A Copa e o Biquíni

Ivan Jubert Guimarães
19.06.2006
 

 

Desde menino eu gosto de futebol. Meu pai me levava aos estádios para que viesse a torcer pelo mesmo time dele, o Corinthians. Ano mais tarde, eu faria a mesma coisa com meu filho, e também deu certo. Foi aí que comecei a entender essa coisa de hereditariedade. A primeira doença que a gente passa para os filhos é fazer com que torçam pelo nosso time. E aí deles se não torcerem. O primeiro castigo é não levá-los mais a jogo nenhum, quem sabe assim não torçam para ninguém.
Quando chegava época de Copas do Mundo então, era uma loucura. Comprava bandeirolas, álbuns de figurinhas e tudo o mais que fosse verde amarelo.
Mas confesso que os tempos mudaram e hoje já sou sombra daquele torcedor apaixonado de outros tempos. Aliás, estou até meio cansado de tanto futebol!
Nos cadernos políticos dos jornais, parece que só algumas manchetes são trocadas, mas as matérias são as mesmas. Não sei muito sobre o que falar. Então fui navegar pela internet buscando jornais pelo mundo onde o assunto não fosse futebol e fui procurar logo em um jornal italiano, só para checar, pois eles também são fanáticos pela bola. E cliquei o mouse no Corriere della Sera e fiquei atraído pela manchete do jornal: Il bikini compie sessant’anni.
Esqueci de dizer, que além do futebol também sempre gostei de mulheres e, por isso, fui tentando ler a matéria em italiano mesmo, língua, diga-se de passagem, que não ”parlo niente”. Mas como mulher é um assunto bom em qualquer país do mundo, fui em frente na matéria. O aniversário será no dia 5 de julho de 2006, uma vez que o biquíni foi inventado nesse mesmo dia e mês, em 1946 pelo francês Louis Reard. E tinha que ser um francês!
A matéria mostra apenas uma foto, de uma torcedora suíça usando um biquíni discreto ao assistir um jogo desta copa do mundo. É, não podia se deixar de falar na Copa. Mas a matéria vai lembrando de atrizes famosas que foram as primeiras a usar o biquíni, fala de Rita Haywort, Esther Williams,Raquel Welch, Sofia Loren, Marilyn Monroe, Brigitte Bardot em E Deus criou a Mulher e, claro, não podia faltar, Úrsula Andress em 1962, no primeiro filme de James Bond, imagem tão linda que nunca mais saiu da cabeça. Fiquei lembrando dos filmes dessa época quando o biquíni mais parecia um maiô de duas peças, mas me lembro também do arrepio que percorria todo o corpo ao vê-las assim, digamos, tão bem cobertas. Acho que foi nessa época que fiz a minha primeira grande descoberta: que a mulher atrai o homem pelo que ela esconde e não pelo que ela mostra. Mas nossos olhos são treinados e sempre, quando olhamos para uma mulher, os olhos vão diretos aos pontos interessantes.
Essa matéria realmente veio aliviar a alma no dia de hoje. É mês de Copa, mas convenhamos: que futebol, que nada!

 

 
 
  
 
 
 
 
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