Jean Piaget
INTRODUÇÃO
Jean Piaget foi um psicólogo e biólogo suíço que destacou-se pela sua produção contínua de pesquisas, pelo rigor científico de sua produção teórica e pelas implicações práticas de sua teoria, principalmente no campo da educação. Sendo assim, nós apresentaremos sua vida, suas obras e seus estudos defendidos, dentre eles a epistemologia genética e as importantes teorias sobre o desenvolvimento humano, destacando os apectos relacionados com a educação.
O autor e sua história
Especialista em psicologia evolutiva e epistemologia genética, Jean Piaget nasceu na Suíça, em 1896 e morreu em Setembro de 1980, também na Suíça. Estudou o desenvolvimento intelectual. Casou-se e teve três filhos, os quais utilizou para seus estudos sobre as estruturas lógicas do pensamento das crianças. O próprio Piaget se descreveu naturalista e biólogo formado, mas extremamente interessado pela epistemologia, o que o fez estudar psicologia. Começou a trabalhar cedo, aos 10 anos foi convidado pelo Museu de história Natural de sua cidade.
Estudos e trabalhos (empregos e escritos)
Os estudos e os trabalhos de Piaget se iniciaram cedo e foram da Biologia à Psicologia, mas também tiveram espaço nas áreas de Sociologia, História da Ciência, Filosofia, Educação, Economia e Direito. Aos 11 anos escreveu uma pequena notícia sobre um pardal albino e esta pequena notícia escrita é considerada o início de sua carreira. Muito interessado em Biologia, aos 15 anos publicou um artigo sobre moluscos, fósseis e zoologia. Ao longo de sua vida, Piaget publicou diversos artigos sobre o assunto. Estudou os trabalhos de integrantes da escola gestaltista de Berlim e, a partir disto, produziu o "Esboço de um neopragmatismo". Estudou ainda ciências naturais, em 1918, e obteve o grau de Ph.D (doutorado). Interessou-se pela psicanálise e, trabalhando em uma escola para meninos, juntamente com o criador da escola, Alfred Binet, desenvolveu testes para medir a inteligência. Piaget ainda pesquisou o raciocínio verbal de crianças normais e deficientes. Estudou em laboratórios de psicologia e estagiou em uma clínica psiquiátrica. Em 1919, estudou psicopatologia e psicologia, estagiando em um hospital e estudando ainda lógica. Em 1921, tornou-se Diretor de Pesquisa do Instituto Jean Jacques Rousseau. Em 1923, assume a direção do Instituto e começa um estudo sistemático da inteligência. Lecionou psicologia evolutiva, filosofia das ciências, sociologia, história do pensamento científico e psicologia experimental. Neste mesmo ano, escreveu seu primeiro trabalho: "Ensaio sobre alguns aspectos do desenvolvimento da noção de parte na criança".
Ainda em 1921, seu segundo trabalho foi publicado: "Ensaio sobre a multiplicação lógica e os inícios do pensamento formal na criança". Em 1925, ocupou a cadeira de filosofia de uma universidade suíça e depois foi co-diretor do Instituto mas continuou suas pesquisas com a ajuda de colaboradores. Foi diretor do Centro Internacional de Educação; em 1951 após lecionar por 15 anos em Lausanne, tornou-se professor-conferencista em Harvard, onde recebeu o título de doutor honoris causa. Foi diretor do laboratório de psicologia. Lecionou na França em 1942 e lá também recebeu o título de doutor honoris causa (1946). No ano de 1947, publicou seu primeiro livro "A psicologia da inteligência"; e em 1950, lança sua obra-prima "Introdução e epistemologia genética", explicando o pensamento matemático, físico, biológico, psicológico e sociológico. Esteve no Brasil em 1949, onde também recebeu o título de honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Já em 1955, com auxílio financeiro da Fundação Rockfeller, fundou o Centro Internacional de Epistemologia Genética, o qual dirigiu até a sua morte. A finalidade deste Centro era ampliar a experiência do diálogo entre as ciências e descobrir como se desenvolvia a inteligência e reunia diversos especialistas, como por exemplo psicólogos, matemáticos, especialistas em cibernética, embriologistas, entre outros. Sua teoria pode ser classificada em duas partes: a da psicologia evolutiva e a parte da epistemologia. Seu grande interesse ao estudar sua teoria era medir o desenvolvimento da inteligência, o qual Piaget escreveu que se faz de forma gradual. Jean Piaget também declarou que o pensamento dos adultos era completamente diferente do pensamento das crianças, uma vez que o pensamento dos menores não estava consolidado mas sim " aberto para todos os possíveis".
