O DIA EM QUE O FEITIÇO
VIROU CONTRA O FEITICEIRO
Ivan Jubert Guimarães -
07/06/2006
Ontem eu estava meio que parado no trânsito e resolvi mudar o rádio do carro de
estação. Peguei a notícia meio que no fim.
Mas deu para ouvir que tinha havido uma invasão na Câmara dos Deputados em
Brasília. Confesso que o trânsito parou de me incomodar e pensei comigo: “Até
que enfim o povo está fazendo alguma coisa!”. Mas, bastaram mais uns poucos
segundos para ouvir que a invasão não tinha sido popular, mas sim de um grupo
dissidente do MST. É, até o MST tem dissidente. Do que eles divergem, eu não
faço a mínima idéia e também nem me interessa saber. Na verdade, eu acho até que
eles não querem é nada mesmo. Mas pelo que pude entender é que esse tal de
MLST quer uma mudança na lei que diz que toda propriedade ocupada não poderá ser
vistoriada por dois anos para fins de reforma agrária. Não ficou claro para mim,
se eles querem uma vistoria imediata ou se eles querem que esse prazo seja
esticado para dez anos, assim poderão ficar mais tempo sem fazer ou
produzir nada, vivendo apenas dos subsídios que o governo do PT dá para o MST.
Entendo que esses grupos de sem terra não desejam terra para cultivar.
Quando receberem seu quinhão, irão reivindicar, provavelmente, subsídios para
plantar, comprar sementes, tratores e seja lá mais o quê. Mas mesmo com
dinheiro, vão ter que trabalhar bastante. Talvez, ao invés de sementes, comprem
alguns bois e algumas vacas e passem a ser criadores de gado. Vão se sentar nas
cercas, se é que terão, e esperar a reprodução dos animais, dos bois e das
vacas, bem entendido. E sem se preocupar com a alimentação, haverá comida
para todos nos pastos.
O líder do movimento, como não poderia deixar de ser, é membro da Executiva
Nacional do PT e já foi avisando que o PT não tinha nada a ver com isso.
Faço só uma pergunta: O PT não detém a maioria na Câmara?
Claro que houve violência, coisa que desaprovo totalmente, mas fica a certeza de
que a maioria dos que lá estavam não sabiam o que estavam fazendo;
perdoai-os, pois. Mas o que aconteceu provocou uma imediata reação do PT, coisa
nunca vista antes. Quase que imediatamente o partido divulgou uma nota
criticando a ação dos sem-terra, que tomo a liberdade de reproduzir:
"O Partido dos Trabalhadores expressa seu profundo repúdio aos atos de violência
ocorridos no dia de hoje, na Câmara dos Deputados. O PT se solidariza com o
Poder Legislativo e com o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo. O
líder do partido na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana, em pronunciamento
feito nesta tarde, expressou o sentimento geral do PT diante deste lamentável
episódio."
Esse mesmo repúdio, poderia ter sido pronunciado ou escrito, quando das
absolvições dos envolvidos nos escândalos das CPIs dos bingos, do mensalão, da
violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo, da cueca suja de dólares, no
caso da Telemar e do filho do presidente, na demonstração da bailarina Ângela
Guadagmin (não sei por que, mas acabei de pensar nos bois).
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