Carta a
Tancredo
Ivan Jubert Guimarães
22.04.85
Tancredo, sua morte me pegou de surpresa. É, de
surpresa. Eu pensei que já esperava por isto, mas lá no fundo eu contava
com um milagre. A tristeza que senti quando ouvi a notícia de sua morte,
só foi comparada à perplexidade sentida quando de sua doença horas
antes da posse.
Confesso que neste instante não pensei em você ou em sua família. Pensei
naquele povo que simbolizando toda uma nação, rezava, prometia e
implorava por sua saúde. Este povo que tanto acreditava em você e nos
seus ideais democráticos e de liberdade.
A lágrima só veio quando ouvi nosso hino tão lindamente cantado por
aquela que tanto batalhou a seu lado por eleições diretas.
Foi lindo!
A tristeza foi aumentando quando vi a tristeza estampada nos olhinhos de
meu filho.
Pela televisão, pelo rádio e pelas ruas, durante sua enfermidade, eu via
em cada rosto um pedacinho de você. Todos nós, ou pelo menos
aqueles que acreditavam em seu trabalho, estamos tristes. Tristes, porém
confiantes, pois se você não chegou a tomar posse na presidência, tomou
posse em todos os corações brasileiros como um estadista de fibra e de
coragem.
Que esta fibra e esta coragem fiquem permanentemente em cada coração,
assim como seu rosto ficou estampado em cada rosto de seu povo.
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