Obras Lidas e Influências
Recebeu profunda influência de Henri Bergson, pois ao ler sua obra ("A Evolução Criadora") teve uma nova direção em sua formação teórica. Em 1915, após conseguir sua licenciatura, dedicou-se às obras de Immanuel Kant, Herbert Spencer, Auguste Comte. Na área de psicologia, sua leitura abrangeu Willian James, Theodore Ribot e Pierre Janet. Piaget deve sua formação lógica a Arnold Reymond; e ainda teve contato com os trabalhos de Max Wertheimer e Wolfgang Kohler, que foi quando Jean Piaget escreveu seu "Esboço de um neopragmatismo". Enquanto estagiou na clínica de E. Bleuler, teve contato com as obras de Freud e Jung. Antes de publicar seu segundo trabalho, I. Meyerson o levou à leitura de Lucien Lévy-Bruhl.
Testes
"Burt's test" » estudo experimental do Desenvolvimento do Cérebro, feito na França quando trabalhava em uma escola para meninos. Piaget pesquisou o raciocínio verbal de crianças normais e deficientes; Ao investigar a psicologia infantil, elaborou os planos das pesquisas sobre o pensamento e daí foi construída sua epistemologia; Experimento com crianças e adolescentes em laboratórios de psicologia e observações de círculos familiares (registro do que observava na vida de seus três filhos); Em suas observações, concluiu que um bebê realiza ações isoladas( ao chupar o dedo ou tocar em algo por acaso), e, mais tarde coordena suas ações, percebendo que seu corpo não é mais centro de tudo e os objetos têm existência própria. O desenvolvimento do raciocínio, para Piaget, se dividia nas seguintes etapas:
EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
No seu estudo da epistemologia genética, Piaget procura explicar como são possíveis as relações, as condições de toda a interação possível entre os indivíduos e as condições de atribuição de significado. A epistmologia genética surgiu porque Piaget buscava solucionar o que seria conhecer, ou seja organizar, estruturar e explicar. Para Piaget o conhecimento se adquire a partir da relação que o indivíduo desenvolve com o seu meio. As pessoas podem adquirir diferentes níveis de conhecimento relacionados com a sua vivência, por isso não se pode dizer , que uma pessoa sem lesão orgânica, possui conhecimento inferior a outra. Como exemplo pode-se citar as diferenças entre uma criança de rua e uma criança de um lar bem estruturado. A criança de rua certamente estará inferior em relação ao conhecimento didático que a criança de um lar bem estruturado possa ter adquirido na escola, porém isso ocorre porque o meio da criança de rua não solicitou o seu aprendizado escolar e não significa que ela não tem a capacidade de aprender. A criança, para se adaptar ao seu meio e adquirir conhecimento se utiliza de seu esquema motor, ao qual, através de ações, ela se adapta ao meio. Ela age no mundo organizando-o e estruturando-o e, concomitantemente, ocorre a construção externa das estruturas mentais, que são estruturas orgânicas específicas para o ato de conhecer, responsáveis pela nossa capacidade de estabelecer relações lógicas. As ações da criança não se organizam aleatoriamente mas, ao contrário, supõe sempre uma ordenação, uma seriação e uma classificação ou simplificação.
Segundo Piaget, o comportamento humano, supõe sempre uma lógica de ações, a qual é inconsciente. As estruturas mentais funcionam seriando, ordenando e estabelecendo relações. As estruturas de ordem aparecem como algo inerente a qualquer organização biológica e ao funcionamento dessas organizações. Aparecem como algo inerente à adaptação que leva dos níveis mais elementares aos mais complexos. Qualquer tipo de conhecimento que o ser humano alcance depende sempre de uma estrutura e de um acontecimento. Piaget estuda as condições para que o indivíduo se torne um ser social, ou seja, as condições necessárias para que os indivíduos realizem as possibilidades contidas no genoma da espécie. Ele pretende explicar por que e como a criança sofre em certos momentos e em outros a influência de tal ou tais relações sociais. A criança começa a adquirir conhecimento através da assimilação, que é conferir significado a algo. Ela pode desenvolver o seu sistema de significações através de da sua relação com os objetos. Para Piaget o objeto tem sentido porque é possível de ser assimilado (classificado e ordenado) por um sistema de esquema de ações, no sentido de que em presença de um objeto novo a criança tenta assimilá-lo aplicando-lhe sucessivamente todos os esquemas dos quais dispõe: ela chupa, balança etc.
