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O mundo um dia contar-te-á uma estória vulgar, escabrosa, heróica ou inglória, não sei. Pegadas no solo árido, ossos, dejetos, lixo, papéis amarelecidos pelo tempo que passou: Notas, faturas, extratos, declarações, ofícios, retratos, em tudo rastros que revelarão ódio ou amor. Um poema, um rascunho, uma carta, um bilhete feitos de próprio punho por alguém que sonhou e por sonhar se permitiu o luxo de desejar ser um raio de luar enfeitando uma vida ou talvez uma estrela no céu esquecida. Rastros, restos, rota, rumo, leste, oeste, norte, sul, arco-íris, violeta, amarelo ou azul; verde da plantação, da aurora o vermelho, apenas e tão somente um rosto - reflexo no espelho. Tudo fica. Tudo marca. Tudo tem razão de ser. Hoje quero, tu me deixas. Não te quero, não te queixes! Tudo é vago, inverossímel.
às vezes só ilusão e se me iludo eu te apanho na mais calma abstração. Me agasto. Me afasto. Mas... não me basto. |
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