Lourenço Marques e Maputo

Nomes de bairros, de praças e de ruas de Lourenço Marques e de Maputo.

Todos fazem homenagens a seus heróis , aqui são colocadas as biografias pesquisadas na internet, sem qualquer julgamento de valor ou razão histórica. Os anos de 1967 e 2005, referem-se aos anos de publicação dos documentos onde os nomes foram pesquisados.



BAIRROS

EM 1967 EM 2005
BAIXA CENTRAL "C"
PONTA VERMELHA POLANA CIMENTO "A"
POLANA POLANA CIMENTO "B"
CARREIRA DE TIRO POLANA CIMENTO "B" (Parte)
SOMMERCHIELD (Parte)
CRONISTAS SOMMERCHIELD
MALHANGALENE MALHANGALENE "A", "B", COOP
ALTO-MAÉ ALTO-MAÉ "A", "B"
XIPAMANINE XIPAMANINE, MAFALALA, MINKAJUNE
MUNHUANA MUNHUANA
MALANGA MALANGA
CHAMANCULO CHAMANCULO "A", "B", "D"
SÃO JOSÉ DE LHANGUENE CHAMANCULO "C"
AEROPORTO URBANIZAÇÃO
MAXAQUENE MAXAQUENE "A", "B" E "C"


PRAÇAS E PRACETAS

EM 1967 EM 2005
PRAÇA 7 DE MARÇO PRAÇA 25 DE JUNHO
PRAÇA MAC MAHON PRAÇA DOS TRABALHADORES
PRAÇA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA
PRAÇA DOS DESCOBRIMENTOS PRAÇA TRAVESSIA DO ZAMBEZE
PRAÇA DOS PIONEIROS
Rotunda no final da Av. 24 de Julho
PRAÇA 16 DE JUNHO
LARGO JOSÉ ALBAZINI PRAÇA 21 DE OUTUBRO
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Esquina da Av. Antonio Enes com Av. Nossa Senhora de Fátima
PRAÇA DESTACAMENTO FEMININO
FONTE LUMINOSA
Final da Av. da República
PRAÇA ROBERTO MUGABE
PRAÇA INFANTE D. HENRIQUE
Palácio das Repartições
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Esquina da Av. Av. Augusto de Castilho com Av. Nossa Senhora de Fátima
PRAÇA DA O.M.M.
PRAÇA VASCO DA GAMA
Em frente ao Bazar
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PRAÇA CRAVEIRO LOPES
Início da Av. Gal. Craveiro Lopes
PRAÇA 20 DE SETEMBRO


RUAS

EM 1967 EM 2005
AV. DA REPÚBLICA

PRIMEIRA REPÚBLICA PORTUGUESA

Dos Paços do Concelho em Lisboa é proclamada a República por José Relvas. Foi ministro das finanças. Deixou como legado, ao povo português, um extraordinário museu: a "Casa dos Patudos", em Alpiarça.

É constituído um Governo Provisório, presidido por Teófilo de Braga, (1843-1924) nasceu em Ponta Delgada, do qual fazem parte António José de Almeida, Basílio Teles, Bernardino Machado, António Xavier Correia Barreto (inventor da pólvora sem fumo usada no exército português), Afonso Costa, António Luís Gomes, Amaro Justiniano, Azevedo Gomes, Brito Camacho.

A Assembleia Constituinte tem 229 membros e reúne-se pela primeira vez, passados nove meses. Decreta: 1º Fica para sempre abolida a monarquia e banida a dinastia de Bragança. 2º A forma de Governo de Portugal é a da República Democrática. É decretado o direito à greve, a separação da Igreja do Estado, as Ordens monásticas são expulsas. O ensino torna-se laico. São encerradas algumas igrejas. É promulgada a Lei do Divórcio. São criadas as Universidades de Lisboa e Porto.

Columbano Bordalo Pinheiro idealiza a Bandeira Nacional.

Aparecem três partidos: Democrático (respeita a vontade do povo), Evolucionista (acredita na transformação gradual de uma ideia), Unionista (os que partilham das mesmas ideias políticas).

A 24 de Agosto de1911 é eleito Presidente da República Manuel de Arriaga, (1840-1917) nasceu na Horta. Tem grandes dificuldades em formar Governo. O Ministério é chefiado por João Chagas.

A partir de 1911 é instituído o Registo Civil obrigatório.

O escudo passa a moeda oficial, substituindo o real.


(Fonte: www.cunhasimoes.net)

AV. 25 DE SETEMBRO
AV. ÁLVARES CABRAL AV. ZEDEQUIAS MANGANHELA

Pastor da Igreja Presbiteriana de Chamanculo.

AV. FERNÃO DE MAGALHÃES

FERNÃO DE MAGALHÃES ( 1480 ? - 1521 )

Foi o primeiro navegador a fazer uma viagem de circum-navegação. Com 25 anos alistou-se na armada que foi à Índia comandada por D. Francisco de Almeida, mas o seu nome não figura nas crónicas; sabe-se no entanto que ali permaneceu oito anos, que esteve em Goa, que acompanhou Diogo Lopes de Sequeira a Malaca, viagem que acabou em naufrágio.

Neste período de tempo que viveu no Oriente, Magalhães estabeleceu estreitas relações de amizade com Francisco Serrão, que veio a ser feitor das Molucas; dele teria tido informações quanto à situação dos lugares produtores de especiarias.

Tendo-se distinguido na defesa de Azamor pediu a D. Manuel uma recompensa para os seus feitos; mas os boatos que corriam sobre a maneira pouco escrupulosa como dividira as presas de uma incursão mais rica, tinham chegado aos ouvidos do Rei, levou-o a justificar perante o Rei que apesar de o considerar sem culpa não lhe concedeu as mercês pedidas.

Em 1517, amadurecido o projecto vai a Sevilha com Rui Faleiro, tendo encontrado no feitor da Casa de la Contratación, daquela cidade, um adepto do seu projecto; ela podia oferecer ao Rei de Espanha a possibilidade de atingir as Molucas por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e além disso segundo Faleiro, provar-se-ia que aquelas ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.

Com a influência do bispo de Burgos conseguiram a aprovação do projecto por parte de Carlos V, e começaram os morosos preparativos para a viagem, cheios de incidentes; depois da ruptura com Rui Faleiro, Magalhães continuou a aparelhagem dos cinco navios que com 256 homens de tripulação, partiram em Setembro de 1519. A armada fez escala nas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, continuando para sul atingiram o porto de S. Julião à entrada do estreito de Magalhães; onde o capitão decidiu hibernar; rebentou então uma revolta contra a sua autoridade que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia.

Após cinco meses de paragem, Magalhães encontrou a saída do estreito, iniciando a travessia do Oceano Pacífico, que demorou cerca de quatro meses, começando a fome e a doença a dizimar a tripulação. Ancorado nas Filipinas em 1521, imediatamente começaram com os indígenas as trocas comerciais; as grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas, mas foi em Cebu, que atraído a uma emboscada Fernão de Magalhães é morto. Sob o comando de Sebastião del Cano, decidiram queimar a nau Concepción e contornar o Índico pelo sul, a fim de não encontrarem navios portugueses.

A nau Victoria dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, alcançando finalmente o porto de S. Lucar de Barrameda, apenas com dezoito homens na tripulação.

AV. FERNÃO DE MAGALHÃES
AV. 5 DE OUTUBRO

5 DE OUTUBRO

Revolução Republicana

"Lisboa amanheceu hoje ao som do troar da artilharia. Proclamada por importantes forças do exército, por toda a armada e auxiliada pelo concurso popular, a República tem hoje o seu primeiro dia de Hisória. A marcha dos acontecimentos, até à hora em que escrevemos, permite alimentar toda a esperança de um definido triunfo [...] não se faz ideia do entusiasmo que corre na cidade. O povo está verdadeiamente louco de satisfação. Pode dizer-se que toda a população de Lisboa está na rua vitoriando a república."

(Jornal O MUNDO de 5 de Outubro de 1910)

Implantação da República

"O Governo Provisório da República Portuguesa saúda as forças de terra e mar, que com o povo instituiu a Republica para felicidade da Pátria. Confio no patriotismo de todos. E porque a Republica para todos é feita, espero que os oficiais do Exército e da armada que não tomaram parte no movimento se apresentem no Quartel General, a garantir por sua honra a mais absoluta lealdade ao novo regime."

(Edital da Proclamação da República (Teófilo Braga),

Lisboa, 5 de Outubro de 1910)

"Hoje, 5 de Outubro de 1910, às 11 horas da manhã, foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, depois de ter terminado o movimento da revolução nacional. Constituiu-se imediatamente o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga"

(Diário do Governo, 6 de Outubro de 1910)

AV. JOSINA MACHEL

Josina Machel (em solteira, Josina Muthemba) foi uma das jovens que na juventude fugiu de Moçambique para se integrar na FRELIMO e lutar pela independência do seu país.



Em 1969, Josina casou-se com Samora Machel, a quem deu um filho.

Morreu no dia 7 de Abril de 1971, vítima de doença. Com a independência de Moçambique, este dia foi consagrado como o Dia da Mulher Moçambicana.


(Fonte: Wikipédia)

AV. ANDRADE CORVO

ANDRADE CORVO 1824 - 1890

João Andrade de Corvo

Oficial de engenharia, lente da Politécnica.

Deputado de 1865 a 1868 e em 1869-1870. 200 x 271

Ministro dos negócios estrangeiros e das obras públicas, comércio e indústria no governo de Joaquim António de Aguiar de de 6 de Junho de 1866 a 4 de Janeiro de 1868.

Ministro em Madrid em 1869. Par do reino desde 1870 e Vice-presidente da Câmara dos Pares em 1883.

Ministro dos negócios estrangeiros no primeiro governo de Fontes, entre 13 de Setembro de 1871 e 5 de Março de 1877.

Ministro da marinha e ultramar entre 19 de Novembro de 1872 e 5 de Março de 1877.

Ministro dos negócios estrangeiros de Fontes, de 29 de Janeiro de 1878 a 1 de Junho de 1879, acumulando a marinha desde 16 de Maio de 1879.

Conclui em 26 de Janeiro de 1878 o tratado sobre a Índia e em 31 de Maio de 1878, na véspera da queda do governo, o Tratado de Lourenço Marques.

Autor de Estudos sobre as Províncias Ultramarinas, 3 vols, Lisboa, Academia Real das Ciências, 1883, 1884, 1885.

AV. HO CHI MIN

Ho Chi Minh, born 19 May 1890 in the village of Kim Lien in Annam, in central Vietnam. His father is a public servant attached to the imperial court. Ho is the youngest of three children. He receives his basic education from his father and the local village school.



He married nationalism to communism and perfected the deadly art of guerrilla warfare

An emaciated, goateed figure in a threadbare bush jacket and frayed rubber sandals, Ho Chi Minh cultivated the image of a humble, benign "Uncle Ho." But he was a seasoned revolutionary and passionate nationalist obsessed by a single goal: independence for his country. Sharing his fervor, his tattered guerrillas vaulted daunting obstacles to crush France's desperate attempt to retrieve its empire in Indochina; later, built into a largely conventional army, they frustrated the massive U.S. effort to prevent Ho's communist followers from controlling Vietnam. For Americans, it was the longest war — and the first defeat — in their history, and it drastically changed the way they perceived their role in the world.

To Western eyes, it seemed inconceivable that Ho would make the tremendous sacrifices he did. But in 1946, as war with the French loomed, he cautioned them, "You can kill 10 of my men for every one I kill of yours, yet even at those odds, you will lose and I will win." The French, convinced of their superiority, ignored his warning and suffered grievously as a result. Senior American officers similarly nurtured the illusion that their sophisticated weapons would inevitably break enemy morale. But, as Ho's brilliant commander, General Vo Nguyen Giap, told me in Hanoi in 1990, his principal concern had been victory. When I asked him how long he would have resisted the U.S. onslaught, he thundered, "Twenty years, maybe 100 years — as long as it took to win, regardless of cost." The human toll was horrendous. An estimated 3 million North and South Vietnamese soldiers and civilians died.


(Fonte: www.moreorless.au.com e STANLEY KARNOW em www.time.com)
AV. 24 DE JULHO

Em setembro de 1822, o Capitão W. F. Owen, da marinha real inglesa, aportou a Lourenço Marques, munido de cartas de recomendação do encarregado dos Negócios de Portugal em Londres, e do Ministro da Marinha e Ultramar, com o fim de levantar uma carta, “para beneficio da navegação e da ciência” .

Este capitão fez tratados, em nome de Jorge IV de Inglaterra, com o régulo do Maputo, e aceitou a cessão do território do régulo da Catembe.

Deste modo negociou uma espécie de tratado que lhe permitia usurpar à soberania portuguesa todo o sul da baia, incluindo as ilhas da Inhaca e dos Elefantes.

Em novembro de 1861, em face das indevidas doações feitas a Owen, desembarcou no presídio um oficial do navio de guerra britânico "Narcisus" , portador de um ofício para o governador, em que se declarava ir o comandante do mesmo navio tomar posse da ilha da Inhaca, para ficar fazendo parte da colônia do Natal.

Finalmente, em outubro de 1869, Duprat, cônsul português no Cabo, avisava o governo de que a corveta inglesa "Pontevel", recebera ordem para arvorar a bandeira inglesa na Inhaca e tomar posse dessa ilha.

Mas, no dia 5 de abril de 1870, o Governador de Lourenço Marques, Sá e Simas, indo à Inhaca com 40 soldados e 3 peças de campanha fez de novo arvorar nessa ilha a bandeira portuguesa.

Em vista de tão repetidas contendas, deliberaram os governos de Portugal e Inglaterra submeter o julgamento do pleito ao Presidente da Republica da França então o Marechal de Mac-Mahon, que julgou provados os direitos de Portugal aos territórios em litígio por sentença de 24 de julho de 1875, datada de Versailles, e cuja parte final é como segue:

.............

"Atendendo que as convenções assinadas pelo Capitão Owen e os chefes indígenas de Tembe (Catembe) e de Maputo, ainda quando tivessem tido lugar entre partes aptas para contratar ficariam hoje sem efeito, estipulando o acto relativo a Tembe (Catembe) condições essenciais que não tiveram execução e os actos que dizem respeito a Maputo, referindo-se a períodos determinados de tempo, que não foram renovados depois da expiração de tais períodos:Por estes motivos:Julgamos e decidimos que as pretensões do governo de Sua Majestade Fidelíssima aos territórios de Tembe (Catembe) e de Maputo, à península de Inyack (Unhaca) e às ilhas de Unhaca e dos Elefantes, se acham provadas e estabelecidas.”

AV. 24 DE JULHO

Dia das Nacionalizações - 1975 - Samora Machel, presidente de Moçambique decreta as nacionalizações da saúde, da educação e da justiça.

AV. AFONSO DE ALBUQUERQUE

AFONSO DE ALBUQUERQUE 1462 - 1515 Militar e político português.

É, sem dúvida, a figura mais emblemática da expansão portuguesa no Oriente. Oriundo de uma família nobre, é criado na corte de D. Afonso V, serve em praças-fortes portuguesas de Marrocos e integra a guarda pessoal de D. João II.

Entre 1503 e 1505 D. Manuel confia-lhe a sua primeira missão na Índia. Funda a fortaleza de Cochim e trava combate com os Turcos e com tropas muçulmanas do reino de Calecut. Em 1506 volta à Índia, portador de uma carta secreta do rei na qual o nomeia governador, em substituição de D. Francisco de Almeida quando este, em 1508, conclui os três anos do seu mandato.

Ainda antes de iniciar as suas funções, assalta e toma os portos de Omã e de Ormuz; acaba repelido desta última praça.

O seu plano estratégico é o de instalar uma linha de fortalezas que pode controlar a navegação no mar Vermelho, o domínio de uma vasta área territorial e a expulsão das forças do Império Otomano. Nesse sentido, submete Goa em 1510, conquista Malaca em 1511 e domina Ormuz, desta vez de forma consistente, em 1515.

No entanto, a sua acção vitoriosa e a visão larga e ambiciosa que tem do papel de Portugal no Oriente granjeia-lhe muitos inimigos na corte. Para o substituir é nomeado Lopo Soares de Albergaria, um dos seus principais inimigos.

Precocemente envelhecido, doente, Afonso de Albuquerque, quando regressa de Ormuz, morre à vista de Goa, consciente de que é o rei que ordena a sua substituição. É nessa altura que profere a famosa frase: «Mal com el-rei por amor dos homens, mal com os homens por amor de el-rei.»

AV. AHMED SEKON TOURÉ

Ahmed Sekou Touré, fundou em 1947 o Partido Democrático da Guiné Conakry.

Né le 9 janvier 1922 [certains biographes le font naître en 1918] à Faranah, en pays malinke (Guinée centrale) dans une famille modeste, il est le petit-fils du grand guerrier Samory.

Employé des PTT, il est l'un des fondateurs du syndicat des travailleurs des PTTen 1945, dont il devient Secrétaire général. En 1952, il prend la tête du Parti démocratique de Guinée, section locale du Rassemblement démocratique africain (RDA), et fait céder l'administration coloniale sur l'application totale du code de travail en Guinée.

Conseiller général de Guinée (1954) et Président de la Confédération générale des travailleurs d'Afrique noire, il est élu en janvier 1956, député à l'Assemblée nationale.

Vice-Président du Conseil du gouvernement de Guinée en novembre 1957, il en devient Président en juillet 1958. Il est le seul, lors du référendum du 28 septembre, à répondre "non" à la proposition de communauté franco-africaine. La Guinée devient donc indépendante le 2 octobre 1958.

Sekou Touré est élu président de la République le 15 janvier 1959. Il se lie avec les pays socialistes.

Malgré quelques tentatives de réchauffement en 1963, les relations entre Paris et Conakry sont exécrables et sont rompues en 1965. La normalisation n'aura lieu que dix ans plus tard (1975), suivie d'une visite d'Etat du président Giscard d'Estaing en Guinée en 1978 et d'une visite officielle de Sékou Touré en France en 1982.

A la fin des années 1970, il se tourne de plus en plus vers l'Islam et noue de nombreuses relations avec les pays musulmans et organisations islamiques. Constamment réélu Président (la cinquième et dernière fois en 1982), il meurt le 24 mars 1984.


(Fonte: www.charles-de-gaulle.org)

AV. PINHEIRO CHAGAS

Joaquim Pinheiro das Chagas 1809-1859. Secretário particular de el-rei D. Pedro V e major do exército.

Nasceu em Lamego a 5 de Fevereiro de 1809, faleceu em Lisboa a 3 de Dezembro de 1859. Era filho de Manuel Pinheiro, médico, e de sua mulher, D. Maria Teresa.

Aos 16 anos de idade, depois de concluídos os preparatórios, foi para Coimbra na intenção de se formar em Medicina, o que não pôde conseguir por se ter em 1829 alistado no batalhão académico que se formara para defender a causa liberal, a que tão brilhantes e desinteressados serviços prestou durante a guerra civil e que pôs termo a Convenção de Évora Monte.

Como soldado do batalhão tomou Pinheiro Chagas parte em todos os combates em que este corpo se distinguiu, e de que rezam com merecido louvor as crónicas contemporâneas. Depois de conhecido o lamentável caso do Belfast, que ia contribuindo para aniquilar de vez as aspirações e as esperanças dos defensores da causa, liberal, Pinheiro das Chagas entrou em Espanha com os restos do exército constitucional, seguindo mais tarde para Inglaterra, couto da foragida liberdade, como lhe chamou Almeida Garrett, mas que por vezes desmentiu com os emigrados portugueses a fama do seu hospitaleiro agasalho, encerrando-os no barracão de Plymouth, uma das mais dolorosas recordações do exílio daquele heróico punhado de bravos que arriscou a vida e fazenda em nome da redenção moral da pátria oprimida e vilipendiada. Os tormentos que passaram ali, o desprezo e desumanidade, com que o governo inglês os tratou, inspiraram a Pinheiro das Chagas uns artigos que ele intitulou Noites do Barracão, a tiveram então imensa voga, como eco que eram do sentir geral de todos os seus companheiros do infortúnio. O verdadeiro título deste curioso, e hoje raríssimo, livro é As noites do barracão passadas pelos emigrados portuguezes em Inglaterra; em verso alexandrino, Paris, 1834. Pinheiro das Chagas fez parte da expedição dos Açores comandada pelo conde de Vila Flor, mais tarde duque da Terceira, contribuindo para a defesa da ilha Terceira, e também com os seus camaradas do batalhão académico, para submeter ao domínio do governo constitucional as demais ilhas do arquipélago. Entretanto, se a causa da emigração não ganhava terreno, conquistava lentamente para si os espíritos tímidos e animava o duque de Bragança à aventurosa expedição para Portugal, confiado na dedicação dos seus partidários e no apoio moral que os seus esforços iam encontrando na imprensa e nos parlamentos estrangeiros. Pinheiro das Chagas foi um dos bravos da expedição do exército libertador que veio desembarcar nas praias do Mindelo em Julho de 1832, e tomou parte muito activa na defesa do Porto. Organizada depois a expedição para o Algarve, de que tomou o comando o general duque da Terceira, foi Pinheiro das Chagas nomeado para fazer parte do destacamento do batalhão académico que exclusivamente constituía a artilharia do corpo expedicionário, podendo por este simples facto ajuizar-se ainda hoje de que prestante auxílio não foi à consolidação do governo constitucional na nossa terra a desinteressada corporação da mocidade académica. No combate da Cova da Piedade, um dos últimos feridos naquela sangrenta luta de irmãos, ficou Pinheiro das Chagas estendido no campo como morto em resultado de uma violenta contusão na cabeça, tributo que raros dos seus camaradas deixaram de pagar à fixidade das suas crenças a ao amor pela sua terra natal.

