TEXTOS SELECIONADOS DO JORNAL SEXTO SENTIDO  n º 1

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A AVENTURA DA AUTODESCOBERTA

A vida muito pouco significa sem a emocionante aventura da autodescoberta e,
penso que, a jornada interior não é apenas para os sábios, místicos ou
pensadores, mas também para o homem comum. O interior do ser humano é um só, uma
fonte de vida e como tal precisa ser conhecido. Necessitamos dar atenção,
observar sem preconceitos, sem crenças ou outros valores quaisquer. O autoconhecimento é para todos.
O homem já tentou de tudo para transformar o mundo; regimes políticos,
revoluções, religião, filosofia. Nada parece funcionar, pois o homem continua o
mesmo: ambicioso, violento, invejoso, mais preocupado com o TER que com o SER.
Assim o mundo vai de mal a pior. Já é tempo de o homem dar uma chance a si
mesmo, através do autoconhecimento.
O homem não sabe o que ou quem ele é. O homem simplesmente desconhece como ele
funciona. E não sabe porque não lhe falam, não lhe despertam o interesse por si
mesmo. Ensinam-lhe apenas a ter fé, a sofrer resignado e deixar tudo por conta de Deus.
O objetivo deste jornal é despertar o interesse das pessoas, no sentido de
buscarem por si mesmas, a imensa fonte de vida e energia que está no íntimo da
cada um a espera de um pouco de atenção.

Helder Pereira

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A U T O C O N H E C I M E N T O

SAIBA O QUE É O AUTOCONHECIMENTO

O autoconhecimento pode ser definido como o processo de aprendizado
acerca de si mesmo e realiza-se através da observação direta,
pelo próprio indivíduo, de seu universo interior e exterior.
SÓCRATES: O PAI DO AUTOCONHECIMENTO
"Conhece-te a ti mesmo" repetia Sócrates(470-399 a.C).
Filósofo grego. Sócrates foi o primeiro a apontar a necessidade do homem
solucionar os seus problemas através do autoconhecimento. Ele dizia que só o
conhecimento que vem de dentro é capaz de revelar o verdadeiro discernimento. 
Socrates foi condenado a morte por suas atividades como filósofo.
Ele foi acusado de corromper a juventude e preferiu beber o veneno que o matou a
renegar o que acreditava ser verdade. Sócrates poderia ter salvo sua vida se
tivesse concordado em deixar Atenas. Mas se tivesse feito isto, não teria sido
Sócrates. O ponto é que ele considerava sua própria consciência - e a verdade,
mais importante do que sua própria vida. Recusou-se a pedir clemência. Tomou um
cálice de cicuta e morreu na presença de seus amigos.

PRATIQUE A AUTO-OBSERVAÇÃO

Afaste-se de si mesmo e observe as próprias reações. Não as resista, não as
julgue, nem tente mudá-las. Perceba como os seus pensamentos movimentam-se: ora
no passado, no que foi. Ora no futuro, no que será. Torne-se consciente de si
mesmo em todos os momentos. Mantenha a mente junto ao corpo: no aqui e agora.
Com a prática você sentirá uma surpreendente mudança ocorrer em seu íntimo.
* * *

AUTOCONHECIMENTO ATRAVÉS DA MEDITAÇÃO

Meditação é compreensão. Meditar é compreender. O objetivo da meditação é a
liberdade, já que tudo aquilo que compreendemos, disso estamos livres. Quando
entendemos o medo, nos livramos dele. O mesmo se dá com o ciúme, a dor, a
inveja, emfim, com tudo que nos causa algum tipo de sofrimento. Compreender
significa atribuir valores corretos a todas as coisas e, para que venham a
existir valores corretos, o autoconhecimento é indispensável. Por conseguinte,
conhecer a si mesmo é o principio da meditação. Sem autoconhecimento não pode
haver meditação. Se não compreendo a mim mesmo, não existe base para o pensar.
Meditar, então, é estar cônscio de cada movimento do pensamento e do sentimento.
Meditação é observar a mente, testemunhar a mente, apenas olhar silenciosamente
para ela - sem qualquer justificativa, condenação ou julgamento. E o milagre é
que, observando-a, a mente pouco a pouco desaparece. Esse estado é meditação. E
estar nele é a maior experiência da vida.

A AUTO-CONSCIÊNCIA MODIFICA O COMPORTAMENTO

A meditação modifica a consciência. Ela destroi a barreira entre o consciente e
o inconsciente e, a destruição dessa barreira, dá inicio a expansão da
consciência. O indivíduo se torna mais fluído, começa a mover-se de maneira
menos fixa. Ele torna-se um com sua consciência. Assim, seja lá o que estiveres
fazendo, faze-o conscientemente, porque o conteúdo do que estás fazendo não é
mais importante do que a consciência desse comportamento. Por exemplo, se és
violento; os chamados moralistas e religiosos dirão: "não sejas violento,
cultiva a não-violência". Mas o verdadeiro mestre diria: "sê violento, mas sê
conscientemente violento". Não modifiques o teu ser, teu comportamento. Antes,
sê consciente a respeito da tua violência e descobrirás que não podes ser
conscientemente violento, porque quanto mais consciente ficas, menor a
possibilidade de seres violento. A violência tem um processo embutido. Só pode
existir quando não tens a percepção dela. Tua própria percepção modifica tudo.
Não podes ser violento se estás tendo a percepção disso. A inconsciência é
indispensável para que a violência exista, ou para a cólera, ou para o sexo, ou
para qualquer outra coisa que se deseje modificar no comportamento. Quanto maior
o mecanismo embutido, menos percepção tens do que estás fazendo e mais coisas
más tu podes fazer. Quando digo que uma coisa é má, não me refiro ao conteúdo
dela. Digo que uma coisa é má quando cria, desnecessariamente, a inconsciência.
A inconsciência é o mal. Ela é a base para toda a ignorância, para todo tipo de
devaneio, para todas as ilusões, para toda a insensatez que podemos criar. O mal
nada mais é do que uma mente inconsciente. Portanto, eu enfatizo que não deves
procurar mudar o teu conduta e, sim, a tua consciência. Então, as coisas
começarão a se modificar sem que tu percebas. Serás diferente, por causa da tua
consciência diferente.

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