-                                              Ifá
Aquele que através do jogo divinatório fala o seu passado, seu presente e seu futuro. É o código decifrado do destino individual de cada ser humano, que trazemos quando nascemos, sendo um culto específico onde os portadores desta sabedoria são chamados de Bàbáláwò, "o Pai dos Segredos".
No Culto a Ifá, os Bàbáláwò são pessoas escolhidas pela divindade através do jogo de Opele-Ifá, pois necessitam reunir em sua personalidade um caráter compatível com a missão que será desenvolvida, e onde não é permitido a traição, a falsidade, o orgulho, a vaidade, tendo que reunir uma forma de caráter muito especial, além da inteligência, para ser um iniciado. Neste Culto as pessoas não se candidatam a Bàbáláwò.Na África, após o nascimento de uma criança ela já é levada a um Bàbáláwò para que os pais saibam o que será melhor para o seu destino, e desta forma encaminhada para a missão na qual nasceu.Os escolhidos, quando atingem a idade necessária são encaminhados então ao templo e ali com os anciãos serão iniciados no culto e passam a adquirir o conhecimento dos segredos, a conduta necessária para que nunca percam este poder e a forma de como ajudar aos outros em qualquer tipo de aflição.
Dentre estes escolhidos, alguns serão encaminhados para ser Bàbáláwò, e outros para serem o Omo-Ifá, aqueles que acompanharão o Bàbáláwò em tudo o que fizerem mas que nunca poderão atingir ao grau maior da sabedoria embora estejam presentes e cientes de todos os rituais sagrados. Este código será decifrado através dos 16 Odù, que são os 16 Òrìsà primordiais, ou seja, o retrato de nosso caminho na terra que podem ser multiplicados por mais 16 e assim por diante, podendo chegar a mais de 4000, retratando todas as formas emocionais e os problemas adquiridos pelo ser humano. Para cada caminho (destino) existem inúmeras rezas e ensinamentos passados oralmente ao iniciado permitindo com isto que além de conhecer nosso sofrimento apresente também a sua solução. Olódùnmarè não nos deixaria aqui somente para sofrer e andarmos desgovernados, isto não está incluso na lógica da criação, a única coisa é que o poder do conhecimento não pode estar nas mãos de qualquer um , uma vez que os níveis do caráter humano não são iguais, e que na maioria das vezes as pessoas vão moldando sua forma de ser de acordo não com o seu código interior mas sim refletindo a força externa da sociedade em que vive.
Este treinamento requer muitos anos, de prática, rituais, e absorção do conhecimento, até que recebam de seus anciãos a autorização final para também desempenhar a função de Bàbáláwò.

Os Bàbáláwò, adquirem poderes e como a própria tradução diz, "Guardião dos Segredos", seus poderes sobrenaturais são inúmeros e chegam além da morte, pois dentro dos ensinamentos aprendem a manipular poções e magias que podem curar inúmeras doenças, trazendo vida à pessoas muitas vezes desenganadas pela ciência comum. Além da cura, eles tem conhecimentos no preparo de magias para que tenhamos proteção contra a violência, acidentes, alcançar a prosperidade, resolver casos amorosos, trabalhando com as folhas (Ewé), conseguem passar de um elemento para o outro o campo das energias em prol da felicidade do ser humano.
No campo espiritual eles podem ouvir a palavra dos ancestrais, em qualquer lugar do mundo pois conhecem a língua sagrada. Seus conhecimentos permitem que interrompam o ciclo de uma criança Àbíku ( que nascem e morrem em poucos dias, ou que sobrevivem sob o perigo da morte constante), evitando novo sofrimento para seus pais, assim como o culto a Ebe ( grupos espirituais que ficam no astral para atrapalhar as pessoas). Cultuando as Ìyáàmi Osoronga, (as Mães Feiticeiras), podem se transportar de um local para outro, e ver a presença dos mortos que vivem junto de nós.


Opele-Ifá

Os Bàbáláwò, além da sensibilidade de seus sentidos que permitem ver, ouvir e sentir muito alem do que um ser não iniciado usa para a divinação o Jogo de Opele-Ifá, confeccionados por oito frutos, de Eke saídos de uma árvore sagrada e que ligados entre si por uma corrente serão jogados sobre uma tábua consagrada e interpretados para o cliente. Além disto precisam ser inteligentes e de boa memória devido ao grande número de combinações possíveis entre a forma de jogar os Èkùró (caroços) e formar através delas o resumo da vida do consulente.

Além deste utensílio sagrado, também ele poderá usar o Òrìsà Apepe, instrumento confeccionado em um tipo de madeira especial que após ser passado nos rituais captará no universo energias que se transformarão em vibrações para a qual será possível elaborar perguntas e obter respostas a respeito de sua vida de imediato, ou seja um oráculo ao qual voce pode se aconselhar para qualquer eventualidade que necessite, pois ele está captando do universo o que será melhor fazer.
O Òrìsà Apepe, é feito de duas maneiras uma para uso exclusivo dos Bàbáláwò, servindo para alem de perguntas e respostas, como também para magias, e outro que pode ser usado por qualquer pessoa mesmo não iniciada que queira ter junto a si um auxílio nas respostas de suas dúvidas em seu dia a dia.
No Brasil, devido a toda nossa história não temos ainda Sacerdotes realmente iniciados e formados para serem Bàbáláwò; não é somente uma viagem até a África que tornaria isto possível como aqui se acredita.

Para as gerações futuras os filhos destes enviados para a reformulação do conceito relser enviados para morar lá durante muitos anos igioso e talvez os netos possam atingir este grau, ou ainda aqueles que puderem ser enviados para morar lá durante muitos anos puderem ser alí formados para o desempenho desta missão.


O jogo de Òrìsà Apepe é sempre utilizado em emergências ou em situações de pouco tempo, permitindo que seja quase como uma conversa. Utiliza-se um utensílio de madeira, que transmite vibrações que são interpretados pelo Bàbáláwò

MAGIAS

A prática da magia entre os Yorùbá envolve crença, cura medicinal, envenenamento, amuletos, bruxaria etc. A magia é empregada com diversos fins tais como:
ganhar dinheiro, por feitiço em outrem, ter sucesso no amor, induzir mulheres a fazer algo que normalmente não fariam, detectar envenenamento na comida ou bebida, defender-se contra armas, assaltantes, maldições e outros. Neste último caso, já houve um tempo em que se faziam sacrifícios humanos.
Recorre-se ainda à magia em caso de doença de filho, cujo pai se encontra distante. Busca-se então alguém a alcançar o pai, e para fazê-lo à tempo, emprega-se uma magia denominada ka nako (encurtamento de caminho). Assim, não há distinção nítida entre medicina e magia. Qualquer pessoa pode praticar medicina entre os Yorùbá. Os medicamentos preparados por médicos nativos são purgativos, e quase sempre, eficazes. Conhecem-se inclusive muitos métodos de tratamentos da blenorragia.

Toda Óògun (medicina) se baseia na botânica, como indica seu nome alternativo Egbogi (raiz de árvore), e na zoologia. Devido às dificuldades de tradução, seria despropositado citar os diferentes tipos de doenças curadas através de magia e os ingredientes empregados com o valor medicinal. Entretanto, pode-se dizer que quando praticam com o próposito de curar, a magia não pressupõe conhecimento exato de seus processos. Um indivíduo que preserva alguns ingredientes pode não saber realmente seu mecanismo de atuacão no organismo

                         
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      Ifa Orisa do Destino - II
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