Quase, ao terminar a guerra civil já em Lisboa, e depois de haver sido dissolvido o corpo académico, permitindo-se aos estudantes optarem pela continuação dos seus respectivos cursos ou pela entrada no exército com o posto de alferes, a que todos tinham mais que justificado direito, Pinheiro das Chagas optou pelo serviço militar, a que se habituara nas rudes provações do exílio, sendo colocado em infantaria n.º 18, fazendo o resto da campanha da Liberdade até à memorável batalha da Asseiceira, em que tomou parte. Joaquim Pinheiro das Chagas foi um homem de inexcedível modéstia, e de completo desapego das ostentações e vaidades sociais. Uma única preocupação o dominava o cultivo da inteligência, já então prometedora de seu filho único, o futuro estadista e distinto escritor Manuel Pinheiro Chagas. Foi neste propósito que aceitou, por convite do general Augusto Palmeirim, então director do Colégio Militar, o lugar de oficial do mesmo colégio, isto no intuito de vigiar e dirigir a educação de seu filho, que nele era aluno, e se dispunha a seguir a carreira das armas. Foi por este tempo, e quando exercia interinamente o lugar de director do Colégio Militar, que el-rei D. Pedro V teve ocasião de o conhecer, de avaliar o alcance da sua inteligência e a solidez dos seus conhecimentos, afeiçoando-se-lhe desde logo com a bonomia característica de todos os actos da vida do jovem monarca, chamando-o meses depois para o lugar de seu secretário particular. Cumpre denunciar como hereditária em D. Pedro V esta honrosa afeição pelo seu secretário, antes confidente das mágoas a dissabores de que a realeza não anda isenta. (V. D. Pedro V neste vol., pag. 504). El-rei D. Fernando já distinguia Pinheiro das Chagas com a sua amizade muito antes de 1857, ano em que este fora chamado para desempenhar as melindrosas funções de secretário dum rei moço e estudioso, e dedicado, como ele dizia, ao seu ofício de reinar. Apesar da fortuna por vezes lhe haver sorrido, Pinheiro das Chagas teimou sempre em viver na obscuridade, negando-se quer às sedutoras exterioridades da corte, quer ao arruido fascinador da publicidade. Dotado de grande inteligência, já na emigração era conhecido como poeta de largos horizontes, como o prova uma Ode a Catão, que se recitou em Plymouth numa récita do Catão, de Almeida Garrett, e que teve um êxito enorme. Esta Ode, além do seu mérito literário, exprimia os sentimentos dos emigrados que viam a sua energia e o seu vigor paralisados por falta de chefe, a por discórdias dos que deviam dirigir o movimento liberal. Fiel aos princípios da sua mocidade, poucos artigos firmou com o seu nome, a esses mesmos só quando julgou que deles lhe poderia advir responsabilidade perante a classe a que pertencia, e tais são os que escreveu a assinou na Revista Militar, então nascente, a que a boa camaradagem lhe não permitia negar o auxílio da sua colaboração. Como poeta, pertenceu à escola intermédia entre a clássica que chegava ao seu termo, e a romântica que principiava a despontar acaudilhada em Inglaterra por lorde Byron, em França por Victor Hugo a Lamartine, em Espanha pelo duque de Ribas, em Portugal por Almeida Garrett. Deixou belas traduções de Parny, Turquety, Lamartine, Thomaz Gray, Goldsmith, lorde Byron e de Victor Hugo. Também traduziu a ampliou por ordem de el-rei D. Pedro V a Chave da Sciencia, do Dr. Brewer, para ser adaptada ás escolas portuguesas. Esta tradução ficou interrompida pela inesperada morte de Pinheiro das Chagas, contando apenas 50 anos, e parecendo gozar de boa saúde. Deixou inéditas umas Memorias, manifestando o desejo de que só fossem publicadas 20 anos depois da sua morte. 0 seu funeral realizou-se no dia 5 de Dezembro de 1859, sendo os seus restos mortais depositados no jazigo do conde da Ponte no cemitério dos Prazeres; um ano depois foram trasladados para jazigo próprio, onde se gravou a seguinte inscrição:

AQUI JAZ
JOAQUIM PINHEIRO DAS CHAGAS.
NASCEU NA CIDADE DE LAMEGO
A 5 DE FEVEREIRO DE 1809.
FALLECEU NA DE LISBOA
A 3 DE DEZEMBRO DE 1859.
ILLUSTRADO ESPIRITO, E MODESTO,
SOUBE SER BOM CIDADÃO
BOM AMIGO E SOLDADO HONRADO.
PERTENCEU AO CORPO ACADEMICO.
FEZ TODAS AS CAMPANHAS PELA LIBERDADE
DESDE 1828 ATÉ 1834
SENDO UM DOS DEFENSORES DA ILHA TERCEIRA,
E DA CIDADE DO PORTO.
ERA MAJOR DO EXERCITO,
E SECRETARIO PARTICULAR DE
EL REI O SENHOR D. PEDRO V,
POR CUJA ORDEM
SE LEVANTOU ESTE MONUMENTO.
1860

AV. EDUARDO MONDLANE

Eduardo Chivambo Mondlane (Manjacaze, Gaza 1920 - Dar es Salaam 3 de Fevereiro de 1969) foi um dos fundadores e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), a organização que lutou pela independência de Moçambique do domínio colonial português.

O dia da sua morte, assassinado por uma encomenda-bomba, é celebrado em Moçambique como o Dia dos Heróis Moçambicanos.

Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou na missão presbiteriana suíça próxima de Manjacaze, terminou os seus estudos secundários numa escola da mesma igreja na África do Sul e, depois de uma curta passagem pela Universidade de Lisboa, foi ainda financiado pelos suíços fazer os estudos superiores nos Estados Unidos da América, onde se doutorou em sociologia.

Trabalhou para as Nações Unidas, no Departamento de Curadoria, como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países africanos e foi também professor de história e sociologia na Syracuse University, em Nova Iorque. Nessa altura (década de 1950), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, um ministro português que queria recrutá-lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, por seu turno, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a dar independência às suas colónias africanas.

Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), a MANU (Mozambique African National Union, à maneira da KANU do Quénia e de tantas outras) e a UNAMI (União Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da Tanzania, Julius Nyerere – a FRELIMO foi de facto criada na Tanzania, com base naqueles três movimentos, em 25 de Junho de 1962 e Mondlane foi eleito seu primeiro presidente, com Uria Simango como Vice-Presidente.

Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já treinados na Tanzania, onde a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.

A luta armada foi desencadeada em 25 de Setembro de 1964, com o ataque de um pequeno número de guerrilheiros ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 Km da fronteira com a Tanzania. Para além das acções militares, a FRELIMO organizou um sistema de comércio para apoiar as acções de guerrilha e Lázaro Nkavandame, que tinha sido nomeado Secretário Provincial do movimento para aquela província, foi quem organizou esse sistema; mais tarde, verificou-se que ele guardava os lucros para si e seus colaboradores e acabou por desertar, em 1969, pouco depois da morte de Mondlane.

Este não foi o único incidente que ensombrou os primeiros anos da FRELIMO: Mateus Gwengere, um padre católico que tinha aliciado muitos jovens da sua província (Tete) e era professor do Instituto de Moçambique, insurgiu-se contra a política do movimento de enviar a maior parte dos jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a continuar os estudos. Em Março de 1968, verificou-se um motim, seguido pelo abandono quase massiço dos estudantes que, mais tarde, se descobriu ter sido despoletado por Gwengere. Em Maio, uma multidão de makondes invadiu os escritórios do movimento e assassinou um dos membros do Comité Central, Mateus Sansão Muthemba – exigiam a independência imediata de Cabo Delgado. Entretanto, Nkavandame tentou forçar a realização de um congresso do movimento na Tanzania, mas o Comité Central decidiu realizá-lo em Matchedje, nas zonas libertadas do Niassa, em Julho de 1968.

Nesse congresso – o II Congresso da FRELIMO -, Mondlane foi reeleito como presidente e Uria Simango como vice-presidente, mas foi ainda criado um conselho executivo, que incluía a presidência e os chefes dos departamentos. O mais importante foi que o congresso reafirmou a política definida de lutar pela “independência total e completa” de Moçambique e não apenas de parte dele.

Infelizmente, Eduardo Mondlane não viu o seu sonho realizado porque, em 3 de Fevereiro de 1969, morreu ao abrir uma encomenda que continha uma bomba. Mais tarde, descobriu-se que a encomenda tinha sido preparada em Lourenço Marques, obviamente pela PIDE, a polícia política portuguesa, mas como chegou ao seu gabinete e porque foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.

Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional de Acção Social de Moçambique independente e a primeira presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004, e três filhos. Mais importante, deixou um livro "Lutar por Moçambique", que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que seria necessário para desenvolver o país.


(Fonte: Wikipédia)

AV. LATINO COELHO

Josá Maria Latino Coelho 1825 - 1891, nasceu em Lisboa a 29 de Novembro de 1825, fal. em Sintra a 29 de Agosto de 1891. Era filho de João Alberto Coelho, que faleceu sendo tenente-coronel de artilharia, e de D. Maria Henriqueta Latino Martins de Faria Coelho.

General de brigada do estado-maior de engenharia, ministro da marinha, sócio efectivo e secretario perpetuo da Academia Real das Ciências de Lisboa, lente na Escola Politécnica, vogal do Conselho Geral de Instrução Publica, deputado, par do reino, jornalista, escritor, etc.

Seu pai, pelas suas ideias liberais, emigrou para Espanha, e só em 1834 é que se estabeleceu em Lisboa novamente, podendo então dedicar-se à educação de seu filho.

Latino Coelho estudou francês, inglês e rudimentos de Matemática e das ciências exactas. Em 1837 começou a estudar latim no Liceu Nacional de Lisboa, em 1838 estudou Lógica, saindo sempre distinto nos seus exames. Naquele mesmo ando estudou a língua , grega, e tendo concluído os preparatórios, matriculou-se aos 13 anos no primeiro ano da Escola Politécnica, em que obteve o primeiro premio em 9 aulas, sendo 11 as diferentes disciplinas que estavam distribuídas por 4 anos. Da Escola Politécnica passou à do Exercito a seguir o curso de engenharia militar.

Assentou praça em infantaria n.º 16 a 14 de Novembro de 1843, sendo pouco depois nomeado alferes aluno do mesmo regimento; foi promovido a alferes em 12 de Dezembro de 1848, a tenente a 14 de Julho de 1851, passando à arma de engenharia, a capitão em 10 de Agosto de 1864, a major a 30 de Janeiro de 1872, a tenente-coronel em 6 de Maio de 1874, a coronel em 29 de Maio de 1878, a general de brigada em 19 de Setembro de 1888. Continuando os estudos na Escola do Exercito, obteve três prémios e habilitou-se com distinção para a carreira de engenharia. Em 1851, depois dum concurso brilhantíssimo foi nomeado a lente substituto da cadeira de mineralogia e geologia na Escola Politécnica. Concluiu os estudos na Escola do Exercito quando rebentava a revolução popular, que em 1847 terminou pelo protocolo e pela intervenção das três nações estrangeiras, França, Espanha e Inglaterra, segundo o tratado da quádrupla aliança.

Entrando na política, filiado no partido regenerador, foi eleito deputado por Lisboa, nas eleições suplementares de 1854. Só dois meses depois de frequentar a câmara, é que fez o seu primeiro discurso, no dia 28 de Março de 1855, discurso a que toda a imprensa teceu os maiores elogios. 0 diploma de deputado era a honra dada ao mérito e ao estudo, porque já nessa época, Latino Coelho se tornara distinto como jornalista, carreira que encetara em 1849. Tornou a ser deputado pelos Açores nas gerais de 1856 a 1860.

Foi na Revolução de Setembro que se estreou escrevendo uma série de artigos sobre as questões que agitavam então a Europa, e outras sobre diferentes fases por que passava a ideia democrática, que já, por todas as partes lutava com a reacção. Entrando activamente a colaborar na Revolução, começou a combater o governo, e durante muitos meses foi também redactor principal dum jornal da sua politica, A Emancipação. Em 1851 fundou a Semana, jornal literário que se publicava semanalmente, colaborado pelos primeiros escritores da época, em cuja redacção Latino Coelho teve parte importante.

Os seus melhores artigos de então foram os fac-similes de diferentes homens eminentes nas letras. Já anteriormente escrevera muitos artigos biográficos de nacionais e estrangeiros, e uma colecção de tipos nacionais na Revista Peninsular. No ano de 1852 publicou-se uma memória de D. Sinibaldo de Más, antigo embaixador de Espanha no império da China, em favor da união pacífica de Espanha e Portugal, e o prólogo dessa obra era assinado por Latino Coelho. Em 1853, no Portugal Artistico, escreveu a maior parte dos artigos que acompanham as gravuras em grande formato, sendo escritos em francês e em português. No Panorama publicou uma minuciosa e extensa biografia do visconde de Almeida Garrett. Colaborou também na Epoca, Pharol, Civilisação Popular, Discussão, Politica Liberal, Jornal do Commercio, de que foi algum tempo redactor principal, Democracia, distinguindo-se sempre pela elegância e pureza do seu estilo, e pelo vigor e correcção com que discutia os assuntos sujeitos ao seu exame.

Tinha grande predilecção pelas línguas estrangeiras. Escreveu em espanhol a biografia de Almeida Garrett, que foi publicada na Revista Peninsular. Era raro o jornal literário importante que não tivesse colaboração sua. Para uso dos alunos da Escola Politécnica publicou um Curso Elementar de Historia Natural. Foi director do Diario de Lisboa por ocasião da nova organização dada em 1859 àquela folha oficial do governo. No Século escreveu por muito tempo o artigo editorial, no jornal que se publicava nos domingos.

A Academia Real das Ciências nomeou-o seu sócio efectivo, e pouco tempo depois foi por votação unânime nomeado em 1856 secretário da mesma academia, ficando depois considerado secretário perpétuo. A Academia incumbiu-o de dirigir o Diccionario da lingua portugueza, conforme os subsídios de Ramalho, legados a Alexandre Herculano, e vendidos pelo falecido historiador àquela corporação. Latino Coelho foi par do reino, e ministro da marinha desde Julho de 1868 até Agosto de 1869.

Exerceu diversas comissões, como a encarregada da reforma da Academia das Belas Artes de Lisboa, e o encargo de escrever, oficialmente uma Historia do cerco do Porto em 1832. Latino Coelho, entrando na política, filiara-se no partido da Regeneração, agremiação politica que se tornou um grande beneficio para o país, principalmente por acabar de vez com a intolerância arvorada em forma de governo, e por abrir uma época de paz, condição primária de toda a civilização e progresso, mas no momento em que o país soltou um brado de reprovação geral dos seus erros, abandonou esse partido, e aspirando à realização dum ideal mais perfeito, adquiriu a persuasão de que a forma de governo republicano dava mais seguras garantias ao direito do cidadão, nas suas múltiplas manifestações, filiou-se nesse partido com sinceridade e fé patriótica.

Comparecia nas assembleias políticas, quando o partido reclamava o auxilio do seu saber e da sua experiência, usando da palavra com toda a correcção e dignidade, criticando, castigando, demolindo, sem perder a linha austera e nobre, que era uma das feições dominantes do seu carácter. Foi por isso que obteve o respeito e as atenções de todos os partidos, e que, dentro da monarquia que ele combateu, contava verdadeiras afeições, porque se fazia justiça à sua sinceridade. Latino Coelho era comendador da ordem de Cristo, grã-cruz da Torre e Espada e de N. Sr.ª da Conceição.

AV. DE MAGUIGUANA

Maguiguana era o chefe guerreiro do então Império de Gaza que resistiu ferozmente à ocupação efectiva portuguesa no sul de Moçambique.


(Monumento a Maguiguana)

Maguiguana foi capturado e assassinado pelos portugueses a 10 de Agosto de 1897 em Mapulanguene, província de Maputo.

(Fonte: NoTMoC: Notícias de Moçambique - Edição on-line )

AV. DO DR. SERRÃO AV. EMÍLIA DAÚSSE
AV. 31 DE JANEIRO

31 DE JANEIRO - 1891. Nesta data comemora-se o aniversário da histórica revolta republicana que eclodiu na cidade do Porto no ano de 1891.

Apesar de ter fracassado, esse movimento inseriu-se numa ampla onda de indignação social que varreu o país em protesto pela capitulação do governo monárquico perante as exigências do ultimatum inglês e representou a primeira expressão revolucionária do movimento republicano que sairia vitorioso quase duas décadas mais tarde, em 5 de Outubro de 1910.

O Porto é uma cidade pujante, fortemente industrializada, nomeadamente nas áreas do vinho, metalomecânica, têxteis e calçado. São construídas as pontes D. Maria e D. Luíz I. É a cidade que elege o primeiro deputado republicano do país, Rodrigues de Freitas.

Em 1886, são organizadas greves a que aderem milhares de portuenses. O ultimato inglês acentua o descontentamento generalizado e o sentimento patriótico dos portugueses. Com este sentimento surge o desejo de mudar de sistema político. A crise de governo que se viveu no período, exaltou os ânimos dos militares da guarnição do Porto, que com o apoio das Forças Armadas, a 31 de Janeiro, promoveram a primeira revolução republicana. Mas, sem o apoio das forças políticas, nem da generalidade dos militares, os revoltosos tiveram que capitular perante a superioridade das forças fiéis à monarquia.

O 31 de Janeiro de 1891 foi um movimento eminentemente popular que, segundo o historiador Joel Serrão “foi efectivada por sargentos e cabos e enquadrada e apoiada pelo povo anónimo das ruas foi hostilizada ou minimizada pelos oficiais, pela alta burguesia e até pela maior parte da inteligência portuguesa”.

Os sargentos tiveram uma importância determinante na revolta de 31 de Janeiro. Entre os 22 condenados em conselho de guerra, 14 eram sargentos. Os sargentos Abílio, Galho e Rocha, ocupam um lugar de destaque entre os heróis da revolta republicana do Porto. Daí que para os sargentos portugueses, o 31 de Janeiro seja uma data com especial significado.

Os anos que se seguiram à revolta não foram favoráveis ao Porto. Os bancos perdem capacidade de emitir moeda e, em 1899, a cidade é invadida por uma peste bubónica.

AV. AGOSTINHO NETO

ANTÓNIO AGOSTINHO NETO (17 de Setembro de 1922 — 10 de Setembro de 1979) nasceu na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 km de Luanda. Após ter concluído o curso liceal em Luanda, Neto trabalhou nos serviços de saúde.



Decidido a formar-se em Medicina, embarcou para Portugal em 1947 e se matriculou na Faculdade de Medicina de Coimbra. Estudando  primeiro em Coimbra e posteriormente em Lisboa, foi-lhe concedida uma bolsa de estudos pelos Metodistas Americanos dois anos depois da sua chegada à Portugal.

Cedo se embrenhou em actividades políticas e experimentou a prisão pela primeira vez em 1951, ao ser preso quando reunia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz em Estocolmo.

Preso em Fevereiro de 1955, só veio a ser posto em liberdade em Junho de 1957.

Em 10 de Dezembro de 1956 fundaram-se em Angola vários movimentos para formar o MPLA, Movimento Popular para Libertação de Angola.

Em 1957 foi eleito Prisioneiro Político do Ano pela Anistia Internacional.

Em 1958, Agostinho Neto doutorou-se em Medicina e, casou no próprio dia em que concluiu o curso.

Neto voltou ao seu País, com a mulher, Maria Eugénia, e o filho de tenra idade, em 30 de Dezembro de 1959. Ocupou, então, a chefia do MPLA em território angolano e passou a exercer a medicina entre os seus compatriotas.

Sucederam-se novas prisões em Julho de 1959, incluindo a de Ilídio Machado, o primeiro presidente do MPLA, um dos réus do célebre julgamento dos Cinqüenta.

Em 8 de Junho de 1960, o director da PIDE veio pessoalmente prender Neto no seu Consultório em Luanda. Uma manifestação pacífica realizada na aldeia natal de Neto em protesto contra a sua prisão foi recebida pelas balas da polícia. Trinta mortos e duzentos feridos foi o balanço do que passou a designar-se pelo Massacre de Icolo e Bengo.

Na altura que mereceram as honras das primeiras páginas dos jornais as notícias da captura, no oceano Atlântico, de um navio português, o Santa Maria, por um grupo de democratas portugueses chefiado por Henrique Galvão, ex-funcionário colonial que acabava de escapar à prisão em Portugal! E que havia denunciado a existência de trabalhos forçados em Angola num fulminante relatório escrito em 1961. Correu o boato de que o navio rumava à Luanda, boato esse que levou à capital angolana grande número de jornalistas estrangeiros. Os militantes do MPLA que operavam clandestinamente em Luanda decidiram fazer coincidir a sua planeada acção para libertar os prisioneiros políticos com a presença desses jornalistas, no intuito de atrair as atenções do mundo para a dolorosa operação ao domínio português na colónia de Angola.

Puseram o seu plano em prática. As primeiras horas do dia 4 de Fevereiro de 1961, as prisões de Luanda foram assaltadas por homens munidos de catanas armas de fogo, algumas das quais capturadas durante um ataque realizado antes contra um Jeep da polícia.

À esta explosão sucedeu uma repressão brutal. Bombardearam-se aldeias, e aqueles habitantes que conseguiram fugir foram metralhados e atacados com napalm.

Sob esta forte pressão, as autoridades viram-se obrigadas a libertar Neto em 1962, fixando residência em Portugal. Todavia, pouco tempo depois da  saída da prisão, o MPLA pôs em prática um plano de evasão e Neto saiu clandestinamente de Portugal com a mulher e os filhos pequenos, chegando a Léopoldville (Kinshasa), em Julho de 1962. Em Dezembro desse ano, foi eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento.

Presidente Neto lança-se numa intensa actividade desde 1963, já eleito Presidente do MPLA, quer no interior, quer no exterior do País.

Com a "Revolução dos Cravos" em Portugal o MPLA considerou reunidas as condições mínimas indispensáveis, para assinar um acordo de cessar-fogo com o Governo Português, o que veio a acontecer em Outubro do mesmo ano.

Presidente Neto regressou à Luanda no dia 4 de Fevereiro de 1975. E a 11 de Novembro de 1975, após 14 anos de luta proclamou a independência Nacional, tendo sido nessa altura investido no cargo de Presidente da República Popular de Angola.

Fonte: MPLA

AV. GOMES FREIRE

Gomes Freire de Andrade, nascido a 27 de Janeiro de 1757 em Viena (Áustria) - falecido a 18 de Outubro de 1817 na Torre de São Julião (Portugal).

Filho de Ambrósio Freire de Andrade, embaixador de Portugal em Viena de 1752 a 1770, primo direito do primeiro e segundo condes de Bobadela, e de uma aristocrata alemã da Boémia-Morávia, Gomes Freire de Andrade, nascido em 27 de Janeiro de 1757, regressou a Portugal.

Feito comendador da Ordem de Cristo, ainda em Viena, chegou a Portugal em 1781 ingressando no regimento de infantaria de Peniche.

No exército auxiliar Gomes Freire de Andrade, continuará a política do seu tio, o 2.º conde de Bobadela, General Governador das Armas do Porto em 1777, que ao atacar o conde de Hoyenhausen, oficial alemão parente do conde de Lippe, logo no princípio do reinado de D. Maria I, acusando-o de modificar os regulamentos militares sem autorização, o que provocou a sua demissão, começou a política da Viradeira no exército.

Em finais 1805, esteve envolvido na tentativa de colocar a princesa Carlota Joaquina no poder.

Em 1807, já tenente-general, durante a primeira invasão francesa, foi encarregue do comando da divisão que defendia a margem Sul do Tejo e Setúbal, contra um ataque britânico.

Em Espanha, teve tempo de combater a insurreição espanhola contra os invasores franceses, sendo enviado com algumas tropas portuguesas para o cerco de Saragoça. Regressou a França com as tropas portugueses do seu comando, dirigindo-se para Grenoble, guarnição da Legião em França.

