A Utilização da Terminologia "Bruxaria Tradicional"
Copyright © Gustavo Elias 2003
 

Na medida em que o interesse pela Bruxaria Tradicional vai crescendo, cresce também o número de pessoas intitulando-se bruxos tradicionais sem um entendimento completo a respeito do que esta terminologia engloba. É importante ter em mente alguns conceitos básicos os quais nos ajudam a delimitar as práticas Tradicionais.  Isto se torna necessário na medida em que a Bruxaria Tradicional é geográfica, isto é, suas crenças e práticas variam de acordo com as regiões e suas respectivas tradições. Logo, para um melhor entendimento do que esta terminologia representa, é preciso compreender alguns pontos chaves.

- Bruxos Tradicionais não adoram deidades de vários panteões.
O praticante da Bruxaria Tradicional cultua um determinado panteão de acordo com a tradição que está seguindo, ou escolhe-o baseado na escolha de sua Terra Natal (Homeland), a qual é adotada pelo praticante de acordo com o perfil da tradição que se deseja estabelecer. Entretanto, é de costume honrar primeiramente os deuses da Terra Sagrada onde se habita - nos casos onde o Bruxo tradicional escolhe dedicar-se a um panteão estrangeiro.

- Duoteísmo.
Não existe a ideia de um Grande Deus e uma Grande Deusa na Bruxaria Tradicional. O conceito de que "todos dos deuses são um só Deus e todas as deusas são uma só Deusa" foi extraído da teologia sincrética de Isis e Osíris criada pela escritora e ocultista Dion Fortune, e adicionado a Wicca por Gerald Gardner no início da década de 50.

- Idéias e Filosofias Orientais não são encontradas na Bruxaria Tradicional.
Logo, conceitos como Karma não são discutidos. Os próprios métodos de cura são abordados de forma diferente, e a Lei do Retorno tem um significado exclusivo para cada grupo de praticantes (excluindo-se, obviamente, o conceito neopagão da Lei Tríplice). É possível que haja um estudo a parte sobre temas como chackras, os quais serão acessórios a sua prática.

- Existe, de fato, um código de ética na Bruxaria Tradicional.
"Tome responsabilidade por seus próprios atos" - esta é a base ética deste ramo da Bruxaria, e cada praticante ou grupo de praticantes irá definir seu próprio padrão de conduta. Como não existe na Antiga Arte uma crença na Lei Tríplice, a ética torna-se parte fundamental deste sistema. 

- A Bruxaria Tradicional não é Religião.
Algumas pessoas discordariam desta afirmação, e muitos de fato poderão ter a Bruxaria Tradicional como sua única e exclusiva prática religiosa. No entanto, devidos as suas características, não é possível enquadrá-la na categoria 'religião', ao lado das principais religiões mundiais. É comum na Irlanda, por exemplo, termos grandes bruxas tradicionais pertencentes a gerações anteriores indo a Missa aos domingos. Isto não as torna mais ou menos bruxas; pelo contrário - serve para nos mostrar como a Bruxaria Tradicional pode ser praticada como uma Arte Oculta.

- Ninguém nasce Bruxo Tradicional.
Trilhar ou não o longo caminho da Antiga Arte é uma escolha pessoal e consciente. Muitos dos filhos em famílias onde pais e/ou avós são praticantes de Bruxaria Tradicional seguem caminhos completamente diferentes. Ter mãe ou avó bruxa não irá automaticamente torna-lo uma bruxa (ou bruxo). 

- Títulos, Títulos e Títulos.
Não existem sacerdotes e sacerdotisas, nem tampouco Sumos Sacerdotes e Sumas Sacerdotisas na Bruxaria Tradicional, uma vez que esta vertente na Bruxaria não é iniciática nem dividida em graus. Isto pertence às tradições ocultistas tardias, e é utilizado pela Wicca e a Bruxaria Moderna. Bruxos Tradicionais poderão organizar-se em Grupos, mas jamais em Covens ou organizações de estrutura similar.


 

Copyright © 2001-2003 Bruxaria Tradicional no Brasil
Todos os direitos reservados

[voltar] [página principal]

setstats 1