História do Mengão
FOTOS E TEXTO DA HISTÓRIA DO FLAMENGO
Texto Histórico sobre Futebol do Clube de Regatas do Flamengo
O futebol do Flamengo é dissidente do
Fluminense. Em 1911, o tricolor estava às vésperas do
título carioca, mas, atravessava grave crise interna. O
capitão do time, Alberto Borgeth (o mesmo que remava
pelo Flamengo), se desentendeu com os dirigentes e,
depois de conquistado o campeonato, liderou um movimento
de saída das Laranjeiras. Dez jogadores campeões
deixaram o Fluminense: Othon de Figueiredo Baena,
Píndaro de Carvalho Rodrigues, Emmanuel Augusto Nery,
Ernesto Amarante, Armando de Almeida, Orlando Sampaio
Matos, Gustavo Adolpho de Carvalho, Lawrence Andrews e
Arnaldo Machado Guimarães. Dia
8 de novembro, foi aprovado o ingresso dos novos sócios.
Os remadores do Flamengo, porém, não eram favoráveis
à dedicação oficial do clube rubro-negro ao futebol,
caso que estava sendo analisado por uma comissão da qual
o líder era justamente Alberto Borgerth. Mas não teve jeito mesmo.
Em assembléia realizada no dia 24 de dezembro de 1911, o
Flamengo criou oficialmente o seu time de futebol, sob a
responsabilidade do Departamento de Esportes Terrestres. A equipe treinava na praia
do Russel e conquistava maior simpatia ainda com o povo,
que acompanhava de perto os atletas no dia-a-dia. No
primeiro jogo oficial, realizado dia 3 de maio de 1912,
no campo do América, na Campos Sales, uma goleada, a
maior da história do clube. O Flamengo venceu o
Mangueira por incríveis 15 a 2. A equipe rubro-negra
jogou com Baena, Píndaro e Nery; Curiol, Gilberto e
Galo; Baiano, Arnaldo, Amarante, Gustavo de Carvalho, e
Borgerth. Gustavo Adolpho de Carvalho marcou o primeiro
gol oficial da história do Flamengo e fez outros três
no jogo. Arnaldo (4), Amarante (4), Borgeth (2) e Galo
(1) completaram o placar. Como não possuía um campo
próprio, o Flamengo mandava os seus jogos no Fluminense.
Depois de um tempo, arrendou um espaço na rua Paissandu,
de propriedade da família Guinle, e parou de considerar
o estádio das Laranjeiras como a sua casa. O PRIMEIRO FLA X FLU E OS
PRIMEIROS TÍTULOS No dia 7 de julho de 1912,
o Flamengo disputou o seu primeiro Fla x Flu. Os
campeões dissidentes do tricolor que passaram a defender
o rubro-negro, porém, surpreendentemente perderam por 3
a 2 no confronto com o ex-clube. Muitos dizem que por
causa desta derrota é que abriu-se a enorme ferida que
alimenta a eterna rivalidade do clássico mais famoso do
mundo, o único que tem nome próprio. Mas a primeira derrota para
o rival não abalou em nada o ânimo rubro-negro. Nos
oito primeiros anos de disputa futebolística, dois
tricampeonatos nos 2º Quadros (aspirantes da época),
1912/13/14 e 1916/17/18, dois vice-campeonatos, em
1912/13, e um bicampeonato com a equipe principal,
1914/15. No primeiro título oficial
conquistado pelo Flamengo, apenas uma derrota, para o
Botafogo, por 2 a 1. Já o bicampeonato foi invicto.
Destacou-se nas duas campanhas o artilheiro Riemer, com 8
gols em 1913, 14 e 15. Conforme ia se afirmando
como esporte importante no clube, o futebol mudava de
uniforme. Em 1912, a estréia oficial foi feita com a
camisa quadriculada em vermelho e preto, logo apelidada
jocosamente de Papagaio de Vintém pelos adversários. No
ano seguinte, mudança para as listras vermelha e preta,
sendo que com um friso branco entre uma e outra. Também
ganhou apelido, o de Cobra Coral. Como era muito
semelhante ao pavilhão fascista alemão, em 1914 ficou
determinado finalmente que os jogadores do futebol
poderiam usar o mesmo uniforme dos remadores,
implantando-se, enfim, a igualdade nos dois esportes. O
resultado foi a conquista do primeiro título.