Os esquemas funcionam como uma tentativa de definir o objeto pelo uso. Ela constrói outros sistemas de significação reunindo objetos pelas suas funções complementares numa mesma atividade ou situação. Por exemplo: prato, colher e copo formam um sistema de significação; a banheira e o sabonete. Assim a criança vai organizando e estruturando o seu mundo.
De zero a 1 ano, antes da aquisição da linguagem, a criança já tem um mundo organizado em vários sistemas de significação. É através desses esquemas, significação, aquisição, que ela descobre as primeiras razões (Piaget conceitua o conhecimento como descoberta das razões).
Por volta de 1 a 1,5 a criança adquire a capacidade de distinguir, ela representa através de uma imagem mental (visual) eventos ou coisas que estão fora do campo visual e brincando de faz-de-conta, tipos de conduta que implicam a representação através da imagem. Tudo isso ocorre antes da aquisição da linguagem e Piaget diz que essa capacidade de representar é condição necessária para a aquisição da linguagem, porém se é condição necessária para a construção da linguagem, não é condição suficiente. A construção do discurso não depende apenas desta capacidade, mas de toda uma organização espaço-temporal e causal das representações. Sem essas organizações que procedem a nível das ações, o discurso é impossível. O discurso da criança se inicia como dublando as alões para depois revelar as organizações dos eventos, dos objetos e das pessoas em relação espaço-temporal e causais.
A linguagem surge dublando as ações, mas já como resultado de distinguir significado de significante e sua principal característica é a de expressar as representações das imagens organizadas no espaço e no tempo, em sistemas lógicos de significação. Já as ações são transformadas em operações graças a capacidade de manter na consciência (memória) as várias coordenações estabelecidas na prática. A operação é ainda uma ação significante pois as ligações que ela utiliza são de natureza implicativa e não mais causal. Assim a hipótese de Piaget é de que tanto a causalidade quanto as ações lógico-matemáticas têm sua origem comum na ação. O aspecto causal da ação engloba suas dimensões espaço-temporais, sua velocidade e seu dinamismo, enquanto as ligações lógico-matemáticas fazem abstrações dessas condições físicas para reter apenas a forma das coordenações. Segundo Piaget, há dois processos complementares que conduzem a este resultado e que parecem responsáveis pela diferenciação progressiva entre o lógico-matemático e o causal; de um lado, a representação que torna possível os quadros que englobam, simultaneamente, os fatos passados, presentes e futuros que, no plano das constatações perceptivas, permanecem sucessivos. De outro lado, a intervenção de auto-regulações, introduzindo nestes sistemas um equilíbrio móvel, de tal modo que as coordenações possam ser efetuadas nos dois sentidos direto e inverso (ou recíproco) e se transformarem assim em operações reversíveis. A noção física do virtual diz respeito a possibilidades cujas compensações podem ser simultâneas para o pensamento, apenas pelo fato de que eles são concebidos como possíveis: o que caracteriza o raciocínio hipotético-dedutivo é justamente passar diretamente do possível ao necessário pelo estabelecimento de relações entre os primeiros sem ser por intermédio o real. Aliás, é esse o critério para se reconhecer a chegada da criança, a etapa do pensamento formal. Esta oposição entre o possível e o real é que explica as múltiplas diferenças que subsistem entre as operações e as relações repatíveis no mundo físico. As operações lógico-matemáticas, que uma vez construídas, se libertam das ações que estão nas suas origens, ultrapassando o real para alcançar o nível das relações hipotético-dedutível é justamente passar diretamete do possível ao necessário, pelo estabelecimento de relações sem ser por intermédio do real. Esse é o critério para se reconhecer a chegada da criança a etapa do pensamento formal.
Piaget estabeleceu essencialmente três etapas na conquista da diferenciação entre causalidade e operações:
Estágio I (até 6 anos) - indiferenciação total com deformações mútuas entre os aspectos causais e os pré-operatórios do pensamento. Não existem ainda quaisquer formas operatórias distintas das ligações diretas entre conteúdos.
