A VOZ QUE NEM A MORTE CONSEGUIU CALAR
Ivan Jubert Guimarães
06.10.2006
Eu aprendi muita coisa ouvindo Hélio Ribeiro
diariamente nas rádios por onde passou desde
meados da década de sessenta quando o ouvi pela
primeira vez.
Eu já havia escrito meus primeiros versos então,
mas Hélio me ensinou a escrever com o coração
sem me preocupar com a forma.
Quando ouvia seus textos de improviso, cheios de
emoção, eu confesso que me arrepiava, como me
arrepio até hoje quando ouço a sua voz. E,
acreditem ou não, eu o ouço diariamente.
Seu primeiro livro, O Poder da Mensagem, eu li e
reli dezenas de vezes e já estou fazendo o mesmo
com o volume II.
Hélio foi para mim como um anjo salvador, pois
quando comecei a ouvi-lo, minha família passava
por um dos momentos mais difíceis que tivemos na
vida. E a voz de Hélio sempre me transportava
para um mundo melhor, fazendo-me acreditar na
possibilidade de mudar as coisas.
Hélio Ribeiro me ensinou a ter coragem de dizer
o que eu pensava, a não ter medo de me expor,
ensinou-me a importância do amor, ele, de fato,
modificou a minha vida! E se hoje, eu escrevo
minhas crônicas e minhas poesias, devo isso a
ele. Aliás, muita coisa que escrevi nas décadas
de 60 e 70, foi baseada nas palavras que ouvia
de Hélio Ribeiro.
Com suas traduções, em versão livre, como
gostava de dizer, eu passei a apreciar mais a
música. Minha sensibilidade se desenvolveu
ouvindo Hélio falar. O mesmo aconteceu com minha
imaginação cada vez que ele falava que “este
programa é ouvido pela moça do Kharman-Ghia
vermelho”.
Havia mais amor em meu rádio, juro que havia!
Falta acrescentar algo no currículo de Hélio
Ribeiro, pois havia muita filosofia nas coisas
que dizia, o que faz dele um filósofo também.
Ah como eu gostaria de tê-lo conhecido
pessoalmente! Mas a única vez em que eu o vi,
ele já não podia me ver.
Uma das coisas que eu mais admirava em Hélio
Ribeiro era a coerência que havia entre o que
falava e o que fazia.
Tenho muitas coisas na memória sobre ele, tantas
que seria impossível dizer aqui, momentos
inesquecíveis, frases que ainda flutuam no éter.
Em filosofia se diz que podemos ter amigos que
nem conhecemos, bastando para isso ter os mesmos
objetivos de vida. Então eu posso dizer que sou
amigo de Hélio Ribeiro, porque eu também desejo
fazer deste mundo um mundo melhor.
A morte não conseguiu calar sua voz, pois seu
pensamento continua vivo na memória das pessoas
de alta sensibilidade. Por isso querido amigo eu
nem sinto saudade!
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