Superstição ou não, funcionou e continuou assim. Mas, após o bicampeonato
de 1914/15, o Flamengo sofreu um duro golpe. A família
Guinle não quis renovar o contrato de arrendamento do
campo de treino da rua Paissandu, dando somente a opção
de compra. Como o clube não dispunha de verbas para
investimento de tal vulto, ficou com o prazo até o dia
31 de dezembro de 1931 para deixar o local. A década
de 20 foi boa para o Flamengo. Depois de conquistar os
títulos de 1914/15 no futebol, o clube voltou a levantar
o título carioca em 1920, de forma invicta e marcando a
primeira dobradinha com o remo - que havia ganho pela
primeira vez no bicampeonato de 1916/17 - sendo campeão
de terra e mar. A taça de 1920 também foi
importante para aumentar ainda mais a rivalidade com o
Fluminense. Com a conquista, o Flamengo impediu, pela
primeira vez, um tetracampeonato do tricolor. Em 1921, novo título no
futebol. Os principais nomes do time eram os atacantes
Junqueira, Candiota, Nonô e Sidney, Porém, nos três
anos seguintes, o Flamengo foi vice-campeão
seguidamente, voltando a conquistar o Carioca somente em
1925. Nesta campanha, só foi derrotado uma vez - pelo
Fluminense, placar de 3 a 1 -, venceu pela primeira vez
outro tradicional rival, o Vasco da Gama, por 2 a 0, e
teve em Nonô o grande artilheiro e destaque novamente,
com 27 gols em 18 jogos. RAÇA RUBRO-NEGRA POPULAR No ano de 1927 aconteceram
dois episódios que comprovam muito bem a força que o
Flamengo já representava com apenas trinta anos de
história. O primeiro foi o poder rubro-negro no futebol.
O segundo, a sua famosa popularidade comprovada em
números. Suspenso por um ano pela
Associação Metropolitana de Esportes Atléticos por
ceder o seu campo de treinamento ao Paulistano para um
amistoso com argentinos, o clube ficou sem jogadores. Os
atletas se transferiram para outros times ou abandonaram
a carreira, não acreditando que o Flamengo pudesse
reverter a situação. Mas o povo se revoltou e
exigiu a volta do clube às competições. Autorizado a
disputar o campeonato carioca, o Flamengo contou apenas
com jogadores que já haviam encerrado a carreira. Na
primeira partida, uma goleada sofrida frente ao Botafogo
por 9 a 2. Mesmo assim, a raça rubro-negra falou mais
alto na hora da decisão e o Flamengo reverteu a
situação mesmo com um time improvisado, sendo campeão
em cima do Vasco, vencendo as decisões do turno, 3 a 0,
e do returno, 2 a 1. Nesta última partida, o
atacante Moderato mostrou do que a paixão rubro-negra é
capaz, apesar do incipiente profissionalismo. O jogador,
que sofrera uma cirurgia de apêndice dois dias antes do
jogo, atuou com uma cinta e suportou fortes dores até o
fim dos noventa minutos. O outro episódio marcante
do ano de 1927 é a eleição do clube mais querido do
Brasil. Com o objetivo de apontar a agremiação mais
popular do país, o Jornal do Brasil promoveu uma
votação em que os leitores deviam enviar cupons
apontando o seu time do coração. Os jornaleiros lusitanos,
então, escondiam os exemplares e só os vendiam aos
torcedores vascaínos. No dia de entregar os cupons na
sede do jornal, rubro-negros se disfarçaram de
portugueses e recolheram os votos cruzmaltinos,
jogando-os no poço do elevador e nas latrinas. Na hora
da contagem dos votos, o Flamengo foi eleito o Mais
Querido do Brasil. Estava comprovada definitivamente a
popularidade e a força do clube. PREOCUPAÇÃO COM O
PATRIMÔNIO RUBRO-NEGRO Junto com a conquista dos
títulos do futebol e do remo, o Flamengo se movimentava
para aumentar o seu patrimônio. Em 1920, os sócios
autorizaram a diretoria a comprar o prédio do nº 66 e o
restante do nº 68 (antigo nº 22, residência de Nestor
de Barros e local de fundação do Grupo de Regatas do
Flamengo), onde já estava sediada a sede náutica e
social do clube. Quase no fim da campanha de
arrecadação junto ao quadro social, em 25 de março de
1925, o presidente Faustino Esposel reuniu a diretoria e
comunicou a disposição do então prefeito da cidade do
Rio de Janeiro, Antônio Prado Jr,. de ceder uma área de
mais de 34 mil metros quadrados às margens da Lagoa
Rodrigo de Freitas. Com a possibilidade de ter
um grande espaço para as atividades sociais e esportivas
do clube, a diretoria do Flamengo hipotecou os prédios
de º 66 e 68 assim que os adquiriu, visando aumentar as
verbas e poder dar início às obras na Gávea para a
construção do estádio próprio. O primeiro jogo na Gávea,
ainda sem muro e cercado por um punhado de madeiras,
aconteceu em 26 de novembro de 1926 entre a Liga de
Amadores de Foot-Ball (São Paulo) contra a Association
de Amateurs de Argentina. Os anos
trinta foram marcados pelo jejum rubro-negro no futebol.
