CUMPADE CHICO
Vou falar
d’um personagem
Especialista
em dar risada e
Também em
caminhada.
Quero
falar d’um andarilho
Que faz
linha o ano inteiro
Não gosta
de carro nem companheiro
Pisando
descalço bem ligeiro.
De Caetité
a Brejinho
Não tem
noção de quantas vezes
Respondendo
prontamente
“Não sei
quanto, sei que é muito”
os
percursos realizados.
A demora
de Cumpade
É de
encher os bolsos de trás
De moeda
de qualquer valor
Da batida
calça jeans.
E quantos
anos tem Cumpade
Irritando-se
facilmente
“Não sei
quanto, sei que é muito”
Respondendo
prontamente.
Adora
ganhar presente
Como todo
bom vivant
Mas tenha
sempre em mente
Com a
classe e educação
Vai logo
dispensando
Sapatos e
camisas de botão.
Tem trauma
de casamento
Não se
sabe qual o motivo
Tratando
as mulheres de madrinha
Pedindo a
todas a benção.
Sem
atributos de beleza
Cumpade
esbanja saúde
São frutos
dos exercícios
Do
ininterrupto ir e vir.
E pelas
ruas da cidade
As
gargalhadas, sua marca
Indiferente
com quem passa
Sem medo e
sem maldade.
E para
minha surpresa
A sua voz
foi para o ar
Contando
suas proezas
Em
freqüência modular.
E morreu
alguém importante
E cumpade
o acompanhou
O enterro
concorrido
Em
Brejinho com muita dor.
Muitos
anos transcorridos
Perguntaram
para cumpade,
Quem
acompanhou o enterro?
Você pode
relatar?
E como
carretilha
Falou e
esnobou
Classificou
brancos e pretos
Os homens
e as mulheres.
E alguém
interrompendo
Começa
tudo de novo
Dando-se
por satisfeito
Com todos
os nomes citados.
E assim
Cumpade Chico
Deu sua
preciosa contribuição
Viveu e
vive sem risco
Numa total
descontração.
Romilton
Ferreira de Souza
Caetité,
11 de janeiro de 2003
Academia
Caetiteense de Letras.