Estagio II (7 a 11 anos) - princípio de diferenciação entre causalidade e operação, com progresso limitado, pelo fato de que, nesse período lógico-concreto_ as operações permanecem vinculadas aos conteúdos. As relações de tipo causal continuam a influir sobre as operações. O sujeito vai aplicando as operações a conteúdos diferentes, num processo de estruturação progressiva; partindo, por exemplo, da conservação da substância simples, aos 7 anos (com três argumentos gerais de identidade, reversibilidade e compensações), só chegará à conservação do peso aos 9 anos. As formas operatórias utilizadas são sempre as mesmas, apenas os conteúdos são diferentes. Reciprocamente, as relações causais desse período são limitadas pela não-diferenciação completa das relações operatórias e, portanto, pela impossibilidade de coordenação.
Estágio III (11-12 anos) - o sujeito chega finalmente à diferenciação e coordenação em processo crescente. Para alcançar a causalidade, o sujeito tem a necessidade de fazê-lo por intermédio das segundas, a causalidade só pode ser entendida como uma construção operatória.
A hipótese de Piaget é de que a causalidade se explica em termos de relações atribuídas aos objetos, mas de outra forma nos próprios objetos, mas de outro lado, que só podem ser entendidas por intermédio das estruturas mentais do sujeito. O primeiro aspecto fornece as conservações e o segundo as transformações. Ao se falar de processo cognitivo não pode deixar de mencionar a abstração reflexiva, que é a essência do processo cognitivo, como reequilibração por reconstrução endógena, seguida de ultrapassamento graças a uma reorganização com novas combinações, cujos elementos são retidos do sistema anterior, o que se caracteriza como uma abstração reflexiva. Aqui o termo endógeno, segundo Piaget, é o único apropriado pelo fato de que a possibilidade de reorganização e de combinação é interna, orgânica e implica uma atividade com um funcionamento lógico-matemático, nascido da coordenação das ações do sujeito e não extraída dos objetos. Um bebê, por exemplo, é capaz (para resolver um problema novo) de utilizar certas coordenações com estruturas já construídas e reorganizá-las em função de dados novos.
A partir do momento em que há representações através de imagens, a criança pode referir-se a objetos e situações ausentes. Devemos entender a abstração reflexiva em dois sentidos complementares. Em primeiro lugar, ela transpõe para um plano superior aquilo que retirou do plano anterior. Piaget chama a isso réfléchissement, correspondendo-o a refletir. Em segundo lugar, a criança reconstrói sobre o plano das formas ou das representações (plano B), aquilo que é retirado do plano das ações (plano A). A reconstituição no plano B é um estabelecimento de relações entre as representações ou formas novas e aquelas que já existiam em B com certa organização. A essa reorganização Piaget chama de reflexão. Quando a reflexão se dá ao nível das representações imaginativas (isto é, representações através das imagens mentais), falaremos em abstração reflexiva ou em pensamento reflexivo. Com o progresso das abstrações reflexivas, o pensamento chega a se distanciar do concreto ou a dominá-lo, as abstrações reflexivas desempenham um papel cada vez mais importantes, até se tornar ao nível do pensamento formal, idêntica à reflexão propriamente dita. Em suma, a descrição de Piaget sobre os níveis de desenvolvimento da criança, possibilitou que se entendesse todos os processos que a criança passa até adquirir o conhecimento. A
Teoria do Desenvolvimento Humano de Jean Piaget
Os períodos do desenvolvimento humano são divididos de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento. Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo de melhor que o indivíduo consegue fazer em cada faixa etária, sendo que todos passam por todas as faixas, mas o início e o término dependem da capacidade e dos fatores educacionais e/ou sociais de cada uma, não sendo uma regra e sim uma referência.
