- Autor:
Edson Neto
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- No arraial da Boa Vista
- Acontecia de tudo
- De mulher que dava em homem
- Quando não era chifrudo
- De tudo um pouco havia
- Porque gente existia
- Cada um mais linguarudo.
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- Era do conhecimento
- Que a tempo nesse sertão
- O falado Severino
- Filho de um certo barão
- Paquerava uma menina
- Por nome de Josefina
- Aquém lhe cedeu a mão.
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- Essa refirina moça
- Era filha do seu Chico
- Conhecido na cidade
- Porque também era rico
- O famoso coronel
- Que aqui nesse papel
- Teve que pagar o mico.
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- Pois o rapaz e moça
- Começaram a namorar
- Em lugares escondidos
- Longe de qualquer olhar
- Só que pro azar dos dois
- Foram ser vistos depois
- Por gente desse lugar.
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- As pessoas que avistaram
- Eram duas fofoqueiras
- Que falavam todo dia
- Por fuxico eram ligeiras
- Se não houvesse fofoca
- A Matilde e com a Doca
- Só conversaram besteira.
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- As duas desconfiadas
- Logo foram fofocar
- Quando o soldado de longe
- Viu e foi interrogar
- Devido à fama das duas
- De percorre pelas ruas
- Com a língua pra difamar.
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- O soldado percebeu
- Que tinha notícia nova
- Porque quando chegou perto
- Notou logo pela prova
- Que viu as duas tremendo
- O soldado foi dizendo:
- Se fofocar leva sova.
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- Onde ele obrigou
- Pondo elas no estreito
- Pra saber do falatório
- Fazendo certo e direito
- Que nenhuma fofocasse
- Porém só ele falasse
- Pra disso tirar proveito.
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- Folheto com 8 páginas-32 estrofes- Ed. Cecordel
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