Pouco trabalho teve em França. O seu único comando em campanha teve-o em 1813, durante as campanhas de libertação da Alemanha, ao ser nomeado governador de Dresde por Napoleão Bonaparte. Com o fim da Legião Portuguesa, decretada em meados de 1813, regressou a Paris onde presenciou as duas restaurações da monarquia francesa. Tendo cumprido as formalidades necessárias ao seu regresso, e com o apoio do marquês de Marialva, antigo cunhado do duque de Lafões, chegou a Lisboa em Maio de 1815.

Parece ter tido a intenção de retomar a sua política de ataque ao comando estrangeiro do exército, agora dominado por oficiais britânicos. O seu sonho, ou premonição, contada numa carta de 1815, em que vislumbra a tentativa de saída do general «Tártaro» (Beresford) de Portugal, por meio de um general «China» (Gomes Freire) que militava na Pérsia (França), mas que acaba por morrer, parece provar isso mesmo.

Acabou enforcado em frente da fortaleza de São Julião da Barra, em 18 de Outubro de 1817, após a descoberta de uma conspiração contra a regência, em que pontificava o seu primo Miguel Pereira Forjaz, a quem se tinha sempre oposto, do Rossilhão a 1808, e com quem tinha convivido desde os quartéis do regimento de Peniche. Durante a República o dia da sua morte foi feriado nacional.


(Fonte: www.arqnet.pt)

AV. PAULO SAMUEL KANKHOMBA
AV. CALDAS XAVIER

Alfredo Augusto Caldas Xavier

O Major Alfredo Augusto Caldas Xavier, foi, no dizer de Mouzinho, que muito o admirava, “o mais ilustre de todos os Oficiais que têm honraram o nome português, em África, modelo de virtudes militares de coragem e abnegação”

 Formação de Caldas Xavier  

Caldas Xavier, nasceu em Lisboa na freguesia das Mercês, em 25 de setembro de 1852, filho de António Prado Xavier e de D. Henriqueta Pereira Caldas Xavier.Sendo o pai industrial e dono de uma oficina de canteiro, desde cedo sonhou aproveitar a habilidade manual de Caldas Xavier fazendo-o escultor.

Eram porém,outros os seus desígnios; Assim, deixou muito jovem os pais, e foi acolher-se à casa do Avô Materno, Pereira Caldas, oficial superior do Exército, que sobre ele deve ter exercido decidida influência no sentido de lhe criar o gosto pela carreira das armas, pois que, terminado o curso no Liceu em Lisboa, pretendeu entrar para a marinha de guerra em 1871.  

Entrada para o exército

Resolveu contudo assentar praça em Caçadores 5, para logo em seguida requerer a matrícula na escola do Exército, no curso de Infantaria.Terminado o curso com distinção em 1875 foi promovido a Alferes e colocado em Caçadores 3.

Casou em 1876 com D.Amélia de Nascimento Conti, e em 1877 obteve a nomeação de engenheiro auxiliar, na expedição de obras Públicas a Moçambique chefiada pelo engenheiro Joaquim José Machado.

Ida para Lourenço Marques

Iniciando a sua carreira no Ultramar, ao qual se devotou até à sua morte, chegou a Lourenço Marques a 7 de Março de 1877, revelando-se desde logo um admirável colaborador do chefe da expedição no estudo do traçado do Caminho de Ferro de Lourenço Marques à fronteira.

Sendo-lhe entregue ainda nesse ano, a chefia da secção de Obras Públicas do distrito de Inhambane, ali veio a realizar uma obra notável, apesar da escassez de meios. Manteve-se neste lugar, com breves interrupções em conseqüência de ter sido chamado a desempenhar outros serviços, considerados com prioridade, como os estudos do Caminho de Ferro de Lourenço Marques para o Transvaal, e da construção do quartel da Inhaca, até fevereiro de 1881, data que regressou ao reino.  

Inhambane e as negociações com o Régulo Zavala  

Porém , Caldas Xavier, apesar de se encontrar comissão civil nunca esqueceu, durante aquele período, a sua condição de militar, colaborando sempre em todas as operações no distrito de Inhanbane. Distinguiu-se especialmente, na sufocação da revolta das praças do Batalhão de Caçadores de Inhambane em 1877, e nas negociações com o Régulo Zavala, em  meados de Outubro de 1879.

Foi um empreendimento levado para diante à custa de porfiados e imensos sacrifícios.

Finalmente, obteve do régulo o compromisso de não dificultar o estabelecimento efetivo da Soberania Nacional naquelas terras.

Com o início da construção do Quartel de Nhagondel, deu o primeiro passo para a realização dos seus planos de fortalecer a influência Portuguesa , ao Sul de Inharrime,e na direção das terras de Muzila.

Companhia de òpio da Zambezia

Em Lisboa, e porque mais nada fora feito, depois do reconhecimento ao Zavala e início do quartel, continuou Caldas Xavier a lutar pela materialização dos seus planos, que só vieram a ter execução em 1884, por portaria do Governador-Geral Agostinho Coelho, que mandou estabelecer um Comando Militar ao Sul de Inharrime.

Volta Caldas Xavier a Moçambique em 1883, já no posto de tenente ao qual havia sido promovido em 11 de Agosto de  1881, desta vez como Administrador da Companhia de Ópio da Zambezia.. I

mediatamente iniciou um vasto plano de desenvolvimento da empresa, que foi executando metodicamente, revelando-se, assim, administrador de rara capacidade.

 O ataque de Massingir

Porém o sistema como fazia o recrutamento do pessoal necessário para os trabalhos da Companhia, começou a provocar reações dos arrendários dos prazos vizinhos, que contra a lei promulgada. Em 20 de Junho de 1884, vários desses indivíduos, à frente de centenas de homens atacaram a prazo de Massingir.

Morre o comandante Militar, capitão Victoriano Queirós, seus filhos, e a quase totalidade do destacamento sob o seu comando, escapando apenas o alferes Curado, por ser casado cafrialmente com uma filha de um dos assaltantes.

Caldas Xavier, que se encontrava nas instalações da Companhia em Mopeia, teve conhecimento da revolta dois dias depois, e imediatamente, com os fracos recursos que possuía, preparou a defesa ajudado por um seu irmão e pelo engenheiro inglês Henderson,  funcionários da empresa.

 A 11 de Agosto os rebeldes atacaram, e durante várias horas, tentaram vencer a resistência oferecida por Caldas Xavier e pelos homens que com ele haviam ficado, pois a maioria fugira ao ter conhecimento das atrocidades cometidas pelos assaltantes, na sua marcha devastadora em direção a Mopeia.

Finalmente foram socorridos por uma coluna de quinze comerciantes estrangeiros que, acompanhados por cerca de cem auxiliares, haviam partido de Quelimane, numa tentativa de Salvarem as suas feitorias, espalhadas por aquela área

Com a sua tenaz resistência, Caldas Xavier, impediu a revolta de alastrar, pois os rebeldes foram de tal modo batidos no assalto às instalações da Companhia, que dispersaram, e acabaram por se render ao capitão-mor da Manica, Manuel António de Sousa, entregando-lhe o alferes Curado que mantinham prisioneiro, e todo o armamento levado de Massingir.

 Volta à Metrópole e ida para Índia

Em Janeiro de 1886, e porque a companhia tivesse passado a ser dirigida por ingleses, Calda Xavier pediu a demissão do lugar que ocupava, e regressou à Metrópole.

Mas foi bem curta a sua permanência no reino;pois no final de 1887 partiu para a Índia, como chefe da fiscalização do Caminho de Ferro de Mormugão, já com a patente de capitão. Nesta nova comissão no Ultramar, desempenhou, além dassuas obrigações, como chefe e inspetor geral da Fiscalização dos Caminhos de Ferro de Mormugão, as funções de chefe da repartição Militar, e ainda por pouco tempo, as de governador de Dio.

Terminada a comissão durante a qual foi promovido a major, regressou à Metrópole em 1890.

 Regresso a Moçambique – reconhecimento do Limpopo

 Ainda nesse ano, de novo parte para Moçambique, a convite do engenheiro Joaquim José Machado e para fazer parte da comissão de limitação de fronteira,entre o distrito de Lourenço Marques e a republica do Transvaal.

Depois dum período de inactividade, em conseqüência das dificuldades surgidas quando da questão do Chire, e logo que estas foram resolvidas iniciou a comissão os seus trabalhos, chefiada pelo engenheiro Freire de Andrade por Joaquim Machado, ter entretanto sido nomeado Governador-Geral.

Foi resolvido então que o  Capitão Mateus Serrano explorasse o rio Chengane, o engenheiro Freire de Andrade seguisse para Inhambane atravessando do Oeste a Leste o planalto de Machengue, e Caldas Xavier procedesse ao reconhecimento do Rio Limpopo, o que fez com dois meses de avanço sobre a chegada dos seus companheiros de trabalho a Lourenço Marques.

Contra as forças da “South África”

Tendo tido conhecimento dos graves acontecimentos de Manica e da prisão de Paiva de Andrade e do Capitão-mor de Manica, Manuel António de Sousa, por uma força da “South África”, que pretendia ocupar e estabelecer-se na região, Caldas Xavier, como bom patriota associou-se à onda de indignação popular. A 10 de Dezembro de 1890, está presente na histórica sessão da Câmara Municipal de Lourenço Marques, em que foi proposta a organização de uma força, para fazer face ao invasor e expulsa-lo do território nacional, tendo sido indicado para seu comandante.

Na organização dessa expedição, pôs Caldas Xavier todo o seu entusiasmo e saber. Após grandes dificuldades foi possível reunir um destacamento de Caçadores 4, outro dp Corpo da polícia e uma Companhia do Batalhão de voluntários,constituído na altura.

Partiu a força para a beira, a bordo do vapor “Rovuma”, a 10 de Janeiro de 1891, chegando a Macequece a 5 de Maio. A 11 fez-se um reconhecimento em força às posições inimigas, e depois de um dia de luta acessa, foi dada a ordem de retirar.

Se bem que não tivesse obtido um nítido sucesso, não deixou a ação da força comandada por Caldas Xavier, de ser proveitosa.

Em Agosto, a expedição teve ordem de retirar para a Beira, vindo a desembarcar em Lourenço Marques, a 4 de Setembro de 1891.

Pela notável ação desenvolvida por Caldas Xavier, na Expedição a Macaquece, foi agraciado com o oficialato da Ordem da torre e Espada, da qual já era cavaleiro .

De regresso à Metrópole em 1893, ali publicou o seu notável trabalho sobre o reconhecimento do Limpopo, no qual nomeadamente, chamou a atenção para a necessidade premente, de subjugar o Gungunhana.

 Marracuene  

Quadrado de marracuene, expressiva simplicidade  que relembra os seus mais sublimes feitos militares

Em 1894 volta a Moçambique, e é em Lourenço Marques que o Comissário Régio António Enes, o vem encontrar ocupando destacado lugar na defesa da cidade, logo se realizou um reconhecimento a “Marracuene”, com uma força composta por uma companhia de Caçadores 2, uma seção de artilharia de montanha, alguns pelotões indígenas do Batalhão de Caçadores 3, e treze homens a cavalo, da polícia de Lourenço Marques, levando como comandante o Major Caldas Xavier.

Partiu a força na madrugada de 21 de janeiro de 1894, vindo a regressar a Lourenço Marques sem que tivessem entratdo em contato com os rebeldes. Atendendo à maneira como as tropas suportaram a marcha e perante as informações obtidas, resolveu António Enes, mandar ocupar Marracuene a fim de diminuir a pressão do inimigo sobre a cidade.

Para tal, foi organizada, uma coluna composta por três pelotões de Caçadores 2, da metrópole, uma bateria de montanha a quatro peças e duas metralhadoras “Nordentfeld”, uma seção de cavalaria e um pelotão da polícia de Lourenço Marques, e quatro pelotões indígenas de Caçadores 3, de Moçambique.

Foi nomeado comandante, o major José Ribeiro Júnior e segundo comandante Caldas Xavier, que mais uma vez, provou a sua capacidade organizadora e espírito de iniciativa.

Partiu de Lourenço Marques a 28 de Janeiro de 1895, com um dispositivo de marcha, que facilitava a rápida formação em quadrado..

Passou a noite de 28 bivacado em Anguane, e chegou a Marracuene pelas quatro da tarde de 29.

Foram os três dias seguintes, absolutamente tranqüilos; porém na madrugada de 2 de Fevereiro, a coluna foi violentamente atacada chegando o dispositivo do bivaque, em quadrado, a ser roto.

Contudo, os oficiais dentre os quais se devem salientar Caldas  Xavier, que praticamente comandava a coluna por doença do Major Ribeiro, os capitães Roque de Aguiar e Eduardo Costa, e os tenentes Paiva Couceiro e Aires de Ornelas, rapidamente conseguiram refazer a face desfeita, e após hora e meia de descargas cerradas o inimigo foi repelido.

Estava consumada a primeira de uma série de vitórias militares. Mas, para além de ter sido a primeira, “ficou bem vincada para todo o sempre, por ter partido de um dispositivo de combate, seriamente abalado, pois até então, quadrado roto era considerado perdido”.

A 5 de Fevereiro, regressou a coluna a Lourenço Marques, trazendo à frente Caldas Xavier, pois o estado do major ribeiro tinha-se agravado. Às portas de Lourenço Marques, por cujas ruas iriam desfilar, Caldas Xavier proferiu então àqueles bravos a sua célebre advertência: --“ Lembrem-se que vão ser vistos por estrangeiros !”.  

Serviço de Etapas e seu falecimento

Depois de Marracuene, e porque Caldas Xavier não estivesse em comissão Militar em Moçambique, mas sim em serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros, não lhe foi dado comando de tropas, mas apesar disso, não deixou António Enes, de aproveitar as suas extraordinárias qualidades, nas operações seguintes, e assim, “nomeou-o comandante do Serviço de Etapas, principal órgão de apoio, às colunas empenhadas em campanha”.

Porém, a doença adquirida por essas plagas Africanas onde tanto trabalhara, que há muito o minava, não o deixou por muito mais tempo, servir a Nação.

Faleceu em Lourenço Marques, em casa de uma família amiga, com quem residia, a 8 de Janeiro de 1896, sem que tivesse chegado a ver a vitória final, para a qual tanto contribuíra  

Esta casa, onde morreu Caldas Xavier, pertencia à família de Amorim Borges, cunhado dp Conselheiro Hintze Ribeiro. Estava situada na Avenida D.Carlos ( depois Av.da República) em terreno que hoje existe o prédio da “Nauticus”

Fonte:
Pedras que já não falam - Alfredo Pereira de Lima
REALIZADO POR JOSE MARIA MESQUITELA

AV. MARIEN NGOUABI

Marien Ngouabi (or N'Gouabi; 1938 - March 18, 1977) was the military President of the Republic of the Congo from January 1 1969 - March 18 1977.

As a Captain he and other officers had overthrown the government of Alphonse Massamba-Débat in 1968 as part of a lefist coup d'etat. After a period under the National Revolutionary Council with Ngouabi as chairman and Alfred Raoul as acting head of state, Ngouabi assumed the presidency on December 31, 1968. On December 31, 1969 President Ngouabi changed the country's name to the People's Republic of the Congo, declaring it to be Africa's first Marxist-Leninist state and announcing that the National Revolutionary Movement (MNR) would become the Congolese Workers' Party (Parti Congolais du Travail, PCT), the country's sole legal political party.

Ngouabi was from the north (he was a Kouyou, born in the village of Ombele) and his regime shifted control of the country away from the south. Such moves created opposition among the population in the highly politicized environment of Brazzaville. There was an attemped coup in 1972 that triggered a series of 'purges' of the opposition. It is claimed that Ngouabi was under French pressure to annex the oil-rich Cabinda enclave then under Angolan control and his refusal to act cost him French support. There is some speculation that the French financed some of the following attempts to remove Ngouabi. He visited the People's Republic of China in July 1973. He was 'reelected' in 1975 and in the same year, he signed an economic aid pact with the Soviet Union.

On March 18, 1977, President Ngouabi was assassinated by an alleged suicide commando. The persons accused of taking part in the plot were tried and some of them executed including Massamba-Débat. An Military Committee of the Party (CMP) was named to head an interim government with the conservative Colonel Joachim Yhombi-Opango to serve as President of the Republic.

March 18 is Marien Ngouabi Day in the Republic of Congo. The country's only university is the Université Marien Ngouabi in Brazzaville.

AV. MASSANO DE AMORIM

Pedro Massano de Amorim 1862 - 1929, nasceu em Fronteira, Portalegre.

Começou a sua carreira de oficial em 1883, após ter concluído o curso de artilharia da Escola do Exército, a actual Academia Militar.

Acompanha Mouzinho de Albuquerque nas suas campanhas em Moçambique, sendo nomeado por este Governador de Gaza, distrito naquele momento em plena revolta. Em 1897 é comandante militar de Tete, região em plena revolta desde 1890, e que é governada por João de Azevedo Coutinho. Consegue vencer as tribos revoltadas Maganjas, sendo condecorado por esse feito.

Tendo regressado a Portugal, volta rapidamente a África, enviado para Angola, chegando a Luanda em 1900. Enviado para Santo António do Zaire, explora aí a vasta região dos Mussorongo, passando mais tarde para o Sul da província, para Benguela, território que inspecciona, e que o leva a redigir um relatório em que mostra os caminhos a seguir na administração da região.

Em Agosto de 1902, devido à revolta da população do Bailundo, dirige uma coluna militar que de Benguela se dirige para a zona revoltada. Chegado ao planalto de Benguela, após vários combates com os revoltosos conseguiu dominar a insurreição, sendo condecorado com a Torre e Espada por proposta do governador Cabral Moncada.

Em 1906 está de novo em Moçambique, nomeado governador do distrito de Moçambique pelo governador-geral da colónia, o seu conhecido Azevedo Coutinho, com a missão de pacificar definitivamente a região. De 1908 a 1912, acompanhado de Neutel de Abreu, conseguirá ocupar e pacificar todo o território, sendo-lhe dada a medalha de ouro do Valor Militar, e nomeado comendador da Torre e Espada.

A Primeira Guerra Mundial encontra-o em Portugal com o posto de tenente coronel. Aceita a missão de organizar e comandar uma expedição militar a Moçambique, para defesa da fronteira Norte da colónia de possíveis incursões alemãs, a potência colonizadora da actual Tanzânia, naquela época a África Oriental Alemã.

Embarca em 11 de Setembro de 1914, chegando a Lourenço Marques, a actual Maputo, em Outubro e a Porto Amélia em 1 de Novembro. Cumpre as ordens, vigia a linha do Rovuma, impede provocações e mantêm a neutralidade. Se eram essas as ordens iniciais, não era esse o espírito da missão, nem das novas ordens, transmitidas pelo novo governador Álvaro de Castro, de reocupar Quionga.

Devido à revolução de Maio de 1915, e a sua clara intenção de levar Portugal para a Guerra com a Alemanha, regressa a Lisboa, sendo nomeado governador de Angola em Janeiro de 1916.

O Sudoeste Africano, colónia alemã no sul de Angola (a actual Namíbia), já foi ocupada pelas forças militares da África do Sul. O objectivo não é combater os alemães, é continuar a política de abertura do território à colonização europeia, começada por Paiva Couceiro, e continuada por Eduardo Costa, e pelos generais Norton de Matos e Pereira de Eça, seus imediatos antecessores.

Chega em Abril de 1916 a Luanda. No ano seguinte, em Maio de 1917, a região de Seles e Angoche revolta-se. É que «os esbulhos, as perseguições, as prepotências e injustiças praticadas pelos agricultores e comerciantes estabelecidos na região» levam as populações autóctones a tal actuação. Para o governador, as razões são várias: «detenção dos indígenas, imposição de trabalho forçado fora dos termos legais, falta de pagamento de salários ... a par da desobediência à autoridade, do contrabando de pólvora e armas vendidas ao gentio».

O pior é que a revolta começa a alastrar a outras zonas da província, e as forças militares são pouco numerosas. Em Setembro, não tendo conseguido até aí controlar a revolta, decide-se a ir para o teatro de operações. Com ajuda de forças do Bailundo consegue acabar com a revolta. Embarca em Outubro de 1917 para Lisboa, sendo demitido em Janeiro de 1918.

Em Fevereiro de 1918 é nomeado governador-geral de Moçambique. A colónia foi invadida pelos alemães em Novembro do ano anterior. No princípio de Julho, estão a 40 km de Quelimane. É para aí que o novo governador-geral se dirige, em Junho, com três companhias indígenas.

Em 28 desse mesmo mês os alemães começam a retirar para Norte, atacando e ocupando Nhamacurra em Julho, só abandonando a colónia em finais de Setembro. O governador pede para ser substituído no comando da força expedicionário, sendo o seu lugar preenchido pelo general Sousa Rosa. Com o fim da guerra e o assassinato de Sidónio Pais, é substituído, em 1919, no governo-geral pelo democrático Álvaro de Castro. Regressa a Lisboa, sendo nomeado director dos serviços militares do Ministério das Colónias.

Fica pouco tempo em Portugal, já que é nomeado governador dos territórios de Manica e Sofala, da Companhia de Moçambique. Exerce o cargo por pouco tempo, sendo nomeado de novo governador-geral da colónia, em 16 de Junho de 1923. Em 1926 é transferido para o governo geral da Índia, onde morre.

AV. MAO TSÉ TUNG

Mao Tsé-tung, Chefe de Estado e do Partido Comunista na China. Nascido a 26-12-1893, Shaoshan, província de Hunan - falecido a 9-9-1976, Pequim.

Fundador da República Popular da China e importante teórico do comunismo, Mao era de uma família camponesa.

Estudou Pedagogia e viveu em Pequim (de 1918 a 1919), onde trabalhou como auxiliar de biblioteca, conhecendo o comunismo.

Foi um dos fundadores do Partido Comunista chinês em 1921, aliando-se posteriormente ao Partido Nacional ou Kuomintang de Sun Yat Sen. Nos primeiros anos à frente do partido, Mao Tsé-tung insistiu, contra a linha pró-soviética de seus aliados, no potencial revolucionário do campesinato (Inquérito sobre o Movimento Camponês em Hunan, 1927).

Após a ruptura entre o PC e o Kuomintang dirigido por Chang Kai-Chek, Mao organizou um movimento revolucionário em Hunan e Jiangxi, fundando, em 1931, um soviete que se defendeu dos ataques dos aliados, adotando táticas de guerrilha. Em 1934, rompeu o cerco das tropas do Kuomintang, levando milhares de seguidores no que se chamou A Grande Marcha (1934-1935) até Yanan, na província de Saanxi, transformada em nova região sob controle comunista.

Essa ação espetacular reafirmou sua independência do Kuomintang e tornou Mao uma personalidade dominante do PC chinês. Foi confirmado oficialmente como chefe do partido em 1945, nomeado presidente do Comitê Central. Em seu artigo Sobre a Nova Democracia, de 1940, Mao esboça uma teoria para a variante chinesa do comunismo (maoísmo).

Após o ataque japonês à China (1937), que provocou a aliança entre o PC e o Kuomintang, estourou, em 1946, uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas que durou até 1949, e cujo resultado foi favorável a Mao.

