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-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Flor - diana.flor@zipmail.com.br  

 

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Presa

Meu corpo reticente
Despedaça-se em hesitações
Buscando desprender-se do desejo

Então vens, acidental e avassalador,
Traçando armadilhas perfeitas pro meu desatino
Penetrando minha alma com múltiplos carinhos

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Mais Além

Beija!
Chega tua boca devagar
Dentro do meu mar
Olhos, pele, lábios, cabelos
Pra se afogar

Toca!
Chega tuas mãos devagar
Toma a flor que te dou
Vermelho-vivo, incenso
Pra te perfumar

Canta!
Deixa tua voz a bailar
Nas asas do vento
Voa pousa em meu peito
Pra me habitar

Tira-me os pés da terra
Leva-me, lava-me no teu riso
Quero tudo a um só tempo
Mar a mar, vida afora
Correr mundo se for com você
Para ir mais além.

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡   Noturno

A manhã intrusa aproxima-se inevitavelmente.
Um silêncio frio deita suas asas
sobre meus pensamentos febris.
O peito, que há pouco fervia, suspira...
Algo me sossega, talvez fé.
A fé no fim dos dias.

02/01/02

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Livre

Passo a divagar,
penso devagar.
Repenso e repasso
o passado a limpo...

O passado a limpo
dispenso ao cansaço.
Pertenço ao lugar
por onde passo!

Por onde passo
suspenso no ar,
propenso ao acaso,
me refaço.

(20/11/01)

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Frágil

O amor, se existiu,
Se fez no momento em que
Nossos mundos dialogaram,
Nossos sonhos se misturaram,
Nossos corpos se reconheceram
e se abrigaram,
Arriscando-se a compor
Carinhos impensáveis.

Vez por outra,
rompe essa lembrança,
frágil pássaro de asa mutilada,
para sobrevoar meus dias.
A saudade, resíduo da felicidade
que se supõe ausente,
é o que sobrevive.
Somente.

 

01/Jan/2002

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Figura

Vi você, e ainda o vejo
Com olhos infiltrados de uma poesia indefinível
Os lábios (caminhos, descaminhos), como asas de borboleta,
Ruflando suavemente e rebentando em línguas de fogo
Consumindo a flor despertada, pétala por pétala.
Consumando o toque, sem pecados, longe do bem e do mal.
Derramando carinhos impressentidos, em idas e voltas.

Vi você, e ainda o vejo
Chegando entre sorrisos, deixando-se conhecer
Verde, anil, ouro, negro, branco, rubro...caleidoscópio!
Imaginado, escrito, fotografado, e sentido
Longe, leve, e livre.

Tudo breve...e permanente. Partimos e vivemos.
O mais é página aberta. A vida permite, de repente, a redescoberta.

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Fé

Juro por todos os céus e religiões:
existe ainda a liberdade, apesar do cansaço e do medo.
Insiste a beleza em nos tocar a todo momento...
Nada está irremediavelmente perdido se temos uns aos outros,
se em meio ao caos que embota os sentidos
e a todo o tormento desses dias de ébano
ainda seguimos a rota da poesia.

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Estado de Coisas

Lixo no meio-fio, asfalto roto
Laranja podre, rato morto
E pobres vidas escorrendo pelos bueiros
Chutadas no vai-e-vem dos canteiros
Pisadas pela impaciência dos passos
Em meio ao disse-que-disse-que dos becos

Parece que há na cidade muito cidadão decente...
Mas não resta sequer um inocente!
Ttransita a indiferença nas palavras sem olhares
Nos olhares sem palavras, ri a insensibilidade
O orgulho em riste é o vício mais triste
De uma gente pobre, e tão esnobe
Besta como a burguesia da zona nobre
Com o peito escancarado a toda banalidade
E bem trancado a mais gritante realidade

Gente que se deixa sufocar pela poeira levantada
A cada velha mentira bem contada
Gente que se deixa cegar pela luz (tanta luz!)
Desta terra de fortes, bárbaros, galegos e até santos!
Ouro de tolo pra humilde crer e turista ver

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Auto-retrato

Meu coração é terreno fértil de míseras fantasias.
Sonho, acredito, quero dias impossíveis,
abrigo, canção, convicção, perdição de bem-querer.
É minha sina a inquieta busca,
esta insana ânsia por um amor puro,
antes negada, agora reencontrada.
Estou farta de sentimentos rasos,
de emoções frouxas, de enterrar minhas verdades
por medo de ter a pele arrancada.
Lanço-me às rotas em que em esperem
turbulências, tempestades, vendavais.
Sem mais calmarias.
Assumo os riscos, obediente ao meu cansaço.
De qualquer modo, morro.
Enquanto isso, a vida precisa fluir,
não estancar.

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Defeito

Hoje o vício em que me lanço não me violenta
Nem a triste perda evitável me tira o sono

A canção mais sentida não me acalenta
Nem o velho desejo consumado me deixa risonho

O dogma já não me atormenta
Nem o grande mal irreparável me parece medonho

Meu riso definha, ferido de desencanto
Sei que nada sei além de que a civilização se apaga
De que valeu toda filosofia e ciência, toda
Iluminação e arte?
Nem mesmo uma lágrima me arde

A beleza não me diz mais nada
Nem o fogo do teu olhar me desarma
Porque cada promessa de paz soa como mentira
Deslavada
E não há resposta que não seja descaradamente
Inventada
Mas, apesar de tanta cinza e sangue, podem restar
Flores na estrada

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Antídoto

Eu agora
Cubro espelhos,
Engaveto relógios,
Emparedo flores,
Empoeiro estrelas,
Saboto versos,
Aborto cartas,
Arranho emoções à flor da pele,
Parto saudades em pedaços,
Largo desejos a pão e água,
Deixo sonhos por um fio,
Viro fatos de ponta-cabeça.
Porque desse mal de amor, ah,
Não morro.
Eu mato!

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Ventura

Saltei do alto da razão
Vitimando medos.
Pousei na imensidão
De uma folha vazia.

Rabisquei uma linha
Ao acaso
Arriscando sonhos,
Publicando desejos.
Acabei na rima de uma poesia.

01/Jan/2002

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-