Era muito difícil não reparar na
beleza daquela mulher. Na rua não havia quem olhasse para ela sem
deixar estampado no rosto as marcas do desejo.
Ela passava por todos, sorria para o além como dizendo a si mesma:
“como sou bela, todos me desejam”.
Eu também a achei muito linda, mas macaco velho, não dei muita bola
para ela não, não daria a ela o gostinho de me esnobar como vinha
fazendo com todos. Convenhamos, carrego uma barriga, já sou coroa,
mas não sou de jogar fora e muito menos ser esnobado por um monte de
silicone. Mas a danada era bonita e dei mais uma olhada e assim que
ela me viu olhando eu desviei rapidamente meus olhos e olhei para
uma outra mulher que passava pela rua. Acompanhei aquele rebolado
até com certo interesse e não percebi que aquele monumento de mulher
se aproximava de mim. Ela parou do lado e ficou esperando algo, como
se fosse atravessar a rua, mas ali era um calçadão e não havia
tráfego. Alguns sujeitos que passavam olhavam direto para todas as
partes do corpo daquela mulher. Alguns olhavam para mim também, não
sei de inveja ou para me chamar de babaca. O perfume que ela usava
já estava me inebriando e eu já estava começando a dar o braço a
torcer, afinal de contas minha masculinidade estava em jogo. Eu não
sabia, mas numa banca de jornais atrás de mim, já estava havendo uma
aposta se eu ia ou não ia atacar a mulher.
Só para você ter uma idéia, ela era uma morena estonteante, cabelos
compridos à altura dos ombros que lembram os cabelos de Rita Haywort
em Gilda, embora Rita fosse ruiva. Os olhos dela eram esverdeados e
dependendo da forma que ela olhava, eles mudavam de cor. Cílios
maravilhosamente penteados, assim como um par de sobrancelhas como
nunca eu vira então.
O vestido era vermelho, mas não um vermelho bombeiros, era algo
entre o vinho e o sangue. E o decote deixava entrever um par de
seios maravilhosamente empinados. O vestido ia até a altura dos
joelhos e deixava a imaginação adivinhar como seriam aquele par de
coxas. As pernas, bem torneadas eram longas e estavam apoiadas num
belo par de sapatos de salto, daqueles que dão o toque final de
elegância quando a mulher anda pela calçada fazendo-se acompanhar
daquele toc-toc-toc.
Na banca de jornais já havia uma pequena multidão, alguns me
incentivando e outros me vaiando. Eu mantendo a minha postura de não
permitir que aquele monumento me esnobasse, então usei a arma que as
mulheres usam, Fingi pegar qualquer coisa no bolso e deixei as
chaves caírem e ela mais do que depressa se abaixou, pegou as chaves
e esticou seu braço de Vênus (quando Vênus tinha braços) me dando as
chaves. O problema é que eu não enxergava as chaves, pois a visão
daquelas pernas quando ela se abaixou cegou meus olhos.
Da banca vinham alguns gritos: “agora vai” e eu surdo àquelas
manifestações virei-me para a morena, peguei em sua mão macia, com
unhas pintadas de vermelho e fiquei segurando as chaves na mão dela.
Aí ouvi uma voz meio rouca, mas não era rouca, era forte me
perguntar:
- O que estas chaves abrem?
A pergunta me pegou desprevenido, mas ela não ia me vencer:
- Abrem o que você quiser, o carro, o apartamento, o escritório, é
só escolher. Antes que ela escolhesse, eu ofereci a ela o meu braço
e tomei o caminho do estacionamento, pois qualquer que fosse a
escolha dela eu iria precisar do carro.
Abri a porta do passageiro e a fiz entrar no carro. Dei a volta e
antes de eu chegar ao outro lado começou um fina garoa. Entrei no
carro, me acomodei, dei a partida e coloquei um CD de música
romântica. Tudo bem que era música romântica de meu tempo, mas ela
pareceu curtir. Sugeri irmos a um barzinho aconchegante para
tomarmos um drinque e quebrar um pouco o gelo porque ambos estávamos
um pouco calados para aquela situação que requeria um pouco mais de
entusiasmo, de ambas as partes.
Conheço um pequeno bar alemão onde o serviço é feito pelo dono e
pela esposa, uma delícia de lugar, bem pequeno e muito aconchegante.
A situação não pedia o chopp da casa (ótimo por sinal), nem algo que
fosse forte demais ao paladar. Optamos, então, por um vinho branco
de ótima procedência e para lambiscar, apenas umas torradas com
queijo cremoso.
Conversa vai, conversa vem e após esvaziarmos a segunda garrafa de
vinho, o monumento já estava meio grogue. Era hora de partir para o
finalmente, antes que ela dormisse. E eu lembrava a todo o instante
que no dia seguinte teria que dizer àquela turma da banca o que
tinha acontecido.
Entramos no carro e fiz com que ela se chegasse um pouco mais perto
do meu banco, assim poderia sentir o contato de suas pernas e na
hora de mudar de marcha sempre sobraria um tempinho para uma
passadinha de mão em seu joelho.
Olhei para ela e pedi que encostasse sua cabeça em meu ombro e nessa
hora eu percebi que seu cabelo já não estava como antes, devia ser
efeito da garoa. Dirigi-me a um motel ali na região do Brooklin,
lugar nada sofisticado, porém agradável. Para impressionar, pedi a
melhor suíte e nos dirigimos para lá. Apesar do cabelo dela estar um
pouco armado, ela ainda era um monumento de mulher. Deixei a suíte à
meia luz e pelo interfone chamei uma champanha e umas castanhas de
caju, que não demoraram a chegar.