Em outubro de 1949, proclamou a República Popular da China, assumindo a presidência do primeiro governo. Mais tarde, após a promulgação da nova Constituição, em 1954, Mao tornou-se presidente da República, iniciando a transição socialista que fez da China a terceira potência mundial, atrás dos Estados Unidos e da URSS.

Após a consolidação do poder comunista, contrariando a linha soviética, Mao manteve-se fiel à idéia do desenvolvimento da luta de classes, tentando em vão, entre 1956 e 1957, na chamada "Campanha das Cem Flores", dar-lhe novo impulso.

O "Grande Salto" (1958-1961), baseado na industrialização e associado à coletivização agrária, traduziu-se num desastre econômico.

Mao foi destituído de alguns cargos e, em 1959, Liu Shaoqi assumiu a chefia do Estado. Apesar disso, continuou influente, como ficou claro na ruptura com a União Soviética, devido a profundas diferenças nas políticas interna e externa. O prestígio internacional de Mao Tsé-tung não foi afetado, tornando-se, após a morte de Stálin, em 1953, a personalidade mais influente do comunismo internacional.

A Revolução Cultural (1966-1968), empreendida por Mao com o apoio de sua esposa, Jiang Qing, representou uma tentativa de imposição a seus adversários dentro do partido, que queriam uma linha política mais moderada.

Em 1968, Mao destituiu Liu Shaoqi e, em 1971, tirou do poder seu sucessor, Lin Biao.

As maciças campanhas dos Guardas Vermelhos contra os intelectuais e a influência externa custaram muitas vidas, fortalecendo o isolamento internacional da China, que levou o país à beira da guerra civil. O culto da personalidade – patenteado no Livro Vermelho, que resume as idéias do "grande presidente e timoneiro" – constituiu a razão do retorno de Mao ao poder.

Mais tarde, apoiou a política de Zhou Enlai, consolidando o crescimento econômico e ultrapassando o isolamento da China.

Em 1972, recebeu o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em Pequim. Nos últimos anos de vida, com a saúde seriamente afetada, caiu sob a influência da facção radical do partido (o chamado Bando dos Quatro), organizada em torno de Jiang Qing.

Apesar da desmaoização iniciada após sua morte, Mao Tsé-tung teve especial aceitação nos países do Terceiro Mundo como teórico da guerra popular revolucionária.


(www.netsaber.com.br)

AV. NOSSA SENHORA DE FÁTIMA AV. KENNETH KAUNDA

Kenneth Kaunda - (Presidente de Zâmbia ) 28-4-1924, Missão de Lubwa, Rodésia do Norte (atual Zâmbia)

Filho de um pregador presbiteriano, dirigiu o United National Independence Party (UNIP) a partir de 1960, conseguindo a vitória eleitoral na Rodésia do Norte, em 1962. Comandou, em 1964, a independência de Zâmbia.

Dirigiu o país com um regime de partido único e medidas econômicas socialistas; apoiou a guerrilha contra o governo branco da Rodésia (do Sul) de Ian Smith; e liderou os países na luta contra o regime racista da África do Sul.

Comprometido com o pan-africanismo, ocupou, entre 1983 e 1988, a presidência da Organização de Unidade Africana (OUA) e adquiriu uma sólida reputação internacional no período entre 1986 e 1990, sufocando revoltas internas.

Em 1990, empreendeu reformas democráticas e, após a derrota nas eleições multipartidárias de seu país em 1991, retirou-se da política.

Fonte : NETSABER

AV. SIDONIO PAIS
AV. DE D. JOÃO II


AV. DO ZIMBABWE
AV. DE ANTONIO ENES

António José Enes 1848-1901, político, escultor, e colonialista (1848-1901), depois de estudos brilhantíssimos, defendeu tese no antigo Curso Superior de Letras.

Seguiu primeiro a vida comercial e depois a política, filiado no Partido Histórico, de que era chefe o duque de Loulé, e como tal entrou para a redacção da «Gazeta do Povo» e depois assumiu a direcção de «O País» onde pôde revelar as suas excepcionais qualidades de jornalista e polemista.

Fundou outro jornal, «O Dia», de que foi redactor político. Deputado da Nação (1880,1884-87,1887-89,1890-91) Bibliotecário-mor da Bibliotéca Nacional de Lisboa (1886) ministro da Marinha e Ultramar depois do ultimato de 1890.

Em 1896 foi nomeado ministro de Portugal no Brasil. Deixou uma vasta obra literária, de história, romance, teatro, política e tradução; entre ela tem excepcional interesse «A Guerra de África em 1895 », e «Moçambique».

AV. JULIUS NYERERE

Julius Nyerere - (Presidente da Tanzânia de 1964 a 1985) - 3-1922, Butiama

Julius Nyerere é conhecido pelo título honorífico de Mwalimu (professor).

Filho de um chefe tribal e professor de profissão, fundou em 1954 o partido de massas Tanganyka African National Union (Tanu), tornando-se primeiro-ministro em 1960 e, depois da independência do país em 1962, seu presidente.



Em 1964, uniu Tanganica e Zanzibar, criando assim a denominada República Unida da Tanzânia, e manteve-se no poder, sendo sucessivamente reeleito, durante 20 anos.

Imprimiu à estrutura agrícola de seu país um rumo socializante, deslocando as principais atividades econômicas das cidades para o campo e favorecendo a criação de comunidades de aldeias ("socialismo de aldeia").

Depois de alguns conflitos envolvendo questões de fronteiras, forçou a intervenção do Exército tanzaniano em Uganda, entre 1978 e 1979, com o objetivo de expulsar o ditador Idi Amin Dada e de favorecer, assim, a oposição interna, liderada por A. Milton Obote.

Em 1985, demitiu-se do cargo, permanecendo até 1990 como presidente do Partido para a Unidade CCM (Partido Revolucionário) e exercendo influência decisiva nas eleições presidenciais de 1995 a favor do candidato Benjamin William Mkepa.

Fonte : NETSABER

AV. DE SAGRES AV. 10 DE NOVEMBRO
AV. DE D. JOÃO DE CASTRO

AV. DE D. MANUEL I

D. MANUEL I 1469 - 1521. Décimo quarto rei de Portugal, nono filho do infante D. Fernando e de D. Brites.



Filho adoptivo do príncipe D. João II, a quem votava afeição filial, foi feito, à morte do seu irmão D. Diogo, duque de Beja, senhor de Viseu, Covilhã e Vila Viçosa, governador do mestrado de Cristo, condestável do reino, e fronteiro-mor de Entre-Tejo e Guadiana. O acidente que vitimou o herdeiro do trono (D. Afonso) conduziu a que fosse aclamado rei em Alcácer do Sal (27 de Outubro de 1495). Realizou três casamentos, o primeiro em 1497 com D. Isabel (viúva de D. Afonso), o segundo em 1500 com a infanta D. Maria de Castela e o terceiro em 1518, com D. Leonor, irmã de Carlos V.

Como político, teve sempre em conta o interesse nacional. Recebeu o governo exactamente no momento em que a Nação se preparava para alcançar a mais elevada projecção. Os vinte e seis anos do seu reinado conheceram grande actividade nos domínios da política interna, da política ultramarina e da política externa.

1) O poder que viera parar às suas mãos era forte, centralizado e o seu governo tendeu abertamente para o absolutismo. Com efeito reuniu cortes logo quando subiu ao trono, em Montemor-o-Novo e só mais três vezes, em 1498, 1499 e 1502, e sempre em Lisboa, o que é significativo. Nas cortes de Montemor-o-Novo, toma medidas no sentido duma centralização mais profunda de toda a administração pública: mandou confirmar todos os privilégios, liberdades e cartas de mercê, pelos principais letrados do reino que elegeu, reforma os tribunais superiores e toma uma política de tolerância em relação aos nobres emigrados por razões políticas e judeus castelhanos que D. João II reduzira à escravatura. Pelo decreto de 1496 obriga todos os judeus que não se quisessem baptizar a abandonar o país no prazo de dez meses, sob pena de confisco e morte. Pela lei de 4 de Maio de 1497, proibiu que se indagasse das crenças dos novos convertidos e, por alvará de 1499, dificulta a saída do reino aos conversos. O objectivo era agradar aos Reis Católicos e ao mesmo tempo, evitar que os judeus continuassem a ser um todo independente dentro do reino. Pelas Ordenações Afonsinas, deixa de reconhecer individualidade jurídica aos Judeus; faz a reforma dos forais, com o fito económico de actualizar os encargos tributários e para eliminar a vida local; em 1502 saiu o regimento dos oficiais das cidades, vilas e lugares (Livro dos Ofícios); em 1509 o das Casas da Índia e Mina e em 1512 saiu o novo regimento de sisas. Por outro lado com D. Manuel inaugura-se o Estado burocrático e mercantilista, mandando cunhar índios, o português ou escudo de prata.

2) D. Manuel herdou o impulso dos descobrimentos. Partiu para a índia (8-7-1497) a armada de Vasco da Gama, que chegou a Calecut em 20-5-1498. Em 1500 uma armada comandada por Pedro Álvares Cabral, com o objectivo da Índia, rumou intencionalmente (opinião actual) para sudoeste, atingindo a Terra de Santa Cruz. D. Francisco de Almeida é nomeado vice-rei da índia, com o plano de manter o monopólio da navegação e do comércio para Portugal, tendo em terra pontos de apoio, para a carga da pimenta e reparação dos barcos. Lançou as bases do futuro «Império», que será obra de Afonso de Albuquerque. Apesar do comércio da pimenta a administração vivia em pleno défice (dinheiro gasto superfluamente ou em compra de produtos manufacturados e alimentares). Afonso de Albuquerque cria novas fontes de receita, pela conquista de territórios da índia que pagavam impostos.

3) Soube D. Manuel em matéria de política externa, usar de grande habilidade e diplomacia. No aspecto cultural, reconheceu o atraso do ensino universitário, mandando promover a reforma da universidade, estabelecendo entre 1500 e 1504 novos planos de estudo e uma nova administração escolar.

AV. MARGINAL
AV. DOS DUQUES DE CONNAUGHT

Duques de Connaught and Strathearn, título criado por Vitória, rainha de Inglaterra em 1874 a favor de seu filho, Artur Windsor, duque de Connaught 1850 - 1942



Artur Alistair foi o 2º duque de Connaught, 1914 - 1943.
AV. FRIEDRICH ENGELS

Friedrich Engels - Filósofo alemão - 28/11/1820, Barmen (Alemanha) - 05/08/1895, Londres (Reino Unido)

Junto com Karl Marx, Friedrich Engels realizou uma obra marcante na filosofia e na política, cuja característica principal foi a elaboração das teorias do materialismo histórico.



Engels era filho de um rico industrial alemão e soube analisar a sociedade de forma muito eficiente, como poucos antes dele. Na juventude, ficou impressionado com a miséria dos trabalhadores das fábricas de sua família, uma delas em Manchester, Inglaterra.

Engels completou e publicou o segundo e o terceiro volumes de O Capital, principal obra teórica do socialismo, após a morte de Marx. Com grande capacidade crítica e estilo claro - ao contrário do de seu parceiro -, escreveu sozinho algumas das obras mais importantes do marxismo, como "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado".

Ao mesmo tempo, tentou ir além de sua área de conhecimento, provando que os fundamentos do marxismo poderiam ser encontrados também nas ciências biológicas. Para isso, escreveu obras como "A Dialética da Natureza" e "O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem", que não têm o menor fundamento científico, como se sabe atualmente.

O filósofo cursou a escola secundária, abandonando-a um ano antes de se formar: seu pai insistiu em que fosse trabalhar nos negócios da família. Passou os três anos seguintes (1838-41) nos escritórios da empresa de exportação em Bremen.

Sob o pseudônimo de Friedrich Oswald, escreveu artigos que lhe abriram as portas do Clube de Doutores, freqüentado por Marx.

Interessou-se pelo movimento dos "Jovens Hegelianos", intelectuais esquerdistas como o teólogo e historiador Bruno Bauer e o anarquista Max Stirner que cultivavam a dialética do filósofo alemão Hegel: o conceito de que o progresso racional e as mudanças históricas resultam do conflito de idéias e classes opostas, concluindo numa nova síntese.

Rejeitavam, portanto, a interpretação oficial e conservadora da filosofia hegeliana que justificava a Monarquia prussiana (décadas mais tarde, em 1871, Guilherme, rei da Prússia, receberia a coroa do recém unificado Império Alemão).

De 1841 a 1842, Engels serviu como voluntário num regimento de artilharia em Berlim. A experiência foi útil na derrotada revolução de 1848 na Alemanha, contra o poder feudal dos junkers (grandes proprietários de terras).

Em Manchester, em 1842, Engels passou a viver com Mary Burns, uma operária irlandesa sem instrução. Quando Mary morreu em 1863, Engels exigiu que Marx se desculpasse por ter recebido a notícia com indiferença.

Engels endossou sua nova interpretação materialista da História, após reencontrar Marx em Bruxelas (1845). Ambos montaram o fundamento de uma nova teoria, a do socialismo científico, em oposição ao socialismo religioso, idealista e utópico. Os dois fundadores do comunismo procuraram uma organização revolucionária alemã socialista. Engels e Marx convenceram o Segundo Congresso Comunista em Londres a adotar suas posições. Eles foram indicados para escrever uma declaração política: "O Manifesto do Partido Comunista", de 1848.

Após a derrota da Revolução de 1848, Marx e Engels tiveram de sair da Alemanha e ir para a Inglaterra. Para sustentar-se e ajudar Marx, Engels trabalhou como subordinado nos escritórios da Ermen & Engels, em Manchester. Novamente foi bem-sucedido como homem de negócios.

Assim pôde também sustentar Marx, sua mulher e as duas filhas, enquanto o filósofo se dedicava exclusivamente aos estudos. Ou melhor, talvez nem tanto, Afinal, Marx engravidou a empregada de sua família. Para evitar o escândalo, Engels assumiu a paternidade da criança.

Fonte : NETSABER

AV. TRIGO DE MORAIS AV. BARNABÉ THAWÉ
AV. COUCEIRO DA COSTA

Francisco Manuel Couceiro da Costa, governador da Índia - Nascido em 1870 - Falecido em 1925



Filhos:

Rui Pinto Basto Couceiro da Costa * 1896

Maria José Pinto Basto Couceiro da Costa * 1898 , religiosa dominicana nc ss

Maria Clotilde Pinto Basto Couceiro da Costa * 1899 cc Paulo de Moura Coutinho de Almeida d' Eça

Rui Gustavo Couceiro da Costa * 1901 cc Maria Helena Franco Wittnich Carriço

Maria Clementina Ferreira Pinto Basto Couceiro da Costa * 1903 , religiosa beneditina nc ss

Maria Augusta Pinto Basto Couceiro da Costa * 1907 cc Augusto de Andrade Ferreira Pinto Basto ss

Fonte : genealogia.netopia.pt

AV. ARMANDO TIVANE
AV. BELEGARDE DA SILVA AV. FRANCISCO ORLANDO NAGUMBWE
AV. FERNANDES TOMAS

Manuel Fernandes Tomás 1771 - 1822, um dos heróis dos acontecimentos políticos de 1820.

Nasceu na Figueira da Foz a 30 de Junho de 1771, faleceu em Lisboa na antiga rua do Caldeira N.º 2, a Santa Catarina, a 19 de Novembro de 1822.

Era filho de João Fernandes Tomás e de Maria da Encarnação, os quais à vista do engenho precoce que o moço revelara, o mandaram para Coimbra ainda em verdes anos, a fim de seguir a carreira eclesiástica. A vocação, porém, não o chamava para o sacerdócio e o jovem estudante tomou o grau de bacharel em Cânones, tendo apenas 20 anos.

Dando-se primeiro à advocacia, praticou com vários jurisconsultos de Lisboa, e aperfeiçoou-se no estudo das ciências do Direito, Em 30 de Agosto de 1792 foi nomeado síndico e procurador fiscal do município da Figueira, sendo vereador desde 1795 a 1798. Em 1801 foi nomeado juiz de fora de Arganil, mostrando logo na magistratura a sua energia e carácter. Em 1805 foi nomeado superintendente das alfândegas e dos tabacos nas comarcas de Leiria, Aveiro e Coimbra, mas, pela invasão francesa de 1807, tomou-se de tal desgosto pela humilhação da pátria que se retirou para uma quinta sua, próximo da Figueira, e aí permaneceu até que Wellesley, em 1808, desembarcou as suas tropas naquela costa, sendo então indigitado pela voz pública como a pessoa competente, na ausência de todas as autoridades, para tratar com o comandante inglês de todos os assuntos referentes aos interesses e necessidades do exército.

0 futuro lorde Wellington apreciou tanto a actividade de Fernandes Tomás que, sendo este nomeado em 1809 provedor da comarca de Coimbra, logo o general instou para que fosse adjunto ao comissariado do exército, sendo nomeado intendente dos víveres no quartel-general de Beresford, em 1810, onde foi incansável de actividade, chegando a perder as noites encostado à banca, para que nada faltasse ao exército. Em 1811, tão importantes serviços prestou junto do exército que fazia o cerco de Badajoz, que, pelas recomendações dos generais, foi-lhe dada a categoria de desembargador honorário do Porto, ou o predicamento de desembargador, como então se dizia, não se lhe dando a efectividade, que só alcançou em 1817, por não ter ainda, à data do despacho, completo o triénio de provedor. De 1812 até ao findar da guerra, dois anos mais tarde, esteve Fernandes Tomás em Coimbra e ali começou a germinação do seu grandioso plano, que devia desenvolver-se e frutificar no Porto, anos depois.

Fernandes Tomás era um erudito, já nomeado por algumas obras de Direito, que publicara, e um pensador que se preocupava com os males da pátria, cujos desastres sucessivos lhe enlutavam o generoso coração. 0 ano de 1817 ficou tristemente memorável na história da liberdade portuguesa pelo acto de inaudita crueldade que desonrou para sempre no nosso país a memória de Beresford. 0 sangue de Gomes Freire de Andrade (V. este nome) e dos seus desditosos companheiros, com que se julgou afogar todas as aspirações liberais, só contribuiu para as tornar mais fecundas. Indo de Coimbra para o Porto, aqui encontrou Fernandes Tomás quem simpatizasse com as suas ideias e aspirações; viu o sentimento patriótico invadindo todos os espíritos; apreciou a indignação que elevava ao prestígio de mártires as vítimas de 1817 e sentiu que essas aspirações, até aí vagas e quase teóricas, iam tornar-se em breve mais definidas e mais precisas.

Com outro jurisconsulto notável e verdadeiramente liberal, José Ferreira Borges, se relacionou Fernandes Tomás na cidade do Porto, e aí em 18 ou 21 de Janeiro de 1818 se juntaram os dois para jurarem mutuamente dar a liberdade a Portugal, ou morrerem na empresa. Convocaram uma conferência com os seus amigos José da Silva Carvalho e João Ferreira Viana, para formularem as bases em que devia assentar o plano a seguir da sociedade, que ficou constituída sob o nome de Sinédrio e que tinha por fim: «Observar os acontecimentos em Portugal e Espanha, tomando de vagar o pulso às tendências e às aspirações do espírito público.» Ajustaram reunir-se no dia 22 de cada mês na Foz para discorrerem acerca dos sucessos e das notícias do mês passado e assentarem nos propósitos mais oportunos segundo as circunstâncias. Juraram uns aos outros inviolável segredo e decidiram que, se rompesse um movimento monárquico, ou uma revolução, os sócios do Sinédrio acudiriam para a dirigir, guardada sempre a fidelidade devida à dinastia de Bragança.

Este foi o núcleo da associação denominada Sinédrio e estas as modestas bases com que se fundou. Circunscrito aos ilustres iniciadores em seu começo cresceu e alargou-se depois. Na escolha dos adeptos, discreta e resumida, sempre se antepôs a qualidade ao número. Em 1819 compunha-se, além dos quatro inauguradores, dos sócios Duarte Lessa, José Pereira de Menezes, Francisco Gomes da Silva, João da Cunha Sotto Maior, José Maria Lopes Carneiro e José dos Santos Silva. Rodeados de silencio, antes de se aventurarem a hastear a bandeira das ideias, estes cidadãos, que se não intimidavam pela sorte das vitimas de 1817, sob a ameaça visível do cutelo de algoz, apalpavam o terreno sem precipitação, e pacientes por necessidade, não se antecipavam à sentença lógica do tempo e dos factos. Foi depois destes exórdios modestos, que surgiu a revolução de 1820. Fernandes Tomás foi a alma dela.

O número dos associados no Sinédrio nunca passou de treze, sendo o último a inscrever-se, em 18 de Agosto de 1820, Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda, que depois prestou à causa muitíssimos serviços.

0 espírito da população de Lisboa, menos propenso a entusiasmos do que os portuenses, não parecia disposto a secundar a agitação da opinião publica do Porto. Foi assim que vindo José da Silva Carvalho à capital, com o fim de angariar adesões, voltou profundamente desanimado e sem nada haver conseguido. Outro tanto aconteceu a Fernandes Tomás que, vindo a banhos ás Caldas da Rainha, chegou até Lisboa com os mesmos intuitos, nada conseguiu e teve que retirar para o Porto, por saber que era activamente vigiado pela polícia. Nestas condições a revolta ter-se-ia talvez malogrado se a Regência, cheia de pavor, não houvesse imprudentemente mandado o governador das justiças do Porto, Aires Pinto, prender Fernandes Tomás. 0 marechal inglês partira para o Rio de Janeiro a fim de alcançar mais largos poderes de D. João VI. A ausência de Beresford foi impolítica e inábil. 0 Sinédrio alargava o âmbito da sua actividade, a ponto de concorrerem a uma reunião, que promoveu, todos os oficiais do exército aliciados para o grande movimento.

Nessa reunião Fernandes Tomás pôs ao serviço da causa tão entranhado amor da pátria que converteu em adeptos fanáticos até ao sacrifício todos os que o escutavam.

A precipitação do medo da Regência forçou o lance, sendo opinião dos conspiradores militares Sepúlveda, Cabreira e António da Silveira, que a revolução devia rebentar. Fernandes Tomás teve a audácia de ir a casa do próprio Aires Pinto, de cuja missão fora avisado,. dizer-lhe que não cumprisse as ordens do governo de Lisboa, porque no dia seguinte a revolta explodiria, sem que ninguém lhe pudesse obstar. 0 mesmo referiu ao general das armas Canavarro, que prometeu retirar para Leça, fingindo-se doente. Com efeito no memorável dia 24 de Agosto de 1820 rebentou a revolução, prenderam-se em suas casas os oficiais ingleses, propôs-se a nomeação. de uma junta provisória que governasse o reino em nome do rei, até ao seu regresso do Brasil, e dessa junta tomou Silveira a presidência, Cabreira a vice-presidência, ficando Fernandes Tomás simples vogal. 0 grande patriota teve o condão de se deixar em lugar secundário sendo o primeiro.

