-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ Rangel Ray
Godoy
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Eu moro em uma cidade no interior do Paraná, chamada Palmital. É uma cidadezinha pequena sabe, mas eu adoro ela. Tenho 18 anos, gosto muito de coisas relacionadas a subjetivismo, gosto de ler e ouvir música, minha banda preferida é Bon Jovi ( Eu sou fã ) meus escritores favoritos são Alvarez de Azevedo e Bernardo Guimarães. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>No
dia em que eu morrer No
dia em que eu morrer Quem
me dera um sepulcro Humilde,
úmido com lágrimas De
quem me amasse derramadas E
lamentos tristes desesperados Por
ambos sonhos despedaçados E
que olhares cheios de pena Cintilassem
como a lua serena No dia em que eu morrer Quem
me dera um beijo Em
minha frieza o calor Dos
suspiros quentes de amor E
que os olhos ternos inundados Desmaiassem
nos braços estagnados Trazendo
lembranças de um passado Não
distante pelo amor eternizado No
dia em que eu morrer Quem
me dera vê-la pendurada No
meu caixão já apodrecido A
soluçar no meu peito adormecido Passando
a noite toda a rezar Até
o frágil corpo bambear E
adormecer singela ao meu lado Antes
de eu ser sepultado No
dia em que eu morrer Quem
me dera uma noite chuvosa E
a coragem da minha amada Em
visitar - me de madrugada Abrir
a cova profunda Beijar
- me caveira imunda Lamentar
- me a morte prematura Enterrar
- se comigo na sepultura No
dia em que eu morrer Quem
me dera morrer de amor Com
o peito quente me enterrar Não
haveria pela morte prantear E
talvez depois que morresse Até
o céu eu merecesse E
Deus ao ver-me adentrar Não
haveria de anatematizar No
dia em que eu morrer Quem
me dera deixar saudades E
lá do céu poder escutar Orações
de minha querida a declamar Que
não há vida sem mim E
decidir - se por fim Por
não delongar minha espera Quem
me dera, quem me dera No
dia em que eu morrer Porém
sei que apenas morro Não
haverá olhos para chorar Ou
mesmo orações para escutar Nem
mesmo sepulcro terei Nem
saudades deixarei Apenas
hei de parar de respirar De
sofrer, de existir e de amar No
dia em que eu morrer Não
quero nem pensar Meu
Deus, tenho tanto medo De
que a morte me leve cedo E
faça com que eu descubra Minha
realidade obscura Medo
que o céu eu não mereça E nas trevas eternas permaneça |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Soneto
da Ilusão Por
que esse seu sorriso Tem
que ser assim tão doce? Nos
teus lábios meus deslizo Quem
me dera um dia fosse Quem
me dera teu amor Fonte
de inspiração Em
teu corpo meu calor Doces
sonhos de ilusão Donde
deves tu estar Minha
doce querida Ponho
- me a perguntar E
a teus olhos suplicar Onde
estás escondida Em meus sonhos deve estar |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Amor.
Pecado? Nós
éramos puros como o orvalho pela noite deixado Nós
éramos a representação da castidade e da moral Mas
naquela noite, perdemos a noção do certo e do errado Naquela
noite, deixemo-nos levar pelo amor carnal Fizemos
o que o mundo todo dizia para não fazer Fizemos
quebrar as regras de quaisquer regras dominantes Deixemos
de ser anjinhos em troca de uma noite de prazer Deixemos
de lado a vergonha e nos fizemos amantes Mas
Tudo foi amor, foi amor carne - coração Mas
Tudo foi tão lindo que faria tudo novamente E
mesmo sob um maldito mundo de repreensão Aquela
noite ficará guardada eternamente Ta
bom... talvez a gente tenha exagerado um pouco Ta
bom... pode ter tido uma parcela de pecado sim Mas
do jeito que amamos um ao outro Se necessário... pecadores até o fim. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>À
minha Musa É
tão delicada Que
tenho medo de tocar É
tão linda Que
mata com um olhar É
tão meiga Que
parece flutuar Tem
olhos tão lindos Que
fazem enlouquecer Tem
voz de anjo Que
me faz estremecer Tem
a pureza rara Que
todas querem ter É
tão serena Como
as águas do mar É
tão deslumbrante Como
o brilho do seu olhar É
tão perfeita, tão perfeita Que não me deixa exagerar. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Anjo
mal amado A
penumbra como que me aquece Pois
não tenho teu colo quente E
Lânguido aqui padece Meu
pobre coração doente Só
que daquela vez eu me perdi Nos
teus lábios, nos teus seios, Aquele
dia eu compreendi A
razão dos meus receios Você
foi meu único pecado Eu
