Os Símbolos Sagrados da Índia

Por Sriman Ojasvi dasa vyasa – presidente da Sociedade da Vida Divina, Brasil

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OM – a criação cósmica

 OM é originalmente inaudível, mas é tido como a música do Universo.

Sem dúvida alguma, o primeiro dos símbolos sagrados na Índia é o OM -  Ele possui a força de ser a descrição visual do som cósmico, do qual toda a matéria e o espaço são originados. No seu som monossilábico, ele contém Brahman ou o universo inteiro em sua energia. Deste modo, o OM é fundamental na cultura Hindu, e seu símbolo é a primeira figura que toda a criança deve desenhar no início de sua educação. Ele é, também, a primeira evocação que é cantada para evocar os deuses numa oração. Seu motivo pode ser visto em pórticos, portões, templos, livros em geral, textos religiosos, em berços de recém nascidos e em roupas cerimoniais, numa grande variedade de cores e com muitos tipos de enfeites. 

  

Swástika – o símbolo do Deus Sol

O Swástika é desenhado de várias maneiras. A mais comum é a representação primaveril do Sol, com seus braços em torno de um ângulo reto.

Os primeiros Aryanos olharam para o Sol como sendo a origem da energia da vida. De fato, tudo o que vive na Terra deve-se a presença do Sol. Eles representaram o Sol numa deidade dourada, chamada de Suryá, o deus Sol, que dirige uma carruagem dourada com sete cavalos. Eles esculpiram, de modo primoroso, templos para venerá-lo. Um símbolo especial para visualizá-lo, e que representa a energia do Sol e munificência, é o Swástika. Os Hindus desenham a suástica em vermelho sobre documentos de negócios e nas roupas da noiva para uma boa sorte. Eles também a desenham nos muros e soleira da porta de suas casas para dar energia ao ambiente.

Naturalmente ligada com o brilho do ouro, a suástica é como um medalhão esperando uma corrente de ouro – um talismã que protege da escuridão, desespero e perigo.

Apalavra Swástika significa “tudo-bem”. Na sua forma curta “swásti”, é comumente usada em todos os sacramentos e cantos cerimoniais. A figura deste símbolo foi criada a partir dos quatro pontos cardeais, nos quais as varinhas são colocadas para dar início aos sacrifícios de fogo védicos. A suástica é um símbolo muito antigo, que foi encontrado em civilizações como o grega, egípcia e chinesa. Utilizado na adoração da serpente ele é visto no capelo das representações. O Auspicioso sinal do swástika é, no mais das vezes, dedicado para o Sol da primavera.

 

O Terceiro Olho, fonte da percepção

 

 

O terceiro olho é o olho da superconsciência, a qual é percebida além do plano comum de percepção.

Um símbolo indiano que freqüentemente embaraça muito o Ocidente é o terceiro olho. Um número de deidades Hindus, em particular Shiva, o transformador cósmico através da dança da destruição, e sua esposa Durga (ou Parvati, ou ainda Uma) são portadores desta iconografia, possuindo um terceiro olho no centro de suas testas. De fato, merecidamente este é um símbolo que representa a capacidade humana da consciência, para ver além do óbvio perceptível, além do exteriormente visível e tangível; para alcançar o interior da origem da vida a qual é a fonte de energia divina e poder. Este símbolo também diz que todos os seres humanos que usam seu poder de descriminação podem, no silencia do seu ser interior, ver o santuário da verdade e da pureza. Apesar deste significado profundamente metafísico o símbolo do terceiro olho de forma equivocada é muitas vezes visto como sendo o poder da destruição.

 

 As marcas plantares de Lakshmi, a presença auspiciosa

 

Em vermelho ou em branco as solas dos pés de Lakshmi, desenhadas de forma delicada, são sinais auspiciosos e festivos.

As solas dos pés, desenhadas em branco e vermelho, em gráficos delicados, são sinais auspiciosos e festivos, que reverenciam a deusa Lakshmi.

Pare ao lado de portas de entrada de qualquer muro de barro, povoados de choças de palha na Índia, e você irá ver, cuidadosamente, delicados desenhos de femininas marcas plantares, nos muros e soleiras das portas. Estes pés estilizados, desenhados e impressos na cor branca e vermelha, são antigos desenhos gráficos que pintam as solas dos pés de Lakshmi, consorte eterna de Vishnu, a deusa da resplandecência e da fortuna.

