FOLHA SOLTA |
Quando o vento da criação passou e balançou a árvore tão meiga uma folha pequenina se soltou e se perdeu num mundo de seiva. Uma folhinha verde e nova incauta nos trilhos da vida se joga nos problemas e prova as privações proibidas. Ao sabor da brisa mansa Corre no tempo sozinha. Ao som do mundo descansa a sua frágil cabecinha. Quando o vendaval passa arranca a folha do torpor e, com fúria a pobre arrasta para viver novo sonho de amor. E a folhinha trêmula de frio se lança mais uma vez na fantasia e atravessando lagos e rios chega exausta ao fim da travessia Uma folhinha perdida ao acaso rola na vida ao sabor do vento não tem paz nem ocaso é uma simples folha solta no tempo. |
Poema de Tânia Martins - Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003 - Todos os direitos pertencem à Autora. |