Ocupado em dar início às obras no terreno da Lagoa, o
Flamengo teve o maior período sem títulos no esporte
mais popular. Com a última taça sendo
conquistada de maneira brilhante em 1927, o Flamengo só
voltou ao posto de melhor time carioca doze anos depois,
no campeonato de 1939, já com o seu estádio pronto. Em 1936, 1937 e 1938, o
rubro-negro viu o tricolor ser campeão carioca, ficando
com o vice. Mas a espera valeu a pena, pois o título de
1939 evitou, pela segunda vez, o inédito tetracampeonato
do Fluminense. O rival das Laranjeiras havia contratado
quase toda a seleção paulista e ganho o tri nos anos
anteriores. O Flamengo tinha os craques Yustrich,
Domingos da Guia, Leônidas da Silva, Valido e Jarbas e
não perdeu um jogo para o então grande tricampeão
venceu dois dos três confrontos, por 2 a 1 -,
coroando a campanha com uma vitória em cima do Vasco por
4 a 0. CONSTRUÇÃO DA GÁVEA Em de 14 de novembro de
1931, pelo decreto municipal 3.686, o Flamengo ficou com
o direito de cessão e aforamento do terreno da Lagoa
garantido pelo prazo de 60 anos. Ali o clube construiu
seu primeiro estádio de futebol, com cercas de madeira No dia 28 de dezembro de
1933, o então presidente José Bastos Padilha pagou a
taxa de 497 contos de réis e o Flamengo pôde começar
as obras de construção do estádio da Gávea o
Estádio José Bastos Padilha -, com capacidade para 6
mil espectadores. No lançamento da pedra
fundamental do estádio, o Prefeito do Distrito Federal
já era Pedro Ernesto, que foi homenageado na ocasião.
Em 10 de janeiro de 1935, pressionado pela Prefeitura, o
presidente José Bastos Padilha anunciou o término da
construção do muro de alvenaria em volta do terreno,
uma das exigências do contrato de cessão do imóvel.
Foram colocados quatro portões de madeira e construída
uma pista de atletismo em volta do campo. Algum tempo
depois, o Flamengo conseguiu a instalação de água para
irrigação do gramado e chuveiro nos vestiários, além
de luz elétrica e um telefone particular. Em 14 de março de 1936, o
Conselho Deliberativo autorizou o início das obras de
construção das arquibancadas do estádio. Foram
arrecadados 500 contos de réis para que a Comissão de
Obras formada por Mário Rebello de Oliveira, Manuel
Joaquim de Almeida, Comandante Alberto Lucena, José
Manoel Fernandes, Gustavo de Carvalho e Alejandro
Baldassini contratasse os construtores. A primeira
estaca, de um total de 160 a cargo da firma Pieux-Franki,
foi batida com uma grande solenidade no dia 9 de agosto
de 1936. Custo da obra: 360 contos de réis. O preço
total do estádio tinha sido avaliado em 1 milhão e 100
mil contos de réis, a cargo da Construtora Pederneiras
S. A. Para não parar a obra, era
preciso arranjar dinheiro e isso foi feito através do
lançamento de títulos de sócio proprietário
autorizado pelo Conselho Deliberativo em sessão de 9 de
janeiro de 1937. Inicialmente, foram lançados 100
títulos a 4 contos de réis cada um. Sucesso total,
comprovando mais uma vez a enorme popularidade do
Flamengo junto ao povo. Todos foram vendidos em 30 dias e
o Flamengo arrecadou 400 contos de réis. Mais 100
títulos foram lançados já com aumento a
5 contos de réis cada e também vendidos. Mais 500
contos de réis no caixa do Flamengo. As obras estavam sendo
tocadas a pleno vapor quando o presidente José Bastos
Padilha renunciou ao cargo alegando cansaço após cinco
anos lutando pela construção do estádio. Raul Dias
Gonçalves assumiu e completou o mandato até 31 de
dezembro de 1938. No meio do mandato de Raul
Gonçalves, o conselheiro Oscar Esposel propôs a
inauguração do Estádio da Gávea em 15 de novembro de
1938, quando o Flamengo estivesse completando 43 anos de
fundação. Mas a festa aconteceu antes. No dia 4 de
setembro de 1938, o Estádio da Gávea, logo depois
batizado "Estádio José Bastos Padilha", foi
inaugurado com um jogo entre Flamengo e Vasco. Vitória
vascaína, por 2 a 0, mas a alegria era mesmo
rubro-negra, por estar com a nova casa concluída. Depois do
brilhante título de 1939, o Flamengo perde o craque
Leônidas da Silva e assiste o Fluminense voltar a reinar
no início da década de 40. O tricolor conquista o
bicampeonato em 1940/41, deixando o rubro-negro como vice
nos dois anos, e parte rumo a outro tri. Neste último
ano, Pirilo, centroavante do Flamengo, entra para a
história do campeonato carioca, ao marcar 39 gols, sendo
o maior artilheiro num ano da competição. O então presidente do
Flamengo, Gustavo de Carvalho, decide dar plenos poderes
ao técnico Flávio Costa. O treinador estrutura o time
rubro-negro para impedir o título do Fluminense. Surge um dos três maiores
jogadores da história do Flamengo. Thomaz Soares da
Silva, o Zizinho, ou Mestre Ziza, tal era a sua
categoria. O craque comanda a equipe rubro-negra em 1942
e impede mais um tricampeonato tricolor, dando início à
primeira seqüência de três títulos cariocas seguidos
do rubro-negro, em 1942/43/44. Liderando uma grande
equipe, na qual se destacavam as lendas rubro-negras
Yustrich, Domingos da Guia, Biguá, Jaime, Valido, Pirilo
e Vevé, Zizinho leva o Flamengo à sua primeira grande
glória da história. Em três anos, 44
vitórias, 188 gols marcados e apenas seis derrotas. Em
63 jogos o time obtém média de três gols por partida.
