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Senhores: Acabo de deitar em minha cama no hotel Pousada do Capitão, que a partir de hoje passará a se chamar Pousada do Cacetão, como veremos. Estamos agora em 7 jipes. No comboio viemos em 5 (três Bands, 1 Samuca e 1 Land). Largamos do posto BR (1o da A. Senna) por volta de 21h20. Fizemos uma viagem das mais tranquilas e pegamos a Rod. dos Tamoios à direita para descermos em direção à Caraguatatuba. Neste momento, o Miro (que não pertence - ainda - à nossa lista) me chama pelo celular informando que acabara de pegar a estrada. Ótimo,poderemos nos encontrar na Balsa. Descemos a serra procurando fugir dos Kamikases que teimavam em arriscar vidas a cada ultrapassagem. Em QAP pelo canal 16, travamos contato com maracanudos de Caraguá, que também operam nesse canal. Imediatamente divulguei a eles que o canal 16 era o canal oficial dos jipeiros em todo o país. Achei desnecessário dizer que aquilo havia sido decidido há poucas semanas por nós mesmos :-) Informaram-nos que o pessoal de Ilha Bela ocupa a canaleta 32. Isso contém duas informações importantes: a 1a é que há efetivamente em I. Bela uma turma de PX. A segunda é que há um canal onde encontrar esse povo em caso de necessidade. A informação ainda não foi confirmada mas se o for, deve ser registrada por todos que por aqui pretendam se aventurar. Quando já passávamos a entrada da balsa, era a vez do Borges ligar informando que sua Pajero já vinha comendo estrada (e alguns Uno Mille). Fizemos uma onda para aguardar o Miro com sua Band semi-virgem e, quando já desistíamos de esperar por ele, a formosa Band surge em nossa cola. Enquanto aguardávamos a chegada da balsa, Fernando Neto (filho do Neto da lista) achou que era hora de dar manutenção em seu brinquedo, digo, Samuka. Levantou-o no macaco e foi fazer alguma coisinha simples, como regular o rolamento de encosto da roda. È claro que seu Carlos foi recrutado para o serviço, antes que o menino estragasse o brinquedo. Vcs não calculam o ar de felicidade dos motoristas que estavam atrás quando percebiam que metade da transmissão do Samuka estava desmontada. Descobrimos que esse Samuka é´uma espécie de Lego que o Fernando Neto tem a seu dispor :-) Enquanto isso, Danilo descobria mais alguma coisa para não fazer: colocou o PX do Samuka em PA para acionar a tremenda corneta de som que o brinquedo em questão escondia sob o capô. Vendeu pamonhas, caldo de cana, uma barbaridade de coisas que não se pode imaginar. Enquanto isso, Wagner, sua esposa Andréa e sua Band Ilha da Fantasia (tem uma capota de lona vermelha que lembra os carros da ref. ilha) repousavam tranquilamente no hotel, já que, livres dos infortúnios a que se prendem a maioria dos mortais, como trabalho, por exemplo, tinham ido para a Ilha na sexta à tarde. Quando a balsa chegou embarcamos todos. Em breve chegaríamos à Pousada do Cacetão. Já no hotel, 1h30 da matina, deparamo-nos com um vigia sonolento, que aparentemente não nos esperava. Com muito custo conseguiu localizar nossas reservas, mostrando-nos um papel de pão que relacionava o que seria a ocupação de todos os aptos. Lá via-se claramente os aptos que deveríamos ocupar sendo que dois estavam riscados. Um era o do Wagner, que já dormia a sono solto. O outro era o que seria ocupado pelo Sr. Carlos. Ele havia sido ocupado por outrem. Apontamos o problema para o sonolento homem que imediatamente chamou a funcionária que deveria cuidar de reservas. Ela chegou muito bonitinha mas não resolveu nada. Chamou então a Dna. Inês. Senhora finíssima, que dirigia o hotel como quem cuida de porcos. Chegou gritando, que a culpa era nossa, que o Sr. Carlos havia cancelado a reserva, etc. Não adiantava eu argumentar que o Carlos que havia cancelado a reserva era o Carlos Moura, e que o Carlos Japonês, nosso mecânico, nem sabia o telefone do maldito hotel. Também não adiantava argumentar que eu havia feito o depósito de 50% referente à reserva de 7 apartamentos, e não 6 como ela havia disponibilizado para