Uma das maiores provas de que não
tenho nada contra os advogados, é que me casei com uma e ainda
ajudei a gerar outra. Eu
não sou advogado, mas foi por opção mesmo, daquelas
de última hora quando se segue a intuição.
O fato de voltar
a falar de advogados é a notícia veiculada hoje na Folha de São
Paulo, que conta as peripécias de uma advogada que já está
suspensa pela OAB sob suspeita de envolvimento com o PCC e o
tráfico de drogas.
E o que fazia a doutora Adriana Telini
Pedro?
Segundo a Folha On-line, ela foi flagrada em escutas
telefônicas orientando um detento conhecido como Perna, preso em
Valparaíso, sobre como roubar clientes seus que acabaram de
receber grandes importâncias em dinheiro. A polícia já pediu a
prisão preventiva da doutora que está sendo analisado pela
Justiça. Ela já não compareceu ao julgamento alegando problemas
de saúde e foi representada pelo seu advogado. Malandragem é
doença! Apesar de já estar suspensa e podendo até ser
expulsa as OAB, seu advogado irá recorrer da decisão.
Enquanto isso outros dois advogados foram suspensos por 90 dias
por terem comprado por R$ 200,00 a gravação de uma audiência
reservada de dois advogados da Polícia Civil de São Paulo a
parlamentares da Cpi do Tráfico de Armas de um funcionário
terceirizado da Câmara dos Deputados em Brasília.
Claro que
os advogados negam a acusação. Até aí, nada demais. O Promotor
acusa e o advogado nega, Sempre foi e sempre será assim.
Estes advogados são Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina
Rachado, aquela que defende o Sr. Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola, que segundo circula pela Internet, em uma
entrevista concedida ao jornal O Globo, se não me falha a
memória, disse que já leu 3.000 livros incluindo Dante.
Certamente, ele tem histórias para contar e com certeza, em
breve, lançará seu próprio livro que deverá se tornar um grande
best seller.
Verdadeira ou não, pergunto ao que leva esse
tipo de entrevista? Seguramente, só serve para reforçar ainda
mais o poder que estas pessoas possuem dentro do sistema
em que se estabeleceram. Desafiam a Polícia, desafiam o Poder
Público, desafiam qualquer um, pois dizem que possuem
muito dinheiro e que quem tem o dinheiro tem força para mandar.
O silêncio da sociedade, motivado pelo medo, não ajuda em nada a
mudar esta situação. Antigamente, quando um bandido ia
preso, a gente ficava tranqüilo, pois ele deixava de ser uma
ameaça à sociedade. Hoje não, quando ele é preso, ele fica mais
forte, mais poderoso, mais vingativo. Seus advogados quase
sempre conseguem tira-los das prisões e, quando isso não
acontece, tornam-se os pombos correios que agem dentro das leis
por eles mesmos criadas.
A OAB sempre me pareceu ser, e
acredito que de fato é, uma das mais sérias senão a mais séria
entidade de classe. Pelo menos vem demonstrando isso nas
questões políticas do país das CPIs e também procurando eliminar
de seu quadro os doutores da bandidagem.