Na Universidade de Taubaté (SP), Leda Galvão fala aos alunos através do circuito interno de TV.
Espalhando Estrelas
Esperar, sem desesperar, é quase conseguir
Quero sair por aí
espalhando estrelas
azuis, douradas, prateadas...
Estrelas que adornem a fronte
da menina feia e triste;
estrelas que façam brilhar
os olhos daquela velhinha
que viu os filhos crescerem
- e sumirem -
na poeira dos caminhos;
estrelas que façam sorrir
a menina aleijada
que todas as tardes, da janela,
observa a criançada
brincando de pegador;
estrelas ternas que consolem
a moça que perdeu a virgindade
e que nunca pôde ser mãe;
estrelas que entrem no barraco
e sirvam de cobertor
pra família João-Ninguém;
estrelas de faz-de-conta
pra botar nos sapatinhos
dos que esperam, como eu,
a NOITE que nunca vem.
Leda Galvão de Avellar Pires
Ir para "Ilha Anchieta" -- Voltar ao índice -- Voltar à home page