18/12/97
Ele sempre vivera à margem da
sociedade; Desde pequeno roubava para alimentar o
vício; Assim vivera desde a mais tenra idade, E
nunca ninguém tentou entender seu suplício.
Saíra de casa e fora viver nas
ruas, Deixando mulher e filhos ainda pequenos; Às
vezes, vinha a lembrança daquela família que era
sua, Mas faltava-lhe coragem para voltar, largando o
veneno.
Vivia maldizendo: "Isto não é vida de
gente"; Culpava a Deus por seu desatino, Quando
chegava o Natal ele procurava constantemente Agredir
Jesus não o reconhecendo como o Deus Menino.
E assim seguia vivendo, dia após
dia, Com a vida castigando-o com o açoite; Sua
vida era só sofrimento e ele sofria, Por isso não
tinha porque sorrir naquela noite.
Sem dinheiro para a droga e consumido
pela bebida, Arrastava-se pelas ruas e sucumbiu numa
calçada; Arrependeu-se de tudo e desejou mudar de
vida, Voltar pra casa e para a família, antes tão
amada.
Foi encontrado por um jovem
casal, Que com amor nos olhos colocou-o de novo nos
trilhos; Levaram-no para casa para passar o
Natal; E ele nem reconheceu naqueles jovens, seus
filhos.
Ao entrarem na sala seguiu-se a
surpresa, Ao ver a mulher que um dia abandonou. Os
olhos lacrimosos, a voz embargada pela
tristeza, Transbordaram ao abraço afetuoso que
ganhou.
Uma onda de felicidade encheu seu corpo
de alegria, E movido por uma fé escondida, sem
nem saber o por quê, Foi até um quadro de Jesus que
da parede pendia, E baixinho entoou: "Parabéns a
você..."
"Neste Natal, reforme sua alma
também".
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