Em particular, nos dias de festival, as mulheres desenham estas pequenas sola dos pés, consideradas muitos auspiciosas, na soleira das portas no crepúsculo para dar boas vindas a Lakshmi, que concede riqueza, sabedoria, saúde e regozijo. Uma nova nora entra no seu lar matrimonial sendo recebida com as boas vindas dos pezinhos de Lakshmi, desenhados atrás da porta. Este símbolo, como dissemos, é utilizado durante todos os rituais que dizem respeito às mulheres. Particularmente durante a gravidez, a mulher caminha ao redor da casa, imprimindo com pó de cúrcuma (pó vermelho típico da Índia, que passa na solas dos pés) deixando suas pegadas ao redor dela como se fosse um dia auspicioso. Esta é uma prática em muitas comunidades para que os maridos lhes dêem presentes de retorno, por estas marcas de pés de Lakshmi, as quais prometem fortuna e vida longa para a criança que está chegando.

 

PURNA KUMBH : vivendo uma vida plena

O pote cheio, decorado com folhas de manga, e com um coco, aparece em todos os rituais e cultos. Ele é uma prece para a imortalidade bem como para uma melhor e plena vida, como uma experiência completa.  

Por toda a história, apaixonadamente, o homem direcionou-se para conquistar a morte e para diminuir a degeneração certa da sua força e poder. De modo similar à mitologia de muitos outros países, a antiga literatura da Índia também contém mitos sobre sábios e homens sensatos que dedicaram anos em árdua penitência e meditação solitária ao mestre dos segredos da imortalidade. Muitas ervas do Himalaia são ditas possuidoras de qualidades mágicas que revivam uma pessoa morta. Épicos como o Ramayana ou o Mahabharata, contém histórias sobre o uso do Sanjivani, a erva da grande revitalização das qualidades da vida.

Enquanto a imortalidade física e a eterna juventude ficam apenas no sonho mítico, os pensadores indianos contemplam um grande ideal sobre a vida e como realizar uma experiência completa. Eles procuram, através do conhecimento, experiência e concentração toda a energia mental e espiritual, acrescentar uma certa riqueza para a vida, uma totalidade da qual guiará os seres humanos próximos ao sonho da imortalidade. Este conceito de plenitude, de total auto-contentamento, é simbolizado no pensamento indiano e pela arte, através da figura gráfica do Purna Kumbh ou o pote cheio. 

De acordo com a mitologia, os semideuses, esperando encontrar o néctar da vida eterna, bateram o oceano cósmico e receberam de suas nascentes ondas de kumbh ou o pote de néctar da imortalidade. O pote encerra dentro da sua forma arredondada a plenitude e a riqueza da vida. Uma amarga guerra entre os semideuses e os demônios seguiu-se para manter o seu poder, mas ninguém pode ganhar o néctar completamente.

O pote, de algum modo, tornou-se um símbolo, e mesmo hoje é usado nos rituais religiosos representando a imortalidade, Quando entram numa nova casa, a família indiana, cerimonialmente, carrega o kumbh decorado com folhas de manga e um coco. Na cerimônia do casamento e da morte, o pote pleno é característica constante como uma lembrança do desejo humano para alcançar a completude da vida. Um pote cheio de água do sagrado rio Ganga (Ganges) é muitas vezes adorado nas casas e nos santuários. De igual modo, um pode de água é associado com fluidez e concessão de energia vital. Freqüentemente o pote é decorado com uma swástika, o símbolo da energia solar.

Muito naturalmente, o kumbh tornou-se o tema de um magnífico festival (Kumbhamela) presidido na Índia ao redor da época do trânsito de Júpiter em Aquário, que ocorre a cada 12 anos. Milhões de entusiásticos banhistas reúnem-se em Hardwar e Allahaba, próximos ao sagrado Ganga e em Nasik e Ujjain, as margens do Godavari e do Kshipra, para seus rituais de banho, tornado este festival uma grande assembléia de banhistas rituais do mundo.