FASE SENSÓRIO-MOTORA ( 0 a 2 anos) Caracteriza-se por mecanismos sensórios e motores, no contato com a realidade, e não há ainda manipulações simbólicas. A criança conquista, através da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca. No recém-nascido, a vida mental é reduzida ao exercício dos aparelhos reflexos, de fundo hereditário, como a sucção e o choro, e essas habilidades são aperfeiçoadas com o treino diário. Já com 5 meses as criança consegue coordenar os movimentos das mãos e olhos e pegar objetos, aumentando sua capacidade de adquirir hábitos novos. Ao final desse período, a criança é capaz de usar um instrumento como meio de atingir um objeto. Ela utiliza a inteligência prática ou sensório-motora, que envolve as percepções e os movimentos. O desenvolvimento físico é o suporte para o aparecimento de novas habilidades, isto é, o desenvolvimento ósseo, muscular e neurológico permite a emergência de novos comportamentos, como sentar-se e andar (o que propiciará um domínio maior do ambiente). Por volta de 1 ano, a criança, por sua inteligência, consegue saber que um objeto continua a existir mesmo quando ela não o percebe, ou seja, o objeto não está presente em seu campo visual, mas ela continua a procurar ou pedir o brinquedo que perdeu, pois sabe que ele ainda existe. Ocorre uma evolução também no processo afetivo, pois a criança começa a manifestar preferências por objetos, pessoas, brinquedos, etc. Ela já é capaz da fala imitativa, produzindo uma linguagem de balbucio, de ecolalia( produção espontânea ou imitativa de sons), que é dita à partir da palavra-frase (onde uma palavra significa uma frase: ela utiliza a palavra "água" para dizer "eu quero água") e, no final do estágio, adquiri uma linguagem propriamente dita.
Aos pais e educadores
1.Proteger esta criança dos perigos não pode justificar ou impedir sua ação. Toda ação negativa deve ser substituída por uma positiva.
2.A primeira palavra que aprende é, quase sempre, não. Procure ensinar o sim, levando-a fazer coisas que pode fazer, mexer...
3. Todo entendimento é prático, aprende pela repetição da ação. Assim é que para adaptar-se a escola precisa, ainda que chore, sentir a repetição da ação (mamão deixa e pega...)
4. Muitos objetos devem estar a sua disposição. Tenha uma caixa grande cheia de objetos que possa ser virada no chão para a criança explorar os objetos.
5. Livros e revistas são apenas ações, esta mais interessada em virar a página que observar as figuras.
6. Os jogos deste períodos são ações repetidas de tirar e por, por exemplo. Tenha recipientes, vidros plástico de boca larga, gavetas...para que ela possa colocar e tirar objetos do interior.
7. Permita explorações de novos objetos como, por exemplo, objetos produtores de som.
8. Águas é seu "ambiente" permita banhos um pouco mais longos, com brinquedos e objetos diversos.
9. Ensine todo tipo de caretas, palmas, sons, danças...
10. Brinque com o corpo da criança, massagem, dance com ela no colo... FASE DO
PENSAMENTO PRÉ-OPERATÓRIO (2 a 7 anos) Caracteriza-se pelo aparecimento acentuado das representações mentais, desenvolvendo as funções simbólicas (capacidade de simbolizar um fato real, ou seja, "faz de conta").
1º subestágio - nível pré operatório ou simbólico ( 2 à 4 anos) Aí fica evidente o aparecimento da linguagem (da função simbólica) e o aparecimento da imagem, por isso a linguagem é, nessa época, um acompanhamento da ação, baseada em imagem. Com a palavra, há possibilidade de exteriorização da vida interior e, portanto, a possibilidade de corrigir ações futuras. A criança já antecipa o que vai fazer. A criança passa a procurar a razão causal e finalista de tudo (é a fase dos famosos "porquês). Sua linguagem caracteriza-se pelo monólogo. Fala consigo mesma o tempo todo, como se exercitasse este recém adquirido esquema de assimilação. Aprende inúmeras palavras diariamente, mas faz pouco esforço em adaptar a sua linguagem às necessidades do ouvinte. Não consegue pensar sobre o próprio pensamento. Ela tem dificuldades de reconhecer a ordem em que mais de dois ou três eventos ocorrem e não possui o conceito de número. Assimilam os aspectos aparentes que mais chamam a sua atenção, e atem-se a um estado do objeto e não a transformação deste, portanto o pensamento é estático e imóvel. Ainda não pode ordenar, nem formar com coerência o mundo que a cerca. Não há tentativa de esquematizar ou refazer.
Aos pais e educadores
1.Conte muitas histórias, ainda que repetidas (que por sinal a criança adora).
2. Qualquer resistência a ordens pode ser contornada pelo faz-de-conta.
3. Brinque por algum tempo com ela, diariamente. Lembre que ela não tem noção de tempo e portanto 10 minutos pode ser uma infinidade...
