Os Símbolos Sagrados da Índia
Por Sriman Ojasvi dasa vyasa – presidente da Sociedade da Vida Divina, Brasil
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OM – a criação
cósmica
OM é originalmente inaudível, mas é tido como a música do Universo.
Sem
dúvida alguma, o primeiro dos símbolos sagrados na Índia é o OM - Ele possui a força de ser a
descrição visual do som cósmico, do qual toda a matéria e o espaço são
originados. No seu som monossilábico, ele contém Brahman ou o universo inteiro
em sua energia. Deste modo, o OM é fundamental na cultura Hindu, e seu símbolo
é a primeira figura que toda a criança deve desenhar no início de sua educação.
Ele é, também, a primeira evocação que é cantada para evocar os deuses numa
oração. Seu motivo pode ser visto em pórticos, portões, templos, livros em
geral, textos religiosos, em berços de recém nascidos e em roupas cerimoniais,
numa grande variedade de cores e com muitos tipos de enfeites.
Swástika – o símbolo
do Deus Sol
O Swástika é desenhado de várias maneiras. A mais comum é a representação primaveril do Sol, com seus braços em torno de um ângulo reto.
Os
primeiros Aryanos olharam para o Sol como sendo a origem da energia da vida. De
fato, tudo o que vive na Terra deve-se a presença do Sol. Eles representaram o
Sol numa deidade dourada, chamada de Suryá, o deus Sol, que dirige uma
carruagem dourada com sete cavalos. Eles esculpiram, de modo primoroso, templos
para venerá-lo. Um símbolo especial para visualizá-lo, e que representa a
energia do Sol e munificência, é o Swástika. Os Hindus desenham a
suástica em vermelho sobre documentos de negócios e nas roupas da noiva para
uma boa sorte. Eles também a desenham nos muros e soleira da porta de suas
casas para dar energia ao ambiente.
Naturalmente
ligada com o brilho do ouro, a suástica é como um medalhão esperando uma
corrente de ouro – um talismã que protege da escuridão, desespero e perigo.
Apalavra
Swástika significa “tudo-bem”. Na sua forma curta “swásti”, é
comumente usada em todos os sacramentos e cantos cerimoniais. A figura deste
símbolo foi criada a partir dos quatro pontos cardeais, nos quais as varinhas
são colocadas para dar início aos sacrifícios de fogo védicos. A suástica é um
símbolo muito antigo, que foi encontrado em civilizações como o grega, egípcia
e chinesa. Utilizado na adoração da serpente ele é visto no capelo das
representações. O Auspicioso sinal do swástika é, no mais das vezes,
dedicado para o Sol da primavera.
O Terceiro Olho, fonte da
percepção
O terceiro olho é o olho da superconsciência, a qual é percebida além do plano comum de percepção.
Um
símbolo indiano que freqüentemente embaraça muito o Ocidente é o terceiro olho.
Um número de deidades Hindus, em particular Shiva, o transformador cósmico
através da dança da destruição, e sua esposa Durga (ou Parvati, ou ainda Uma) são
portadores desta iconografia, possuindo um terceiro olho no centro de suas
testas. De fato, merecidamente este é um símbolo que representa a capacidade
humana da consciência, para ver além do óbvio perceptível, além do
exteriormente visível e tangível; para alcançar o interior da origem da vida a
qual é a fonte de energia divina e poder. Este símbolo também diz que todos os
seres humanos que usam seu poder de descriminação podem, no silencia do seu ser
interior, ver o santuário da verdade e da pureza. Apesar deste significado
profundamente metafísico o símbolo do terceiro olho de forma equivocada é
muitas vezes visto como sendo o poder da destruição.
As marcas plantares
de Lakshmi, a presença auspiciosa
Em vermelho ou em branco as solas dos pés de Lakshmi, desenhadas de forma delicada, são sinais auspiciosos e festivos.
As solas
dos pés, desenhadas em branco e vermelho, em gráficos delicados, são sinais
auspiciosos e festivos, que reverenciam a deusa Lakshmi.
Pare
ao lado de portas de entrada de qualquer muro de barro, povoados de choças de
palha na Índia, e você irá ver, cuidadosamente, delicados desenhos de femininas
marcas plantares, nos muros e soleiras das portas. Estes pés estilizados,
desenhados e impressos na cor branca e vermelha, são antigos desenhos gráficos
que pintam as solas dos pés de Lakshmi, consorte eterna de Vishnu, a deusa da
resplandecência e da fortuna.
