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JORGE SANTOS • BRAGA • PORTUGAL |
Garcia de Resende | |||||||||||||||||||
HISTÓRICO LIGAÇÕES EXTERNAS |
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Garcia de Resende nasceu em Évora, provavelmente em 1470. Era de origem de nobre, o que lhe facilitou o acesso à corte de D. João II, em 1490, primeiro como moço de câmara, depois como moço de escrivaninha (secretário particular), conservando o posto até à morte do monarca, em 1495. Durante o reinado de D. Manuel continuou a desempenhar funções na corte. Sabe-se que acompanhou o monarca em 1498, no encontro que este teve com os reis de Espanha. Fez parte da embaixada enviada ao papa Leão X em 1514. Dois anos depois, recebeu o título de fidalgo da casa do rei. Foi também escrivão da fazenda do príncipe herdeiro, futuro D. João III. No fim da vida (1530) retirou-se para as suas propriedades no Alentejo, onde faleceu em 1536. Ficou conhecido como escritor mas tinha também aptidões como desenhador e músico. Foi um dos poetas que animaram a vida cultural da corte, conhecendo-se dele vários poemas, sendo o mais conhecido as Trovas à Morte de D. Inês de Castro, tema que viria a ter grande sucesso na literatura portuguesa. Em 1516, seguindo o exemplo que vinha de Espanha, recolheu muitos dos poemas que haviam sido produzidos no ambiente palaciano por numerosos poetas, ao longo de dezenas de anos num "Cancioneiro Geral". A obra reúne cerca de mil poemas, a maioria de temática amorosa ou satírica, escritos por quase 300 poetas. Vários deles estão escritos em castelhano, o que era natural na época, dado o prestígio da literatura espanhola na época e o bilinguismo da corte portuguesa. Com esta iniciativa, evitou que muitas dessas produções poéticas desaparecessem, dado que os poemas circulavam manuscritos e acabariam inevitavelmente por desaparecer, juntamente com os seus autores e a moda do poetar palaciano. Mas preservar o património poético do seu tempo não foi o seu único objectivo. Com esse gesto pretendia incentivar os seus contemporâneos à redacção de obras de maior fôlego, nomeadamente textos de carácter épico que imortalizassem os feitos dos portugueses. Era também uma forma de afirmar ao mundo o prestígio do rei e do país. Foi igualmente autor de outras obras, que possuem um inegável valor documental, se bem que o seu mérito literário não seja muito elevado. São elas a Vida e Feitos de D. João II (1545), uma obra de carácter histórico, interessante porque nos relata episódios diversos da vida do rei, e Miscelânea e Variedade de Histórias (1554), um relato em verso dos acontecimentos da época. |
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