4. Panelinhas, carrinhos, casinhas...toda a imitação da realidade é seu brinquedo favorito.
5. Tenha sempre papel e lápis a mão, desenhar é uma atividade em todos os momentos e lugares.
6. Ensine a folhear revistas e, no final do período, ajude-a a recortar (3/4 anos).
7. Brinque com maquiagem. Pinte os rostos de palhaços, animais...Fantasias, roupas...
8. Ensine os movimentos básicos com a massa de modelar: construir cobras e bolinhas...
9. Construa castelos nas areias, piscinas, leve carros, baldinhos...
10. Não castigue a mentira, pois ela não tem noção sociológica deste ato e não a deixe de castigo por longo tempo pois não tem noção de tempo (pode-se dizer que ficou uma hora sem que tenha passado 5 minutos).
2º subestágio - Intuitivo ( 4 à 7 anos) Entre 4 e 7 anos assiste-se a uma nova estruturação dos esquemas cognitivos. Esta fase intermediária se caracteriza por um esforço considerável de adaptação à idéia de uma forma semi-simbólica de pensamento que é o raciocínio intuitivo. Já há uma exploração de vários traços do objeto, na busca de um todo. Adquirem uma noção mais elaborada de regra, e consegue organizar o brinquedo, porém não a discute. Mas ainda não há uma conservação de um todo. As regras mantém maior constância e organizações, mas carecem de reversibilidade e de conservações e relatividade. Já começam as tentativas de agrupamento (por um traço apenas, sem inclusões de classe) e ordenações por um traço preceptivo, ainda apoiado em pareamentos (sem inclusão de séries). Ela pode relacionar duas dimensões do objeto mas não amplia as suas conclusões sobre compensações e conservações porque ainda está muito presa às imagens perceptivas. No apecto afetivo surgem os sentimentos interindividuais em relação aos pais ou professores, é um misto de amor e temor.
Aos pais e educadores
1.Livros de histórias, revistinhas podem ser manuseados diretamente sem a dependência do adulto.
2. Pode começar a interessar-se pela leitura e escrita o que deve ser visto com naturalidade em imprimir qualquer pressão.
3. Leve-a junto sempre que for FAZER coisas (lavar um carro, consertar uma torneira, ver uma obra, limpar a cozinha, cuidar do jardim...)
4. Aproveite o momento de grande partilha. Construa junto brinquedos, desenhos, abra um relógio velho...
5. Responda-lhe os "por quês" mas sempre questionando, fazendo-a pensar e dar também sua opinião. O pensamento científico se constrói quando se reflete e opina. Faça experiências(ou deixe-a fazer), desde simples misturas de sobras num restaurante até aquelas mais estruturadas quando ela fizer uma pergunta.
6. Discuta os preconceitos, leve-a a partilhar os trabalhos domésticos independente do sexo. Ensine-o a lidar com o diferente. O racismo e todas as discriminações são proibidas por lei. Ensine seu filho a conviver socialmente.
7. Assista filmes ou outros programas juntos, partilhe opiniões. Critique e elogie a televisão mostrando que o que ali esta é questionável, não é imutável.
8. Jogue com ela jogos populares como "damas", "loto", "memória", "dominó" e outros similares. Estabeleça seu tempo, imponha limites, pois ela pedirá sempre mais...
9. Conte histórias completas, com início, meio e fim. Pergunte sobre a história.
10. Colecione alguma coisa (ou várias). Tampinhas, papel de bombom etc. Aqui se origina o que serão as coleções da criança entre os 7 e 12 anos.
FASE DAS OPERAÇÕES CONCRETAS (7 aos 12 anos) Durante este período, as deficiências do período anterior são, em grande parte superadas. A criança adquire o conceito de conservação ou o princípio de invariância. A quantidade de água em vidros diferentes não mudam simplesmente porque a forma mudou. Se pegar uma mesma massa e transformá-la ora numa bola, ora numa salsicha, a quantidade não varia, simplesmente por ter mudado a forma. A criança consegue realizar uma ação física ou mental dirigida para um fim (objetivo) e revertê-la para o seu início. Possui capacidade de ordenar os objetos tendo em vista uma qualidade padrão (ordenar varas de tamanhos diversos). Isto se dá porque conseguem estabelecer relações. Em nível de pensamento, a criança consegue estabelecer corretamente as relações de causa e efeito e de meio e fim, sequenciar idéias ou eventos, trabalhar com idéias sobre dois pontos de vista (simultaneamente) e ainda formar o conceito de número. Ela será capaz de cooperar com os outros, de trabalhar em grupo, de ter autonomia pessoal. Surgem novos sentimentos morais, característicos deste período: o respeito mútuo, a honestidade, o companheirismo, a justiça, que considera a intensão na ação. No começo do período a criança ainda considera bastante as opiniões e idéias dos adultos, e no final passa a "enfrentá-los".
