se a temperatura estiver abaixo de 25°C: a maioria dos ovos não vinga e os poucos filhotes serão fêmeas; entre 25°C e 26°C, nascerão fêmeas; entre 27°C e 31°C, nascem filhotes dos 2 sexos; 32°C e 33°C, nascerão machos; acima de 33°C, a maioria dos ovos não vinga e os poucos filhotes serão machos. Antes do acasalamento, é necessário aumentar a alimentação diária, porque os animais magros produzem ovos frágeis e quase sempre inférteis.
Os ovos fertilizados devem ser retirados no dia seguinte à postura e mantidos num terrário maternidade quase totalmente cobertos por areia úmida ou vermiculita (na proporção de 3 partes de areia ou vermiculita para duas partes de água). Recomenda-se que seja mantido um pote com água, para aumentar a umidade relativa do ar no período de incubação. Se forem deixados no terrário, a fêmea vai ocultar os ovos, que poderão ser atacados pelos adultos. Por isso, devem ser transferidos para um terrário maternidade no dia seguinte ao da postura. No transporte, deve-se ter cuidado para não girá-los, nem romper-lhes a casca, que é relativamente frágil.
Para facilitar a sua retirada, se for inserido um pote num dos cantos do terrário (com cerca de 5 cm de altura), com areia ou vermiculita umedecida, é praticamente certo que a fêmea vai procurá-lo para depositar os ovos.

Observações: Animal dócil, sendo especialmente indicados para os criadores iniciantes. Aceitam manuseio, podendo ser manuseado freqüentemente. Deve-se tomar cuidado com a cauda destes geckos que é muito sensível, ao manuseá-los pois ela pode quebrar-se facilmente com algum movimento brusco. Um gecko que tenha perdido o seu rabo, deve ser mantido em ambiente quente, e deve ser alimentado muito bem enquanto armazena novamente gordura e um novo rabo cresce. Estes por sua vez crescem muito rápido.
Atingem a maturidade sexual quando completam um ano de idade.
São parentes próximos dos leopards geckos, são muito parecidos com os leopards, diferindo no formato de sua cauda, sua coloração natural que é mais escura e sua distribuição geográfica, que se limita ao continente africano, enquanto que os leopard geckos são encontrados no continente asiático.
Igualmente aos leopards os fat tails também não possuem as lamelas digitais adesivas, eles possuem garras ao invés das lamelas, por este motivo também não conseguem escalar superfícies lisas, como outros representantes da família Gekkonidae.
Uma das particularidades da espécie é a sua cauda, em que o organismo acumula gordura, para os períodos em que a caça se escasseia, ou mesmo no inverno, quando o metabolismo se reduz, esse estoque é consumido, garantindo a nutrição adequada do animal.
Por este motivo vem o nome de fat tail, (fat = gordo(a), tail = cauda, rabo) ou lagartixa de duas cabeças, por causa deste acúmulo de gordura em sua cauda em forma de uma esfera, se assemelha com uma segunda cabeça, que é uma arma útil contra os predadores.
A cauda também é usada para despistar predadores, a cauda confunde o predador pois por se parecer com a cabeça o predador fica confuso e pode atacar a cauda que se desprende com facilidade, assim o fat tail consegue fugir com vida e sua cauda logo regenera-se, mas a nova cauda normalmente exibe irregularidades e tonalidade mais pálida do que a cauda original. Os machos são extremamente territorialistas e quando 2 machos são reunidos num espaço pequeno, é certo que vão lutar até a morte. As fêmeas também podem se mostrar agressivas; por isso, no período de introdução e adaptação no terrário, deve-se observar cuidadosamente o seu comportamento.
Apesar de serem animais dóceis, o acasalamento destes animais é um pouco violento por parte do macho que morde a sua parceira na hora da cruza. O macho tentará a aproximação violenta primeiro, é um comportamento muito agressivo, consiste simplesmente em mordidas no pescoço da fêmea, como ele faria com um macho em situação de combate, e depois disto o macho copula com a fêmea.
Se não der certo e a fêmea conseguir escapar, ele será menos violento e mordiscará a base do rabo dela, subindo até o pescoço. Esta última técnica geralmente é a que funciona melhor. Espécimes saudáveis estão sempre atentos ao movimento ao seu redor, tem os olhos brilhantes e são muito vorazes: quando identificam uma "refeição" no terrário aproximam-se lentamente, movimentando a língua para sentir o ambiente.
Por causa da facilidade no acasalamento e na obtenção de novos indivíduos em escala comercial, com diversas novas variedades de mutações de cores, fixadas e reproduzidas em cativeiro além de já ter resultado num conhecimento amplo sobre o sistema de reprodução e postura, tornou praticamente desnecessária a coleta desses animais no seu ambiente natural.