Em
particular, nos dias de festival, as mulheres desenham estas pequenas sola dos
pés, consideradas muitos auspiciosas, na soleira das portas no crepúsculo para
dar boas vindas a Lakshmi, que concede riqueza, sabedoria, saúde e regozijo.
Uma nova nora entra no seu lar matrimonial sendo recebida com as boas vindas
dos pezinhos de Lakshmi, desenhados atrás da porta. Este símbolo, como
dissemos, é utilizado durante todos os rituais que dizem respeito às mulheres.
Particularmente durante a gravidez, a mulher caminha ao redor da casa,
imprimindo com pó de cúrcuma (pó vermelho típico da Índia, que passa na solas
dos pés) deixando suas pegadas ao redor dela como se fosse um dia auspicioso.
Esta é uma prática em muitas comunidades para que os maridos lhes dêem
presentes de retorno, por estas marcas de pés de Lakshmi, as quais prometem
fortuna e vida longa para a criança que está chegando.
PURNA KUMBH : vivendo uma vida plena
O pote cheio, decorado com folhas de manga, e com um coco, aparece em todos os rituais e cultos. Ele é uma prece para a imortalidade bem como para uma melhor e plena vida, como uma experiência completa.
Por
toda a história, apaixonadamente, o homem direcionou-se para conquistar a morte
e para diminuir a degeneração certa da sua força e poder. De modo similar à mitologia
de muitos outros países, a antiga literatura da Índia também contém mitos sobre
sábios e homens sensatos que dedicaram anos em árdua penitência e meditação
solitária ao mestre dos segredos da imortalidade. Muitas ervas do Himalaia são
ditas possuidoras de qualidades mágicas que revivam uma pessoa morta. Épicos
como o Ramayana ou o Mahabharata, contém histórias sobre o uso do Sanjivani, a erva da grande revitalização das qualidades da vida.
Enquanto
a imortalidade física e a eterna juventude ficam apenas no sonho mítico, os
pensadores indianos contemplam um grande ideal sobre a vida e como realizar uma
experiência completa. Eles procuram, através do conhecimento, experiência e
concentração toda a energia mental e espiritual, acrescentar uma certa riqueza
para a vida, uma totalidade da qual guiará os seres humanos próximos ao sonho
da imortalidade. Este conceito de plenitude, de total auto-contentamento, é
simbolizado no pensamento indiano e pela arte, através da figura gráfica do
Purna Kumbh ou o pote cheio.
De
acordo com a mitologia, os semideuses, esperando encontrar o néctar da vida
eterna, bateram o oceano cósmico e receberam de suas nascentes ondas de kumbh
ou o pote de néctar da imortalidade. O pote encerra dentro da sua forma
arredondada a plenitude e a riqueza da vida. Uma amarga guerra entre os
semideuses e os demônios seguiu-se para manter o seu poder, mas ninguém pode
ganhar o néctar completamente.
O
pote, de algum modo, tornou-se um símbolo, e mesmo hoje é usado nos rituais
religiosos representando a imortalidade, Quando entram numa nova casa, a
família indiana, cerimonialmente, carrega o kumbh decorado com folhas de
manga e um coco. Na cerimônia do casamento e da morte, o pote pleno é característica
constante como uma lembrança do desejo humano para alcançar a completude da
vida. Um pote cheio de água do sagrado rio Ganga (Ganges) é muitas vezes
adorado nas casas e nos santuários. De igual modo, um pode de água é associado
com fluidez e concessão de energia vital. Freqüentemente o pote é decorado com
uma swástika, o símbolo da energia solar.
Muito
naturalmente, o kumbh tornou-se o tema de um magnífico festival (Kumbhamela)
presidido na Índia ao redor da época do trânsito de Júpiter em Aquário, que ocorre
a cada 12 anos. Milhões de entusiásticos banhistas reúnem-se em Hardwar e
Allahaba, próximos ao sagrado Ganga e em Nasik e Ujjain, as margens do Godavari
e do Kshipra, para seus rituais de banho, tornado este festival uma grande
assembléia de banhistas rituais do mundo.