era um anjo casto Transformei-me
num diabo Oh
quanto me fora nefasto Que
em prantos afogado Deixara
meu peito vasto Eu
bem sei que não deveria Mas
não houve como controlar E
tudo o que eu queria Era
não me apaixonar Mas
Deus há de me perdoar Todos
os meus tais pecados Pois
aqui estou a penar Sou
um anjo mal amado Não
mais adianta chorar Prantos
desesperados Que
rolam sem parar Amo
a teus lábios calados Mas
amanhã vais soluçar Ao
ver meus olhos fechados Não
há dor mais angustiante E
me torna mudo e mouco Oh
à partir desse instante Haverei
de ficar louco Mas
não devo mais reclamar Da
dor nesta minha ferida Pois
já ouço - a me chamar Estou
indo morte querida Ela
sabe o que hei de fazer E
já que não interveio Oh
deixa-me adormecer Que
triste fim eu receio Mas
sei que morrer É o remédio que tenho. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Decadência A
lua era tão apaixonante Agora
é tão ausente O
vento era tão refrescante Agora
é tão Doente As
manhãs eram tão animadoras Agora
são tão sombrias As
chuvas eram tão afagadoras Agora
são tão frias As
flores eram tão perfumadas Agora
são mal cheirosas As
mãos eram tão delicadas Agora
são tão calosas As
noites eram tão Loucas Agora
são tão normais As
dores eram tão poucas Agora são demais. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Mórbida
loucura Esta
brisa noturna parece congelar Permita-me
envolver-te nos braços que alivia Oh
querida, por que estás assim tão murcha e fria? Por
que é que demoras tanto assim para acordar? Pensas
em enganar - me com esses olhos fechados Pois
eu sei muito bem que já já estarás de volta Tão
quieta, bela, tão quente demente, estás morta Não
vê os meus pobres olhos em lágrimas turvados? Meu
deus como és bela na mortalha que te veste Nem
mesmo a morte conseguiu roubar-lhe a beleza Mas
ao vê-la inerte mais realço a minha certeza De
o quanto se faz injusta a justiça celeste O
teu nobre coração antes pulsante já estagnou Teus
olhos já não têm aquele ofuscante brilho E
eu agora órfão de amor fiquei sendo o filho Macilento
que a beleza da treva adotou A
palidez da sua tez e a minha
se parecem Eu
faria de tudo para os teus olhos se abrirem Como
é triste ver os nossos sonhos se extinguirem Pois
teus castos lábios e os meus muito se merecem Dize
- me querida o que posso eu fazer agora Além
de rezar na angústia da escuridão E
apreciar-lhe a beleza mórbida do caixão Na
demência em que me deixaste ao ir embora Oh
como pena meu pobre coração inválido Que
bate sem vontade de continuar batendo Por
que permitiste meu Deus o que está havendo Por
que não te despertas logo meu anjo pálido? Vamos
minha princesa, levanta eu te imploro Não
vê querida este meu pranto desesperado? Não
vens querida ao encontro do teu amado? Então me espera, me espera que não demoro. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Lá
vão elas Lá vão elas, lá ao longe vão elas, correndo como se estivessem fugindo da morte. Parecem desesperadas. Já mal consigo vê-las. Por que não vou atrás delas? Tenho de ir atrás delas e implorar para que fiquem. "Parem por favor." Não adianta. Lá vão elas. Estão tão longe. Pensar que já estiveram tão perto. Mas como passaram rápido. Meu Deus, lá vão elas. Faça-as parar. Faça-as parar. Não tem mais jeito. Lá vão elas. Tão longe, tão rápido. Lá vão as minhas chances de um dia tê-la. Foram, e agora me deixaram com eles. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Alucinógenos Eu
não necessito de química para ficar alucinado.
A
música é meu alucinógeno, e pode ter certeza de que não há nada
melhor. Para
matar minha tristeza, só é necessário o brilho dos teus olhos. Para
afogar minhas mágoas, eu só preciso me embriagar nos teus lábios. Sou
como Sophia, que viaja por entre os prados desconhecidos do cérebro. Sou
a demência que burla o consciente com o inconsciente para desfrutar dos
prazeres da loucura. Mentes fracas necessitam de entusiasmos pesados. Pesados e sem graça |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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CONTOS |
o>>>>>>Visão
do Inferno
O travesseiro está
extremamente zangado. Olha-me feio. O resto está tão triste que parece
que chora. O silêncio é total. Apenas de vez em quando é quebrado por
gritos desesperados que não sei de onde provêem. Pra falar a verdade eu
estou com medo.
