Os Poetas, Estes
Apaixonados
Ivan Jubert
Guimarães
Setembro/1983
Quando lembranças
antigas retornam à
mente, fazendo-me
reviver momentos tão
doces, sinto que o
peito se contrai um
pouco.
Lembro do primeiro
grande amor e vejo
ainda aquele rosto
ruborizado,
realçando aqueles
olhos verdes, sempre
que nossos caminhos
se cruzavam. Foi um
amor vivido
intensamente, por
alguns anos, em
completa solidão. Um
amor tímido que me
fazia sair a altas
horas da noite e
ficar rondando sua
casa na vã esperança
de vê-la na janela.
Aquela pele
bronzeada de sol, os
cabelos louros,
compridos e belos,
que me fizeram
escrever o primeiro
poema, parecem estar
vivos ainda em minha
vida. Aonde andará?
Onde estará
Carminha?
E Vera Lúcia, por
onde andará? Será
que ainda se lembra
daquele namoro de
janela? Dos bilhetes
trocados em letras
grandes, em folhas
de cartolina? Aquele
namoro que terminou
no mesmo dia em que
tinha tudo para ser
intenso.
Kátia, tanta
sensualidade e
pecado naqueles 15
anos, que virava a
cabeça de todos os
rapazes. A primeira
conquista de rua e a
companheira de volta
da escola.
E Bárbara então.
Quando me olhava me
fazia tremer
inteiro. E nunca
fomos além de
simples
cumprimentos, muito
embora eu tivesse
desfrutado de seu
corpo no travesseiro
ou com as mãos
ensaboadas debaixo
do chuveiro.
E tinha ainda aquela
moça que era difícil
de se ver sozinha.
Nunca soube seu
nome. Lembro-me que
era morena, olhos
grandes, cabelos
negros. Como estará
ela agora?
Continuará bonita e
tão tímida?
E Sueli, como
estará? A primeira
namoradinha e
companheira de
tantas brincadeiras.
Foi a primeira
pessoa que me amou.
Lembro que tinha
muito ciúme de
Kátia.
Teve Maria Inês,
teve Stella. Uma
meiga, suave e
romântica. A outra
tão alegre,
expansiva, sempre
sorrindo. Onde
andarão elas?
Lucy, Vanice, Maria
Tereza, Zezé e
Teruko, onde estão
vocês? Lucy das
pernas bonitas em
rosto de anjo.
Vanice, a
namoradinha
romântica. Maria
Tereza, a mais linda
de todas. Aquele
olhar triste de
merina órfã, aquele
jeito doce. Sempre
me lembro dela
quando vejo
Catherine Deneuve.
Zezé que gostava
tanto de minhas
mãos. Teruko, que
adorava dançar.
Tammy, Rosana,
Gilda, dos tempos
dos bailes do Golden
Lions Club que
fundamos.
Marly foi um amor
forte, começou de
repente e de repente
acabou ficando uma
amizade e uma
lembrança quando
ouço Five Hundred
Miles.
Terezinha, o amor
louco. O encontro
fugaz no meio da
noite, às
escondidas.
Ana Helena, o amor
do elevador.
E Brenda, a amiga e
amante americana,
que durante anos
compartilhou seus
problemas comigo,
mesmo estando a
milhares de
quilômetros de
distância. Nunca
mais soube dela.
Marina, um amor
proibido. Ambos
quase noivos. Longas
conversas pelo
telefone. A busca do
endereço, o
encontro, os
passeios, os
drinques, o beijo de
despedida. A
lembrança ao ouvir
By the Time I Get To
Phoenix.
Sonia, uma menina
que de repente tomou
a iniciativa e
confessou-se
apaixonada.
Onde estarão todas
vocês? Vou
procurá-las, eu
prometo.
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