Pirilo foi o artilheiro da campanha, marcando 46 vezes. O
grande destaque foi Valido, que voltou ao futebol aos 41
anos, para marcar o gol do tri. Mesmo sofrendo de febre,
o centroavante argentino fez 1 a 0, aos 41 min do segundo
tempo da final disputada na Gávea para 20 mil pessoas,
contra o Vasco, num lance muito polêmico o
jogador teria se apoiado no zagueiro adversário para
cabecear. Choro vascaíno e alegria rubro-negra, em um
dos títulos mais saborosos da história do Flamengo. A RESSACA DEPOIS DO TRI Conquistado o primeiro
tricampeonato da história do clube, o Flamengo não
consegue manter o time para a tentativa do tetra, em
1946. Perácio é convocado pelo Exército Brasileiro
para lutar no fim da II Guerra Mundial e sem Jurandir,
Domingos da Guia e Valido, o rubro-negro perde suas
forças. O tiro de misericórdia é dado pelo Vasco, que
contrata o mentor Flávio Costa. São pouco os remanescentes
do tricampeonato e nem Zizinho e Jair da Rosa Pinto são
capazes de levar o clube ao quarto título seguido. A
crise se instala no futebol da Gávea e o Flamengo não
consegue mais do que as terceiras colocações em 1945/46
e 1948/49. Pior, começa o tabu, que iria durar até
1951, de não vencer o Vasco por seis anos. A década que
começou bem para o Fla termina mal. A década
de 50 começa para o Flamengo da mesma forma que a de 40
terminou: com crise no futebol. O presidente Dario de
Melo Pinto vende Zizinho para o Bangu, antes mesmo da
Copa do Mundo disputada no Brasil, numa negociação
lamentada por muitas décadas no clube rubro-negro. Para
piorar, o tabu contra o Vasco continua e, numa goleada de
5 a 2 sofrida para o rival, a torcida fica revoltada e
queima a camisa 10 de Jair da Rosa Pinto, exigindo a
volta do técnico Flávio Costa. O resultado de tanta
turbulência é a pior colocação rubro-negra na
história do campeonato carioca, um sétimo lugar, atrás
até do Olaria. Diante de tamanho desastre,
o treinador do tri da década de 40 é contratado pela
diretoria. Mas o retorno à Gávea de Flávio Costa não
é igualmente vitorioso. O time termina em quarto lugar
em 1951 e é vice em 1952, perdendo o título para o
Vasco. Pelo menos termina com o tabu de derrotas para os
cruzmaltinos, em 1951, mas nada que segurasse o técnico
na Gávea novamente. Em 1953, chega à Gávea
aquele que iria conduzir o Flamengo ao segundo
tricampeonato da sua história. O paraguaio Fleitas
Solich contrata os conterrâneos García, Chamorro e
Benítez e junta-os a uma geração maravilhosa formada
na Gávea. Na defesa, a virilidade de Pavão e a
habilidade de Jordan; no meio-campo, a técnica de
Dequinha, Rubens, Paulinho e Moacir; na frente, um ataque
habilidoso e goleador, formado por Joel, Índio,
Henrique, Evaristo, Zagallo e Dida; destaques da campanha
do segundo tri conquistado em 1953/54/55. No último ano do tri, a
taça é levantada depois de uma melhor de três contra o
América, em que o Flamengo vence a primeira por 1 a 0,
perde a segunda de goleada, 5 a 1, e devolve o placar
dilatado na terceira, 4 a 1. Conquistado o segundo tri
da sua história, o Flamengo não repete as brilhantes
atuações nos campeonatos seguintes e termina em
terceiro colocado em 1956 e 1957, sendo vice em 1958 e
sexto lugar em 1959. DÉCADA DE ALEGRIAS
RUBRO-NEGRAS A década de 50 foi uma das
melhores da história do Flamengo. Se não venceu nenhum
campeonato no remo, pelo menos no futebol foi tricampeão
carioca e revelou craques até para a seleção
brasileira campeã mundial em 1958; no basquete teve a
geração maravilhosa de Algodão, comandada por Kanela,
que foi decacampeã carioca; no vôlei foi duas vezes
bicampeão com Carmen Godinha e Zoulo Rabelo; e no
atletismo conquistou um pentacampeonato carioca e um
brasileiro com Tião Mendes. Tanta emoção vitimou um
dos maiores presidentes da história do clube. Gilberto
Cardoso, um símbolo do amor rubro-negro, faleceu devido
ao um infarto depois da emocionante final do campeonato
carioca de basquete de 1955, decidida no último segundo.
