A
VERDADE DO POETA
Ivan Jubert Guimarães
25.12.2006
Quando um poeta diz à uma mulher
que a ama,
Quase sempre está dizendo uma verdade,
Os poetas não mentem, e sabem que o amor é
chama,
E amam intensamente, mas com uma dose de
leviandade.
Dirás então que o poeta é sempre um leviano,
Mas tu erras em teu precipitado julgamento,
O poeta é um pouco mais que um ser humano,
Algo de divino está presente em seu pensamento.
Que mal há em amar então muitas mulheres
Se para isso é que elas foram feitas;
Mulheres são como flores, para serem colhidas,
Admiradas, cheiradas, serem belas e perfeitas.
Não há traição, portanto, nas intenções de um
poeta,
Muitos de seus amores não passam de um sonho.
É que amar a beleza da mulher é sua grande meta,
E eu ponho minha mão no fogo por isso, juro que
ponho.
A mulher que tiver um marido poeta, amante ou
namorado,
Sem dúvida será uma mulher extremamente amada;
Pois o poeta entrega sua alma quando se diz
apaixonado,
Entrega-se tanto a ela que nunca lhe faltará
nada.
Mas se as mulheres forem daquelas que de tão
ciumentas,
São capazes de exigirem mais atenção e
exclusividade,
O poeta sente-se como se estivesse ardendo entre
pimentas,
E desiste daquele amor e parte sem sentir
saudade.
Não se zanguem, portanto, mulheres de minha
vida;
Aceitem esta leviandade romântica e apaixonada,
Pois estarão mais seguras, amadas do que
perdidas,
E é muito melhor ter só uma parte do que não ter
nada.
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