Quarta  Feira, 17 de Julho

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Ramanuja divide o o universo em *Chit*, *Achit*
e *Isvara*- homem, natureza e Deus;
consciência, subconsciência e supraconsciência.
Shankara, pelo contrário, diz que Chit, a alma,
é o mesmoque Deus;
Deus é verdade, é conhecimento, é o infinito.
*Qualquer pensamento de Deus é uma qualificação*
e tudo o que se pode dizer Dele é: *Om tat sat*.
Sankara pergunta depois:
podemos ver a existência separada de todo o resto ?
Onde está a diferença entre dois objetos ?
Não na percepção dos sentidos, senão tudo seria uno com ela
Temos que perceber a sucessão.
Ao obter conhecimento do que uma coisa é,
também obtemos algum conhecimento do que ela não é.
A diferença existe na memória e é obtida
pela comparação do que há armazenado ali.
A diferença não está na aparência
de uma coisa; está no cérebro.
A homogeneidade está fora, as diferenças
estão dentro (na mente); por conseguinte,
a idéia dos *muitos*, é criação mental.
As diferenças se tornam qualidades quando estão
separadas, porém coexistem num mesmo objeto.
Não podemos dizer, positivamente, o que é a diferença.
Tudo o que vemos e sentimos acerca das coisas,
é pura e simples existência:*ser*.
Tudo mais está em nós.
A existência é a única prova positiva
que temos de alguma coisa.
Toda diferença é, em verdade,*realidade secundária*,
como confundir a serpente com a corda,
porque a serpente tem, também, certa realidade,
já que *algo* foi visto, embora mal interpretado.
Quando o conhecimento da corda se torna negativo,
o conhecimento da serpente se faz positivo,
e vice e versa; porém o fato de que só veja um,
não prova que o outro não exista.
A idéia do mundo é uma obstrução que encobre
a idéia de Deus e deve ser afastada, porém,
ela tem uma certa existência.
Sankara diz também que a percepção
é a prova final da existência.
É, por si mesma, refulgente e consciente, porque
para ir além dos sentidos, necessitaríamos da percepção.
A percepção é independente dos sentidos,
de todos os instrumentos, é incondicionada.
Não pode haver percepção sem consciência;
a  percepção tem luz própria,
que, num  grau menor,se chama consciência.
Nenhum ato de percepção pode ser inconsciente;
de fato, a consciência é a natureza da percepção.
Existência e percepção são uma mesma coisa,
não duas coisas postas juntas.
O que não necessita causa é infinito; assim como
a percepção é a prova final de si mesma, é eterna.
É sempre subjetiva; a percepção mesma,
é seu próprio percebedor.
A percepção não está na mente, mas atrás da mente.
É absoluta, é o único conhecedor;
assim, a percepção é, realmente, o Atman.
A percepção percebe ela mesma, porém o Atman
não pode ser um conhecedor, porque um *Conhecedor*
se faz pela ação do conhecimento;
porém Sankara diz: "este Atman não é EU" porque
a consciência "eu sou" (aham) não está no Atman.
Somos, apenas, os reflexos do Atman
e Atman e Brahman são um só.
Quando falamos e pensamos sobre o Absoluto
o fazemos num plano relativo, e por isso,
são aceitáveis todos esses argumentos lógicos.
Na Yoga, percepção e realização são uma mesma coisa.
Visishtham, da qual Ramanuja é o expoente, consiste na unidade parcial e significa um passo em direção a *advaita*.
Visishtham, significa diferenciação.
Prakriti é a natureza do mundo,
sobre a qual se produzem as mudanças.
Pensamentos inconstantes expressados
em palavras variáveis, nunca podem provar o Absoluto.