O Flamengo perdeu um dos seus mais dedicados filhos numa
época gloriosa. A década
de 60 não começou bem para o Flamengo. Além da quarta
colocação campeonato carioca, a renúncia do presidente
George Fernandes por causa de dívidas do clube serviu
para tumultuar ainda mais o ambiente rubro-negro. Fadel Fadel assume e dá
sorte. No seu primeiro ano, em 1961, o Flamengo conquista
o Torneio Rio-São Paulo, sendo a primeira taça de
nível nacional que vem para a Gávea. Surge a geração
de Carlinhos, Nelsinho, Gérson, Jaime, Silva e Almir. Em 1963, o Flamengo impede
o tricampeonato carioca do Botafogo. Começa mal o
campeonato, com duas derrotas, para América e Bangu. Mas
se recupera e não perde mais nenhuma partida até o fim
da campanha. Este mesmo ano marca o fim
do jejum no remo, que vence após 20 anos e torna o
Flamengo campeão de terra e mar novamente. O presidente
Fadel Fadel inicia a construção do parque aquático da
Gávea, reestrutura o departamento de natação do clube
e organiza o esporte que iria dar os bons frutos no fim
da década de 60, com o bicampeonato estadual e o
primeiro Troféu Brasil. Depois do terceiro lugar em
1964, o Flamengo tem um maravilhoso ano em 1965. No
futebol ganha o campeonato carioca e o Torneio do IV
Centenário do Rio de Janeiro, começa a campanha do
pentacampeonato do remo sendo mais uma vez
campeão de terra e mar e conquista o bicampeonato
do Troféu Brasil de atletismo, além do estadual
masculino do esporte. Entra a administração de
Luis Roberto Veiga de Brito. Em 1966, um episódio
marcante, mas nem tão feliz para o clube. O Flamengo
perde a decisão do campeonato carioca para o Bangu e
Almir Pernambuquinho, raçudo centroavante rubro-negro,
não deixa a partida acabar ao iniciar a maior briga da
história do Maracanã. Era uma época difícil
para o futebol do Flamengo. Vivendo uma entressafra de
craques e tendo como maior adversário o super-time do
Botafogo, com Garrincha, Didi e Gérson, o time
rubro-negro fica no jejum na segunda metade da década de
60. Em 1969, tem a oportunidade de conquistar o título,
mas perde para o Fluminense. Se no futebol estava ruim,
o remo continuava a campanha do pentacampeonato e a
natação conquistava o bicampeonato carioca, depois de
um longo jejum de 28 anos, e o inédito Troféu Brasil.
Coisas de um clube forte em vários esportes. Depois
de um fim de década nem tão bom para o futebol, o
Flamengo começa a formar a geração que daria as
maiores glórias para o clube no esporte. Zico, que
chegara ao clube em 1967 pelas mãos do radialista Celso
Garcia, já se destacava nas escolinhas rubro-negras. Em
1972, o Flamengo vence o campeonato carioca depois de
sete anos e o jovem craque lidera o time juvenil no
primeiro ano do bicampeonato da categoria - já havia
estreado nos profissionais em 1971. Neste ano ainda, outra
grande alegria foi a conquista do Torneio do
Sesquincentenário da Independência do Brasil. Porém,
acontece um desastre também, que seria reparado somente
nove anos depois. A goleada de 6 a 0 do Botafogo fere a
alma da torcida rubro-negra. Em 1974, Zico passa a
titular da equipe principal do Flamengo e ganha o seu
primeiro título como profissional, em cima do Vasco,
campeão brasileiro do mesmo ano. O craque rubro-negro
dá uma pequena amostra do que seria capaz de
proporcionar ao clube. Nos dois anos seguintes,
não teve como superar o Fluminense e sua máquina
tricolor. O presidente Francisco Horta montou um grande
time, não deixando chance para os rivais, e conquistou o
bicampeonato carioca. Mas a espera valeu a pena.
