CONSCIÊNCIA

            "Superar a identificação do corpo físico é o trampolim rumo à
            Consciência Cósmica." Daran
            "Ser completamente honesto consigo próprio é o melhor esforço que um
            ser humano pode realizar". Freud 3_Pelicans_-_thumb.jpg (5353 bytes)
 

    O CONCEITO DE CONSCIÊNCIA QUE ADOTAMOS AQUI:

    Antes de mais nada, é importante distinguir conhecimento de consciência. Estar consciente de algo é vivenciar determinado  conhecimento. Consciência é o conhecimento internalizado, digerido. Desta forma, o simples acúmulo de conhecimento não se traduz em consciência.
    Tomar consciência de algo é envolver-se com o fruto do conhecimento,  é ser transformado pelo processo de conhecer. Outro ponto importante: costumamos identificar consciência com o ego-consciência. Ora, existem níveis de consciência além do estado  de vigília comum, do estado de consciência ordinário. O  ego-consciência é apenas uma parcela da nossa consciência. Melhor dizendo, o ego não é o centro da consciência e nem seu estágio último de desenvolvimento. Ao contrário do que a maioria das escolas ocidentais de psicologia afirma, o ego é apenas instrumento da  consciência.
    "Estes são tempos históricos. Uma grande transformação está ocorrendo na mente humana. Idéias antigas estão morrendo e novas estão nascendo. Nós estamos começando a constatar que nossa identidade básica não é a mente nem o corpo, limitados pelo nascimento e morte, tempo e espaço - mas, fundamentalmente, ela é espírito: uma consciência infinita que é universal e eterna. Está se revelando que a consciência não é função da mente, centrada no cérebro físico. (...)A consciência está além do tempo e não é afetada pela morte.(...) O cosmos e tudo nele está começando a ser reconhecido como sendo uma entidade: um todo inseparável e consciente, uma manifestação do Um, da Consciência Universal - permeada de amor. A singularidade do universo está sendo reconhecida como a expressão material da singularidade da consciência - que é reconhecida no coração como amor." (Samuel Sandweiss in Spirit and Mind.Sri Sathya Sai Books. Índia - traduzido por Daran)Cow_at_Sunrise_-_thumb.jpg (14058 bytes)

      Podemos também verificar dois níveis distintos de consciência: o imanente e o transcendente. O imanente traduz-se em autoconsciência (ontologia) e o transcendente como ciência de algo externo a si-mesmo.
    "Na psicologia da yoga, consciência é o fenômeno básico. É a realidade subjacente. Ela é o foco central ao redor do qual todo o esquema conceitual da yoga está organizado. O desenvolvimento (consciencial) humano não é visto meramente como a elaboração de uma estrutura mental como o ego. Ao invés disto, ele é visto como o desvelar gradual de uma já presente e subjacente consciência. Esta consciência manifesta a si mesmo através de formas como as das estruturas mentais, mas possui o potencial de libertar-se destas mesmas estruturas. Com a progressiva perda de apegos, ela gradualmente se desembaraça das formas mentais e físicas, as quais ambas a expressam, e, ao mesmo tempo, a obscurecem e contaminam." (Swami Rama e outros. Yoga and Psychotherapy-The Evolution of Consciousness. The Himalayan Institute. EUA. - trecho traduzido e sublinhado por Daran)
     Estamos aqui previlegiando as idéias relacionadas à consciência do mundo interior...dimensão esta muito negligenciada nos dias de hoje. O ritmo acelerado de nossas vidas tende a nos impor uma alienação de nossas necessidades mais íntimas, de nossos sonhos e sentimentos mais nobres.
    "Podemos começar dizendo que, embora pense estar acordada, a pessoa comum, na verdade, está meio adormecida (...)seu contato com a realidade é parcialíssimo; quase tudo que ela julga ser realidade (dentro e fora de si mesma) é um conjunto de ficções construídas por sua mente. (...) Tem percepção da realidade até ao  ponto em que a meta das sobrevivência torna necessária essa  percepção. A consciência da pessoa comum é principalmente uma falsa consciência, feitas de ficções e ilusões, e é precisamente da  realidade que ela não tem percepção. (...) eu, a pessoa acidental,  social, estou separado de mim, a pessoa humana total. Sou um estranho para mim mesmo e, nesse grau, todas as outras pessoas me são estranhas. Estou isolado da vasta área de experiência humana e sou um fragmento de homem, um aleijado que experimenta apenas uma pequena parte do que nela é real e do que é real nos outros." (Erich Fromm in Zen Budismo e Psicanálise. Ed. Cultrix)

