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Evolução |
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Agosto de 2001 |
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Sedimentos
Oceânicos e a Idade da Terra
por Lenny Flank Um dos argumentos a favor de uma terra com idade recente repetidos com mais
freqüência pelo criacionista Henry Morris centra-se no fluxo de sedimentos dos
rios para os oceanos. O raciocínio de Morris é o seguinte: se medirmos a
quantidade de alguns minerais, como níquel, sódio, estanho ou magnésio, sendo
lançados nas bacias oceânicas pelos rios do mundo cada ano, e depois medirmos
a quantidade destes minerais que já foi depositada nos oceanos, podemos
presumivelmente calcular quantos anos levaria para acumular estes sedimentos, e
conseqüentemente a idade dos oceanos (e presumivelmente da terra). Morris
apresenta os dados resultantes numa tabela:
(Morris, Scientific Creationism, 1974, p. 154)
No parágrafo imediatamente depois dessa tabela, Morris também menciona casualmente que o número para o elemento alumínio é apenas 100 anos (Morris, Scientific Creationism, 1974, p. 154). E qual é a conclusão de Morris? "O mero fato de que o conteúdo de níquel do oceano pode ter-se acumulado a partir de influxo de rios em cerca de 9.000 anos parece estabelecer um limite superior para a idade do oceano." (Morris, Scientific Creationism, 1974, p. 153)
Mas porquê o níquel? Por que não a prata, que dá uma idade de 2,1 milhões de anos, ou o sódio, que dá uma idade de 260 milhões? A resposta, é claro, é que Morris já "sabe" quão antiga é a terra -- Deus disse-lhe que a terra tem menos de 10.000 anos de idade. Por isso ele sente-se livre para selecionar da sua tabela as datas que gosta, e rejeitar as outras que não gosta, sem explicação. A partir dos dados que Morris apresentou, também poderíamos igualmente concluir (do número relativo ao fluxo do alumínio) que a terra só tem 100 anos de idade, e que a Declaração de Independência, a Guerra de 1812 e a Guerra Civil Americana realmente nunca ocorreram. (Presumivelmente, todas as indicações de que estas coisas aconteceram mesmo são simplesmente parte da "aparência de antigüidade" que os criacionistas alegam que Deus deu ao universo.)
Dada a grande disparidade que resulta do "método de datação" de
Morris (que dá "idades" variando entre 260 milhões de anos e apenas
100 anos), não nos deve surpreender que o raciocínio dele esteja errado e que
a metodologia que ele está a seguir se desmorone. É verdade que há uma taxa
à qual estes vários metais são depositados nos oceanos pelo influxo dos rios.
Mas também há vários processos que removem estes minerais dos oceanos -- um
processo importante é a sobreposição dos leitos oceânicos através das
placas tectônicas. Conseqüentemente, os números que Morris cita não
representam idades possíveis para o mar -- representam meramente o período
médio de tempo que um metal permanece no mar antes de ser removido por métodos
físicos ou químicos. Como seria de esperar, as substâncias mais inertes, como
a prata ou o magnésio, permanecem mais tempo, ao passo que elementos altamente
radioativos como o alumínio são removidos rapidamente. Os dados de Morris
sobre o influxo de rios são simplesmente irrelevantes para a questão de saber
quão antiga é a terra.
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