Em 1978, o Flamengo conquistou um dos títulos mais
marcantes da sua história. Impediu o bicampeonato do
Vasco vencendo a partida no final - gol de Rondinelli de
cabeça - e deu início à campanha do seu terceiro
tricampeonato carioca, completado em 1979 com dois
títulos em um ano. Era o início de um grupo
que brilharia intensamente na década de 80. Os talentos
incipientes de Júnior, Andrade, Zico e Tita, a categoria
veterana de Carpegiani e Raul, coadjuvantes mais que
brilhantes como Rondinelli e Cláudio Adão e os que
ainda estavam por vir, como Leandro, Figueiredo, Mozer,
Adílio, Júlio César, das divisões de base da Gávea,
e Nunes, Baltazar e Lico. FORMAÇÃO DE TALENTOS
TAMBÉM NOS OUTROS ESPORTES A preparação para uma
década maravilhosa, a de 80, não foi privilégio só do
futebol. A natação do Flamengo formou os talentos que
iriam trazer para a Gávea uma extensa lista de títulos
cariocas e brasileiros durante mais de dez anos. Em 1978,
ganhou o Troféu José Finckel e iniciou em 1979 a
sensacional sequência de títulos estaduais que só iria
terminar no fim da década de 90. No vôlei feminino e no
remo, os atletas rubro-negros eram formados já ganhando
títulos. As meninas venceram o estadual de 1977 depois
de 16 anos de jejum e alcançaram a glória nacional ao
vencerem o campeonato brasileiro em 1978. Já dentro
dágua, a sequência de títulos foi
impressionante. O Flamengo conquistou todos os cariocas
da década, vencendo o seu primeiro Troféu Brasil em
1978. A década de 80 foi a que
mais trouxe conquistas para o Flamengo. Anos em que a
alegria de ser rubro-negro era maior do que qualquer
outra coisa. Tempo em que Zico, o maior ídolo da
história do clube, reinava nos campos de futebol,
coadjuvado por estrelas como Raul, Leandro, Mozer,
Rondinelli, Júnior, Andrade, Adílio, Júlio César,
Tita, Nunes e Lico. Fora dos gramados, o esporte amador
ganhava tudo o que disputava, na natação, basquete,
remo e judô. Embalado pelo tricampeonato
carioca, em 1980, o Flamengo conquista o seu primeiro
Campeonato Brasileiro - até então, no Rio de Janeiro,
somente o Vasco havia se sagrado campeão nacional, em
1974. Depois de perder no Mineirão por 1 a 0, Raul,
Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Carpegiani
e Zico; Tita, Nunes e Júlio César entram em campo no
Maracanã com a obrigação de vencer. O esquadrão
rubro-negro faz uma emocionante final com o Atlético-MG,
ganha nos últimos minutos, com gol do centroavante
rubro-negro. A explosão de alegria seria a primeira de
muitas na década. No ano seguinte, o Flamengo
teve as maiores felicidades que um clube pode alcançar,
tudo isso num espaço de dois meses. De novembro até o
fim do ano, o time foi campeão estadual, da Taça
Libertadores da América e Mundial, tornando-se o segundo
time da história do futebol brasileiro a conquistar a
glória de ser o melhor do planeta. De quebra, ainda
devolveu uma goleada de 6 a 0 sofrida para o rival
Botafogo em 1972 e que ficou por quase 10 anos entalada
na garganta dos torcedores rubro-negros. Participando pela primeira
vez da disputa da Taça Libertadores da América, o
Flamengo voltou todas as suas forças para essa
competição. Mostrou ser bom de bola e valente sem ela
também. Superou a violência dos rivais sul-americanos e
conquistou o título de campeão do continente, em uma
final muito disputada, com o Cobreloa, vencida por 2 a 0
no terceiro jogo, gols de Zico. No dia 13 de dezembro de
1981, o Flamengo entrou em campo para o jogo mais
importante da sua história. Raul, Leandro, Marinho,
Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e
Lico eram os onze encarregados de levar o clube
rubro-negro à conquista do título mundial interclubes
contra o Liverpool, poderoso time inglês. O Mengão mostrou sua
força, enfiou 3 a 0, gols de Nunes (2) e Adílio, já no
primeiro tempo e se sagrou campeão do mundo. Era o
êxtase maior da Nação, que, em todas as partes do
planeta, cantou como nunca a alegria de ser rubro-negro. No ano seguinte, mais
motivo para sorrir, com a conquista do bicampeonato
brasileiro. Da equipe campeã mundial, a única mudança
havia sido a entrada do jovem Figueiredo no lugar do
zagueiro Marinho. Na decisão, o Flamengo venceu o
Grêmio no seu terreiro por 1 a 0, gol de Nunes (na foto
ao lado)depois de passe de Zico, pra variar. Em 1983, o terceiro título
e a coroação de melhor time do Brasil da década, já
no começo da mesma. Na final de Campeonato Brasileiro
com maior público de todos os tempos (mais de 155.253
pessoas), o Flamengo novamente não deixou prevalecer a
vantagem do empate do adversário. Meteu um gol logo aos
40 segundos de jogo, com Zico, e ampliou com Leandro no
