DESPEDIDA
Como um passarinho
encolhido num canto,
corpo encharcado
precisando de cuidados,
pedindo atenção.

Fecha a porta de mansinho,
bem devagarinho
não quero ouvir o som
que me dirá ser o limite
entre passado e presente.

Pega a roupa no armário
antes de sair;
joga no lixo os poemas
que eu fiz para ti;
desfaz a imagem de um tipo franzino
que te adora, só te quer;
lava teu cérebro de mim;
limpa teu coraçào de tudo
que já pode sentir;
arranca meu nome
da tua mente
as sementes de amor
que eu plantei
se germinaram, por favor,
arranque-as, meu sol
se escondeu.
Se eu disser que
O amor morreu será sarcasmo
só me falta entusiasmo
ara amar assim.

Se eu disser que te esqueci
faltarei com a verdade
não tenho coragem
de enfrentar a saudade
mas conviver com a dor de amor
me é impossível,
sinto dores demais.
Lava teu corpo das minhas carícias
esqueça a ponta dos meus dedos
a te excitarem;
esqueça o meu ciúme,
todas minhas crises...
estou exausta... é tarde.
Este amor valeu
por tudo que aprendi,
foi errando muito que eu
cheguei aqui
ao impasse.

Esqueça que meu dia é longo
e longa é a minha vida;
Desculpa meus enganos
Sou apenas mais um ser humano
na luta aguerrida
pela paz interior.
Este amor foi tudo
que eu sonhei viver
mas sem chegar ao ponto
de me abster
dos meus valores natos.
Perdoa se a minha passagem
foi um tanto caótica
pela tua existência.
Esqueça, se possível,
que eu te amei bem mais
que era permitido.