nós. Lá pelas tantas, nosso Pitbull de plantão, o Danilo, eleito para esse cargo nesse fim-de-semana, por essa e por outras, resolveu encarar a jabiraca dirigindo-lhe algumas palavras doces. Ela revidou chamando-o de moleque, envolvendo os dois Fernandos nesse elogio. O circo estava armado. Chamou o Pacheco, seu sócio, que chegou assim que pôde. E parece que veio de uma reunião dos Alcóolicos Anônimos, onde demonstrava, diante de uma interessada platéia, os malefícios causados pelo álcool. Como a platéia, embora interessada, aparentava ser totalmente obtusa, a sua demonstração estendeu-se por várias garrafas, já que o cidadão chegou trançando as pernas, sem conseguir terminar uma frase com o mesmo assunto que havia começado. Por duas vezes ameaçou-se chamar a polícia, o que não foi feito. O bate-boca corria solto. Eu já não falava mais nada. Então o Jorge e a Sônia chegaram com a notícia: as camas de seus filhos não haviam sido montadas. Quando o foram, os colchões utilizados estavam para lá de mofados. As crianças estavam dormindo no chão. Seu Carlos, até agora calado, disse que não ficaria mais lá, que podíamos parar de brigar por causa dele. Assim, nesse estado de ânimo, fomos convidados eu, o Jorge e seu Carlos a continuar a conversa em uma sala contígua, onde estaríamos a salvo das dentadas do Pitbull. Dna Inês conduziu o cambaleante Pacheco para a bendita sala e sentamo-nos todos em volta de uma grande mesa. Depois de muita conversa, onde aliás o Jorge destacou-se como diplomata (sugiro criarmos essa cadeira na diretoria da Itajaquara-Tur. Demais diretores, por favor manifestem-se). Acalmou a histeria da Dna. Inês, captou a atenção do sonolento Pacheco e discursou até 2h00 da manhã. Quando estava tudo combinado, que eles acomodariam o seu Carlos em outro hotel, chega o Borges sem saber de nada, e pergunta por seu quarto. Quase morri de rir. Fomos dormir finalmente, cada qual em seu quarto e seu Carlos foi conduzido ao hotel que lhe destinaram. No dia seguinte fomos acordados às 7h00 pelo hotel e às 7h15 pelo Borges, que já estava reclamando que ninguém aparecia, que ele queria ir embora, etc, etc, etc. Danilo e os Fernandos (não parece nome de banda?) tinham ido acampar e nos encontrariam às 9h00 em frente ao hotel. Às 9h00 eles chegaram e trouxeram juntos 2 Jeeps. Era o Kleber e sua galera, que tinham vindo de Igaratá somente para o passeio. Saíram às 5h00 da manhã e estavam com o pique todo. Foi então que vimos: Danilo voltava sem uma roda livre! Ela havia sido literalmente decepada da roda. Como sempre, ele aprontava mais uma. É que na noite anterior, para economizar a diária do camping, eles resolveram acampar morro acima e, na trilha que escolheram, Danilo deu uma 'pequena' topada em uma 'pedrinha'. Até a roda da Band ele conseguiu amassar. E lá foi o seu Carlos dar um jeito na encrenca, logo após regular o rolamento da roda do Samuka do Fernando, que não conseguira fazê-lo na balsa (lógico). Enquanto isso, meu telefone tocou e era o Paulo Sérgio dizendo que se juntaria a nós em breve, pois já estava na balsa. Aproveitei para ligar para o Fábio Parmesão (aquele da famosa Faixa Azul). Ele disse estar aguardando pela próxima balsa, e combinamos de nos encontrar na boca da trilha. Fomos para lá. Já éramos: 1) Band Assassina - Decio, Débora e Juliana; 2) Band 4x3 - Danilo, Renato e Denise; 3) Band Branca - Miro e sua namorada; 4) Band Ilha da Fantasia - Wagner e Andréa; 5) Band Vermelha - Seu Carlos & Cia. 6) Pajero de Shopping - Borges (pessoal, eu estou saindo da lista...) e Andréa II 7) Samuka Lego - Os Fernandos; 8) CJ5 Vermelho - Kleber e seus Blues Cats; 9) CJ5 Verde - Osni e a galera ôôô, esse Jeep é um horror! 