 

COCO: fruto do resplendor

O coco cresce em abundância ao longo da costa da Índia. A sua utilização em rituais e sacramentos é comum a todas as regiões. Um coco é dado a uma pessoa para honrá-la, ou para transportar boa vontade e bênçãos. À parte de conceder um deleitável sabor para muitos pratos indianos, o coco é onipresente como um fruto do resplendor.

Um símbolo de igual importância ao Kumbh, da plenitude da vida humana é o coco. De fato, a Índia peninsular é o local onde os coqueiros são abundantes ao longo da costa; esta árvore é chamada de Kalpavriksha (árvore da cabeça), ou a árvore mítica, a qual concede qualquer desejo feito.

O coqueiro oferece em si mesmo inumeráveis usos utilitários e de decoração. As suas largas folhas são tecidas juntas e utilizadas para cobrir as choças do vilarejo; a casca do coco é utilizada como combustível e sua cortiça é utilizada para fazer cordas e esteiras. O núcleo do fruto é comestível, assim como sua água é refrescante, saciando a sede e não é contaminado. O óleo de coco, derivado de suas palmas, é tradicionalmente utilizado para cozinhar bem como para untar o corpo.

O coco é presença intensiva nos casamentos, nascimentos e nos rituais fúnebres, bem como na inauguração de casas e prédios. Ele é freqüentemente utilizado em combinação com o pote de kumbh, com as folhas de manga, e de novo faz lembrar-nos da necessidade de tornar a vida humana uma rica experiência.

Na tradição dos lares indianos, nenhum presente é completo a menos que seja acompanhado de um coco. Um professor é honrado com um presente de uma manta e shrifial, o fruto do resplendor, como é chamado o coco. Uma mulher grávida dá um coco como um presente auspicioso. Na ausência de ídolos quando se administra vários pujas (oferendas) e sacramentos, freqüentemente se usa os cocos em vez dos semideuses e semideuses como seus representantes, do panteão Hindu. O coco é, então, imerso no mar ou em água corrente. 

 

 Serpentes, representam a energia

As serpentes são favorecidas com distintas personalidades na mitologia Hindu. Elas guardam a Terra e seus tesoures secretos. Elas possuem o seu mundo particular, Nagaloka, o qual possui palácios de jóias e florestas mágicas. Os Nagas são um povo muito poderoso na Índia épica e mitológica. As serpentes são adoradas como concessão de uma boa prole e prosperidade material.  

A adoração à serpente é um dos mais antigos cultos da civilização humana e prevalece na Síria, Egito, Grécia, Itália, México, e ainda é encontrada em muitos países da África e da Ásia. Na sabedoria mitológica destes países, às serpentes é creditado poder mágico por sobre gemas e tesouros. Elas são repositórias de sabedoria e também de controle da fertilidade humana. 

Os Sumérios, Egípcios e Gregos, selaram o testemunho das serpentes como símbolos de cura. Em todas estas culturas as serpentes são cidadãos do mundo subterrâneo onde, gemas e jóias de inigualável brilho e beleza, se diz que estão armazenadas. No artista indiano, e no patrimônio cultural, a serpente simboliza a saúde e o poder subterrâneo dos tesouros; quando possui certa conotação sexual, e é adorada como deidade a qual concede boa prole aos seres humanos. Na mitologia Hindu, também, Ananta ou Sesha, o rei das serpentes, descansa no Oceano cósmico, onde é a morada de meditação do Senhor Vishnu, Deus que mantém e nutre todos os Universos.

Cada semideus do panteão Hindu está ligado com mitos de serpentes. Krishna, a mais popular incarnação de Vishnu, mostra-Se como o conquistador de Kaliya, o rei serpente no rio Y€muna. No caso de Shiva, o asceta semideus da transformação, e da dança da destruição, a serpente enrosca-se no seu cabelo e ao redor do seu pescoço. Milhares de esculturas e pinturas mostram Shiva sendo enrolado por cinco serpentes ao redor do seu corpo. Antigos monumentos Jainistas e Budistas também descrevem cultos de adoração à serpente. 

O mais imaginativo simbolismo da serpente enroscada, de qualquer forma, é encontrado na arte dos tempos antigos, onde a serpente enrolada representa a Kundalini, como uma energia adormecida em todos os seres humanos. As serpentes são conhecidas na mitologia como guardiãs ou Digpalas, de várias direções. São elas: Ananta, para o Este; Abhoga, para o sudoeste; Padmaka ou Padmanabha, para o Sul; ShaŠkhapala para o sudoeste; Kulika para o noroeste; Va™ki para o Norte e Mahapadma para o noroeste. 