Também a fortuna não quis que ele sobrevivesse muito tempo à liberdade da sua pátria. Hoje bem se pode isso considerar uma ventura, o morrer tanto a tempo, quando a sua obra era completa, o seu credito era incondicional, quando facto algum ulterior lhe podia ainda fazer empalidecer o brilho do renome conquistado ou lançar suspeitas sobre a pureza das suas intenções; quando, enfim, os defeitos da obra concluída ainda não tinham tempo para se revelarem.

Este conjunto de circunstâncias aureolou de fama sem mancha e de glória absoluta o nome prestigioso do grande patriota Fernandes Tomás. De como o Sinédrio preparou, dirigiu e consumou, a revolução de 24 de Agosto de 1820 são documento interessante as Revelações e Memorias para a história ela dita revolução, escritas pelo consócio José Maria Xavier de Araújo (V. este nome). Fernandes Tomás, além de membro da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino, foi deputado ás Cortes Constituintes congregadas em 26 de Janeiro de 1821, em cujos trabalhos teve parte muito activa e conspícua, até ao encerramento delas em 4 de Novembro de 1822. Agravando-se lhe pelos excessos e fadigas dos últimos meses a enfermidade crónica de que padecia, e tomando de repente um carácter agudo, que os socorros da medicina não puderam debelar, expirou entre dolorosos sofrimentos, temperados pela resignação, a 19 do referido mes, deixando consternados não só os seus amigos pessoais, mas todo o partido liberal que lhe tributava uma espécie de culto, e via nele um dos mais firmes sustentáculos do sistema, para cujo triunfo concorrera tão poderosa e eficazmente. Os seus restos mortais foram sepultados, primeiro na antiga igreja de Santa Catarina, trasladados depois para a dos Paulistas, e desta transferidos para jazigo de família no cemitério dos Prazeres. No Jornal do Comércio de Fevereiro de 1883 estão reproduzidos alguns documentos acerca do óbito e trasladações das cinzas do eminente cidadão.

AV. DOS MÁRTIRES DA MACHAVA
R. DO GENERAL BOTHA

Louis Botha 1862 - 1919, um homem energético toda a sua vida. Nasceu em Greytown, Natal, a 27 de Setembro de 1862, filho de Louis Botha (pioneiro sul-africano de origem holandesa) e de Salomina Adriana van Rooyen. Casou com uma irlandesa de nome Annie Emmett.

Em 1884 ajudou a fundar a Nova República no distrito de Vryheid, que é actualmente a província de KwaZulu - Natal.

Quando a Nova República tomou parte da República da África do Sul (1888), participou da política ocupando uma série de cargos antes de ser eleito para o parlamento em 1897.

Durante toda a sua carreira Botha lutou duramente pela reconciliação entre os britânicos e os boers. Com o início da Guerra Boer em 1899, Botha aliou-se ao exército boer mantendo o exército na linha do rio Tugela contra o general britânico Redvers Buller.

Rapidamente alcançou o posto de general e em 1900 em Comandante-Geral, sucedendo a Piet Joubert.

Depois da queda de Pretória em Junho de 1900 (além da perda de um grande número de boers em Paardeberg), Botha conduziu com sucesso uma companha contra os ingleses que só terminou quando a sua tropa foi completamente dizimada, em 1902.

Ajudou a negociar o Tratado de Vereenigen.

Depois da guerra, Botha retornou à política tornando-se presidente do partido Het Volk no Transvaal onde foi eleito Primeiro Ministro.

Assistiu à convenção constitucional (1908-1909) que conduziu ao estabelecimento da união da África do Sul. Dirigiu o governo sul africano desde 1910 até à sua morte em 1919.

Botha, em conjunto com Janeiro Smuts, deu forma ao partido sul africano em 1911, apoiando-se principalmente na reconciliação entre os africaners e os ingleses. Mais tarde, os elementos nacionalistas que estão no partido afastam-se e dão forma ao partido nacional dirigido por J.B.M. Hertzog.

Janeiro Smuts, britânico, educado na faculdade de Christ, em Cambridge, formando-se em advocacia. Mas, a sua vida de adulto foi passada em esferas políticas e militares. Durante a guerra Boer serviu como comandante de campo, demonstrando talento particular na guerra de guerrilha.

Foi durante a guerra Boer que conheceu Loius Botha, iniciando uma amizade que durou até à morte deste em 1919 e trabalhando sempre juntos.

Botha ofereceu auxilio militar imediato à Grâ-Bretanha quando esta declarou guerra à Alemanha em 4 de Agosto de 1914. Esta decisão acendeu uma rebelião numa parcela afrikaner à qual se opôs o partido nacional decidindo que a identidade nacional e a herança dos afrikaners estava em risco.

Botha escolheu conduzir pessoalmente as forças da União para reprimir a rebilião embora surpreendesse todos com a sua clemência pública ao tratar os líderes rebeldes.

Pondo fim à rebelião, Botha em conjunto com o general Smuts (a quem delegou a liderança militar em 1915) derrotaram completamente as forças alemãs num ataque à Namíbia em Fevereiro de 1915.

Durante toda a primeira guerra mundial, Botha forneceu sustentação às forças armadas da Grâ Bretanha.

Com o armistício Botha viajou a versalhes para tomar parte das negociações sobre a Alemanha. Botha lutou em vão pelo perdão dos aliados da Alemanha.

Louis Botha morreu em agosto 1919.

AV. TOMÁS NDUDA
R. DO GENERAL ROSADO

General Tomaz António Garcia Rosado. Foi Governador Geral de Moçambique de 1902-1905.

Foi Chefe do Estado-Maior do Exército português de (1917 a 1924), em Julho de 1918 é nomeado comandante do CEP, em substituição do general Tamagnini. Em 25 de Agosto assume o comando do CEP, em França

Fonte: Wikipédia e genealogia.netopia.pt

R. KIM IL SUNG

Kim Il Sung (Nascido 15-4-1912, Mangyondae, próximo de Pionguiangue - Falecido 8-7-1994, Pionguiangue). Chefe de Estado e do Partido Comunista da Coréia do Norte. Seu verdadeiro nome era Kim Song Chu.

Segundo a versão oficial, Kim participou da luta de resistência contra a ocupação japonesa na Manchúria e, após a entrada do Exército soviético na Coréia do Norte (1945), voltou ao país com o nome de Kim Il Sung. Liderou, desde 1946, o Partido Comunista dos Trabalhadores e foi primeiro-ministro entre 1948 e 1972, quando chegou à presidência da República. Durante 40 anos, foi a instância máxima do poder na Coréia do Norte.

O ataque à Coréia do Sul desencadeou a Guerra da Coréia (1950-1953). No confronto entre as potências comunistas – a União Soviética e a China –, manteve-se neutro e insistiu na independência da Coréia do Norte. Em 1989, reafirmou o rumo stalinista e dogmático de sua política, que isolava o país do contexto internacional. A tentativa de desenvolver uma tecnologia nuclear própria e a denúncia do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (1993) conduziram a um agravamento das tensões políticas, que terminaram com a assinatura de um tratado com os Estados Unidos, em 1994, permitindo a abertura da Coréia do Norte ao Ocidente em troca da interrupção do programa atômico.

Morreu em 1994 e foi sucedido por seu filho Kim Jong Il, que só começou a desempenhar formalmente cargos de direção no partido em 1997.


Fonte: www.netsaber.com.br

AV. AUGUSTO DE CASTILHO

Augusto de Castilho (Nascido em Lisboa 10 de Outubro de 1841 -Falecido em Lisboa 30 de Fevereiro de 1912), foi um militar da marinha portuguesa.

A sua carreira começou na Escola Naval em 1859.

Prestou serviço na marinha em Angola, Índia, Moçambique e Brasil.

Em Moçambique foi Governador-geral de 1885 a 1889.

Foi também Governador Civil do Porto, Director-Geral da marinha e Ministro da Marinha e Ultramar de 4 de Fevereiro a 25 de Dezembro de 1908..

Terminou a sua carreira no posto de Major-general da armada na altura da implantação da República em Portugal.

Fonte: Wikipédia

AV. VLADIMIR LENIN

Vladimir Ilitch Lênin (Nasceu em 22-4-1870, Simbirsk - Faleceu em 21-1-1924, Gorki perto de Moscou). Revolucionário russo, Lênin desempenhou papel decisivo na dinâmica social e política do século XX, graças a seu talento como visionário, político e estrategista, determinado em seus objetivos. Mesmo sendo de uma família burguesa, ligou-se ao movimento revolucionário após a execução de seu irmão Alexandre, em 1887, que participou de um atentado ao czar.

Lênin estudou Direito e abriu um escritório em São Petersburgo, que logo se tornou o centro de propaganda e atividades subversivas. Aí nasceu a associação de luta pela libertação dos trabalhadores, fundada com Julius Martov, em 1895. De seu desterro na Sibéria, entre 1887 e 1990, onde se casou com Nadejda Krupskaia, Lênin dedicou-se à análise das condições prévias para uma revolução na Rússia, sempre com idéias marxistas (O Desenvolvimento do Capitalismo na Rússia, 1899), marcando o ponto de partida para o desenvolvimento do marxismo (marxismo-leninismo).

Em 1900, exilou-se em Londres, Munique e Genebra. Idealizou um partido de "novo cunho": ao contrário dos partidos social-democratas, seria organizado, centralizado e regido por revolucionários profissionais qualificados (tema de Que Fazer, 1902). Com essas idéias, Lênin participou no II Congresso do Partido Operário Social- Democrata Russo, em Bruxelas e Londres, em 1903, onde houve a fusão entre a ala radical partidária de suas teses, os bolcheviques, e os mencheviques, mais moderados e liderados por Martov. Após a participação na fracassada Revolução de 1905, Lênin voltou a exilar-se na Europa Ocidental em 1906, vivendo na Suíça a maior parte do tempo (1908-1912, 1914, 1917).

Em 1912, separou-se do Partido Operário Social-Democrata Russo, fundando um comitê central bolchevique e criando um órgão central, o diário Pravda, em Cracóvia. Em 1916, foi publicado O Imperialismo, Fase Suprema do Capitalismo, em que relacionava as perspectivas de uma revolução universal com a libertação dos povos colonizados. Após a Revolução de fevereiro de 1917, Lênin regressou à Rússia com a ajuda do Exército alemão, publicando Teses de Abril, Paz a Todo o Custo, A Terra para os Camponeses e Todo o Poder para os Sovietes, sistematizando os objetivos revolucionários.

Embora seu programa tivesse apoio considerável, falhou na primeira tentativa em junho de 1917, obrigando Lênin a refugiar-se na Finlândia. Redigiu o programático O Estado e a Revolução, antes de entrar ilegalmente em seu país em outubro para preparar o levante bolchevique nos dias 25 e 26 (6 e 7 de novembro, segundo o calendário gregoriano). Procedeu então, colaborando com Trótski e por intermédio do soviete de Petrogrado, à derrubada de Kerensky. Lênin assumiu a presidência do Conselho de Comissários do Povo, proclamando a ditadura do proletariado. Após a assinatura da paz com a Alemanha em março de 1918 (Tratado de Brest-Litovsk), o Exército Vermelho enfrentou a guerra civil contra os brancos (tropas contra-revolucionárias apoiadas do exterior), que se prolongou por cinco anos (1918-1922).

Após anos de comunismo de guerra, numa nacionalização rigorosa, a centralização e a má planificação levaram o país à fome e ao caos econômico. Lênin restabeleceu parcialmente, com sua Nova Política Econômica (NEP), a indústria privada, que redundou na estabilização. A proibição de formar facções conduziu, em 1921, à repressão do debate interno no partido, assim como a uma estruturação interna altamente hierarquizada, dirigida por um comitê central e por um politburo, que criaram condições para o posterior regime de terror exercido por Stálin. No final de 1922, Lênin proclamou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), dotando-a de uma Constituição em 1923. Em seu testamento político, Carta ao Congresso, aconselhou a destituição de Stálin do cargo de secretário-geral do partido. Lênin morreu após diversos ataques de apoplexia, que diminuíram sua capacidade de ação a partir de 1922.

Foi enterrado no mausoléu construído para essa ocasião na Praça Vermelha de Moscou.

Fonte: www.netsaber.com.br

AV. ELIAS GARCIA
(Virou Av. Augusto de Castilho)

José Elias Garcia 1830 - 1891, foi militar e político português, nasceu em Cacilhas e morreu em Lisboa.

Em 1854 fundou o primeiro jornal republicano do país: O Republicano.

Foi eleito deputado pelo partido reformista, em duas legislaturas - 1870 e 1887 - e em 1890 pela lista republicana de Lisboa.

AV. VLADIMIR LENIN
R. DA PRINCESA PATRÍCIA

Patrícia, princesa de Inglaterra – Nascida 1886 – Falecida 1974



Pais:

Pai: Artur Windsor, duque de Connaught * 1850

Mãe: Luisa Margarida, princesa da Prússia * 1860

Casamento: 1919 Com: sir Alexandre Ramsay * 1881

Fonte : genealogia.netopia.pt

AV. SALVADOR ALLENDE

Salvador Allende (Valparaíso, 1908 - Santiago, 1973)

Político chileno. Estuda Medicina, mas dedica toda a sua vida ao exercício da política.

Em 1933 é um dos fundadores do Partido Socialista Chileno, de cujo grupo parlamentar faz parte entre 1937 e 1946.

Entre 1939 e 1942 é ministro da Saúde; 1943 é o ano em que assume a direcção do partido. Perde as eleições presidenciais de 1952, 1958 e 1964, atinge em 1970, como candidato de uma coligação de esquerda, a presidência do Chile.

A sua política, a chamada «via chilena para o socialismo», pretende uma transição pacífica para uma sociedade mais justa, de raiz socializante. Nacionaliza os bancos, as minas de cobre e algumas grandes empresas, e enfrenta pressões políticas norte-americanas.

Apesar das gravíssimas dificuldades económicas, a referida coligação obtém 43% dos votos nas eleições legislativas de 1973. Em Junho desse mesmo ano ultrapassa uma tentativa de golpe de Estado, mas numa nova intentona, em Setembro, os militares de direita, chefiados pelo general Pinochet, derrubam-no. Allende morre durante o golpe, na defesa do palácio presidencial. Após a sua morte, o regime democrático é extinto e o país sofre um terrível banho de sangue.

Fonte:www.vidaslusofonas.pt

R. PERO DE ALENQUER

PÊRO DE ALENQUER, Piloto português que participou em algumas das mais importantes viagens dos Descobrimentos. Pilotou o navio-chefe da armada de Bartolomeu Dias, que dobrou o cabo da Boa Esperança (1488) e, mais tarde, a nau São Gabriel, que integrava a frota comandada por Vasco da Gama, na viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia (1498). Julga-se que terá morrido durante a viagem de regresso.

Nas navegações portuguesas dos últimos decénios do século XV pontificou um notável conjunto de pilotos, homens com grande experiência de navegação no alto mar e cientes das mais avançadas técnicas náuticas: protagonizaram as viagens de descobrimento e exploração ao longo na costa ocidental africana, no Atlântico Sul (e, quiçá, Norte), e os acompanharam as duas viagens decisivas de Quatrocentos: as de Bartolomeu Dias e Vasco da Gama. Assim sucedeu com um dos mais celebrados mestres do ofício no seu tempo, Pero de Alenquer.

Em 1483 D. João II concedeu-lhe a mercê de se vestir como os escudeiros, dadas as suas qualidades profissionais, graças às quais se tornou no elemento chave das viagens de final de século: pilotou uma das caravelas de Bartolomeu Dias na viagem de 1487-88, e depois a nau “S. Gabriel”, capitânea da armada de Vasco da Gama. Aceita-se que tenha morrido no regresso desta última, pois ainda em 1499 D. Manuel concede a seu filho Rodrigo uma tença por morte do pai.

O facto de ter sido escolhido para piloto da viagem de Bartolomeu Dias mostra que já devia possuir larga experiência de navegação atlântica, dado que as equipagens desta armada foram escolhidas entre os melhores homens do mar na época, atestando o cuidado que o rei pôs na sua organização. Outrossim se passou com a de Vasco da Gama, cuja preparação sabemos ter sido longa e cuidada, mas o facto de Alenquer ser o piloto-mor (piloto-mor era o piloto da nau onde ia embarcado o capitão-mor, por isso chamada capitânea) indicia que seria seguramente tido como o melhor piloto de então.

O nome de Pero de Alenquer é porém muitas vezes referidos por causa de um outro episódio. Conta Garcia de Resende na sua Crónica de D. João II que um dia, estando o rei à mesa a dizer que só podiam vir navios de pano latino da Mina (isto é, apenas os de Portugal), porque queria manter a exclusividade desta rota, Pero de Alenquer replicou que de lá traria qualquer navio redondo.

O rei negou-o, o piloto reafirmou o que dissera antes, e o monarca rematou a conversa afirmando que a “um vilão peco não há coisa que lhe não pareça que fará e enfim não faz nada”. Terminada a refeição D. João II mandou chamar Pero de Alenquer e pediu-lhe que lhe perdoasse por ter dito aquilo, mas pretendia manter o segredo da navegação para a Mina - e por isso manteve sempre a Guiné bem guardada no seu reinado, acrescenta o cronista.

A história é incongruente sob vários pontos de vista, dois dos quais por demais evidentes: Portugal não era o único país onde existiam navios redondos que pudessem navegar até à Mina, ao contrário do que se afirma no texto; e não faz qualquer sentido que, pretendendo o rei manter o segredo da navegação da Mina, um dos pilotos que fazia essas viagens não soubesse que devia manter sigilo rigoroso sobre elas! Mas vale por outros motivos: mostra-nos um Pero de Alenquer próximo do rei, e dele afirma que era um “muito grande piloto da Guiné e que bem tinha descoberto”.

AV. AMILCAR CABRAL

AMÍLCAR CABRAL - Libertador,1924-1973

- 1924, 12 de Setembro: Nasce em Bafatá, Guiné

- 1932: Vai para Cabo Verde

- 1943: Completa no Mindelo o curso liceal

- 1944: Emprega-se na Imprensa Nacional, na Praia

- 1945: Com uma bolsa de estudo, ingressa no I. S. Agronomia, em Lisboa

- 1950: Termina o curso e trabalha na Estação Agronómica de Santarém

- 1952: Regressa a Bissau, contratado para os S. Agrícolas e Florestais da Guiné

- 1955: O governador impõe a sua saída da colónia; vai trabalhar para Angola; liga-se ao MPLA

- 1956: Criação em Bissau do PAIGC

- 1960: O Partido abre uma delegação em Conacri; a China apoia a formação de quadros do PAIGC

- 1961: Marrocos abre as portas aos membros do Partido

- 1963, 23 de Janeiro: Início da luta armada, ataque ao aquartelamento de Tite, no sul da Guiné; em Julho o PAIGC abre a frente norte

- 1970, 1 de Julho: O papa Paulo VI concede audiência a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos; 22 de Novembro: O governador da Guiné-Bissau decide e Alpoim Calvão chefia a operação de "comando" "Mar Verde" destinada a capturar ou a eliminar os dirigentes do PAIGC sediados em Conacri: fracasso!

- 1973, 20 de Janeiro: Amílcar Cabral é assassinado em Conacri

Fonte:www.vidaslusofonas.pt

AV. BRITO DE CAMACHO

Manuel de Brito Camacho nasceu no monte das Mesas, arredores da aldeia de Rio de Moinhos, a alguns quilómetros da vila de Aljustrel, em 1862, e faleceu em 1934. Tendo abraçado a ideologia republicana, participou intensamente na propaganda contra a Monarquia.

Implantada a República, foi ministro do Fomento e dirigente do Partido Unionista, de que fora fundador. Em 1920/22 desempenhou o cargo de Alto Comissário da República em Moçambique. Político importante da I República distinguiu-se, também, como jornalista, tendo fundado o jornal 'A Luta" (1906) de que foi director.

No dizer de Oscar Lopes - responsável por um volume de “Memórias e Narrativas Alentejanas de Brito Camacho” -, das muitas páginas que este autor escreveu, tem particular interesse as narrativas, os tipos, os quadros descritivos do seu monte natal das Mesas, da aldeia de Rio de Moinhos, e também de Montes Velhos e Jungeiros, da vila de Aljustrel, e mais geralmente, do Baixo Alentejo rural.

Dessa ruralidade dá conta, aliás, os próprios nomes de algumas das suas obras, como os Quadros Alentejanos, Gente Rústica, Por Cerros e Vales...

É tão forte a presença do campo nos seus escritos, que Aquilino Ribeiro, no estudo que fez da vida e obra deste alentejano, deu o título sugestivo de “Brito Camacho nas Letras e no Seu Monte”.

Ao recordarmos aqui Brito Camacho, não o fazemos pela sua qualidade de figura grada da I República, nem pela sua faceta de jornalista influente, nem tão pouco pela sua qualidade de médico, que também foi. Interessa-nos, sim, a sua condição de estudante do Liceu de Beja, no século XIX, as descrições que do ambiente estudantil fez e do quadro que traçou da educação no Alentejo, no último quartel do século passado.

Em algumas das suas obras, nomeadamente em “De Bom Humor” e “Gente Vária”, deixou Brito Camacho algumas referências ao seu tempo de estudante

Fonte:www.esec-diogo-gouveia.rcts.pt

AV. PATRICE LUMUMBA

Patrice Lumumba - (1925-1961)

Lumumba foi o primeiro Primeiro Ministro da República do Congo.

Nasceu em 2.07.1925, em Sancuru, província de Kasai.

Estudou em colégios de missionários católicos e protestantes e posteriormente trabalhou no correio, iniciando suas atividades políticas que visavam a libertação do Congo do colonialismo belga.

Percebeu que para isso seria necessário suplantar as diferenças tribais entre as populações negras do Congo. Junto a correligionários, escreveu uma declaração defendendo a imediata independência do país. Em 1958 fundou o MNC – Movimento Nacional Congolês.

Ao contrário de outros partidos, defendia a independência de todo o país e a união de todos os congoleses, independentemente de suas origens tribais. O governo belga e as multinacionais que exploravam as riquezas do país e mantinham seu poder através de violenta repressão, tiveram de lidar com freqüentes revoltas populares e a condenação da opinião pública internacional até quando entenderam que não seria mais possível manter o controle sobre o país africano.

Após vários aprisionamentos e longas perseguições a Lumumba, visto como um líder radical pelo governo belga, este aceitou negociar. Nas eleições de meio de 1960, o MNC venceu e Lumumba tornou-se Primeiro Ministro, levando a nação congolesa à independência em 30 de junho.

Lumumba buscou externamente um governo de não-alinhamento e internamente buscou promover mudanças na vida social e econômica do povo, vítima da exploração belga e das elites tribais locais. Isso provocou a reação destas que, com o apoio da CIA – governo Eisenhower – e do governo belga,levaram à sua destituição do cargo pelo Presidente Joseph Kasavubu, cuja autoridade para isso foi contestada por Lumumba.

