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Impunidade sugere ao ex-governador Neudo Campos: Crie uma FM
A impunidade ainda
rola solta no Brasil. Estimula vários escândalos e muita corrupção. No início
de dezembro, de 2003, mais um caso de desvio de dinheiro público virou notícia.
O caso dos “gafanhotos” de Roraima, que provocou um imenso rombo nos cofres
públicos.
O escândalo foi
comandado pelo então governador de Roraima, Neudo Campos, do PTB regional. Ele
criou um esquema em que usava várias pessoas para se passarem por “funcionários
públicos” para assim permitir que seus depósitos bancários sejam utilizados
pela Prefeitura, para inchar os salários dos funcionários existentes. O termo
“gafanhoto” se refere à famosa praga das plantações, pois os gafanhotos são
famosos por se alimentar de folhas das plantas. Os “gafanhotos” de Neudo Campos
comiam outras “folhas”, as de pagamento. A polícia descobriu o escândalo e até
agora foram presas mais de 40 pessoas.
Se a impunidade
vier a soltá-los, certamente uma boa sugestão virá à tona. A de criar uma
emissora FM, dessas com programação tipo rádio AM bem populista. O número de
envolvidos dá uma equipe radiofônica inteira, incluindo o departamento de
esportes. Neudo devia também criar uma emissora AM, com potência baixa, só para
entrar na onda da dupla transmissão AM e FM, aquele termo que os calhordas
estão apelidando de “rádio AM+FM”, que anda enriquecendo muito dono de rádio e
está fazendo até muito radiojornalista virar marajá da noite para o dia.
Com a tal
“rádio AM+FM”, Neudo Campos nem terá tempo para ser repudiado pela grande
imprensa, pois até os jornais mais imparciais terão uma atitude imparcial, ou
seja, positivamente parcial (a favor de Neudo) e dessa forma ele passará uma
imagem, falsa porém verossímil, de “cidadão íntegro”, “defensor da boa
informação”, aproveitando a situação até para dar amplo espaço à opinião
pública e, na bajulação, tratar todos os ouvintes como se fossem “repórteres em
potencial”. Tudo pela “interatividade”, “informação” e “prestação de serviço”. Assim
Neudo poderá conseguir atrair até mas adeptos, para uma futura “volta por cima”
política, dessas que outro corrupto, o presidente Fernando Collor de Mello,
teve, que não rendeu um novo cargo político, mas o fez ser queridinho das
colunas sociais.
Que naçãozinha
esta que permitiu a ascensão de raposas velhas como o ex-prefeito de Salvador,
Mário Kértesz? Sua prática de corrupção não era pouca coisa diante de casos
como o do ex-governador de Roraima, Neudo Campos.