fim da primeira etapa. No último minuto, Adílio, o
melhor em campo, fechou a goleada. O clube rubro-negro se
igualava ao Inter, tricampeão em 1976/76/79, como o
clube de maior número de títulos nacionais do país. Apesar do apogeu, o
Flamengo perdeu o seu maior ídolo. Na época em que os
clubes estrangeiros começavam a se tornar o eldorado do
futebol mundial, Zico se transfere para o Udinese, da
Itália, e a Nação fica orfã. O resultado é um jejum
de títulos de três anos na década mais gloriosa do
clube da Gávea. O Galinho de Quintino não
agüenta de saudades e volta em 1985. Os adversários
tremem de novo e, mesmo em recuperação de mais uma
cirurgia no joelho e envolvido com a seleção
brasileira, comanda um time jovem ao título de campeão
carioca de 1986, o segundo da década de 80. Nesta equipe
despontava aquele que poderia ter sido o seu substituto,
mas que não aproveitou a chance e se perdeu em outros
clubes. Bebeto foi destaque da campanha e começou a se
firmar entre os profissionais. Em 1987, junto dos
veteranos Leandro, Edinho e Andrade, dos novos talentos
desenvolvidos na Gávea, como Jorginho, Aldair, Leonardo,
Bebeto e Zinho, e de um endiabrado ponta direita, Renato
Gaúcho, Zico levanta a quarta taça de campeão
brasileiro, tornando, na época, o Flamengo em maior
detentor de títulos nacionais de todos os tempos. A década terminou de
maneira triste para o Flamengo. Em 1989, o craque maior
da história do clube da Gávea se despediu dos gramados
e deixou uma legião enorme de fãs carentes. Como
ficaria o Flamengo sem Zico? Ainda mais que Bebeto e
jovens valores da equipe rubro-negra estavam sendo
negociados, como Leonardo, Jorginho, Aldair e outros
craques veteranos já haviam deixado o clube - Andrade e
Renato Gaúcho foram para o Roma e depois retornaram para
outros clubes brasileiros e Leandro abandonou os
gramados. Zico
não esteve presente na história do Flamengo como
jogador a partir de 90. Mas, um outro remanescente da
década maravilhosa rubro-negra seguiu no comando da
garotada rubro-negra. Júnior, que voltara ao Flamengo em
1989, comandou o time na primeira metade da última
década do século XX. Jogando no meio-campo, o craque
conquistou mais dois títulos nacionais, um carioca e
alavancou o Flamengo de novo ao posto de um dos melhores
times do Brasil. Em 1990, o Flamengo ganhou
a Copa do Brasil no seu segundo ano de existência. No
estádio do Serra Dourada, segurou um empate em 0 a 0 que
lhe garantia o título, pois vencera no primeiro jogo da
decisão por 1 a 0, gol de Fernando. Júnior começava a
liderar a geração campeã da Copa São Paulo de
Juniores, formada por Júnior Baiano, Piá, Fabinho,
Marquinhos, Djalminha, Paulo Nunes, Nélio e outros. No ano seguinte, em um dos
Campeonatos Carioca mais disputados da década, Júnior,
o Maestro da Gávea, como passou a ser
conhecido na época pelo seu requintado futebol na
armação de jogadas, organizou a garotada rubro-negra no
título carioca, junto com o já experiente Zinho (na
foto abaixo) e Uidemar, o Ferreirinha. O centroavante
Gaúcho, com seus gols de cabeça, torna-se uma das
principais armas do time. Em 1992, mesmo vindo da
conquista estadual, o Flamengo entrou desacreditado no
Campeonato Brasileiro. No começo da campanha, até fez
jus à falta de fé. Ficou atrás na classificação e
parecia não ter forças para chegar entre os primeiros. Mas, em uma arrancada
sensacional, passou à fase decisiva, elimina o favorito
time do Vasco e humilhou a constelação de estrelas do
Botafogo na final. Para se tornar pentacampeão
brasileiro e ampliar a vantagem como maior vencedor desta
competição no país, o jovem time do Flamengo contou
com os gols de Júnior, artilheiro da campanha com nove
gols (feito inédito para o jogador), e o apoio da
Nação Rubro-Negra. A torcida mostrou a sua força nos
jogos finais, colorindo totalmente o Maracanã em
vermelho e preto no último jogo, espremendo os rivais
botafoguenses em um canto do estádio. Nos dois anos seguintes, o
Flamengo sofre. Júnior se despede dos gramados e deixa a
Nação novamente sem rumo. "Quem é o nosso ídolo
agora?" - perguntavam-se os rubro-negros. Em 1995, o ex-radialista
Kléber Leite assumiu a presidência e trouxe consigo
Romário (na foto ao lado), o craque da Copa do Mundo de
1994, conquistada pelo Brasil. O novo dirigente tirava o
melhor jogador do mundo do clube mais poderoso da Europa,
o Barcelona. Junto com o jogador, chega à Gávea
Wanderley Luxemburgo, treinador apontado pela imprensa
como o melhor do país. A promessa era, então, de um
futuro brilhante. No ano do seu centenário, o Flamengo
parecia que ia marcar a data com vitórias e títulos.
