O DIA
EM QUE UMA ESTRELA OFUSCOU A LUA
Ivan
Jubert Guimarães
25.06.2006
Era noite de São João, mas os
rojões não eram para comemorar o dia do santo. Parecia que todas as
estrelinhas e chuvas de prata caíam num só lugar, dentro de um
salão, onde não havia as tradicionais bandeirolas coloridas próprias
da época. Não precisava, havia cores de flores e muito brilho nos
olhos das pessoas.
Eu estava lá e vi gente que não via há muitos
anos e cheguei a me lembrar de um poema do Vinicius onde ele diz que
“a vida é arte do encontro, embora haja tantos desencontros na
vida”. Abraçar e ser abraçado por pessoas tão queridas mexeu
com a minha emoção, e fiquei imaginando como aquela estrela, que
brilhava mais do que tudo, podia suportar tanta emoção.
Ver
pessoas, que a gente não via há tanto tempo, mostra o quanto
Vinicius estava certo: há muitos desencontros na vida. Mas, ficou
provada uma coisa, esses desencontros são provocados por nós mesmos,
pois quando queremos de verdade, conseguimos reunir num só lugar
todos aqueles que amamos. Deve dar um trabalho danado, mas o
resultado é um reviver, é uma magia, é um prazer indescritível
descobrir que aquele amigo, aquela amiga, ou parente mais distante,
ainda se lembra da gente e ainda nos ama.
Aquela estrela foi
aumentando seu brilho e era o centro das atenções, e cada um que
olhava para ela parecia estar jogando mais brilho ainda; foi quando
percebi que o brilho da estrela já ofuscava o brilho da lua.
Estrelinhas menores, representadas por sobrinhos e sobrinhas, aliás
todas muito lindas, espalhavam mais emoção a cada momento para a
estrela da noite e, lá fora, a lua, envergonhada, se escondeu. E aí
a estrela maior passou a brilhar sozinha, ou quase. Havia muita
gente bonita lá dentro.
Eu não sei se agüentaria receber uma
festa como aquela com tanto sorriso nos lábios e nos olhos. Com
certeza eu me molharia com as próprias lágrimas. Foi lindo, foi uma
festa para se guardar para sempre na memória. Mas tudo isso foi
ontem! Um novo dia já nasceu, tem um Sol brilhando meio preocupado,
pois sabe que o brilho que aquela estrela ostentou na noite de ontem
ficará para sempre dentro de muita gente.
E agora, se me dão
licença, quero beijar e soprar meu beijo carinhoso em direção a
Vanda, essa estrela que ofuscou a lua, e desejar a ela que conserve
seu brilho para todo o sempre.
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