Ela aparece de repente, lá
longe. Não consigo ouvir o que quer me dizer. É extremamente branca,
meio mutilada, mas a parte do corpo que não está machucada é lisa e
delicada. E eu juro que se não fossem aqueles olhos brancos eu não
ficaria com medo. Talvez até me apaixonasse. Mas é horrível. O sorriso
de desdém.
De repente ela some. Mas aí
aparecem outros e todos têm os mesmos olhos brancos e ficam cochichando
um ao outro, coisas que não consigo ouvir. Falam baixinho, mas sem tirar
os olhos de mim. Sei que estão cochichando sobre mim. E essa chuva que não
para de cair. Está frio. É o silêncio que me enlouquece. O silêncio e
a penumbra. Estou quase morrendo. Então a luz se acende e todos eles
somem.
São meus amigos que chegam.
Eu não sei como agradecer por acenderem a luz. Mas então, quando olho
mais com calma vejo que também têm os olhos esbranquiçados. Tudo parece
normal, mas a pele branca, os olhos brancos, o silêncio. Olho para o
retrato na estante e vejo que as pessoas do retrato também têm os olhos
brancos.
Não consigo resistir a
tamanho desespero. Saio correndo pra fora de casa. Dou de cara com o
enorme cajueiro. Em um de seus galhos vejo uma forca. Que diabos está
fazendo esta forca aí??? Vejo que é a única maneira de aliviar meu
desespero. Enrolo meu pescoço na corda, porém quando vou saltar me
lembro que já fiz isso ontem. Lembro-me o quanto foi agonizante. Então
novamente a vejo. Com os mesmos olhos brancos. Parada bem na minha frente.
Então ela me fala numa voz límpida de garotinha ingênua: ( as primeiras
palavra que a ouço dizer) "É
impossível morrer duas vezes meu caro. Agora não há como fugir"
Aí me lembro que meus avós diziam que quando alguém se mata é
de lei que vai para o inferno. Eu sempre duvidava. Agora suspeito não
mais duvidar.
Paro um minuto para refletir e
me dou conta que realmente estou no inferno porque ontem eu me matei.
O que fazer agora??
Meu Deus! Ela não para de me
olhar. Esses olhos. Alguém me tire daqui!!!!!!!!!!! |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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o>>>>>>Sina
de Poeta -
Quem é este que agoniza agora nesta cama? -
O poeta é quem morre senhor. -
E de que morre o pobre do poeta? Que lhe corrói a vida? -
Morre de amor. A desilusão o amaldiçoa. Bebeu veneno ao ver-se
desprezado pela senhoria que ama. -
Mas onde se encontra a dama pela qual o nosso poeta padece?? -
Na boemia senhor! Em companhia de um outro mancebo. -
Meu Deus! Mas ela sabe que este morre? -
Sabe, porém pelo que parece não se importa com o isso. Não foi capaz de
ceder-lhe os carinhos nem mesmo diante de tal situação. -
É realmente um triste fim não acha?? -
É sina de poeta. Morrer desesperado e só. É assim que deve ser. -
Deus me livre de ser poeta. -
Morreu! Oh meu deus, que expressão macabra lhe gravou os últimos minutos
em suas faces. Parece ainda sofrer. Isto me dá arrepios. -
Mas e lhe deram a extrema unção? É necessário para que sua alma
descanse em paz. -
Tentamos senhor. Foi inútil. Este que jaz é ceticista. -
Pobre rapaz. Quantos anos teria ele? Uns 30 pelo que posso perceber. -
Não senhor. Era muito mais jovem do que parece agora. Tinha apenas
dezenove anos. Não havia ainda descoberto os prazeres da vida. Era sempre
retraído e acanhado. Sempre fechado em seu mundo de ilusões. -
Minha nossa! Como a morte envelhece as pessoas. Jurava que tinha ao menos
vinte e cinco anos. -
A morte talvez não meu senhor, mas a tristeza e a dor de ter de partir tão
cedo e tão virgem de tudo. -
Triste sina essa de poeta - É assim que deve ser. |
-)-)-)¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡ KalliCháos ¡¤¨¤¡¡¤¨¤¡(-(-(-
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