Quando minha voz tiver se
calado,
E meus gemidos todos
emudecidos,
Talvez eu ainda me lembre de que
não disse tudo
No tempo que tive e que me foi
dado,
E tenha preferido calar-me, ficando
quase mudo.
Pensamentos que foram mantidos
em segredo,
Palavras sepultadas na
garganta,
Latentes na espera do melhor
momento,
Guardados que foram talvez até pelo
medo
Mas os escritos ficam preservados pelo
tempo.
Neles coloco meus gritos de amor
e de revolta
Palavras de incentivo, ais de
dor e de derrota.
Em um mundo que me parece
ensurdecido
Só a voz escrita me impulsiona à
luta,
Para que o mundo entenda estar sendo
destruído.
O fim que se aproxima trará com
ele o recomeço;
Os fortes, só serão fortes se
ajudarem os enfraquecidos.
É a hora de todas
as vozes entoarem seus cantos,
Alertarem a
todos para que mais sejam escolhidos,
Pois
quanto mais união menor será o espaço para o
pranto.
Não se limitem às escolhas
espúrias e radicais;
Cada um já fez sua opção
preferida;
Somos todos irmãos, somos todos
iguais;
Se vamos em busca de uma nova
vida
Apenas os bons deverão ser os
companheiros.
Que cada um faça sua parte com
inspiração divina,
Que se levante o movimento
dos puros de coração;
O mundo precisa dos
homens de boa vontade,
São eles que darão
início à nova civilização
A um mundo que será
só de felicidade.
Faça sua parte com o denodo dos
lutadores
Carregue consigo quantos conseguir
arregimentar;
Homens, mulheres, crianças,
para todos há lugar.
Mexa-se com a energia
pura, não fique parado,
Não há espaço para
arrependidos de não haverem
tentado.