Aos pais e educadores
1.Assistam juntos filmes de aventuras.
2. Leia histórias que, agora, podem dispensar as figuras. Peça que imagine ou desenhe que ilustração seria adequada a cada passagem da história.
3.A ausência de limite é desestruturadora uma vez que é rigorosa com as regras e sabe que errou. Discutir é sempre um caminho positivo, nunca a omissão.
4. Entenda que prefere estar com os amigos, há muito o que fazer, há muitas aventuras.
5. Procure fazer atividades que envolvam alguma aventura, descoberta.
6. Realize experimentos científicos, é de alto interesse e uma maneira de estar junto.
7. Jogue diferentes jogos. Ela é capaz de aprender cada vez mais facilmente uma grande quantidade de regras.
8. Sempre que possível convide amigos para sua casa, jogar com os amigos e brincar, fazer coleções...nesta idade é sempre mais enriquecedor. Seja um promotor de encontros entre sua criança e as demais.
9. Nas tarefas escolares de casa seja um desafiador. Não se comprometa com a aprendizagem que é papel da escola, faça destes momentos algo positivo na relação entre você e a crianças.
10. Se quiser ensinar, procure revistas, novos livros, curiosidades, filmes...há uma infinidade de coisas interessantes para serem partilhadas.
FASE DAS OPERAÇÕES FORMAIS (após 12 anos) O estágio das operações formais começa no início da adolescência. O adolescente pode raciocinar dedutivamente, fazer hipóteses a respeito de soluções para o problema e pensar simultaneamente em várias hipóteses. É capaz de raciocínio científico e de lógica formal e pode aceitar a forma de um argumento, embora deixe de lado seu conteúdo concreto, de onde se origina o termo "operações formais". Cria teorias sobre o mundo, principalmente sobre aspectos que gostaria de reformular. Já não precisa limitar sua percepção a situações imediatas e ao concreto. O indivíduo que atingiu as operações formais tenta por à prova suas hipóteses, seja mentalmente ou através de experimentos reais. Finalmente o adolescente perceberá o outro, entrará no processo afetivo ou imaginativo de forma mais flexível que anteriormente, usando nas suas interpretações e avaliações hipóteses mentais elaboradas ou mesmo criadas, tendo a capacidade de confrontá-las com a realidade, e passa por uma fase de interiorização, em que, aparentemente é anti-social. Afasta-se da família, não aceita conselhos dos adultos, mas o alvo de sua reflexão é a sociedade, querendo transformá-la ou reformá-la. O grupo de amigos é um importante referencial para os jovens, determinando seu vocabulário, as vestimentas e outros aspectos de seu comportamento.
Aos pais e educadores
1.Lembre e aceite que o grupo é mais importante que a família e que isto é saudável. Os bons sentimentos são construídos no grupo e não por meio de conselhos dos familiares.
2. Se tiver construído uma boa relação nos estágios anteriores terá um amigo, entretanto, raramente um confidente. Sempre haverão segredos impenetráveis. Respeite-os e estará bem próximo do seu adolescente.
3. Não esconda as questões que o afligem. Discuta abertamente todas as suas preocupações (sexo, drogas, violência, etc) Eles são capazes de compreender a discussão e ponderar.
4.A proibição pura e simples é meio mais rápido de jogá-los nos braços do desconhecido.
5. Podem participar de algumas atividades familiares com jogos complexos como WAR ou cartas.
6. Traga novidades, revistas interessantes, procure discutir ainda que o irrite profundamente as opiniões que eles apresentam.
7.A cultura é uma "arma" saudável para a adolescência. Procure fazer seu filho ler, discutir temas interessantes, assistir bons filmes. Se você começa aos 12 anos, terá um amigo culto aos 18...
8. Acampar, viajar com amigos, festas e shows são parceiros inevitáveis.
9. Procure a relação com a verdade. Mostrar que é capaz de relacionar-se com o indesejável, transmitirá confiança e construirá amizade.
10. Procure cursos de teatro, fotografia, computadores para uma integração social positiva.