Soneto que dói
Que corta o peito feito navalha
Há uma dor que dói, não sei onde
E a lágrima escorre, não se esconde
E a voz entrecortada, não fala, falha

Só posso vê-la nos sonhos e não sonho
Procuro em vão, enxergar seu jeitinho
Pois se deito, não tenho seus carinhos
E o anoitecer é triste, tão enfadonho

Mas se a vida, é tortuosa e incerta
Que o coração se molde, a essa certeza
Que fique doído, ao léu, só batendo

Que sofra com a perda, curta a tristeza
Vivendo na dor, na dor aprendendo
Vivendo a certeza, de que a morte é certa
Versos de Jó Oliveira - Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2004 - Direitos do Autor.
VOLTAR