O golpe levou ao assassinato de Lumumba na passagem de 17 para 18 de janeiro de 1961, em Elisabethville, após uma tentativa de fuga frustrada e prolongadas sessões de tortura.

O governo foi parar nas mãos de Mobuto Sese Seko.

A vida de Lumumba é um exemplo de como governos podem utilizar tribos nativas e suas diferenças culturais para minar o poder de governos de união e integração nacional.

Fonte:http://www.oocities.org/fusaoracial/lumumba.htm

AV. DE D. LUIS I

D. LUIS 1838 - 1889, filho segundo de D. Maria II e de D. Fernando III. Assumiu o governo a 14 de Outubro de 1861, tendo casado com D. Maria de Sabóia. Era primorosamente educado, com temperamento de literato e artista. Embora tivesse dominado a paz no reinado, houve um levantamento de tropas, em 1862 e em finais de 1867 o movimento da Janeirinha e em 19 de Maio de 1870, o duque de Saldanha impôs a demissão do governo, e passou a assumir a presidência do novo ministério.

Em 1865-1866 a vida mental foi sacudida pela Questão Coimbrã e em 1871 surgiu a iniciativa das Conferências Democráticas do Casino. Realizam-se as viagens ao interior da África, o major Serpa Pinto de Benguela ao Bié, Zambeze e chegou às cataratas de Vitória. Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e atravessaram a África de Luanda a Tete.

A partir de 1876 o Partido Progressista aspira a articular o Estado segundo a teoria liberal, propondo a reforma da Carta, a descentralização administrativa, a fidedignidade e ampliação do sufrágio eleitoral, a reorganização do poder judicial e da contabilidade pública. Em 1877 demitiu-se o ministério regenerador de Fontes Pereira de Melo e voltou a ser reintegrado.

Posteriormente os progressistas atacaram o rei, acusando-o de patrocinar os regeneradores (Emídio Navarro, no Progresso, Joaquim Martins de Carvalho, no Conimbricense). O ministério regenerador caiu, em 1879, e D. Luís chamou os progressistas a formar governo. O republicanismo evoluíra também e em 1878 toma lugar na Câmara o primeiro deputado republicano, Rodrigues de Freitas, eleito pelo Porto. Em 1880 o Partido Republicano era uma realidade e uma força.

O reinado de D. Luís assinalou-se materialmente pelo progresso, socialmente pela paz e pelos sentimentos de convivência e politicamente pelo respeito pelas liberdades públicas, intelectualmente por uma geração notável (Eça de Queiroz, Antero de Quental, etc.).

AV. SAMORA MACHEL

Samora Moises Machel (1933-1986), primeiro presidente de Moçambique (1975-1986).

Filho de agricultores de Madragoa, Machel estudou enfermagem. Uniu-se em 1962 à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Após ter recebido treinamento militar em Argélia, retornou a Moçambique em 1964 como o guerrilheiro da Frelimo e pouco mais tarde se tornou comandante.

Em 1969 Eduardo Mondlane, fundador e líder do Frelimo, foi assassinado e Machel substituiu-o no ano seguinte.

Em 1974 chefiou a delegação da Frelimo nas conversações da paz com o governo português e em 1975, quando seu país obteve a independência, começou sendo primeiro presidente de Moçambique.

Morreu em um acidente de aviação a 19 de outubro de 1986. o então o ministro das relações exteriores Joaquim Chissano sucedeu-lhe no cargo.

(Fonte Enciclopédia Encarta)

AV. ANCHIETA

Padre José de Anchieta (1534 - 1597) , chamado de "O Apóstolo do Brasil".

José de Anchieta (San Cristobal de Laguna, Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha 1534 - Reritiba, atual Anchieta ES 1597). Fez estudos eclesiásticos na Companhia de Jesus em Coimbra, Portugal, em 1549. Entrou para a Companhia de Jesus em 1551 e, dois anos depois, veio para o Brasil, com o objetivo de catequizar os índios. Em 1554 fundou o Colégio dos Jesuítas, que daria origem ao povoado de São Paulo do Campo de Piratininga [São Paulo] SP. Foi professor de latim, professor de índios e mamelucos e também professor dos noviços que entraram para a Companhia de Jesus no Brasil. Entre 1563 e 1595 viveu em São Paulo SP, Rio de Janeiro RJ e Espírito Santo ES, e escreveu poesia, teatro em verso, prosa informativa e histórica. Em 1595 foi publicada em Lisboa, Portugal a Arte de Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil, primeira gramática da língua tupi.

Em 1663, também em Lisboa, ocorreu a publicação póstuma do poema De Beata Virgine Dei Maria (O Poema da Virgem), no livro Crônica da Companhia de Jesus do Estado do Brasil, de Simão de Vasconcelos. As poesias de Anchieta estão entre as primeiras manifestações literárias brasileiras. Inicialmente escritas em castelhano, sua língua natal, são depois produzidas em português e, finalmente, em tupi. Seus poemas são de temática religiosa e exprimem visão de mundo medieval.

Na Aldeia de Reritiba - atual cidade Anchieta, ES - viveu os últimos três anos de sua vida, vindo a falecer em 09 de junho de 1597, com 63 anos de idade, 44 dedicados à formação religiosa do povo brasileiro. Em 22 de junho de 1980, Padre José de Anchieta foi beatificado pelo Papa João Paulo II.


Fontes: www.itaucultural.org.br e
www.santosdobrasil.org

AV. OLOF PALME

Olof Palme - Nacionalidade: Suecia - Estocolmo 30-1-1927 - 28-2-1986

Su formación discurre en Estados Unidos y Suecia.

Con veintinueve años ingresa en el Partido Social Demócrata e inicia su trayectoria política.

Durante la década de los años sesenta desempeñaría varios cargos como titular de la cartera de Comunicaciones y Educación.

En 1969 se ocupa de la presidencia de la formación que representa y en este mismo año es nombrado primer ministro.

Su mandato se caracterizó por su actitud a favor de la paz. Cuando estallo la guerra de Vietnam manifestó su apoyo a Hanoi y acogió a los desertores estadounidenses.

Esta postura le costó la enemistad de Estados Unidos.

En 1976 la derecho triunfó en los comicios electorales y Olof Palme pasó a la oposición.

Seis años después venció en las urnas y subió a la presidencia. Una vez más, su talante pacifista le convirtió en defensor del desarme para alcanzar la paz mundial.

En 1986 fue asesinado mientras esperaba en la cola de un cine.

Fonte: www.artehistoria.com

AV. MANUEL DE ARRIAGA

Manuel José de Arriaga Brum da Silveira 1840 - 1917, nasceu em 8 de Julho de 1840, na cidade da Horta, filho de Sebastião de Arriaga e de D. Maria Antónia Pardal Ramos Caldeira de Arriaga, ambos descendentes de famílias nobres açorianas.



Casou com D. Lucrécia de Brito Berredo Furtado de Melo, neta do comandante da polícia do Porto e partidário das forças liberais à data da revolução de 1820, de quem teve seis filhos, dois rapazes e quatro raparigas. Faleceu em 5 de Março de 1917, com 77 anos de idade.

Na Universidade de Coimbra, onde se formou em Leis, cedo manifestou simpatia pelas ideias republicanas, o que provocou um conflito insanável com o pai, que o deserdou e lhe deixou de custear os estudos. Para sobreviver e pagar a Faculdade, teve então de dar aulas de Inglês no liceu.

Em 1866, concorreu a leitor da décima cadeira da Escola Politécnica e da cadeira de História do Curso Superior de Letras. Não conseguindo a nomeação para qualquer delas, teve de continuar, agora em Lisboa, a leccionar a mesma disciplina de Inglês. Dez anos depois, em 26 de Agosto de 1876, já faz parte da Comissão para a Reforma da Instrução Secundária.

Simultaneamente, vai cimentando a sua posição como advogado, tornando-se um notável casuísta graças à sua honestidade e saber. Entre as várias causas defendidas destaca-se, em 1890, a defesa de António José de Almeida, após este ter escrito no jornal académico O Ultimatum, o artigo "Bragança, o último", contra o rei D. Carlos.

Na sequência dos acontecimentos de 5 de Outubro de 1910, e para serenar os ânimos agitados dos estudantes da Universidade de Coimbra, é nomeado reitor daquela Universidade, tomando posse em 17 de Outubro de 1910.

Filiado no Partido Republicano, foi eleito por quatro vezes deputado pelo círculo da Madeira. Em 1890, foi preso em consequência das manifestações patrióticas de 11 de Fevereiro, relativas ao Ultimato Inglês.

Em 1891, aquando da revolta de 31 de Janeiro, já fazia parte do directório daquele Partido, em conjunto com Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro, Teófilo Braga e Francisco Homem Cristo.

Nos últimos anos da monarquia, sofre um certo apagamento, dado que o movimento republicano tinha chegado, entretanto, à conclusão que a substituição do regime monárquico não seria levada a cabo por uma forma pacífica. Os republicanos doutrinários são, então, substituídos pelos homens de acção que irão fazer a ligação à Maçonaria e à Carbonária.

Depois da proclamação do regime republicano foi então chamado a desempenhar as funções de Procurador da República.

Foi eleito em 24 de Agosto de 1911, proposto por António José de Almeida, chefe da tendência evolucionista, contra o candidato mais directo, Bernardino Machado, proposto pela tendência que no futuro irá dar origem ao Partido Democrático de Afonso Costa. O escrutínio teve o seguinte resultado:

Manuel de Arriaga 121 votos
Bernardino Luís Machado Guimarães 86 votos
Duarte Leite Pereira da Silva 1 voto
Sebastião de Magalhães Lima 1 voto
Alves da Veiga 1 voto
Listas brancas 4 votos
Durante a vigência do seu mandato tomam posse os governos seguintes:

- João Chagas, que vigora entre 3 de Setemmbbro e 12 de Novembro de 1911.
- Augusto de Vasconcelos, entre 12 de Noveemmbro daquele ano e 16 de Junho de 1912.
- Duarte Leite, entre aquela última data ee 9 de Janeiro de 1913.
- Afonso Costa, entre a data anterior e 9 dde Fevereiro de 1914.
- Bernardino Machado com dois governos segguuidos, o primeiro de 9 de Fevereiro de 1914 a 23 de Junho do mesmo ano, o segundo desta data a 12 de Dezembro de 1914.

Assiste-se na época à divisão efectiva das forças Republicanas. De 27 a 30 de Outubro de 1911, reúne-se, em Lisboa, o Congresso do Partido republicano em que é eleita a lista de confiança de Afonso Costa, passando o partidom a denominar-se Partido Democrático. Em 24 de Fevereiro de 1912, por discordar da nova linha política seguida pela nova direcção, António José de Almeida funda o Partido Evolucionista, e dois dias depois, Brito Camacho, o Partido União Republicana, divisão que, no entanto, pouco adiantará para a resolução das contradições deste período deveras conturbado. O início da Primeira Grande Guerra vem agravar ainda mais a situação, dando origem à polémica entre guerristas e antiguerristas.

O Ministério de Victor Hugo de Azevedo Coutinho, alcunhado de Os Miseráveis, que vigora entre 12 de Dezembro de 1914 e 25 de Janeiro de 1915, não vem alterar em nada a situação, acabando por ser demitido na sequência dos acontecimentos provocados pelo "Movimento das Espadas", de âmbito militar, onde se destacaram o capitão Martins de Lima e o comandante Machado Santos.

O Presidente Manuel de Arriaga tenta inutilmente chamar as forças republicanas à razão, envidando esforços no sentido de se conseguir um entendimento entre os principais dirigentes partidários. Goradas estas diligências, não dispondo de quaisquer poderes que lhe possibilitassem arbitrar os diferendos e impor as soluções adequadas e pressionado pelos meios militares, vai então convidar o general Pimenta de Castro para formar governo que é empossado em 23 de Janeiro de 1915.

O encerramento do Parlamento e a amnistia de Paiva Couceiro vão transformar em certezas as desconfianças que os sectores republicanos tinham acerca daquele militar, desde o governo de João Chagas onde ocupara a pasta da Guerra e evidenciara uma atitude permissiva face às tentativas monárquicas de Couceiro. A revolta não se fez esperar. Em 13 de Maio do mesmo ano, sectores da Armada chefiados por Leote do Rego e José de Freitas Ribeiro demitem o Governo que é substituído pelo do Dr. José de Castro, que inicia as suas funções em 17 do mesmo mês.

O Presidente é obrigado a resignar em 26 de Maio de 1915, saindo do Palácio de Belém escoltado por forças da Guarda Republicana.

Manuel de Arriaga não conseguiu recuperar deste desaire, morrendo amargurado dois anos depois, em 5 de Março de 1917. Foi substituído pelo Dr. Teófilo Braga.

OBRAS PRINCIPAIS

Distinguiu-se principalmente como advogado e orador. Alguns dos discursos políticos ficaram célebres, nomeadamente "O Partido Republicano e o Congresso", pronunciado no Clube Henriques Nogueira em 11 de Dezembro de 1887, "A Questão da Lunda", na Câmara dos Deputados em 1891, "Descaracterização da Nacionalidade Portuguesa no regime monárquico", em 1892, na mesma Câmara, "Começo de liquidação final", "A irresponsabilidade do poder executivo no regime monárquico liberal", e tantos outros. Contos Sagrados, Irradiações e Harmonia Social, constituem exemplos da sua obra como filósofo e poeta.

A experiência como Presidente da República é-nos contada na sua última obra, escrita após a experiência presidencial, intitulada Na Primeira Presidência da República Portuguesa.

AV. KARL MARX

Karl Marx - (Economista e filósofo alemão) - 05/05/1818, Trier (Alemanha) - 14/03/1883, Londres (Inglaterra)

Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de Bonn e Berlim, mas sempre demonstrou mais interesse pela história e pela filosofia. Quando tinha 24 anos, começou a trabalhar como jornalista em Colônia, assinando artigos racial-democratas que provocaram uma grande irritação nas autoridades do país.



Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich, um dos mais importantes, um dos mais influentes filósofos alemães do século 19), Marx começou ater mais familiaridade dos problemas econômicos que afetavam as nações quando trabalhava como jornalista.

Após o casamento com uma amiga de infância (Jenny von Westplalen), foi morar em Paris, onde lançou os "Anais Franco-Alemães", órgão principal dos hegelianos de esquerda. Foi em Paris que Marx conheceu Friedrich Engels, com o qual manteve amizade por toda a vida.

Na capital francesa, a produção de Marx tomou um grande impulso. Nesta época, redigiu "Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel". Depois, contra os adeptos da teoria hegeliana, escreveu, com Engels, "A Sagrada Família", "Ideologia alemã" (texto publicado após a sua morte).

Depois de Paris, Marx morou em Bruxelas. Na capital da Bélgica, o economista intensificou os contatos com operários e participou de organizações clandestinas. Em 1848, Marx e Engels publicaram o "Manifesto do Partido Comunista", o primeiro esboço da teoria revolucionária que, anos mais tarde, seria denominada marxista.

Neste trabalho, Marx e Engels apresentam os fundamentos de um movimento de luta contra o capitalismo e defendem a construção de uma sociedade sem classe e sem Estado. No mesmo ano, foi expulso da Bélgica e voltou a morar em Colônia, onde lançou a "Nova Gazeta Renana", jornal onde escreveu muitos artigos favoráveis aos operários.

Expulso da Alemanha, foi morar refugiado em Londres, onde viveu na miséria. Foi na capital inglesa que Karl Marx intensificou os seus estudos de economia e de história e passou a escrever artigos para jornais dos Estados Unidos sobre política exterior.

Em 1864, foi co-fundador da "Associação Internacional dos Operários", que mais tarde receberia o nome de 1ª Internacional. Três anos mais tarde, publica o primeiro volume de sua obra-prima, "O Capital".

Depois, enquanto continuava trabalhando no livro que o tornaria conhecido em todo o mundo, Karl Marx participou ativamente da definição dos programas de partidos operários alemães. O segundo e o terceiro volumes do livro foram publicados por seu amigo Engels em 1885 e 1894.

Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny (1883), Karl Marx morreu no dia 14 de março. Foi então que Engels reuniu toda a documentação deixada por Marx para atualizar "O Capital".

Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, Karl Marx é um dos pensadores que mais influenciaram a história da humanidade. O conjunto de suas idéias sociais, econômicas e políticas transformou as nações e criou blocos hegemônicos. Muitas de suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de Marx exerceu enorme influência sobre a história.

Fonte : NETSABER

AV. PAIVA MANSO

1º Visconde de Paiva Manso 1831-1875

Levy Maria Jordão de Paiva Manso. Primeiro visconde de Paiva Manso desde 1869.

Não quiz ser professor de direito, dedicando-se à advocacia desde 1853-1854. Deputado em 1861-1870. Maçon.

Aplica o sistema krausista ao direito penal, sendo também autor da única história da filosofia do direito publicada em Portugal durante o século XIX. Aceita o panteísmo, isto é, a consideração do homem e da sociedade como um microcosmos, ou tentativa de imitação da ordem universal, perspectivada como um organismo dotado de vida.

Assume, assim, uma espécie de metafísica suave, onde se proclama o fim humano da perfeição e um desenvolvimento progressivo, integral e harmónico. Advogado de Portugal na questão de Lourenço Marques em 1871, suscitando a sentença de Mac Mahon.

AV. FILIPE SAMUEL MAGAYA

Filipe Samuel Magaya, Um dos fundadores da Frelimo e foi Chefe do Departamento de Defesa e Segurança da Frelimo (o órgão que comandava a luta armada).

Em Novembro de 1966, foi assassinado.

(Fonte Wikipédia)

AV. DO GENERAL MACHADO

O General Joaquim José Machado, iniciador dos caminhos-de-ferro em Moçambique, e também em Angola, foi um grande homem do seu tempo, um dos construtores das colónias.

"Se há um nome emblemático para o período moderno da presença portuguesa em Moçambique (o período que sucede ao antigo regime e põe o acento nas Obras Públicas) esse nome é o de Joaquim José Machado.

Major de engenharia, foi escolhido para chefiar a Expedição das Obras Públicas em Moçambique pelo grande impulsionador da nova política colonial, o ministro Andrade Corvo.

Chegou a Lourenço Marques a 7 de Março de 1877. Organizou e instalou os Serviços de Obras Públicas na então Província de Moçambique. Foi a Joaquim José Machado e aos serviços que chefiou que se ficaram a dever algumas das obras mais espectaculares que ainda hoje se observam em Moçambique. As primeiras das quais serão os Caminhos de Ferro e o traçado da cidade de Lourenço Marques.

Foi Joaquim José Machado quem elaborou o projecto de ligação ferroviária entre Lourenço Marques e Pretória e quem dirigiu a sua construção. Entre as muitas outras obras realizadas pela Expedição que chefiava d estaca-se o Hospital da Ilha de Moçambique, conjunto de edifícios de particular qualidade arquitectónica e, para a época e lugar, realização de engenharia admirável.

Saiu da Colónia de Moçambique no final da missão mas a ela regressaria como Governador dos Territórios da Companhia de Moçambique primeiro e como Governador da Província depois. Então General foi Governador-Geral de Moçambique por três vezes: 1889-1891, 1900, 1914-1915."


[texto incluído no catálogo "I Centenário da Ligação Ferroviária Lourenço Marques - Pretória" (Embaixada de Portugal, 1995). Não estando assinado presume-se que seja da autoria de José Capela]

AV. GUERRA POPULAR
AV. GENERAL CRAVEIRO LOPES

Francisco Higino Craveiro Lopes 1894 -1964, nasceu em Lisboa a 12 de Abril de 1894, e faleceu também em Lisboa a 2 de Setembro de 1964.

Filho de João Carlos Craveiro Lopes e de Júlia Clotilde Cristiano Craveiro Lopes. Uma família de tradição militar. O pai foi combatente na Flandres e prisioneiro em La Lys, durante a I Grande Guerra, militar do regime do Estado Novo, exerceu funções de governador-geral da Índia e de comandante da l.ª Região Militar. Casou com Berta Ribeiro Artur. Do casamento teve quatro filhos.

Frequentou e concluiu o Colégio Militar a 23 de Julho de 1911. Frequentou a Escola Politécnica de Lisboa. Alistou-se como voluntário no Regimento de Cavalaria 2, em 1911. Como 1º. sargento-cadete tira o curso de Cavalaria na antiga Escola do Exército, ingressando posteriormente na Aeronáutica Militar.

Tira em 1917 o curso de piloto militar, na Escola de Aviação francesa, em Chatres, sendo na altura promovido a tenente. Em Março de 1922, exerce as funções de instrutor de pilotagem, como capitão piloto aviador. Em 1926, colocado na Aeronáutica Militar, é nomeado director da Divisão de Instrução da Escola Militar, cargo que exerce até 1929. Voltando a exercer a mesma função em 1932, e também em 1939, por períodos curtos.

Em 1930, como major, exerce as funções de chefe da Repartição do Gabinete do governador-geral da Índia. De 1933 a 1934 ocupa a chefia do Gabinete do governador-geral da Índia, cargo que volta a exercer alguns meses em finais de 1936. É, em 1934, governador interino do distrito de Damão, cargo mais tarde confirmado com as atribuições de intendente. Sendo mesmo encarregado do Governo-Geral da Índia em 1936.

Em 1939, como tenente-coronel, comanda a Base Aérea de Tancos.

Em 1943, tira o curso de Altos Comandos e é chamado para o Instituto de Altos Estudos Militares com funções docentes. De 1944 a 1950, exerce as funções de comandante-geral da Legião Portuguesa. De 1945 a 1949 é eleito, pelo distrito de Coimbra, representante na Assembleia Nacional, cargo que acumula com o de comandante da Base Aérea da Terceira.

Em 1945, é promovido a brigadeiro. Em 1949, é promovido a general. Em 1951, é nomeado comandante da 3.ª Região Militar, cargo que acumula com as funções docentes no Instituto de Altos Estudos Militares.

O nome de Craveiro Lopes como um homem a ser indigitado para a Presidência da República surge por um mero acaso. Procurava-se um sucessor para o marechal Carmona, num momento político de melindre. Os militares estavam inquietos e a oposição também. Já se punha com alguma frequência a substituição de Salazar.

Craveiro Lopes era, na altura, um ilustre desconhecido com uma folha de serviço exemplar, de grande integridade pessoal, leal e isento de manipulação política. Visto pela óptica do regime, Craveiro Lopes, talvez fosse o homem ideal para reunir em torno da sua figura o consenso das oposições.

Candidato proposto pela União Nacional, acabou por ser o único candidato à Presidência, já que Ruy Luís Gomes seria rejeitado e Quintão Meireles desistiu antes das eleições.

Ao ser eleito nada fazia prever que esta Presidência acabasse por ser problemática, um verdadeiro estorvo, para o regime. Os problemas surgiram desde o início.

