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-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Nahyara - nahyara@hotmail.com

 

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ (sem título)

O Amor não é carnal, 
Não é prazer biológico, natural.
Ele não acaba, não morre.
Não cai, envelhece ou brocha.

Fácil é dizer o que 
Ele não é.
Mas o contrário!...

O Amor é intenso.
Não martela, mas flui, é.
É pacífico, paciente, atencioso.

Não há amante ou amado,
Mas Amor.
E é pleno em si.

Mas alguém pode ser feliz
Ao ver seu amor com outro?
No amor romântico não será,
A princípio entende-se
Sua plenitude na correspondência.

Mas o mais difícil é dizer
Se é Amor que existe.
Porque não se diz,
Se sente, entende-se
Através do tempo e da alma.

Todos sentimos Amor,
Mas ele não é qualquer sentimento,
Não é banal.
É especial, é intenso.

Amar também é.
Ter maturidade e aceitar
O não contato físico-biológico.
É transcender o nível natural:
É o espiritual.

É difícil saber se é
Amor o amor romântico.
Mas pode ser se 
Se amam ao espírito.

Ah! Essa minha ideologia!...

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Ao Passar Pela Zona-da-mata Açucareira...

No ar,
O grito desesperado
daqueles que
foram massacrados.
Privados da liberdade,
Mesmo que ilusória,
Do convívio de sua
Própria sociedade.
Foram exprimidos
Até sua última gota de força
E reprimidos
Pelo sexo brutal,
Pelos chicote, ferro e pau,
E pelas mais vis
Das formas de repressão
A destruição cultural
E o preconceito.

Na terra,
O suor,
O sangue,
A cana.

A terra também grita.
D e s e s p e r a d a m e n t e.
Mas quase sem força
O monstro verde
Roubou-lhe a alma
E ainda suga.
Suga a seiva,
Sumindo...
E contorce,
E geme.
Séculos que
Ainda passam.

Mas o monstro
Não é verde:
É branco!
Ele queima e planta,
Queima e planta.
Num ciclo fugaz
E destruidor.

E a terra
Cumpre seu dever.
É serva sofredora.
E grita e geme.
Até...

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Sob o Véu Cor de Vinho

Eu me chamo Nahyara. Sou uma garota aparentemente comum. Eu sempre me senti bem e feliz entre meus familiares e amigos. Mas havia algo de estranho na minha vida, algo que eu não sabia dizer, ou não queria...

Quando as pessoas conversavam sobre o passado, eu conseguia lembrar de fatos remotos. Mas quando tentava recordar-me de algo mais recente, era como se houvesse um vazio. Eu só via cenas escuras. Em um certo dia, notei que isso acontecia com fatos ocorridos após meus treze anos de idade. Naquele momento, eu tinha vinte e dois anos.
Havia mais uma coisa que me diferenciava da maioria das garotas daquela idade. Eu estava noiva. Mas os documentos que estavam sendo organizados aos poucos para o casamento eram como se não fossem reais. Eu olhava-os em cima da prateleira e não ligava, como se tudo não passasse de uma brincadeira.

Uma noite, antes de sair com meu noivo, eu estava conversando com uns amigos. Havia um deles por quem eu sentia algo diferente. Sim, eu gostava dele. Nesse momento, achei tudo estranho: como estar noiva gostando de outra pessoa? Daí, para complicar ainda mais, notei que havia me interessado por outros garotos nessa mesma situação.
Diante de tudo isso, fui ao meu quarto e abri o envelope dos documentos do casamento. Li o nome dele, era Sávio, mas não conseguia visualizar sua face. Como?

Ao voltar do encontro, notei que não lembrava de nada daquela noite. Como tudo aquilo acontecia e eu não havia percebido? Mas naquele momento tudo era diferente.
Em um dia, estávamos arrumando a casa, limpando e colocando as coisas no lugar. Então, meu pai se aproximou de mim com um livro na mão. Era uma fotocópia de uma obra antiga e estava toda empoeirada. Dei uma rápida olhada, falava sobre memória, havia testes para lembrar e esquecer fatos. Eu nem dei importância ao livro e deixei-o sobre uns caixotes.
Logo depois chegou a mãe de uma amiga minha, D. Olenca, com alguns vestidos. Ela disse que eu poderia usar algum para a festa de formatura da Lívia, sua filha. Quando ela foi embora, a Wladiana, namorada do meu irmão, veio experimentar esses vestidos. Ela começou a falar do meu futuro casamento e como era precipitado. Ainda lembro dela pedindo: “Ô, Nahyara, não casa não!”. Neste momento, minha mãe chega e diz que vai dar de presente de Natal o documento que faltava para o matrimônio. Então, eu comecei a chorar e disse que a Wladiana tinha razão: como casar com alguém que eu nem conseguia lembrar do rosto?

Depois disso o Jota, meu irmão, chegou do seu estágio e, quase ao mesmo tempo, dois rapazes da vizinhança vieram para falar com ele. Um deles falava mais, mas de um jeito irônico, sarcástico, que inspirava desconfiança. Num dado momento, esse rapaz falou algo que eu ouvi e senti algo estranho, mas não entendi de imediato.
Nessa tarde, eu fui dormir. Ao acordar, ainda meio zonza, consegui ver tudo claramente, como se tudo se encaixasse através de um sonho.

Era ele, eu sabia que era ele. O rapaz que morava na vizinhança. Ele usava aquele livro antigo. Ele saía comigo e me fazia esquecer de tudo; vinha me enganando todo esse tempo.
Corri, então, para pegar o livro, chamando a atenção de todos. Lá estava a fotocópia com a capa preta em cima dos caixotes. Folheei e encontrei, escrito em letras grandes e vermelhas: LEIA O TEXTO ACIMA E ESQUEÇA DE FATOS ACONTECIDOS NA SUA VIDA.
Naquele momento, percebi que era só uma questão de tempo. Eu ia provar que era ele o culpado de tudo e tomar as devidas precauções. Deixei tanto tempo da minha vida passar sem querer ver que havia algo de estranho, de errado. Achava que aquilo era normal...triste pensamento! Mas eu não podia pensar nisso: eu tinha toda minha vida pela frente.

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Em um Belo Dia Negro

    Novamente o furacão
     passa pela cidade.
     De forma intensa,
       notável, revira.
        O lugar, porém,
      não é o mesmo.
    Não se destrói
    facilmente
   e cai, es-
     perando
       ajuda
       alheia
          .

Ela está amadurecendo...
Não chora, observa.
Não espera, procura.
Não abandona, tenta ressurgir.

Furacões sempre vem e vão.
Trazem e levam coisas.
Ainda estamos em meio a tempestade.
Sabemos que tudo vai passar.
As flores virão
E tudo ficará somente na memória.
Só não sei se assopro com força
Para as nuvens passarem,
Ou deixo o vento fazê-lo.

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Pobre Alma Mortal

Esta pobre alma mortal,
A quem a arte não quis contemplar
Espera o dia que dom (será?) virá
Assim, com uma mão a pena dos grandes
Na outra, os versos verdes,
Cantarei espinhos
Chorarei os perfumes
E poderei abrir o baú
Que há muito clama por sua chave
Mas está envolto por uma
Caixa de relógios

Vomito aqui estas vãs palavras,
Limpando o espírito do negativo.
Se o que sinto dói
Queima, arde, não sei:
Delírio, caos: justiça;
Felicidade, indiferença: chama negra.

 

-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡    KalliCháos   ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-