Mas não foi exatamente isso que aconteceu. Na fase decisiva do
Campeonato Carioca, o time abriu ampla margem de pontos
do segundo colocado e pareceu que iria dar a primeira
alegria antes da metade do ano. Mas, numa final
emocionante, perde para o Fluminense por 3 a 2, com o
histórico gol de barriga de Renato Gaúcho no fim do
jogo, e deixa a taça escapar. A derrota abalou o início
da administração Kléber Leite, que se desfez de parte
do time e contratou jogadores para o Campeonato
Brasileiro. Em mais uma hábil negociação, trouxe do
Palmeiras, clube mais rico do Brasil na época, o
atacante Edmundo. Além de ter em seu elenco um trio de
frente maravilhoso, com Sávio e Romário também, o
Flamengo atingiu o Vasco, ex-clube do jogador. Mas, apesar de contar com o
ataque dos sonhos, o time vai mal no
Campeonato Brasileiro e perde um título no Maracanã.
Numa final em que a torcida rubro-negra lotou o Maracanã
sozinha, o Flamengo venceu o Independiente, da Argentina,
somente por 1 a 0 precisava de pelo menos dois
gols de saldo e não aproveitou a última
oportunidade de conquistar alguma coisa no ano do
centenário. PROMESSAS E DOIS
TÍTULOS CARIOCAS Romário chegou à Gávea
em 1995 prometendo dar alegrias à torcida, mas, passado
o primeiro ano, o artilheiro não havia conquistado nada.
Já sem Edmundo, o presidente Kléber Leite movimenta os
cofres rubro-negros e compra mais jogadores. Do
Fluminense campeão carioca e quarto colocado do
Campeonato Brasileiro, chegam o lateral-esquerdo Lira, os
meias Márcio Costa e Djair e o técnico Joel Santana.
Tira do Botafogo a revelação da competição nacional,
o armador Iranildo, e traz o atacante Amoroso, destaque
da seleção brasileira. Com bons jogadores até no
banco de reservas, o Flamengo ganha o Campeonato Carioca
de 1996 sem perder para ninguém o quarto título
invicto na história rubro-negra. Na final, empate em 0 a
0 com o Vasco e muito alívio depois de um jejum de três
anos sem títulos. O Flamengo campeão
carioca invicto de 1996 A alegria dura pouco. Nas
competições seguintes, o time não mantém o mesmo
padrão. A diretoria compra e vende jogadores, chegando a
uma centena de transações até 1998 (fim do seu
mandato). Nesta leva, Romário vai para a Europa e volta.
Eem mais uma hábil negociação de Kléber :Leite, que
chega na frente do Vasco, Bebeto é contratado para
reviver com o Baixinho a dupla de ataque tetracampeã
mundial, mas sai pela porta dos fundos. Sávio é outro
que também afunda junto com a equipe e acaba sendo
envolvido numa troca com o Real Madrid. O resultado de tanto entra
e sai é um Flamengo descaracterizado, com vários
jogadores que nem sequer esquentam o lugar na Gávea. O
time sofre derrotas constrangedoras e Kléber Leite é
chamado de pé-frio. A maior alegria do período acaba
sendo o desastre do rival. O Vasco perde o título
mundial no fim de 1998 e faz os rubro-negros voltarem a
sorrir. FUTURO PROMISSOR A felicidade motivada pelos
vascaínos se prolongou em 1999. Edmundo Santos Silva foi
eleito presidente e não comprou nenhum jogador para a
disputa do Estadual. Limitou-se a manter a equipe e a
contratar um gerente de futebol, o ex-goleiro Gilmar
Rinaldi. No início do Campeonato Carioca, então, o
vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda desdenhou e
afirmou que os outros clubes iriam disputar o
vice-campeonato. Mesmo com um time inferior tecnicamente,
o Flamengo supera na raça o rival e leva mais uma taça
para a Gávea, a 25ª da sua história. Durante o ano, o clube se
agitou em torno da discussão da proposta de parceria da
empresa suiça de marketing ISL, ao mesmo tempo em que
começou a se reforçar nos esportes amadores (Oscar, o
maior jogador brasileiro de basquete de todos os tempos,
e Virna e Leila, da seleção nacional de vôlei,
começaram a defender as cores vermelha e preta) e
continuou sem contratar no futebol. No Campeonato Brasileiro, o
clube não foi bem. Mas, na Copa Mercosul, ganhou um
título internacional oficial depois de 18 anos - desde o
campeonato mundial interclubes, em 1981. A forma como foi
conquistada agradou em cheio a Imensa Nação
Rubro-Negra. Depois de uma semifinal em que se
classificou no Uruguai eliminando o Peñarol e
agüentando a covardia do adversário, que armou uma
arapuca no término da partida e encurralou o time no
campo, o Mengão superou o poderoso Palmeiras na final,
com atuações soberbas dos jovens valores formados na
Gávea, como Rodrigo Mendes, Lê e Reinaldo. Junto com a decisão, a assinatura do contrato de parceria com a ISL foi firmado, no dia 17 de dezembro, anunciando um futuro de ainda mais glórias para o Flamengo a partir do ano 2000. |