A cama era confortável e tratei logo de colocar um som, mas ela
preferiu ver um filme pornô. Nunca me senti bem com esses filmes,
muito pelo contrário, fico com um complexo danado de ver os tamanhos
dos troços dos caras. Fico imaginado a força mental que eles devem
fazer para manter aquilo de pé. Mas tudo bem, esses filmes a gente
nunca vê mesmo até o final. E enquanto o filme rolava fomos nos
achegando pertinho um do outro. Ela já estava nua sob as cobertas e
eu, por causa do filme, conservava a cueca. Tinha jurado que só
tiraria depois que a TV estivesse desligada. Ela nua, era um avião,
um quebra-cabeças montado certinho, tudo no lugar.
Fui bem para perto dela e comecei a beijar seu rosto, acariciar seu
corpo e ela ia soltando gemidos cada vez mais fortes até que cheguei
à conclusão que poderia desligar a TV. Foi o que fiz. Liguei um som
baixinho, música moderninha e parti para o amasso. Gosto de beijar
os olhos de uma mulher e foi por aí que comecei e logo senti algo
estranho em minha boca, eram os cílios do olho esquerdo dela. Dei
uma disfarçada e cuspi o cílio para longe e ataquei o olho direito,
beijando e dando leves chupadinhas em sua pálpebra. Ela me abraçava
loucamente, me arranhava as costas com aquelas unhas até um momento
em que senti uma dor forte nas costas, Uma das unhas descolou de sua
mão e ficou cravada em minhas costas, num lugar onde eu não
alcançava de jeito nenhum. Resolvi deixar lá mesmo torcendo para que
ela mesma tirasse aquele pequeno artefato de mim. Quando olhei para
a pálpebra dela, ela tinha se fechado, cobrindo todo seu olho.
Aquilo devia incomodar, mas acho que ela já estava grogue demais
para perceber.
Tinha chegado a hora de eu beijar aquela boca de pecado, aqueles
lábios grossos como os de Angelina Jolie. Sempre gostei de beijar os
lábios superiores de uma mulher e foi por aí que comecei, suavemente
e logo depois ardentemente. Mas os lábios inferiores dela eram coisa
de louco e, em poucos instantes, eu já estava me desfrutando deles,
beijando-os, chupando-os com volúpia. Quando parei para respirar um
pouco, eu vi que o lábio inferior dela tinha caído, tava parecendo
lábio de índio, Pensei comigo, vou embora daqui, essa mulher está
desmanchando, mas ela me agarrava e não me deixava sair da cama.
Gemia como louca, gritava, pedia, jogou longe os lençóis e me
ofereceu os seios.
Baixei a cabeça e concentrei toda minha visão naquelas maravilhas de
peitos. Beijei seu seio esquerdo e puxei com os lábios o seu mamilo.
Ela delirava e eu ficava puxando e soltando aquele mamilo, até uma
hora em que ele caiu para o lado. Com tanta coisa estranha
acontecendo, já nem liguei pra aquilo. Apertei aquele peito e senti
o volume macio daquelas carnes me desejando e eu apertava aquele
peito cada vez mais até sentir algo se mexer lá dentro. Tirei as
mãos e fui vendo algo se movimentando lentamente para o lado. Acho
que era o silicone que se soltou e o interessante é que o mamilo
torto ficou bem certinho agora, só que no silicone. O peito normal
tava sem biquinho.
Eu já estava bem preocupado com aquela situação e num impulso
levantei-me da cama e ela falou manhosamente: “meu amor, você ainda
de cuecas?”
Eu queria morrer, correr dali de cuecas mesmo e sumir daquele motel,
mas tinha que pegar meus documentos na portaria, e os dela também.
Ela se levantou e me puxou de novo para a cama. Mesmo ela se
desmanchando a metade que sobrara ainda era um mulherão, e ela me
queria. Deitei-me nu ao seu lado, mas precisava de um estímulo. Sexo
oral nem pensar, pois de repente poderia ficar com uma dentadura
presa em mim. Ataquei seu outro seio, dando beijinhos bem levinhos,
não queria mais nenhuma surpresa. Foi quando me lembrei das pernas
maravilhosas que ela tinha e que sugeriam uma bundinha deliciosa.
Virei-a de bruços, fui para trás dela e comecei a alisar suas
costas, massageando sua espinha dorsal, arrancando dela gemidos
indescritíveis. Passei suavemente as mãos por suas nádegas e desci
pára as coxas e apertei-as. Ela gemeu:”assim”. E eu continuei
acariciando aquelas coxas mas à medida que eu apertava ia percebendo
que elas estavam se afinando. Deixei as coxas de lado e voltei para
aquela bundinha e fiquei alisando-a, passando a mão no reguinho e
voltando-me para a bundinha apertei-a com volúpia. Desmanchou tudo.
Mas pelo menos as coxas voltaram a ficar como antes.
Disse que precisávamos ir embora e disse-lhe que a levaria para
casa. Fiz com que se vestisse e quinze minutos depois eu a deixava
em frente ao endereço que me dera, o de uma clínica de cirurgia
plástica experimental.
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