Entre Craveiro Lopes e o presidente do Conselho as relações foram sempre frias e formais. O feitio das duas personalidades nunca poderia produzir relações amistosas. Poderia, no entanto, ter havido alguma empatia o que nunca se verificou.

Craveiro Lopes com o decorrer dos anos vai-se sentindo cada vez mais humilhado e vexado. Os discursos eram modificados, os projectos recusados ou protelados, as convocações da Presidência ao Governo ignoradas.

Era uma personalidade que não estava habituada a ser apenas um elemento decorativo, a desempenhar um papel passivo, sem uma actuação directa e visível. Como militar fora habituado a agir.

Marcelo Caetano na sua obra Minhas Memórias de Salazar ao analisar a personalidade do Presidente refere que este não tinha sido talhado para aquele tipo de funções. Funções de um moderador, sem iniciativa, sem papel governativo. Um mero símbolo da unidade nacional e de guardião das instituições.

A oposição, por seu lado, foi-se acercando do Presidente. Com Craveiro Lopes foi nascendo a esperança de mudança.

Por meio de cartas, pedidos de reuniões, audiências davam-lhe conta do que se passava no País. Veiculavam a questão da censura, da falta de liberdade de reunião, da questão do sufrágio, etc.

Do outro lado, o regime não pretendeu nunca um Presidente que quisesse exercer actividade governativa, ou que quisesse ter um papel activo. A situação foi-se tornando demasiado perigosa. Era necessário dar-lhe uma solução, antes que estivesse fora de controlo. Assim, o regime foi passando, a pouco e pouco, uma imagem negativa da personalidade de Craveiro Lopes, de forma a que pudesse ter justificação a sua substituição, em altura propícia.

Foi dando uma imagem do Presidente de inflexibilidade, de rigidez, de inacessibilidade. Acabou por ser conectado com a oposição ao regime, um homem disposto a substituir Salazar. Para passar esta última ideia Mário de Figueiredo foi o homem ideal ao fazer circular uma conversa, dita particular, que Craveiro Lopes teria tido com ele.

O ano de 1958 chegou. As eleições presidenciais também, tal como previsto pela Constituição.

Craveiro Lopes ambicionava um segundo mandato e Humberto Delgado afirmaria mesmo que não concorreria se o Presidente o fizesse.

A União Nacional, no entanto, escolheu Américo Tomás. Craveiro Lopes é afastado.

Recebe a distinção do macharelato ainda em 1958. Uma forma de compensação? Talvez! Ou uma forma de exigir lealdade? De qualquer forma era distinção atribuída aos Presidentes da República. No entanto, o seu envolvimento na tentativa de golpe militar de 13 de Abril de 1961, é a manifestação concreta do seu inconformismo.

Não publicou nenhuma obra específica. Da sua autoria é apenas conhecido o prefácio escrito para a obra de Manuel José Homem de Mello, Portugal, o Ultramar e o Futuro, Lisboa, edição do autor, 1962.

Recentemente foram publicadas Cartas de Salazar a Craveiro Lopes 1951-1958, introdução e coordenação de Manuel José Homem de Mello, Lisboa, Edições 70, 1990.

AV. ACORDOS DE LUSAKA
AV. LUCIANO CORDEIRO

Luciano Baptista de Sousa Cordeiro 1844 - 1900, filho de Luciano José Cordeiro de Sousa e D. Leopoldina Cândida Álvares Ferreira, nasceu em Mirandela em 21 de Julho de 1844 e faleceu em Lisboa em 24 de Dezembro de 1900. Viveu os primeiros anos no Funchal onde fez os estudos liceais. Continuou-os em Lisboa na Escola Politécnica. Em 1867 concluiu o Curso Superior de Letras.

Entre 1871 e 1874 foi professor de Literatura e Filosofia no Colégio Militar e a partir de então foi chamado a exercer cargos representativos dentro do alto funcionalismo e da política, tendo sido Director Geral de Instrução Pública, e, por duas vezes, deputado.

Entusiasta da Política Africana Portuguesa, representou o País em 1878 no Congresso Internacional de Geografia Comercial, em Paris, e, no mesmo ano, no Congresso Colonial, também em Paris. Em 1881 participou no Congresso Internacional de Ciências Geográficas em Veneza. Igualmente foi delegado Português na Conferência Internacional Africana de Berlim em 1884. Grande paladino dos direitos de Portugal em África, defendeu-os junto do rei dos Belgas em Paris, no Congresso de Geografia Colonial em 1878.

Entre as suas iniciativas de utilidade pública conta-se a fundação da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa. Dentro das iniciativas culturais merece relevo a fundação da Sociedade de Geografia em 1875 da qual foi secretário Perpétuo. Criou-se, por sua iniciativa, uma Comissão da qual fez parte , encarregada de estudar uma reforma para a conservação dos Monumentos nacionais e para a criação de Museus.

Deixou obras escritas que compreendem temas económicos , populacionais e sociais, como: “Estudos Bancários”, 1887, “1.ª Exposição Portuguesa no Rio de janeiro” em 1879, “Emigração - Relatório e Projecto de Regulamento”, 1833, ou na Literatura : “Soror Mariana!, A Freira Portuguesa”, 1888, “O Centenário de Camões,” 1880, ou de questões coloniais, como “Exploração do Cunene”.

AV. ALBERT LUTHULI

ALBERT LUTHULI, Sul africano chefe de tribo Zulu, professor evangélico, foi presidente do Congresso Nacional Africano e em conjunto com o Congresso Indiano da África do Sul retomou nos anos 50 a luta de não violência começada por Ghandi algumas décadas antes.

Milhares de pessoas, sobretudo mulheres, boicotaram os ônibus onde a distinção racial era vigente, não adquiriam certos produtos agrícolas, desobedeciam às leis racistas.

“A África do Sul pertence a todos os que nela vivem negros, brancos e nenhum governo poderá pretender ter autoridade que não fosse a que emana da vontade do povo...” esta foi a direção aprovada por milhares de manifestantes em 1956 em Kliptown não obstante o aparato da polícia.

Como muitos não violentos, Luthuli for aprisionado e processado.

Em 1961 recebeu o prêmio Nobel da Paz. Em 1967 morreu num incidente misterioso nunca esclarecido.

( Fonte: web.peacelink.it)

AV. JOÃO DE DEUS

João de Deus Ramos 1830 - 1896, nasceu em São Bartolomeu de Messines no Algarve, Portugal, em 8 de Março de 1830 e morreu em Lisboa em 11 de Janeiro de 1896.

A primeira instrução recebeu-a em casa, aprendendo então o latim.

O seu desenvolvimento espiritual nada deveu ao ensino universitário, que se achava então num dos seus períodos de maior decadência. No ano de 1850-51 ficou em S. Bartolomeu de Messines, perdendo o curso a que pertencia, e foi então que compôs a sua primeira poesia.

Voltou à Universidade em 1851-52 como «adventício do 2.º ano». Matriculado no 4.º ano jurídico de 1853-54, perdeu-o por faltas.

Em 1854-55 matriculou-se outra vez no 4.º ano jurídico e no 1.º curso administrativo.

Neste período conviveu com notáveis homens de letras, entre os quais se destacam Teófilo Braga e Antero de Quental. Aí desenvolve a sua veia poética, dedicada sobretudo à Mulher, a Deus e à Natureza mas que inclui também registos satíricos, típicos da vida académica coimbrã. Pintor, tocador de viola e cantador de modas populares, amante da vida boémia, vagueou por Coimbra em busca da sua vocação.

Em 1855, datada de 15 de Junho, apareceu a sua elegia Oração, com a dedicatória: «À Ex.ma Senhora D. R. C. N.». Era a gentil D. Raquel Nazaré, de uma conhecida família de Coimbra. Pouco tempo passado falecia ela, quase logo depois seguida pela mãe. Sob esta impressão escreveu o poeta outra elegia, com o título de Raquel, dedicada à irmã da falecida, D. Cândida Nazaré.

Tomado o grau de bacharel não regressou à Universidade nos anos de 56 a 58 chegando a pensar em que não terminaria a formatura. A prolongada doença de uma irmã fê-lo regressar a Coimbra em 1858 matriculando-se então no 5.º ano.

A formatura de João de Deus, como ele próprio pitorescamente dizia, «levou 10 anos, como a guerra de Tróia».

Em 1860, escrevia sobre ele Antero de Quental: « João de Deus é um desses mancebos, ricos de crença e de esperança, que se erguem por vezes no meio das turbas, entoando um cântico cheio de frescor e de vida, de bela e poderosa originalidade. O que é hoje é já bastante; muito, porém, o que pode e deve ser. É muito porque é natural, porque escreve o que sente e quanto sente. Exalta-se pela imaginação, e, sustentando-se aí porque o entusiasmo lhe vem da alma, faz-nos amar e crer, chorar e sofrer com ele, porque o sentimento é real, brota do íntimo, e tradu-lo puro nos cantos, como transluz a verdade nas palavras do lábio do infante.

Homem, chora e alegra-se crê e duvida, como todos nós, como tudo que tem alma, como tudo que aspira ao infinito e se sente encadeado nesta prisão, vendo flutuar eternamente ante si o grande problema da verdade; poeta, sentindo em si a necessidade fatal de exprimir em cantos tudo que lhe vai dentro, diz o que sente na forma que lhe brota espontânea da ideia, fala a linguagem de seu coração… Lendo-se, conhece-se que não é uma inspiração fictícia aquela, porque só a verdade tem o poder de fazer sentir tudo quanto a palavra representa. Naqueles versos há uma existência de homem que fala; como que se vê palpitar a vida e bater o sangue na artéria». E, continuando a fazer considerações sobre a poesia a propósito de João de Deus, o jovem Antero observava: «A verdade, eis a suma de toda essa legislação» (da estética). Ser natural, eis o supremo preceito». «Verdade», «naturalidade», eram com efeito palavras perfeitamente ajustadas à poesia de João de Deus.

Antero interessou-se por que se editassem as poesias compostas pelo seu amigo, e quanto se coligiu para essa edição, que nunca chegou a efectuar-se, foi parar à Biblioteca de Évora, constando de 33 poesias, características da sua primeira fase.

Nos últimos anos de Coimbra propendeu para a sátira, onde se manteve sempre bastante abaixo das alturas a que subiu na lírica. Indo de regresso para o Algarve em 1862, demorou-se em Beja, contratado para a redacção do periódico O Bejense. Ocupou-se nessas funções até 1864, deixando ali muitas composições líricas. Em 1868 apareceram as suas poesias coligidas em volume com o título de Flores do Campo, depois de andarem reproduzidas por jornais.

Depois de uma actividade profissional sem relevo como advogado e jornalista foi eleito deputado pelo círculo algarvio de Silves em 1869, mantendo uma actividade dispersa e irregular como poeta de vários estilos, do lírico ao epigrama.

A política não o atraía, e aceitara a eleição sobretudo por condescendência ao pedido dos amigos; por isso só se conservou numa legislatura, raras vezes aparecendo na Câmara. Durante esse tempo sofreu grandes privações. Passava grande parte do dia e da noite no café Martinho, cavaqueando. O casamento com D. Guilhermina Battaglia (v.) fê-lo abandonar esse costume.

À época discutia-se ardentemente nas Cortes portuguesas se o Livro de Leitura deveria ser o poema épico "Os Lusíadas" de Luís de Camões (c. 1524-1580) ou o poema romântico "Dom Jaime" de Tomás Ribeiro (1831-1901), publicado em 1862. A ineficácia das duas soluções era comprovada pelo estado miserável da instrução elementar em Portugal, reservada aos filhos dos ricos e, com sorte, aos soldados e marinheiros que aprendiam a ler uns com os outros.

Entre os amantes das letras, houve quem procurasse alternativas melhores: o médico e escritor portuense Júlio Dinis (1839-1871), que partilhava as preocupações e interesses de João de Deus, pôs a heroína do seu livro "A Morgadinha dos Canaviais" (1867) a ensinar as crianças pobres a ler usando o Evangelho de São Lucas.

Numa abordagem pedagógica ao problema, um grupo de amigos de João de Deus e uma editora do Porto - que viria a falir - propôs-lhe escrever um método de leitura dedicado às crianças. Em 1876 foi publicada a Cartilha Maternal. Sobre os métodos da instrução escreve-se no prefácio da terceira edição de 1878:

Porque razão observamos nós, a cada passo, n'os filhos da indigencia, meramente abandonados á escola da vida, uma irradiação moral, uma viveza rara n'os martyres do ensino primario ?

Ás mães que do coração professam a religião da adoravel innocencia, e até por instincto sabem que em cerebros tão tenros e mimosos todo o cansaço e violencia póde deixar vestigios indeléveis, offerecemos, neste systema profundamente prático, o meio de evitar a seus filhos o flagello da cartilha tradicional.


O sucesso da Cartilha Maternal foi tão grande e tão rápido - mau grado algumas críticas de falta de fundamento científico - que em 1888 as Cortes a adoptaram como método oficial de leitura e João de Deus foi nomeado Comissário Geral do Ensino da Leitura. Os amigos de João de Deus, com destaque para Casimiro Freire, lançaram em 1882 a "Associação das Escolas Móveis pelo Método de João de Deus".

Foi-lhe proposto um título nobiliárquico, que recusou. A Academia Real das Ciências proclamou-o Sócio de Honra. Em 8-03-1895 fez-se-lhe uma manifestação promovida pela juventude das escolas, apoteose majestosa, como nunca se vira em Lisboa. No cortejo que o foi saudar a casa, iam todos os estudantes das escolas superiores e inferiores de Lisboa, os da Universidade de Coimbra, do Porto, Santarém, Braga, Lamego e Portalegre, etc., com seus estandartes; representava-se toda a imprensa portuguesa, tunas académicas, povo, crianças.

Em resposta à homenagem, João de Deus assoma à varanda e declama de improviso:

Estas honras e este culto
Bem se podiam prestar
A homens de grande vulto.
Mas a mim, poeta inculto,
Espontâneo, popular...
É deveras singular!


No Instituto de Coimbra proclamaram-no seu sócio de honra.

Seguiu-se à manifestação, que se repetira no dia 9, um sarau em D. Maria, a que foi assistir o Rei D. Carlos I e o poeta saiu da sala por sobre capas de estudantes, sendo levado a casa num trem a que os rapazes desatrelaram os cavalos e puxaram por cordas durante o trajecto.

João de Deus morreu em 1896. O seu funeral foi outra manifestação verdadeiramente imponente tendo sido sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, honra reservada a um punhado dos mais notáveis portugueses.

Meses depois, quando o seu filho João de Deus Ramos ingressa na Universidade de Coimbra, ao contrário dos hábitos de menoridade impostos aos caloiros, é-lhe reservada uma recepção apoteótica com capas pelo chão, tão-só por ser filho do poeta e pedagogo João de Deus.

A poesia de João de Deus, de todo alheia a escolas, não tem a marca da respectiva época, conservando-se igualmente distante do erotismo falso, piegas, melodramático, pretensioso, de um degeneradíssimo lamartinismo, que caracterizou a obra dos ultra-românticos, e dos ideais filosóficos, científicos, revolucionários, próprios dos poetas típicos do Terceiro Romantismo. Indiferente a uma e outra escola, João de Deus ateve-se à verdade da sua maneira de ser, simples, ardorosa, encantada e elevada.

Os temas fundamentais da sua lírica são Deus e a mulher, a aspiração religiosa e o impulso erótico. Como escreveu José Régio, «desde a sensualidade cândida à veneração mística, o seu amor adeja buscando a forma, e atingindo o espírito em virtude da natural elevação e da imperturbável inocência do poeta. Inocente, nenhum poeta amoroso o foi mais que João de Deus. A sua sensualidade expande-se em confissões e enlevos de tanta ingenuidade e frescura, que o desejo, várias vezes presente nos seus versos, aí aparece despido de toda a fealdade. Nada de obsceno, de pervertido, de culpado, de hipócrita, macula a puríssima naturalidade do seu impulso para a mulher. Deste amor sensual, embora alado, ergue-se o poeta ao culto da mulher. O seu amor sobe a chamar-se adoração; e é uma simpatia de alma enlevada, um apelo de ser íntimo e supremo, uma sedução espiritualizada pela religiosidade do amante. De tal amor, em que o poeta místico e o sensual se fundem, não irá grande distância, em certas naturezas, ao amor divino.

O poeta algumas vezes interroga e duvida; mas logo verga a cabeça no seio de seu criador. E a espontânea unção de seu espírito dita-lhe versos – todos os seus versos de carácter piedoso – em que a luminosa simplicidade dos processos só tem rival na religiosidade do sentimento ou na originalidade da expressão». A primeira poesia escrita por João de Deus parece ter sido Pomba (1851), publicada primeiro no Eco do Lima e depois no Campo de Flores. As revistas em que apareceram as suas primeiras produções poéticas, quase todas ditadas a amigos que depois as faziam sair a lume, foram: Estreia Literária, Ateneu, Instituto (todas de Coimbra), Prelúdios literários, Fósforo, Academia, Renascença, Tira Teimas, Herculano, etc., etc. Além das edições já mencionadas, houve: Horácio e Lídia (uma ode de Horácio), Comédia num acto em verso por F. Ponsard, etc., traduzida também em verso, e acompanhada do original, Lisboa, 1872; Pires de marmelada, improviso académico, Lisboa, 1869; Despedidas do verão, poesias; Folhas soltas, Porto, 1876; Cartilha maternal de leitura, com numerosas edições a partir de 1876; A cartilha maternal e a imprensa, Lisboa, 1877; A cartilha maternal e o apostolado; a tradução dos Deveres dos filhos, obra de Th. H. Barrau, Lisboa, 1875; Dicionário prosódico de Portugal e Brasil, Lisboa, 1870; as traduções de quatro peças de Méry: Amemos o nosso próximo, parábola em 1 acto, Ser apresentado, comédia em 1 acto, Ensaio de casamento, comédia em 1 acto, A viúva inconsolável, comédia em 4 partes; a versão da Vida da Virgem Maria, de monsenhor Darboy, arcebispo de Paris, Lisboa, 1873; Grinalda de Maria, prosa do padre António Vieira, versos de João de Deus, Lisboa 1877; Os Lusíadas e a conversação preambular, carta a Avelino de Sousa, 1880; Provérbios de Salomão, 1886, Campo de Flores, ed. Económica, com mais 15 poesias que a anterior (1897), e Prosas, 1898 (póstumo). Em 1905 a antiga Casa Bertrand editou O Festival de João de Deus, apoteose da autoria de Teófilo Braga. Em 1930 saiu uma antologia da lírica, organizada por Afonso Lopes Vieira, com o título O Livro de amor de João de Deus (Lisboa, Bertrand).

O Algarve erigiu-lhe na Praça D. Francisco Gomes, em Faro um modesto monumento e a Câmara deu a uma das ruas próximas do Liceu, que também se denomina «Liceu João de Deus» o nome do grande poeta. No jardim Guerra Junqueiro, o antigo Passeio da Estrela, de Lisboa, foi inaugurado em 1942 um busto do poeta. Têm o nome de João de Deus os jardins-escola, fundados por seu filho João de Deus Ramos.

AV. ROMÃO FERNANDES FARINHA
AV. PAIVA DE ANDRADA

Francisco de Paiva de Andrade, ou Andrada (1540?-1614) nasceu e faleceu em Lisboa.

Foi cronista-mor do reino e guardador-mor da Torre do Tombo. Era irmão de Diogo de Paiva de Andrade, grande teólogo da época.

Dedicou-se à historiografia e à poesia lírica, de que existem várias composições inéditas na Biblioteca Nacional.

Tornou-se de algum modo conhecido com a crónica em vinte cantos em oitava rima Primeiro Cerco de Diu, que narra o episódio da defesa da cidade de Diu na Índia por António da Silveira em 1583.

Obras: Vida e Feitos de D. Vasco da Gama; Primeiro Cerco de Diu (Lisboa, 1589); Crónica do muito alto e muito poderoso Rei destes Reinos de Portugal D. João III deste nome (Lisboa, 1613).

Fonte: alfarrabio.di.uminho.pt

AV. MOHAMED SIAD BARRE

Mohamed Siyada Barre - (Somália, de 1969 a 1976 e em 1991) - 1919, região de Ober-Yuba - 2-1-1995, Lagos, Nigéria

Comandante do exército, procedia do clã Marehan. Tornou-se chefe do Conselho da Revolução e comandante supremo das Forças Armadas após um golpe de Estado e do assassinato do presidente Shermarke.

Declarou a Somália como Estado socialista com partido único (1976) e autoproclamou-se presidente. A sua cooperação com a URSS concretizou-se em fornecimentos de armamento que utilizou não só no conflito contra a Etiópia – do qual saiu derrotado em 1979, em apoio à Frente de Libertação da Somália Ocidental, na região de Ogaden –-, mas também para equipar o seu próprio clã.

Após sua cooperação na libertação dos reféns do avião da Lufthansa seqüestrado em 1977 pela Facção do Exército Vermelho (RAF), foi recompensado pelo governo alemão. A partir de então, rompeu com a URSS e passou a receber apoio do Ocidente.

Na guerra civil que se seguiu, tentou manter-se no poder instaurando um regime de terror, mas, após a retirada da ajuda ocidental, fugiu para o exterior, deixando para trás um país destroçado pela guerra entre clãs (1991).

Fonte : NETSABER

R. ALFREDO KEIL

ALFREDO KEIL 1854 . Compositor de música e pintor contemporâneo muito apreciado. Nascido em Lisboa a 8 de Julho de 1854, sendo filho de Cristiano Keil, alfaiate alemão de muita fama já falecido, e que desde largos anos se estabelecera em Lisboa, gozando da geral estima e consideração, casado com D. Josefina Keil.

Fez os seus primeiros estudos no colégio inglês, da rua de S. Filipe Nery, a Entremuros, e em 1868, tendo apenas 14 anos de idade, foi para a Baviera encetar os seus estudos artísticos, e em Nuremberga é [que] começou a cultivar a arte. A Academia de pintura era então dirigida por Kreling, um grande escultor, pintor e arquitecto.

Kreling possuía uma bela casa no boulevard exterior da antiga cidade bávara, e ali reunia em jantares e concertos os seus discípulos que, além de desenho e pintura, aprendiam também musica. De Nuremberga passou a Munique, mas a sua saúde obrigou-o a deixar a Alemanha e regressar à pátria, em 1870; uma pertinaz doença lhe atacara a garganta, doença que se tornaria incurável naqueles países frios. Em Lisboa continuou com o professor da Academia das Belas Artes, Joaquim Gregório Nunes Prieto, os seus estudos de pintura.