    June_Lake_Loop_-_2_-_thumb.jpg (44778 bytes)Ao redirecionarmos um pouco mais de nossa atenção para o Ser que  existe através de nós, podemos reconstruir a ponte  (re-ligare=religião) que nos liga ao restante do Universo. E podemos  resgatar a dimensão sagrada da vida, que está muito além da esfera de autômatos consumidores de mercadorias.
    Nós possuímos um potencial de Ser muito mais amplo que o cotidiano desta sociedade materialista nos oferece. " O aspecto negativo do gosto pela novidade é a busca vã e frustrante da mudança a qualquer preço. Com muita frequência, a fascinação pelo novo, pelo diferente, reflete uma pobreza interior. Incapazes de encontrar a felicidade em nós mesmos, nós a procuramos desesperadamente do lado de fora, em objetos, experiências, maneiras de pensar ou de se comportar cada vez mais estranhas. Em suma, afastamo-nos da felicidade procurando-a onde ela não está. (...) A fascinação por ter sempre mais e a dispersão horizontal dos conhecimentos nos distanciam da  transformação interior. Como só se pode transformar o mundo transformando a si mesmo, pouco importa ter sempre mais.(...) À  primeira vista, os prazeres do mundo são muito sedutores porque  convidam ao gozo, parecem só doçura, e é muito fácil a pessoa se envolver. Começam trazendo uma satisfação efêmera e superficial, mas aos poucos a gente percebe que eles não cumprem suas promessas e terminam por amargas desilusões. Na busca espiritual, dá-se exatamente o contrário. No começo, ela é austera (...) Mas, à medida que se persevera nesse processo de transformação interior, vê-se  despontar uma sabedoria, uma serenidade e uma felicidade que  impregnam o ser inteiro e que, ao contrário daqueles prazeres, são invulneráveis às circunstâncias exteriores." (Matthieu Ricard. O  Monge e o Filósofo.Ed. Mandarim).
    O nosso potencial de Ser é do tamanho de nossa imaginação.
    Quem sabe poderíamos até nos reconectar com consciências de outras dimensões... "O Self é o Arquétipo da ordem e do sentido no universo. Ele é o centro unificador de toda a psiquê e é idêntico ao Deus interno. Ele é o Conhecimento autoluminoso, ou Luz, e revela-se a si mesmo através da remoção da ignorância. Ele nunca pode ser o objeto do seu conhecimento porque ele é a subjetividade que conhece. A grande falácia da busca espiritual é que o ato de buscar esconde o Self do Self. Você é exatamente aquilo que você busca. O objetivo final não é a aquisição de alguma coisa nova, mas o desapego da percepção egóica dos conteúdos da consciência. Autorealização (Self-realização) é o despertar para o fato de que somos ligados e totalmente dependente desta luz interna." (Robert Wilkinson- trecho traduzido por Daran).
    Sea_Ranch_Puffs_and_Cliff_-_thumb.jpg (39277 bytes) Observe que o conceito de Self do psicólogo Jung se derivou do Hinduísmo, embora tendo sido  bastante restringido face ao seu sentido original.Segundo uma paciente de Jung (conforme exposto no livro O Segredo da Flor de Ouro-Um Livro de Vida Chinês.Ed.Vozes): "Do mal muito me  veio de bem. Conservar a calma, nada reprimir, permanecendo atenta e aceitando a realidade - tomando as coisas como são, e não como eu queria que fossem - tudo isso me trouxe um saber e poder singulares, como nunca havia imaginado. Sempre pensara que, ao aceitar as  coisas, elas me dominariam de um modo ou de outro; mas não foi assim, pois só aceitando as coisas poderemos assumir uma atitude perante elas. Agora jogarei o jogo da vida, aceitando aquilo que me trazem o dia e a vida, o bem e o mal, o sol e a sombra, que mudam constantemente. Desta forma, estarei aceitando meu próprio ser, com seu lado positivo e seu lado negativo. Tudo se tornará mais vivo. Como fui tola!     Eu pretendia forçar todas as coisas, segundo minhas idéias!"      Daran
 
Texto compilado de: http://www.oocities.org /athens /styx / 7809/ conscien.htm   

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