 

LÓTUS, a beatitude final

 O Lótus é empregado universalmente em muitas religiões da Índia por causa do seu símbolo de paz e de desapego da matéria mundana. Ele representa a união com a divindade, enquanto fonte inspiradora de inumeráveis imagens poéticas e desenhos gráficos no patrimônio artístico indiano.

Antigos manuscritos e a iconografia da Índia usam o lótus intensivamente como um símbolo de muitos princípios abstratos. Deuses e deusas são constantemente retratados como estando de pé ou sentados sobre muitos esplendorosos lótus vermelhos ou brancos e carregando lótus em suas mãos. As deidades Budistas e jainistas também são pintadas repousando sentadas com flores e lótus em suas mãos. Em todo o oriente religiosos, o lótus é um símbolo de beatitude, graça, paz divina e total desapego das qualidades mundanas como desapego, ira, paixão luxuriosa, inveja e egoísmo.

O lótus, na sua verdadeira natureza, cresce em locais, tipo banhados, cobertos por musgo, ou ervas daninhas e sujeira. De fato, ele apenas pode ser visto florescendo na sujeira e na lama. Mesmo assim, sua beleza é incomparável. O lótus, desta forma, vive num local banhado, coberto de musgo, mas, na realidade, não pertence a ele. Ele é desapegado pro si mesmo, completo em si mesmo, puro e lindo. 

As múltiplas pétalas do mítico lótus também simbolizam as camadas da personalidade humana. Na medida em que eles se abrem, simbolizam o gradual alcance e aproximação da auto-realização.O cerne do lótus, então, aparece para realizar a liberação do cativeiro terrestre e liberar para ávida eterna. Ele é a flor nacional da Índia e um símbolo único indiano.

 Na literatura da Índia, há uma enorme variedade de nomes para o lótus. Por causa do seu nome ser Padma, Lakshmi é chamada Padma ou Padmaja, significando “nascida de um lótus”. Por causa de ele ser chamado Kamal, Vishnu é chamado Kamalayan, ou “que tem olhos de lótus”. A imagem de um lótus e uma abelha é constantemente repetida na literatura devocional, retratando Deus, e a perfeita fragrância formada pela flor com o amor devocional a abelha ao seu redor.

O lótus é encontrado em muitas cores e aspectos – aqueles que florescem durante o dia são chamados de Nalin, Aravind ou Utpala. Os que florescem durante a noite são conhecidos como Kumuda. Os muitos nomes do lótus também são usados para descrever os aspectos da divindade e a misericórdia de Deus.

 

Puja – o ritual de adoração no Hinduísmo

 

O dharapatra é unicamente um pote de água suspenso. Os  Shivalingas, em particular, passam dia e noite sendo gotejados por sobre eles com a água do pote, que simboliza a água do Ganga, que verte da cabeça do Senhor Shiva.

Puja é uma oferta com a mente concentrada e os sentidos energizados para honrar a Deus. O Puja inclui a recepção e um convite para Deus como sendo nosso convidado de honra em nossa casa. Para realizar a adoração, vários vasos tradicionais são utilizados nas casas e templos Hindus. Eles são feitos de metais preciosos, cobre ou latão. Seus formatos, apesar de ser o mesmo ao redor de toda a Índia, variam de forma marginal, de região para região. Os itens utilizados para a adoração são: 

Dharapatra – é um pote pendurado, e do qual a água pinga continuamente por sobre um ícone de vários deuses, ou por sobre um Shivalinga, que é representação fálica de Deus, e que reverencia, principalmente, o Senhor Shiva. Este pote possui uma forma cônica, com uma ponta e uma pequena saliência, ou então, é um corno de vaca adaptado para esta finalidade.

O samai é de oito ou seis lâmpadas feitas de metal ou prata.

Samai – é uma lamparina de óleo amplamente adornada com flores numa tigela; as lamparinas possuem vários canais onde são colocados os pavios feitos de algodão, e que são embebidos em ghee, manteiga clarificada.

Há um suporte para sustentar a lamparina com a finalidade de evitar que pingue. Os tipos de samai diferem de região para região. Dip-lakshmi, ou a lâmpada da deusa, está associada com a prosperidade.

