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O tendenciosismo da Rádio Metrópole FM
Ser tendencioso
não é mentir toda hora, não é expor apenas o pensamento dos donos do poder e nem
ir contra os interesses do povo. Tendenciosismo também pode significar uma rara
abordagem positiva ou uma rara atitude correta em meio a uma série de equívocos
cometidos.
A Metrópole FM
tem no tendenciosismo a sua prática maior. Sua falta de identidade favorece
isso. Como FM, não tem identidade, pois sua programação tem perfil de rádio AM.
Não sabe qual seu principal público alvo e tenta agradar a todos, mesmo não
agradando ninguém. Finge que não tem ideologia, ou que é vanguardista, ora
radical (mas sem ser realmente radical), ora moderada, tenta parecer
jornalisticamente correta até mesmo para as melhores faculdades de jornalismo
da Bahia.
Tanto no
episódio da paralisação dos policiais de Salvador, em junho de 2001, quanto no
caso da revolta dos estudantes contra o aumento das passagens de ônibus na
capital baiana, em setembro de 2003, Mário Kértesz tentou soar como um “aliado”
dos revoltosos. Extremamente populista, ele se revela, também ao extremo,
claramente tendencioso, uma vez que, sem uma postura ética segura, embarca em
qualquer causa que pareça “moderna”, “avançada”, “combativa”.
Até que a
Metrópole deu espaço para especialistas (professores universitários,
sindicalistas, líderes estudantis e políticos de oposição) manifestarem suas
opiniões coerentes, e os repórteres (que não seguem necessariamente a opinião
do dono da rádio; mas nem o próprio Mário, diz a piada, chega a representar o
pensamento do dono, pois, como sabemos, ele, o próprio dono da rádio, é
conhecido por sua falta de sinceridade) até conseguiram fazer sua lição
direitinho.
Mas,
infelizmente, os profissionais íntegros que trabalharem na Metrópole não podem
representar alguma chance de prestígio da emissora. Porque, infelizmente, a
Metrópole é Mário Kértesz, e qualquer coisa que é feita a favor da rádio, acaba
servindo de vantagem para seu dono. E todo mundo sabe que a Metrópole é fruto
da escandalosa corrupção que Kértesz praticou nas suas gestões incompetentes
como prefeito de Salvador.