TEMPESTADE


A dádiva da tempestade
Incita-me ao mar remoto
Onde o azul se transforma
Em porquês de maremoto,
Onde minhas poucas verdades
Mancham a questão que se forma.

Lá onde o mar vira espelho,
Miro-me no verso do verde
Ponto de inversa beleza.

E  vejo o quanto está velho
Sentir o que em sentir se perde,
No proceder da certeza.

Lá onde o mar se contorce
Dança de naja encantada
Sobre dunas de segredos,
Calando o espanto no aporte
Às águas dos afogados
E aos matizes do medo.

Entre o verde e o azul,
Prefiro a escolha do vento
A vadiar no destino
Sem norte, um desejo ao sul
Na vírgula do advento,
Do sei lá, mero inquilino.

O pasmo da exclamação

Entrando dentro da gente.
O menso dizer do mar,
Faz  ondas de interrogação,
Da dúvida, meio-ambiente
Em verde de azul buscar...

...Marulhas de matutar...


Elane Tomich
Letra E
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