COCO: fruto do resplendor
O coco cresce em abundância ao longo da costa da Índia. A sua utilização em rituais e sacramentos é comum a todas as regiões. Um coco é dado a uma pessoa para honrá-la, ou para transportar boa vontade e bênçãos. À parte de conceder um deleitável sabor para muitos pratos indianos, o coco é onipresente como um fruto do resplendor.
Um
símbolo de igual importância ao Kumbh, da plenitude da vida humana é o
coco. De fato, a Índia peninsular é o local onde os coqueiros são abundantes ao
longo da costa; esta árvore é chamada de Kalpavriksha (árvore da
cabeça), ou a árvore mítica, a qual concede qualquer desejo feito.
O
coqueiro oferece em si mesmo inumeráveis usos utilitários e de decoração. As
suas largas folhas são tecidas juntas e utilizadas para cobrir as choças do
vilarejo; a casca do coco é utilizada como combustível e sua cortiça é
utilizada para fazer cordas e esteiras. O núcleo do fruto é comestível, assim
como sua água é refrescante, saciando a sede e não é contaminado. O óleo de
coco, derivado de suas palmas, é tradicionalmente utilizado para cozinhar bem
como para untar o corpo.
O
coco é presença intensiva nos casamentos, nascimentos e nos rituais fúnebres,
bem como na inauguração de casas e prédios. Ele é freqüentemente utilizado em
combinação com o pote de kumbh, com as folhas de manga, e de novo faz
lembrar-nos da necessidade de tornar a vida humana uma rica experiência.
Na
tradição dos lares indianos, nenhum presente é completo a menos que seja
acompanhado de um coco. Um professor é honrado com um presente de uma manta e shrifial,
o fruto do resplendor, como é chamado o coco. Uma mulher grávida dá um coco
como um presente auspicioso. Na ausência de ídolos quando se administra vários
pujas
(oferendas) e sacramentos, freqüentemente se usa os cocos em vez dos semideuses
e semideuses como seus representantes, do panteão Hindu. O coco é, então,
imerso no mar ou em água corrente.
Serpentes, representam a energia
As serpentes são favorecidas com distintas personalidades na mitologia Hindu. Elas guardam a Terra e seus tesoures secretos. Elas possuem o seu mundo particular, Nagaloka, o qual possui palácios de jóias e florestas mágicas. Os Nagas são um povo muito poderoso na Índia épica e mitológica. As serpentes são adoradas como concessão de uma boa prole e prosperidade material.
A
adoração à serpente é um dos mais antigos cultos da civilização humana e prevalece
na Síria, Egito, Grécia, Itália, México, e ainda é encontrada em muitos países
da África e da Ásia. Na sabedoria mitológica destes países, às serpentes é
creditado poder mágico por sobre gemas e tesouros. Elas são repositórias de
sabedoria e também de controle da fertilidade humana.
Os
Sumérios, Egípcios e Gregos, selaram o testemunho das serpentes como símbolos
de cura. Em todas estas culturas as serpentes são cidadãos do mundo subterrâneo
onde, gemas e jóias de inigualável brilho e beleza, se diz que estão
armazenadas. No artista indiano, e no patrimônio cultural, a serpente simboliza
a saúde e o poder subterrâneo dos tesouros; quando possui certa conotação
sexual, e é adorada como deidade a qual concede boa prole aos seres humanos. Na
mitologia Hindu, também, Ananta ou Sesha, o rei das serpentes, descansa no
Oceano cósmico, onde é a morada de meditação do Senhor Vishnu, Deus que mantém
e nutre todos os Universos.
Cada
semideus do panteão Hindu está ligado com mitos de serpentes. Krishna, a mais
popular incarnação de Vishnu, mostra-Se como o conquistador de Kaliya, o rei
serpente no rio Y€muna. No caso de Shiva, o asceta semideus da transformação, e
da dança da destruição, a serpente enrosca-se no seu cabelo e ao redor do seu
pescoço. Milhares de esculturas e pinturas mostram Shiva sendo enrolado por
cinco serpentes ao redor do seu corpo. Antigos monumentos Jainistas e Budistas
também descrevem cultos de adoração à serpente.
O
mais imaginativo simbolismo da serpente enroscada, de qualquer forma, é encontrado
na arte dos tempos antigos, onde a serpente enrolada representa a Kundalini,
como uma energia adormecida em todos os seres humanos. As serpentes são
conhecidas na mitologia como guardiãs ou Digpalas, de várias direções.
