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ano 2000
EXEMPLO
28/09/2000
Quando falas e consolas a um teu irmão,
Acaso fazes o que dizes?
Sentes aquela paz gostosa no coração?
Te sentes feliz, assim como deixa aos outros
felizes?
Se acreditas, de fato, no que tua voz diz,
Não te verás perdido em dilemas;
Te sentirás mais forte, decidido, muito mais
feliz,
E tua vida será sempre sem problemas.
Aumenta tua fé que ainda é pouca;
Deixa aflorar todos teus sentidos,
Não esquecendo que o som que sai de tua boca,
Deve, primeiro, ir para teus ouvidos.
HISTÓRIA DE TODOS OS DIAS
16/11/2000
Era um carro velho, com a pintura já um pouco
descascada. Uns pontos de ferrugem aqui e ali,
motor um pouco barulhento que disputava com a
lataria quem produzia mais ruído. Os pneus, ah
os pneus, bem deixa pra lá os pneus.
No volante, um homem humilde e de aparência
muito bondosa, quase santa.
Ao seu lado, sua mulher grávida, segurava com as
duas mãos sua enorme barriga, olhar aflito,
suplicando para que chegassem logo ao
hospital, pois chegara a hora do bebê nascer.
A noite era quente, porém chuvosa. Trânsito
ruim, tráfego intenso e, vez por outra,
uma pontada um pouco mais aguda provocava
um grito de dor.
O marido crispa o rosto e percebe-se que sua
aflição já
transborda em lágrimas.
O engarrafamento é gigantesco; só não é maior
que o
desespero do Zé. Mas a chuva para de cair e, no
céu,
abre-se uma cortina de luz e aí o Zé percebe uma
ruazinha estreita e deserta no meio
daquele quarteirão congestionado.
O carro parece criar vida e vai se espremendo
entre os outros carros até conseguir
chegar à pequena viela e aí, trânsito
livre pela frente, o Zé arranca com destino ao
hospital.
Subitamente, porém, o carro começa a mancar,
ficando capenga e o Zé de novo começa a se
desesperar. Essa rua estreita quase não
tem esquinas, não tem iluminação a não ser a luz
que vem do luar e daquela estrela que o Zé
sempre chamou de Dalva.
Mas o carro do Zé ta capengando e sua mulher dá
um novo grito de dor. O Zé se assusta e
tenta acelerar mais o carro.
Ele olha para o lado e coloca sua mão na barriga
da mulher, pisca os olhos para tirar o
ardor das lágrimas e sente que a mulher já
iniciou os trabalhos de parto, mesmo
estando quase desfalecida. O carro já quase não
anda. O pneu, ah aquele pneu velho e
desgastado acabou de furar. O Zé vê umas
luzes coloridas piscando e vai com seu carro
capenga até elas e para em frente de uma
borracharia.
A mulher dá outro grito e o Zé então invoca a
ajuda de Deus. Ele se ajoelha e encosta a
cabeça nos joelhos e reza fervorosamente.
O Zé fica rezando e quase nem percebe o choro da
criança que acabara de nascer. Entre
surpreso e comovido o Zé se levanta e
dirige-se à sua mulher dizendo: “Maria, está
tudo bem?”
“Está sim Zé, está sim”. O Zé então olha para o
pequenino que acabara de nascer e pega-o
em seu colo abraçando-o carinhosamente e
murmurando palavras de agradecimento a Deus.
Com o menino apoiado em seus braços, Zé o conduz
até à banheira que todo borracheiro tem
igual e para sua sorte a água está límpida
e o Zé banha seu bebê.
Neste instante chega o borracheiro acompanhado
de outros dois homens a quem fora
socorrer. Ao verem o casal e a criança,
todos se emocionaram e abraçaram o Zé desejando
a ele um Feliz Natal. É, era noite de
Natal.
Histórias como essa acontecem quase todos os
dias do ano. Há dois mil anos atrás também
aconteceu uma muito parecida. Quantos
terão ainda que nascer e quantos ainda mataremos
sem que percebamos a lição que Jesus quis nos
passar?
RENASCIMENTO
14/12/2000
Enxuga a lágrima de teu pranto,
E põe fim à dor que te afligiu.
Larga de ouvir teu choro e ouve o canto
Da alegria que em teu rosto ressurgiu.
Tudo é resolvido com o tempo;
Tudo que necessitas é paciência.
Foste agraciado com novo alento;
Por que, então, conservas na mente esta
dormência?
Desperta de novo para a vida que renasce,
Segue teu caminho com passo mais decidido;
Aproveita teu tempo antes que ele passe,
Evitando que ele se torne perdido.
Se não vives a plenitude do contentamento,
Tampouco estás dependente da tristeza.
Atravessas apenas um mau momento,
Aprecia do mundo toda sua beleza.
Assuma a escolha que fizeste um dia;
Reativa a força que tu manténs escondida.
Afasta o medo que até há pouco tu sentias,
E sinta de novo prazer pela vida.
Começa por gostares mais de ti;
Dá-te um abraço gostoso, bem terno,
E realiza o que vieste fazer aqui,
Há muito deixaste de viver no Inferno.
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