Uma quase história de amor
Ivan Jubert Guimarães



Esta é a história de Sônia. É uma história fictícia, mas que pode acontecer em qualquer lugar.

Sônia, uma jovem de dezoito anos era linda e pura como um botão em flor. Simpática, romântica, ara admirada por todos os rapazes que a conheciam. Entretanto, ela não dava importância a nenhum deles. Sônia tinha um namorado, Pedro.


Pedro não era o que se poderia chamar de um belo rapaz, mas era possuidor de muitas qualidades: inteligente, honesto, bom  caráter e dono de uma personalidade invejável.

Pedro trabalhava em uma grande empresa, mas ainda era pobre e não tinha condições de se casar com Sônia. Lutou muito até  conseguir formar-se em Direito. Formado, começou a trabalhar no departamento jurídico da empresa, alcançando rapidamente uma posição de destaque.

Sônia e Pedro se amavam. Agora poderiam se casar. Tão logo Pedro tivesse o dinheiro necessário, ele procuraria Sônia.

À medida que o tempo passava, Pedro ia juntando dinheiro. Além do salário que recebia, era comum ele ganhar prêmios em  dinheiro cada vez que vencia um processo.

Certa tarde, Pedro e Sônia se encontraram e Pedro foi direto ao assunto:

- Minha querida, hoje eu recebi uma boa bolada, graças à uma vitória no tribunal. Com esse dinheiro e mais o que eu já havia  juntado, já dá para nós nos casarmos. Vamos marcar a data?

- Oh Pedro, que coisa maravilhosa. Este é o dia mais feliz de minha vida!

Casaram-se e foram morar em uma linda residência. Não planejavam ter filhos muito cedo, pois desejavam aproveitar bem os  primeiros tempos de casados.

Eram felizes até que um dia, quando voltava para casa, Pedro fora atingido por dois tiros disparados não se sabe de onde. Uma  das balas atingiu-o numa das pernas, bem na virilha, e Pedro nunca mais conseguiu andar com perfeição. A outra bala atingiu-o  de raspão em um dos braços.

No início, Sônia mostrara-se companheira e solidária com Pedro, mas Pedro tinha ficado com seqüelas e não tinha mais  conseguido manter relações com Sônia. Os problemas foram aumentando entre o casal e Sônia começou a atacar Pedro que,  inutilmente, tentava se justificar com a esposa..

Sônia dizia que queria ter filhos e Pedro timidamente, sugeria que poderiam adotar uma criança. Sônia, por sua vez, dizia que  queria ter um filho dela, saído de seu próprio ventre.

Pedro tentava explicar a Sônia que por causa do acidente ele não estava conseguindo, mas que estava fazendo tratamento e  logo estaria recuperado. Que ela tivesse um pouco de paciência com ele. Teria ela deixado de amá-lo?

- Claro que não Pedro, você sabe que não, mas eu tenho o direito de ser mãe entende isso?

Esse tipo de conversa acontecia com muita freqüência, sempre as mesmas discussões. Pedro sentia-se humilhado e Sônia não  se importava mais com isso e ia liquidando com Pedro aos poucos. Sônia passou a humilhar o marido em qualquer situação e  diante de qualquer pessoa. Mesmo quando pediu a separação, Sônia alegou que precisava de um homem completo. Pedro  tentou de tudo para que houvesse uma reconciliação, afinal ele era um bom advogado, ganhava bem e estava se tratando com  especialistas. Mas Sônia foi intransigente e disse que não iria dar certo , pois ela não o amava mais e queria aproveitar o que  restava de sua juventude e beleza.

Separaram-se.

Dez anos se passaram desde então. Pedro havia se curado e casara-se novamente e era pai de dois filhos. A felicidade estava  estampada em seu rosto. Sônia, por sua vez, também tinha dois filhos, de pais diferentes. Era uma mulher infeliz e estava  acabada pela vida que optara por levar. Tivera os filhos que tanto queria, mas era infeliz, pois não tinha um lar, nem um marido  que a amasse.


 

 

WebDesigner Isolda Nunes
Juliana® Poesias ²ºº³ - Copyrigth© ²ºº³
Todos os Direitos Reservados®
Melhor visualização 800x600 ou 1024x768
Salvador - Bahia - Brasil