São elas: Ananta, para o Este; Abhoga, para o sudoeste; Padmaka
ou Padmanabha, para o Sul; ShaŠkhapala para o sudoeste; Kulika
para o noroeste; Va™ki para o Norte e Mahapadma para o noroeste.
LÓTUS, a beatitude final
O Lótus é empregado universalmente em muitas
religiões da Índia por causa do seu símbolo de paz e de desapego da matéria
mundana. Ele representa a união com a divindade, enquanto fonte inspiradora
de inumeráveis imagens poéticas e desenhos gráficos no patrimônio artístico
indiano.
Antigos
manuscritos e a iconografia da Índia usam o lótus intensivamente como um
símbolo de muitos princípios abstratos. Deuses e deusas são constantemente
retratados como estando de pé ou sentados sobre muitos esplendorosos lótus
vermelhos ou brancos e carregando lótus em suas mãos. As deidades Budistas e
jainistas também são pintadas repousando sentadas com flores e lótus em suas
mãos. Em todo o oriente religiosos, o lótus é um símbolo de beatitude, graça,
paz divina e total desapego das qualidades mundanas como desapego, ira, paixão
luxuriosa, inveja e egoísmo.
O
lótus, na sua verdadeira natureza, cresce em locais, tipo banhados, cobertos
por musgo, ou ervas daninhas e sujeira. De fato, ele apenas pode ser visto
florescendo na sujeira e na lama. Mesmo assim, sua beleza é incomparável. O
lótus, desta forma, vive num local banhado, coberto de musgo, mas, na
realidade, não pertence a ele. Ele é desapegado pro si mesmo, completo em si
mesmo, puro e lindo.
As
múltiplas pétalas do mítico lótus também simbolizam as camadas da personalidade
humana. Na medida em que eles se abrem, simbolizam o gradual alcance e
aproximação da auto-realização.O cerne do lótus, então, aparece para realizar a
liberação do cativeiro terrestre e liberar para ávida eterna. Ele é a flor
nacional da Índia e um símbolo único indiano.
Na
literatura da Índia, há uma enorme variedade de nomes para o lótus. Por causa
do seu nome ser Padma, Lakshmi é chamada Padma ou Padmaja, significando
“nascida de um lótus”. Por causa de ele ser chamado Kamal, Vishnu é
chamado Kamalayan, ou “que tem olhos de lótus”. A imagem de um lótus e uma
abelha é constantemente repetida na literatura devocional, retratando Deus, e a
perfeita fragrância formada pela flor com o amor devocional a abelha ao seu
redor.
O
lótus é encontrado em muitas cores e aspectos – aqueles que florescem durante o
dia são chamados de Nalin, Aravind ou Utpala. Os que florescem
durante a noite são conhecidos como Kumuda. Os muitos nomes do lótus
também são usados para descrever os aspectos da divindade e a misericórdia de
Deus.
Puja – o ritual de adoração no Hinduísmo
O
dharapatra é unicamente um pote de
água suspenso. Os Shivalingas,
em particular, passam dia e noite sendo gotejados por sobre eles com a água
do pote, que simboliza a água do Ganga, que verte da cabeça do Senhor
Shiva.
Puja é uma oferta com a mente
concentrada e os sentidos energizados para honrar a Deus. O Puja inclui
a recepção e um convite para Deus como sendo nosso convidado de honra em nossa
casa. Para realizar a adoração, vários vasos tradicionais são utilizados nas casas
e templos Hindus. Eles são feitos de metais preciosos, cobre ou latão. Seus
formatos, apesar de ser o mesmo ao redor de toda a Índia, variam de forma
marginal, de região para região. Os itens utilizados para a adoração são:
Dharapatra – é um pote pendurado, e do qual a água pinga continuamente por sobre um ícone de vários deuses, ou por sobre um Shivalinga, que é representação fálica de Deus, e que reverencia, principalmente, o Senhor Shiva. Este pote possui uma forma cônica, com uma ponta e uma pequena saliência, ou então, é um corno de vaca adaptado para esta finalidade.
Samai
– é uma lamparina de óleo amplamente adornada com flores numa tigela; as
lamparinas possuem vários canais onde são colocados os pavios feitos de
algodão, e que são embebidos em ghee, manteiga clarificada.