10) CJ5 Verde Limão - Paulo Sérgio e sua banda. Na boca da trilha, sem nenhum aviso, eis que surge nosso amigo Jefferson com seu Vitara Concessionária (mais original impossível). Pelo rádio, o Fábio nos avisou que ainda estava na balsa e pediu para que fôssemos na frente. Os onze jipes partiram morro acima em uma easy-super-baby-light-begginer-track. Fomos subindo até o topo. Já pensávamos voltar no fim-de-semana seguinte com nossos Kadett, Corsa, Palio, etc. Quando então a coisa começa a ficar divertida. Erosões e barro para tudo que é lado. Algumas escorregadas aqui, outras lá. Balanços nos jipes, a turma começou a se animar. Enquanto isso, o Fábio ia nos descrevendo as peripécias por que passava uma Pajero que ia a sua frente, um pouco atrás de nós. Logo, logo, o CJ do Kleber fez o que ele sabe fazer de melhor: ao atravessar uma cusparada que alguém havia dado, engasgou, tossiu e arriou com o distribuidor molhado. Comboio parado, muita risada, a Pajero despinguelada e o Fábio encostaram. Secos o distribuidor e algumas latinhas de cerveja, pusémo-nos mais uma vez a caminho e chegamos à belíssima praia de Castelhanos. Encostamos os jipes e começamos a preparar o churrasco do ano. Enquanto isso, Danilo ficou tentando quebrar o Samuka do Fernando enquanto ia de lá para cá com ele pela areia da praia. Ao mesmo tempo, um dos CJ demonstrava como fazer um Jeep sumir na areia da praia. |
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Às 16h00, pegamos o caminho de volta na seguinte ordem: Seu Carlos puxando, eu logo atrás para garantir a subida da Pajero e da Land erosões acima. Prevíamos um passeio mais interessante na volta. Cinco minutos depois, demos por falta dos dois CJs de Igaratá. Danilo, que vinha atrás fechando a trilha, voltou para resgatá-los. Dormindo, não haviam percebido nossa falta. Troféu Distração para eles. :) Quando cruzávamos um pequeno rio de leito de pedra, encontramos a Pajero dançarina que, numa demonstração de arrojamento, manobrou no meio do rio para voltar conosco. Fomos enfrentando um buraquinho aqui, um barrosinho ali quando encontramos com outra Pajero (que inflação!). Toda a tripulação para fora, pedindo ajuda. Para aqueles que, dias atrás discutiam sobre que carros davam problemas na trilha, vejam isso: ela estava sem tração dianteira e enroscaram na subida cheia de erosões que se estendia à nossa frente. Combinamos que seu Carlos subiria, em seguida eu puxaria a Pajero para cima. Mas ao ver a Band de seu Carlos subindo, todos nós compreendemos que a Pajero só viria sob guincho. Eu subi, seu Carlos manobrou no alto do morro e posicionou-se para puxá-lo. Descarregamos todo o cabo de seu Warn 9000 (menos as voltas de segurança) e o cabo não deu. Emendamos meu cabo extra, ancoramos a Band do seu Carlos na minha e lentamente, trouxemos a Pajero para cima. A próxima era a V6 bailarina do Edgar (em breve na nossa lista). Sem nenhuma experiência anterior, ele punha toda a potência do seu motor 3500 à prova. Lançou-se erosão acima quase levando duas Bands e outra Pajero no peito :). Enquanto isso, de tanto brincar na travessia do rio, o CJ Verde de Igaratá finalmente apagou. Morte súbita. Com esse diagnóstico, Danilo vinha puxando-o até encontrar com o comboio, que aguardava o fim da operação guincho. Com dois focos de problemas, decidimos que eu e o Seu Carlos seguiríamos na frente com a Land e as três Pajeros (a do Borges também já tinha passado). Pelo rádio, íamos ouvindo o desenrolar dos acontecimentos que deixávamos para trás. Sugeri que a Band da Fantasia, do Wagner e Andréa esperasse pelo Danilo e seu CJ morto para içá-los para cima. O comboio avançado chegou sem maiores novidades até um topo mais plano. Dispensei a Pajerona sem tração para seguir pois acreditávamos que dali para a frente não haveria maiores dificuldades. Esperamos o resto do comboio, que demorou bastante para chegar, e pelo rádio soubemos que o pneu do Raul Caramashi havia furado. Segundo relatos de testemunhas, o fato se deu por excesso de carga, sendo que seu proprietário não atentara para especificações contidas na lateral do pneu. Lá estava expressamente recomendado cuidado após conduzi-lo em situações limites (como o Raul após um churrasco :)). Após o comboio todo ter sido novamente reunido, deparamo-nos com outro problema... |
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