O aarti é uma espécie de bandeja com cinco lâmpadas, usadas simbolicamente como um ato de amor e adoração a Deus. 

Aarti- é arranjado numa bandeja de metal circular, com cinco lâmpadas de ghi, chamadas de nirañjanas, dispostas ao redor e untadas com ghi ou óleo.

Quando acesas estas lâmpadas são usadas em movimentos circulares, da esquerda para a direita, diante da deidade enquanto são realizados sons ou cantos devocionais. Aarti é um ato de veneração e amor. Eles são feitos para as crianças nos dias dos seus aniversários, para um casal recém casado, ou como sinal de boas vindas para os convidados, e para os membros da família em ocasiões especiais. 

 

Enquanto é realizada a adoração, o pañcapatri e o  achamani são usados para manter a água sagrada ou para usá-la nos rituais.

Achamani – é uma pequena colher utilizada para banhar os ícones. Há uma pequena tigela ligada ao seu cabo, usualmente no formato de um capelo de serpentes. 

 Pañcapatri – é como um pequeno tambor no qual é colocado água ou leite e é usado como achamani. Ele é decorado com vários motivos, em cobre ou prata. Tanto o panchapatri como o achamani podem ser feitos de prata.

Sinos e sinetas de vários tamanhos e formatos são usados na adoração. O toque das sinetas num templo ou igreja é para chamar as pessoas para a oração e rendição à divindade.

Ghanta – é uma sineta feita de metal, cobre ou prata, e é usada durante os rituais, ou enquanto é cantado os aartis (adoração à deidade).

Os sinos são considerados sagrados na cultura indiana. Eles são de vários desenhos e estilos,  e de diferentes metais, incluindo os de cinco metais, chamados de pañchaloha. Encontram-se muitos sinos na Índia, nos templos e igrejas antigos, e eles tocam pela manhã e ao anoitecer, para celebrar um elo entre o homem e a divindade.   

Kalash – é um pote cheio com um coco e adornado com folhas de manga, sendo uma representação popular Deus.

Tamhan – é um prato de metal para receber a água que é utilizada durante os rituais, como parte dos ritos de adoração.

 

Shankh ou uma concha, é soprada nos momentos auspiciosos. Seu som simboliza o divino poder de destruir o mal.

 Shankh – é uma grande concha que é adorada como um símbolo de Vishnu. Ela é assoprada em rituais para acalmar Deus.

Prashad – comida preparada e oferecida para Deus. Ela é chamada de Pacca Khana e não pode conter cebolas ou alho. Na grande maioria dos templos Hindus e nas casas a alimentação e estritamente vegetariana.

  

Prashada é oferecida como alimento abençoado. Flores e incenso são amplamente utilizados para enfeitar os rituais.

Enfeites de adoração são usados para criar uma atmosfera de beleza e serenidade.

Pañcamrita – (cinco néctares) é usado nos rituais de banho das deidades, sendo feito de uma mistura em partes iguais de água, leite, iogurte, açúcar, mel e ghi. Frutas frescas e secas, ou alimentos cozidos, são oferecidos para Deus, sendo conhecidos com o nome de Naivedya e quando são distribuídos aos devotos são chamados de Prashada (restos do Senhor). A água sagrada é distribuída como puja, é chamada de tirth.

Phull – cada deidade tem a sua flor favorita. Nos rituais, as flores são escolhidas pelos suas cores, flagrância e beleza. A folhas de várias árvores e plantas, as quais são consideradas sagradas, são utilizadas. Guirlandas são feitas em inumeráveis desenhos e feitios, decorando as portas das casas ou dos templos nos dias de festival.

Dhup – essências aromáticas, varetinhas de incenso ou agarbattis, cânfora, pasta de sândalo e açafrão são extensivamente usados na adoração, e são oferecidos, também, para criar uma atmosfera agradável.

 Outros materiais de puja – pós coloridos como o kumkum (cúrcuma vermelho forte), haldi (turmeric), sindur (ocre), abir e  gulal são utilizados para untar as deidades. Arroz sagrado ou akshata, é feito pela mistura de arroz, kumkum e um pouco de água. Cocos, folhas de betel e nozes são oferecidas, tanto para Deus como para honrar convidados em festivais de adoração. Rañgoli é predeterminadamente desenhado num padrão de cores e desenhos para pujas específicos, e sua arte segue princípios matemáticos complexos.