Há um
suporte para sustentar a lamparina com a finalidade de evitar que pingue. Os
tipos de samai diferem de região para região. Dip-lakshmi, ou a
lâmpada da deusa, está associada com a prosperidade.
O aarti é uma espécie de bandeja com cinco lâmpadas, usadas simbolicamente como um ato de amor e adoração a Deus.
Aarti-
é arranjado numa bandeja de metal circular, com cinco lâmpadas de ghi,
chamadas de nirañjanas, dispostas ao redor e untadas com ghi ou
óleo.
Quando
acesas estas lâmpadas são usadas em movimentos circulares, da esquerda para a
direita, diante da deidade enquanto são realizados sons ou cantos devocionais.
Aarti é um ato de veneração e amor. Eles são feitos para as crianças nos
dias dos seus aniversários, para um casal recém
casado, ou como sinal de boas vindas para os convidados, e para os membros da
família em ocasiões especiais.
Enquanto é realizada a adoração, o pañcapatri e o achamani são usados para manter a água sagrada ou para usá-la nos rituais.
Achamani
– é uma pequena colher utilizada para banhar os ícones. Há uma pequena tigela
ligada ao seu cabo, usualmente no formato de um capelo de serpentes.
Pañcapatri
– é como um pequeno tambor no qual é colocado água ou leite e é usado como
achamani.
Ele é decorado com vários motivos, em cobre ou prata. Tanto o panchapatri
como o achamani podem ser feitos de prata.
Sinos e sinetas de vários tamanhos e formatos são usados na adoração. O toque das sinetas num templo ou igreja é para chamar as pessoas para a oração e rendição à divindade.
Ghanta
– é uma sineta feita de metal, cobre ou prata, e é usada durante os rituais, ou
enquanto é cantado os aartis (adoração à deidade).
Os sinos são considerados sagrados na cultura indiana. Eles são de vários desenhos e estilos, e de diferentes metais, incluindo os de cinco metais, chamados de pañchaloha. Encontram-se muitos sinos na Índia, nos templos e igrejas antigos, e eles tocam pela manhã e ao anoitecer, para celebrar um elo entre o homem e a divindade.
Kalash
– é um pote cheio com um coco e adornado com folhas de manga, sendo uma
representação popular Deus.
Tamhan
– é um prato de metal para receber a água que é utilizada durante os rituais,
como parte dos ritos de adoração.
Shankh ou uma concha, é soprada nos momentos auspiciosos. Seu som simboliza o divino poder de destruir o mal.
Shankh
– é uma grande concha que é adorada como um símbolo de Vishnu. Ela é assoprada
em rituais para acalmar Deus.
Prashad
– comida preparada e oferecida para Deus. Ela é chamada de Pacca Khana e
não pode conter cebolas ou alho. Na grande maioria dos templos Hindus e nas
casas a alimentação e estritamente vegetariana.
Prashada é oferecida como alimento abençoado. Flores e incenso são
amplamente utilizados para enfeitar os rituais.
Enfeites de adoração são usados para criar uma atmosfera de beleza e serenidade.
Pañcamrita
– (cinco néctares) é usado nos rituais de banho das deidades, sendo feito de
uma mistura em partes iguais de água, leite, iogurte, açúcar, mel e ghi.
Frutas frescas e secas, ou alimentos cozidos, são oferecidos para Deus, sendo
conhecidos com o nome de Naivedya e quando são distribuídos aos devotos
são chamados de Prashada (restos do Senhor). A água sagrada é
distribuída como puja, é chamada de tirth.
Phull
– cada deidade tem a sua flor favorita. Nos rituais, as flores são escolhidas
pelos suas cores, flagrância e beleza. A folhas de várias árvores e plantas, as
quais são consideradas sagradas, são utilizadas. Guirlandas são feitas em
inumeráveis desenhos e feitios, decorando as portas das casas ou dos templos
nos dias de festival.
Dhup
– essências aromáticas, varetinhas de incenso ou agarbattis, cânfora,
pasta de sândalo e açafrão são extensivamente usados na adoração, e são
oferecidos, também, para criar uma atmosfera agradável.