Em 1875 expôs pela primeira vez trabalhos seus na exposição da Sociedade Promotora de Belas Artes, e obteve o prémio de duas medalhas de bronze. Na exposição de 1876. o júri premiou com duas medalhas de prata os seus quadros A Sesta e a Meditação. Em 1878 concorreu à Exposição Universal de Paris com o quadro Melancolia, que alcançou menção honrosa e o prémio pecuniário oferecido pelo governo português. Em 1879, na Exposição do Rio de Janeiro obteve a medalha de ouro, a única distribuída na secção de pintura. O governo português agraciou-o em 1885 com o hábito de Cristo, pelo seu mérito artístico. Em 1886, na Exposição de pintura de Madrid, apresentou dois quadros: Pátio do prior e Boa lâmina, que lhe mereceram ser condecorado com a ordem de Carlos III. Em 1890 abriu no seu atelier, na Avenida da Liberdade, uma exposição onde apresentava umas 300 telas, na sua maior parte estudos de marinha e de paisagem, que foram quase todas adquiridas por diversos amadores, muitos deles estrangeiros. O falecido rei D. Luís I, que era amigo de Alfredo Keil, adquiriu para a sua galeria alguns quadros do distinto artista, entre os quais se contam: A Saída da Igreja, figura de mulher do século XVI; A Primavera, grupo de mulheres e crianças num campo em flor; Marinha, pedaço das fragas da pitoresca povoação das Azenhas do Mar; um Pôr-do-sol, junto à ribeira de Colares.

Afastou-se depois das exposições, dedicando se com maior fervor ao estudo da música, onde lhe estavam também reservadas grandes glorias. No seu atelier de pintor havia um piano e o moço artista, de quando em quando, deixava o quadro em que trabalhava, e traduzia no teclado as melodias que a inspiração lhe cantava, em quanto esboçava na tela uma figura ou compunha uma paisagem.

Depois o teatro, com as suas glórias ruidosas fascinava-o, exercia uma poderosa sedução sobre o seu espírito impressionável e entusiasta de artista. Alfredo Keil não pôde resistir há tentação, deixou-se vencer pelos seus sonhos de grande maestro. Ao tempo que estudava pintura, cultivava também a musica com o pianista húngaro Óscar de le Cinna e com o professor Ernesto Vieira, que lhe ensinou harmonia e instrumentação. As suas primeiras composições foram a polca Aurora, as valsas Teus olhos negros, Roses Pompons e Romance, editadas pela antiga casa Figueiredo, da rua do Carmo, que já há muito não existe; seguiram-se a Morenita, polca, Souvenir de Vienne suite de valsas, e Carnaval, polca, editadas pela casa Neuparth, que publicou então a obra musical mais importante de Alfredo KeiI, o primeiro volume das suas melodias oferecidas a D.Luís I. Animado pelo bom êxito que as suas produções obtiveram, pensou em escrever para o teatro e o primeiro trabalho que apresentou, foi a opera cómica em 1 acto, Suzana, com letra de Higino de Mendonça, a qual se cantou na Trindade em 1882. Mas a sua fantasia levava-o mais longe, e começou a dedicar-se a trabalhos mais transcendentes; apareceu então o Recueil de melodias para piano; Pátria!, palavras de Gomes Leal, para piano e canto.

A Academia Real dos Amadores de música realizou dois concertos: no salão da Trindade, em que se executou a sinfónica As Orientais, letra de César Ferreal, a grande orquestra, coros e solos; e no Coliseu dos Recreios a cantata Pátria! letra de Schiappe Cadet, executada a grande orquestra, coros e solos.

Estas composições ainda se repetiram em outros concertos, e vieram distingui-lo como apreciado maestro, distinção que depois veio ainda corroborar o seu trabalho de grande vulto, a opera em 4 actos e 1 prologo, D. Branca, sendo o libreto extraído do poema do mesmo titulo, de

Almeida Garrett, por César Ferreal.

A ópera foi posta em cena no teatro de S. Carlos, à custa do seu autor, com extraordinário luxo e grandeza, depois de vencidas as inúmeras dificuldades que sobrevieram da parte da empresa. A première da D. Branca, realizada em 1888 obteve um sucesso como há muitos anos se não observava no nosso teatro lírico. A sala estava completamente cheia; as pessoas reais, família e amigos de Alfredo Keil, os jornalistas distintos, os dilettanti, os habitués, todos se viam ali reunidos, ansiosos de ouvir a nova ópera, além de muitas outras pessoas que exclusivamente foram a S. Carlos nessa noite, movidas pela curiosidade e pela fama que a opera já alcançara durante os ensaios. O êxito foi colossal, e durante noites sucessivas, e ainda na época seguinte, repetiu-se a opera recebendo as maiores manifestações de simpatia, havendo chamadas aos cantores e ao maestro, que foram alvo das mais brilhantes ovações. Outra opera sua, Irene, em 4 actos, letra de César Ferreal, foi cantada em Turim no ano de 1893 e depois no teatro de S. Carlos, em 1896, também agradou muito, sendo Alfredo Keil aplaudido freneticamente.

Em 1902 cantou se no teatro de S. João, do Porto, uma nova opera em 3 actos, A Serrana, que depois se cantou em Lisboa, onde também foi muito bem recebida. Escreveu outra opera, intitulada índia, a propósito da comemoração do centenário da descoberta do caminho marítimo da Índia, e que dizem não ter entrado no programa das festas por obrigar a grandes despesas.

Por ocasião das festas do centenário henriquino no Porto, em 1894, escreveu o Hino do infante D. Henrique que se executou no Campo da Regeneração por 4 bandas militares, caçadores 7, infantaria 18 e 20, e a guarda municipal, sendo ensaiado pelo professor António Canedo. Na execução tomaram parte um grande numero de crianças de ambos os sexos e coristas adultos.

Para o centenário de Gualdim Pais em Tomar, no ano de 1895, escreveu uma marcha intitulada Marcha de Gualdim Pais. A Portuguesa, hino patriótico, adquiriu grande popularidade; foi inspirado pelo ultimato do governo inglês de 11 de Janeiro de 1890, e cantou-se com o maior entusiasmo no teatro da Alegria no aproposito, intitulado, Torpeza, que se representou ali, devido à pena de António Campos Júnior. A Portuguesa tornou-se um verdadeiro hino nacional e patriótico, escrevendo os versos Lopes de Mendonça. Alfredo Keil foi agraciado com a comenda da ordem de S. Tiago, e o governo italiano concedeu-lhe a comenda da coroa de Itália. É membro da Associação dos Compositores de França, de que era presidente o maestro Ambroise Thomas. A ópera Serrana foi dedicada ao maestro Massenet. Publicou o opúsculo Colecções e museus de arte em Lisboa; Lisboa, 1905.

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AV. ALVES CORREIA AV. DA ZAMBIA
AV. DE ANGOLA AV. DE ANGOLA
ESTRADA DAS ESTÂNCIAS AV. ORGANIZAÇÃO AS NAÇÕS UNIDAS
AV. DE NUNO ALVARO
AV. AZEVEDO COUTINHO

João António de Azevedo Coutinho Fragoso Sequeira, (1865-1944)

Militar, companheiro de Mouzinho de Albuquerque.

Ministro da Marinha e do Ultramar, no governo de Sebastião Teles, entre 11 de Abril e 14 de Maio de 1909.

Ministro da Marinha e do Ultramar, no governo de Veiga Beirão, entre 22 de Dezembro de 1909 e 26 de Junho de 1910.

Toma parte na revolta monárquica de 1919. Chefe da Causa Monárquica e lugar-tenente de D. Manuel II no exílio, opta por não apoiar D. Duarte Nuno.

Fonte: Centro de Estudos do Pensamento Político

AV. DA OUA
ESTRADA DE MOÇAMBIQUE AV. DE MOÇAMBIQUE
R. DOS IRMÃOS ROBY

IRMÃOS ROBY. João Borges de Faria Machado Pinto Roby de Miranda Pereira nasceu no solar de Infias em Braga a 30 de Dezembro de 1875. Filho primogénito de uma família de sete irmãos, frequentou o curso secundário no liceu de Braga e depois no colégio de Nossa Senhora da Glória no Porto, com um aproveitamento admirável (tanto em Ciências como em Letras evidenciou notáveis aptidões intelectuais sendo um dos seus principais centros de interesse a História de Portugal onde podia encontrar narrativas dos seus antepassados). Outra faceta curiosa e definida na mentalidade de João, foi sem dúvida a decidida disposição para a Marinha o que desde os verdes anos se manifestou quer nas suas brincadeiras quer nas leituras escolhidas e que veio a transformar-se em insofismável vocação.

Concluído brilhantemente o curso liceal, João dirige-se a Lisboa onde se matricula na Escola Politécnica a fim de tirar as indispensáveis cadeiras de preparatórios.

É a 7 de Novembro de 1890, ainda com 14 anos que vê realizado o sonho de entrada na Escola Naval, com a patente de aspirante de 2ª classe. De todos os recém-alistados João era o mais franzino fisicamente o que por singular capricho do destino a este facto ficou devendo a mudança do nome com o qual se imortalizou.

A 3 de Novembro de 1894, foi promovido a aspirante de Marinha de 1ª classe.Não se contentando com os lugares para que era nomeado na Metrópole ofereceu-se por diversas vezes voluntário para servir em África, que na altura era alvo de repetidas injúrias à nossa Soberania.

O jovem estudioso, entendido e hábil, que se evidenciava no colégio da Glória, na Politécnica e na Escola Naval, torna-se em África um batalhador incansável, um herói.

Em 1895 já como guarda-marinha prestou serviço na lancha-canhoneira Lacerda, pertencente à Esquadrilha de lanchas em Lourenço Marques. Em 1896, como subalterno da companhia de desembarque de Marinha, tomou parte activa da guerra dos Namarrais, acompanhando João de Azevedo Coutinho na célebre coluna de ataque no combate de Mugenga. Em 1898 é nomeado Chefe do Estado-Maior da Esquadrilha Fluvial de apoio à coluna de Marinha para Maganja da Costa. Ainda nesse ano exerceu interinamente o cargo de Intendente do Governo e Agente Consular do Niana, numa altura em que nessa região nos achávamos em difíceis condições. Em 1899 regressa à Metrópole e exerce durante 21 meses as funções de instrutor na Escola de Alunos Marinheiros do Porto. Em 1901 é nomeado capitão dos portos de S. Tomé e Príncipe. Ainda em 1901 é nomeado para outra comissão no Ultramar, voltando a Moçambique. Aí distingue-se com bravura nas campanhas do Angoche e revela bem o seu temperamento de jovem herói, de rija têmpera, a quem o prestígio do seu país e o brio profissional são as únicas coisas que lhe merecem cuidado.

Em 1904 após três anos de permanência em África, aproxima-se a oportunidade de vir à metrópole descansar e refazer-se de violentas e demoradas operações militares.

Estava então habilitado à promoção a primeiro-tenente, que o aguardava em Lisboa. Resolveu regressar em 1904 no vapor Zaire, com escala em Angola.

Em Angola, soube que se preparava a expedição contra os Cuanhamas, sob o comando do capitão Roque Aguiar.

Ofereceu-se para seguir na expedição que ia pacificar a região. No entanto levantava-se um óbice: era indispensável prévia autorização superior. Uma vez solicitada, fora negada pelo general Gorjão que na altura sobraçava a pasta do Ultramar, por considerar que o seu subordinado se encontrava extenuado fisicamente devido às campanhas em que participara durante três anos seguidos. João Roby no entanto volta a insistir, obtendo como resposta nova recusa. Apela então para o Ministro, declarando não compreender a recusa de uma licença a um oficial que pretendia combater e nada mais. O Ministro deu um despacho favorável e João Roby parte para Moçâmedes onde se junta à expedição.

A coluna parte então para o Cunene e, de 19 para 20 de Setembro, atravessa o rio sem novidade acampando em território inimigo. Criou-se um destacamento de 499 homens, comandado pelo capitão de Artilharia Luís Pinto de Almeida, para seguir para Umpungo. No pelotão de Marinha segue como voluntário o tenente Roby. Em 25 de Setembro após um andamento penoso e atento, o destacamento aproximou-se do Umpungo. De súbito depara-se uma clareira rodeada de colinas. Nos cumes, em posições de antemão preparadas, bem arrumados a apetrechados estavam as fileiras do gentio inimigo.

O destacamento caía em plena emboscada: formou-se o clássico quadrado. Ao contrário do que seria natural, o adversário estava abundantemente provido de meios de ataque e usufruía de posição priveligiada, previamente escolhida.

Como sempre, a face vulnerável do quadrado é aquela que os auxiliares guarnecem. Dai, parte sempre a maior fuzilaria. Insensatamente não pensaram na probabilidade de esgotamento de munições: triste verdade que não tardou a verificar-se.

O inimigo apercebendo-se do precalço acontecido, principia a descer as colinas. À mingua de munições cometem os portugueses a imprudência de luta à baioneta, condenada pela táctica militar em África onde o corpo a corpo acarretava habitualmente funestas consequências.

O momento é de terror. O inimigo carregava sobre os nossos com um ensurdecedor alarido de milhares de vozes. Só restava retirar, levando mortos e feridos. O corneteiro tomado de pânico, toca o sinal de maneira tão confusa, que gera o alarme e determina a debandada. É fácil deduzir o que se seguiu. Os cuanhamas apercebendo-se da retirada, atiraram-se ao ataque com zagaias e começa a chacina.

João Roby, ignorando o abandono das fileiras, comandava imperturbável os seus marinheiros, conservando-os em perfeita disciplina. O seu temperamento não consente que assista indiferente a tamanho desastre. Avança para o inimigo, de espada erguida, desferindo golpes à direita e à esquerda. O inimigo rodeia-o por todos os lados e uma chuva de zagaias desaba sobre João Roby, continuando a lutar até cair.

Trágico o desastre de Umpungo: em 499 homens, 254 mortos e desaparecidos, dos quais 16 oficiais. Ninguem conseguiu reconhecer os restos mortais de João Roby, que aos 28 anos terminava a sua carreira heróica ao serviço da Pátria.

Possuia diversas condecorações, todas ganhas na linha de fogo, destacando-se as Medalhas de prata da Rainha D. Amélia, comemorativas das diferentes operações: Cavaleiro da Ordem de Torre e Espada; Oficial da Ordem de Torre e Espada.

Assim permanecerá sempre ao lado dos maiores e mais brilhantes vultos da História de Portugal o nome de João Roby.

Sebastião Roby, capitão de infantaria, morto numa emboscada do gentio, na mesma região, em 10 de Julho de 1915; ambos gloriosos guerreiros do sul de Angola, lídimos representantes da valentia portuguesa.

R. DOS IRMÃOS ROBY
AV. DO TRABALHO AV. DO TRABALHO
ESTRADA DE LIDEMBURGO AV. DO RIO TEMBE
R. PAIVA COUCEIRO

Henrique Mitchell de Paiva Couceiro 1861 - 1944. Africanista, acompanhou António Enes na campanha de África em Moçambique.

Apoiante de João Franco. Governador de Angola de Junho de 1907 a Junho de 1909. Pacificador do Cuamato e dos Dembos. Um dos raros defensores militares da monarquia no dia 5 de Outubro de 1910. Organizador de incursões monárquicas depois de instaurada a república, ficou conhecido como o paladino. Exilado pelo salazarismo, depois de criticar publicamente a política colonial. Sempre se manteve como um liberal monárquico, distinguindo-se dos integralistas e, coerentemente, distanciou-se do autoritarismo e da respectiva política colonial. Nesta matéria, está muito próximo das posições de Norton de Matos.

Carta a Salazar

Em 22 de Outubro de 1937, numa carta dirigida a Salazar, faz uma violenta crítica ao regime: Cantam-se loas às glórias governativas e ninguém pode dizer o contrário. O Portugal legítimo do "senão, não" foi substituído por um Portugal artificial, espécie de títere, de que o Governo puxa os cordelinhos. Vela a Polícia e o lápis da censura. Incapacitados uns por esse regime de proibições, entretidos outros com a digestão que não lhes deixa atender ao que se passa, e jaz a Pátria portuguesa em estado de catalepsia colectiva. Está em perigo a integridade nacional. É isto que venho lembrar... Critica virulentamente a política colonia, considerando que o desenvolvimento de Angola é objectivo nacional, falando nesta como um país a fazer.

Autor de dois importantes estudos coloniais: Angola. Estudo Administrativo. 1898, publicado em 1899.

Angola. Dois Anos de Governo, Lisboa, Gama, 1948, com prefácio de Norton de Matos

·Dos seus escritos de combate político, ressalta A Democracia Nacional, edição do autor, Coimbra, 1917, onde mantém íntegra a perspectiva liberal e representativa, sem cedência aos princípios propagandísticos do Integralismo.

R. PAIVA COUCEIRO
AV. 18 DE MAIO
Ao lado do cais entre a Praça 7 de Março e a Praça Mac Mahon
R. DOS MÁRTIRES DE INHAMINGA
R. ARAÚJO R. DO BAGAMOYO
RUA CONSIGLIERI PEDROSO

Zófimo Consiglieri Pedroso 1851 - 1910, professor universitário e ensaísta português, natural de Lisboa.

Cursou letras, área na qual viria a desenvolver actividade docente, tornando-se professor catedrático e director do curso superior de letras de Lisboa. Republicano convicto, publicou vários panfletos doutrinadores sob o título Biblioteca de Propaganda Democrática, prestando a sua colaboração em publicações como o Positivismo.

Desenvolveu estudos importante na área da etnografia, dando particular ênfase à análise de mitos e superstições populares. Foi Presidente da Sociedade de Geografia.

Entre as suas obras principais contam-se Tradições Populares Portuguesas, Uma Crítica Positivista (1884), Contos Populares Portugueses (1910) e Catálogo Bibliográfico das Publicações Relativas aos Descobrimentos Portugueses (1912).

RUA CONSIGLIERI PEDROSO
R. MARQUÊS DE POMBAL

Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º conde de Oeiras e 1.º marquês de - Nasceu em 13 de Maio de 1699 - Faleceu em 8 de Maio de 1782. Célebre ministro do rei D. José I, o mais notável estadista do seu tempo, não só de Portugal, como de toda a Europa.

Estudou na Universidade de Coimbra. Em 1738, foi nomeado embaixador em Londres e, cinco anos depois, embaixador em Viena, cargo que exerceu até 1748. Em 1750, o rei José nomeou-o secretário de Estado (ministro) para Assuntos Exteriores.

Quando um terremoto devastador destruiu Lisboa em 1755, Pombal organizou as forças de auxílio e planejou a reconstrução da cidade. Foi nomeado primeiro-ministro nesse mesmo ano. A partir de 1756, seu poder foi quase absoluto e realizou um programa político de acordo com os princípios do Século das Luzes ou Iluminismo.

Aboliu a escravidão, reorganizou o sistema educacional, elaborou um novo código penal, introduziu novos colonos nos domínios coloniais portugueses e fundou a Companhia das Índias Orientais.

Além de reorganizar o Exército e fortalecer a Marinha portuguesa, desenvolveu a agricultura, o comércio e as finanças, com base nos princípios do mercantilismo. No entanto, suas reformas suscitaram grande oposição, em particular dos jesuítas e da aristocracia.

Quando ocorreu o atentado contra a vida do rei em 1758, conseguiu implicar os jesuítas, expulsos em 1759, e os nobres; alguns destes foram torturados até morrer. Em 1770, o rei lhe concedeu o título de marquês. Depois da morte do rei José I, foi condenado por abuso de poder. Expulso da Corte, retirou-se para sua propriedade rural em Pombal, onde faleceu no dia 8 de maio de 1782.


Fonte: www.netsaber.com.br

R. MARQUÊS DE POMBAL
R. DA GÁVEA RUA DA GÁVEA
R. DA CATEMBE R. DA CATEMBE
R. TENENTE VALADIM

Extraído de: "A GUERRA EM MOÇAMBIQUE. "
... A 1.ª EXPEDIÇÃO A MOÇAMBIQUE (1914)

Antes da declaração de guerra era pouco conhecida a fronteira norte desta nossa Colónia. Nas viagens de estudo distinguiram-se o capitão-tenente António Maria Cardoso, o major Serpa Pinto e o tenente de marinha Augusto Cardoso, o qual considerava a região miserável e não acreditava que tivesse um futuro brilhante. Das operações militares nessa região fronteiriça, fora notável a expedição de 1898, ao Mataca, sob o comando do major Sousa Machado, expedição punitiva para vingar o massacre do tenente Eduardo Valadim.

R. TENENTE VALADIM
TRAVESSA VARIETÁ TRAVESSA VARIETÁ
R. DO DR. SALAZAR

António de Oliveira Salazar - (Político português) - 28-4-1889, Vimieiro, Santa Comba Dão - 27-7-1970, Lisboa

Estudou na Faculdade de Direito de Coimbra, onde, em 1917, iniciou a carreira de professor universitário.

Em 1921 foi eleito deputado pelo Centro Católico. Depois de apenas um dia no Parlamento, renunciou ao mandato.

Em conferências e na imprensa, advogou uma renovação de objetivos e de processos de governo.

Após a revolução de 28 de maio de 1926, acabou por aceitar, em 1928, a pasta das Finanças, depois de os militares terem concordado com as suas condições de o ministro das Finanças ser o único a poder autorizar despesas. Em maio de 1928, publicou a reforma orçamental: o ano econômico de 1928-1929 registrou saldo positivo, o que veio a contribuir para seu prestígio junto à ditadura militar.

Em apenas dois anos de administração, tornou-se o homem-chave do regime. Em 1932, chegou a presidente do Conselho, cargo em que se manteria até o derrame cerebral que encerrou sua atividade pública, em 1968.

Em 1933, fez aprovar em plebiscito uma nova Constituição que consagrava o Estado autoritário e corporativo, com a recusa da luta de classes, do individualismo liberal, do socialismo e do parlamentarismo. Por outro lado, em relação ao império ultramarino, adotou o princípio da unidade territorial pluricontinental, que o levaria a recusar qualquer solução de tipo federativo ou de caráter evolutivo.

Depois do surto de descolonização dos anos de 1960, quando deixou de contar com a solidariedade internacional, já em plena guerra, sustentou o princípio da inegociabilidade política com os movimentos de luta armada que se desenvolveram sobretudo em Angola, Moçambique e na Guiné.

O declínio político de Salazar acelerou-se rapidamente a partir de 1961 e coincide com o alastramento da guerra, a drenagem dos fundos públicos para o esforço bélico (cerca de 45% do Orçamento Geral do Estado) e o surto de emigração, em direção, sobretudo, à França e à Alemanha, além de um crescimento capitalista de controle muito mais difícil.

O essencial de seu pensamento está consagrado nos Discursos e Notas Políticas (1935-1967, em seis volumes), escritos num estilo de alto recorte literário, pausado e persuasivo.

Fonte: NETSABER

R. DA MESQUITA


Fonte:
Pesquisa de MENA VIEGAS em folclore-online.com
oocities.com/Athens/Troy4285/ensino
marinha.pt vidaslusofonas.pt
cm-porto.pt
di.uminho.pt
Arquivo Vivo de Moçambique
ANUÁRIO DA PROVÍNCIA DE MOÇAMBIQUE 1967-1968 - Pesquisado por: Jojo
Carta de Maputo - 2005 - Fornecida por Pedro Veludo
Revisão de Eunice Maria de Abreu - Junho 2006