O que é puja?

Puja, ou adoração, trata-se de uma série de rituais realizado nos altares das famílias ou nos templos consagrados, podendo ser sofisticados ou simples. Quando ele é simples adoração de Deus, ele consiste na reunião das pessoas para o canto de musicas devocionais, acompanhado de instrumentos musicais, bem como para escutar sobre a filosofia e discurso dos Puranas, e para distribuir prashada, ou alimento sagrado no final da sessão. Um Kirtana é um misto de cantos, ato de contar histórias e oferecer adoração a deidade com flores e vários tipos de alimentos. 

O ritual de adoração é muito mais sacramental quando feito com longos upaharas, ou serviços que são realizados na adoração da deidade. Diversos templos tradicionais decidem o número de upacharas para serem realizados, mas, quase em todos os lugares da Índia há uma certa base que constitui a adoração. Entre eles está Prabodha, ou o despertar da deidade; Snana, a cerimônia de banho da deidade, Avah€na, convocação da deidade; šrcaka, ou as boas vindas; Pradaskhina, a circum-ambulação; Naivedya, oferenda de alimento; Aarti, a lâmpada de adoração; Prarthana, a prece e Visarjana, a despedida. 

Nestes upacharas básicos, a deidade é desperta com música e hinos de louvor. O Nirmalya, ou as flores e folhas que foram usadas cedo, são descartadas e o santuário é limpo. A cerimônia de banho é feita para um pequeno ídolo representativo, usando materiais aromáticos como o açafrão e o sândalo. Então a deidade é vestida com paramentos novos, e são decoradas com ornamentos. Depois, a deidade é convidada pelo toque de sinos e pelo sopro do búzio.

A partir de então, a deidade recebe as boas vindas mediante o presente de guirlandas, oferecendo-se um assento e ofertando-se água para lavar Seus pés e para depois aspergir nos rituais.

 

Entre os alimentos oferecidos para Deus encontra-se uma grande variedade de frutas secas, açúcar e arroz descascado. Cada um dos alimentos é igualmente aprazível para Deus, como tudo oferecido a divindade origina-se do Seu poder criativo. Todos os alimentos eventualmente são chamados prasada ou bênção

Prashada – alimento espiritual

Seguindo-se a isso vem a circum-ambulação, ou caminhada ao redor da deidade com as mãos postas, então se oferecendo alimento e água perfumada suavemente, tudo isso meio a aromas de flores e incenso. O alimento assim oferecido é mais tarde distribuído para os devotos como prashada, e crê-se que neles há grande poder de bênçãos. Aarti, e o acompanhamento de prarthana formam um pedido coletivo para a deidade conferir saúde, riqueza e sabedoria. Os rituais de adoração terminam quando a deidade despede-se pelo canto de mantras.

 

A vaca, uma verdadeira usina; é vista como uma segunda mãe pelos indianos Hindus. Não raro, ela é recebida como um convidado especial.

BHUMI – a segunda mãe

No Hinduísmo, o planeta Terra é representado por um animal, e este é a vaca. Não há símbolo mais intrigante para os olhos dos ocidentais do que o da vaca. Ao contrário do que muitos pensam, a vaca não é adorada como Deus, mas é considerada uma segunda mãe, porque depois da nossa mãe de leite é ela que nos sustenta, sem nada reclamar, fornecendo leite, manteiga, iogurte, ghi, bem como o esterco para aquecer as casas, cozinhar os alimentos, fabricar incenso, e adubar a terra. Na tradição da cosmologia védica, é  Bhumi, a Terra na forma de uma vaca, que sofrendo diante da destruição do mundo pela maldade dos demônios, quem se aproxima do Senhor Vishnu e pede a Ele para enviar um emissário Seu, conhecido como avatara, para acabar com a destruição demoníaca do mundo. Por isso, e outros pontos muito importantes da cultura indiana, há uma grande preocupação com a ecologia e a manutenção dos animais como parte da harmonia do mundo. A matança, de qualquer ser vivo, é visto como uma destruição na ordem da criação.

A incorporação de Novos símbolos no sacrário Hindu

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