Outros
materiais de puja – pós coloridos como o kumkum (cúrcuma vermelho
forte), haldi (turmeric), sindur (ocre), abir
e gulal são utilizados para
untar as deidades. Arroz sagrado ou akshata, é feito pela mistura de
arroz, kumkum e um pouco de água. Cocos, folhas de betel e nozes
são oferecidas, tanto para Deus como para honrar convidados em festivais de
adoração. Rañgoli é predeterminadamente desenhado num padrão de cores e
desenhos para pujas específicos, e sua arte segue princípios matemáticos
complexos.
O
que é puja?
Puja, ou adoração, trata-se de uma
série de rituais realizado nos altares das famílias ou nos templos consagrados,
podendo ser sofisticados ou simples. Quando ele é simples adoração de Deus, ele
consiste na reunião das pessoas para o canto de musicas devocionais,
acompanhado de instrumentos musicais, bem como para escutar sobre a filosofia e
discurso dos Puranas, e para distribuir prashada, ou alimento
sagrado no final da sessão. Um Kirtana é um misto de cantos, ato de
contar histórias e oferecer adoração a deidade com flores e vários tipos de
alimentos.
O
ritual de adoração é muito mais sacramental quando feito com longos upaharas,
ou serviços que são realizados na adoração da deidade. Diversos templos
tradicionais decidem o número de upacharas para serem realizados, mas, quase
em todos os lugares da Índia há uma certa base que constitui a adoração. Entre
eles está Prabodha, ou o despertar da deidade; Snana, a cerimônia
de banho da deidade, Avah€na, convocação da deidade; šrcaka, ou
as boas vindas; Pradaskhina, a circum-ambulação; Naivedya,
oferenda de alimento; Aarti, a lâmpada de adoração; Prarthana, a
prece e Visarjana, a despedida.
Nestes
upacharas básicos, a deidade é desperta com música e hinos de louvor. O Nirmalya,
ou as flores e folhas que foram usadas cedo, são descartadas e o santuário é
limpo. A cerimônia de banho é feita para um pequeno ídolo representativo,
usando materiais aromáticos como o açafrão e o sândalo. Então a deidade é
vestida com paramentos novos, e são decoradas com ornamentos. Depois, a deidade
é convidada pelo toque de sinos e pelo sopro do búzio.
A
partir de então, a deidade recebe as boas vindas mediante o presente de
guirlandas, oferecendo-se um assento e ofertando-se água para lavar Seus pés e
para depois aspergir nos rituais.
Entre os alimentos oferecidos para Deus encontra-se uma grande variedade de frutas secas, açúcar e arroz descascado. Cada um dos alimentos é igualmente aprazível para Deus, como tudo oferecido a divindade origina-se do Seu poder criativo. Todos os alimentos eventualmente são chamados prasada ou bênção
Prashada – alimento
espiritual
Seguindo-se
a isso vem a circum-ambulação, ou caminhada ao redor da deidade com as mãos postas, então se oferecendo
alimento e água perfumada suavemente, tudo isso meio a aromas de flores e
incenso. O alimento assim oferecido é mais tarde distribuído para os devotos como
prashada, e crê-se que neles há grande poder de bênçãos. Aarti, e
o acompanhamento de prarthana formam um pedido coletivo para a deidade
conferir saúde, riqueza e sabedoria. Os rituais de adoração terminam quando a
deidade despede-se pelo canto de mantras.
BHUMI – a segunda mãe
No Hinduísmo,
o planeta Terra é representado por um animal, e este é a vaca. Não há símbolo
mais intrigante para os olhos dos ocidentais do que o da vaca. Ao contrário do
que muitos pensam, a vaca não é adorada como Deus, mas é considerada uma
segunda mãe, porque depois da nossa mãe de leite é ela que nos sustenta, sem
nada reclamar, fornecendo leite, manteiga, iogurte, ghi, bem como o
esterco para aquecer as casas, cozinhar os alimentos, fabricar incenso, e
adubar a terra. Na tradição da cosmologia védica, é Bhumi, a Terra na forma de uma vaca, que sofrendo diante da
destruição do mundo pela maldade dos demônios, quem se aproxima do Senhor
Vishnu e pede a Ele para enviar um emissário Seu, conhecido como avatara,
para acabar com a destruição demoníaca do mundo. Por isso, e outros pontos
muito importantes da cultura indiana, há uma grande preocupação com a ecologia
e a manutenção dos animais como parte da harmonia do mundo. A matança, de
qualquer ser vivo, é visto como uma destruição na ordem da criação.