VOTE MELHOR QUE NUNCA!
Ivan J. Guimarães
23/05/2006
O
mundo já nem parece o mesmo embora as coisas
continuem acontecendo como sempre aconteceram.
As paisagens mudaram visto que o homem destruiu
muitas delas sob o pretexto das construções.
Rios que antes serviam para saciar a sede de
viajantes e de moradores de regiões ribeirinhas,
hoje são despojos de detritos industriais e
humanos. Vamos acostumando-nos com os venenos e
um dia, quem sabe, estaremos imunes a todos
eles. A sorte será toda nossa, pois teremos
encontrado uma forma a menos de morrer. Quando
vamos à praia nós vibramos de excitação quando
lemos nos jornais ou ouvimos no rádio que a
situação da poluição marítima é satisfatória.
Sabe o quer dizer satisfatória? Quer dizer
aquilo que o médico responde quando você
pergunta a ele como vai passando aquele seu
parente querido internado na UTI e ele nos diz
que o quadro está sem alteração e que as
condições são satisfatórias. Ora, satisfatória,
convenhamos, é algo muito bom, quase excelente,
pois atende perfeitamente nossas necessidades.
Se a praia estivesse imprópria para o banho,
entraríamos no mar da mesma maneira, como vemos
centenas e até milhares de pessoas fazendo,
basta nos molharmos do pescoço para baixo.
Protegemos a cabeça tal qual o avestruz. Aliás,
essa atitude de avestruz é a mesma que temos
adotado, ao longo dos anos, na hora de votar:
abaixamos a cabeça atrás daquele papelão e com
toda a vergonha e medo do mundo escolhemos,
quando assim o fazemos, aquele candidato que
prometeu mais mentiras, na vã esperança de que
cumpra pelo menos qualquer uma delas.
Políticos! Para quem ainda tiver alguma dúvida
sobre o que esta palavra significa, percorra o
dicionário. Algumas definições são exemplarmente
bonitas, outras, as que aparecem ao final das
definições, são pejorativas e me parece que são
as únicas que nossos homens públicos conhecem.
Homens públicos. Se estivéssemos falando de
mulheres públicas, quase todos iriam pensar
estarmos falando de prostitutas, ou não? Não se
zanguem feministas, nem vocês artistas ou
profissionais da imprensa. Como poeta sempre
soube respeitar a cada mulher individualmente.
Até aquelas que não têm profissão. Mas
voltando ao voto, embora seja muito mais
interessante falar de mulheres, porque será que
a gente não faz algo diferente desta vez? Ao
invés de baixar a cabeça atrás do papelão, como
faz o avestruz, vamos levantar o queixo e
gritar: Não quero nenhum deles! Não quero o
menos pior! Não quero o menos desonesto! Não
quero aquele que vive mudando de partido! Alguns
já devem ter assistido a um filme americano que
ensinou a fazer isso. Na hora do voto,
lembre-se daquele rio ou riacho que passa perto
de sua casa. Talvez você seja mais feliz do que
a maioria e perto de onde você mora não existam
mais rios, você talvez tenha um piscinão perto
daí. Aquelas árvores que existiam nos bairros e
que hoje estão desaparecidas; lembre-se delas na
hora de seu voto. Para quem não mora em São
Paulo, saiba que aqui existe uma praça chamada
Praça da Árvore. No lugar da árvore tem uma
estação do metrô. E a estação fica encostada, ou
dentro, de um bairro chamado Bosque da Saúde.
Tem gente até que pergunta o que vem a ser
bosque. Coitados, já nem sabem o que significa
saúde! Diga não aos corruptos, grite, mude
seu voto, anule seu voto, mude você em primeiro
lugar! Permita que as coisas comecem a acontecer
de forma diferente. Se não for por você, que
seja pelos seus filhos, ou pelos filhos deles.
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