Shraddha - Fé
 

Não se fiem nos  ricos.
Estão mais mortos que os vivos.
A esperança está em vocês, nos mansos,
nos  humildes, mas fiéis.
Tenham fé no Senhor.
Dêem-me um homem verdadeiro,
não quero massas de convertidos.
Não se importem se ninguém os ajuda.
Não é o Senhor, infinitamente
maior do que toda a ajuda humana ?
Sejam santos, confiem no Senhor,
dependam d'Éle sempre e estarão no caminho
certo e então, nada se porá contra vocês.
Cultivem a virtude da obediência,
mas não sacrifiquem sua própria fé.
Nenhuma centralização é possível,
a menos que haja obediência aos superiores.
Nenhum grande trabalho pode ser realizado,
sem essa centralização de forças individuais.


Cada um de vocês pode ser um gigante;
tem que ser, dou minha palavra.
Obediência, presteza e amor pela causa
se tiverem os três, nada os deterá.


Malhem o ferro enquanto esta quente.
Ociosidade não resolve.
Joguem longe, de uma vez por todas,
toda idéia de ciúme e egoísmo.
Venham para o campo da prática, com toda energia;
trabalhem intensamente, com todas as suas forças.
De resto, o Senhor indicará o caminho.


Nada deve ser feito com pressa.
Pureza, paciência e perseverança são os três elementos
do sucesso e acima de tudo, o amor.
O tempo todo é seu, não deve haver pressa imprópria.


Na história de cada nação encontrarão as provas
de que somente aqueles indivíduos que acreditaram
em si mesmos, tornaram-se grandes e fortes.


Se todos compreendessem um dia, por um minuto, que alguém não se pode tornar grande com um simples desejo,
que só se levanta quem Ele levanta, que só cai quem Ele
faz cair, então todas as dificuldades terminariam.
Mas existe aquele egotismo, oco em si mesmo  e sem o poder de mover um dedo sequer, quão ridículo é dizer-se:
"não deixarei ninguém subir!”
Esse ciúme, essa ausência de ação conjunta
é o cerne mesmo das nações escravizadas.
Mas devemos tentar sacudi-lo, para que desapareça.
A grandeza está nas pequenas coisas - é isso o que ensina o Guita - abençoado seja o velho livro.


Os mortos jamais retornam; a noite que se foi não reaparece; a onda da maré que passou não se levanta outra vez;
nem o homem habita o mesmo corpo de novo.
Assim, ó homem que cultua o passado morto, nós o chamamos à adoração do presente vivo; aos que ruminam o que esvaziou-se no tempo, nós os convocamos às atividades do presente; aos que dispendem energia na procura de atalhos perdidos e demolidos, nós convidamos às estradas recém-construidas e largas que  se encontram próximas.
Que aquele que é sábio compreenda.



 

Que a idéia da verdadeira Shraddha seja mais uma vez renovada para nós, que a fé em nós próprios seja redespertada e somente então, todos os problemas
com que se defronta nosso país serão gradualmente
resolvidos por nós mesmos.


Vocês podem pensar que, por usar linguagem mais polida são superiores ao homem da rua.
Pior ainda se orgulho da espiritualidade os tomar;
aí estarão no caminho da desgraça.
É a mais terrível servidão que existe.


Lembro-me das brilhantes palavras do Katha Upanishad (Shraddha ou fé maravilhosa)
 Pregar a doutrina de Shraddha ou fé genuína
é a missão de minha vida.
Repito à vocês, que essa fé é um dos poderosos fatores
da humanidade e de todas as religiões.
Primeiro tenham fé em vocês mesmos.
Não olhem para os ricos e grandes homens que têm dinheiro. Foram os pobres os que realizaram os maiores
e mais gigantescos trabalhos do mundo.
Sejam firmes e acima de tudo, sejam puros e sinceros
até a espinha dorsal.
Tenham fé em seus destinos.


Rejeitem a terrível enfermidade que está penetrando
o sangue nacional, a idéia de ridicularizar tudo,
a perda da seriedade. Abandonem essa moléstia.
Sejam fortes e cultivem Shraddha.
Tudo o mais se seguirá


Não pensem que são pobres e que não tem amigos.
Quem pode provar que o dinheiro faz o homem ?
É o homem que sempre faz o dinheiro.
O mundo inteiro foi construído pela energia do homem,
pela força do entusiasmo, pelo poder da fé.


Quero a intensidade do fanático
mais a extensidade do materialista.
Profundo como o oceano, largo como o céu infinito,
essa é a espécie de coração que queremos.
Deixem de lado todas aquelas velhas discussões,
velhas querelas sobre coisas sem significado,
absurdas em sua própria natureza.
Pensem nos últimos seiscentos ou setecentos anos
de degradação, quando centenas de homens feitos, estiveram discutindo durante anos se deviam beber um copo d’água
com a mão direita ou com a esquerda,
se a mão devia ser lavada três vezes ou quatro,
se devíamos gargarejar cinco ou seis vezes.
O que podemos esperar de homens que gastam suas vidas discutindo temas tão triviais e escrevendo sobre
eles as mais letradas filosofias?
Há perigo de que a nossa religião entre pela porta dos fundos.
Não somos nem Vendantistas, a maioria, nem Purânicos,
nem Tântricos. Somos apenas “não-me-toquistas”.
Nossa religião está na cozinha.
Nosso Deus está na panela a nossa religião é: “não-me-toques, eu sou sagrado”.
Se isso continuar por mais um século,
estaremos vivendo num asilo de loucos.


Devemos ter grande devoção ao nosso ideal;
não uma devoção momentânea, mas calma, perseverante
e firme, como a do chataka (uma espécie de pássaro)
que olha para dentro do céu no meio do trovão
e relâmpago e não bebe água que não seja das nuvens.


Morram lutando para ser santos;
mil vezes dar as boas-vindas à morte,
do que ceder às pressões do mundo.
Não percam a coragem.
Quando o néctar suave for inatingível,
não precisaremos beber veneno.



 

Jamais discutam sobre religião.
Toda querela e disputa sobre religião só mostram
que a espiritualidade não está presente.
As brigas religiosas são sempre sobre a casca.
Quando a pureza, quando a espiritualidade esvaem-se,
a alma fica seca e começam as disputas.
 Não antes.



 

Não se preocupem com doutrinas, dogmas ou seitas,
igrejas e templos; tudo isso conta muito pouco,
se comparado com a essência da existência
em cada homem, que é a espiritualidade.
Quanto mais esta for desenvolvida, mais poder
o homem terá para fazer o bem.
Obtenham primeiro isso com seu trabalho, adquiriram essa espiritualidade, não critiquem ninguém,
pois todo credo e doutrina contém algo bom.
Mostrem, por seus exemplos, que religião
não são palavras, nome, seitas, mas realização espiritual.



 

Sinceridade de convicção e pureza de motivos,
certamente ganharão a batalha.
Uma minoria minoria,
que se utilize dessas armas, está destinada
a vencer todos os obstáculos.



 

Verdade, pureza e inegoísmo.
onde essas virtudes estiverem presentes,
não existe poder abaixo ou acima do sol que possa
destruir os possuidores delas.
Equipado com tais qualidades,
o indivíduo pode enfrentar o universo inteiro.
Levantem-se ! Despertem !
Não se detenham enquanto a meta não for alcançada.